Porquê a Guerra?
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Sobre este e-book
Obra clássica sobre o pensamento e a natureza humana. Em 1931, o Instituto para a Cooperação Intelectual convidou Einstein, já então um físico reconhecido, para iniciar uma troca de ideias, sobre a natureza humana, política, guerra e paz, com alguém cuja dimensão intelectual e trabalho merecessem a admiração do próprio Einstein. O criador da teoria da relatividade, ainda que reticente acerca da psicanálise, escolheu Freud. O resultado está neste livro, que permite um lugar privilegiado para observar de perto o diálogo, os pensamentos e as argumentações de dois cérebros que marcaram a História e cujas ideias são ainda influentes no nosso tempo. Esse diálogo escrito, sobre os instintos violentos do homem, as enfermidades sociais ou os poderes do Estado, começaria com uma inquietação de Einstein: “Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?”
Albert Einstein
Albert Einstein was a German mathematician and physicist who developed the special and general theories of relativity. In 1921, he won the Nobel Prize for physics for his explanation of the photoelectric effect. His work also had a major impact on the development of atomic energy. In his later years, Einstein focused on unified field theory.
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Porquê a Guerra? - Albert Einstein
FICHA TÉCNICA
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© Cultura Editora
A presente edição segue a grafia do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Título: Porquê a Guerra?
Autores: Sigmund Freud e Albert Einstein
Tradução: Liliana Sousa
Nota introdutória: Felipe Pathé Duarte
Revisão: Silvina de Sousa
Paginação: Gráfica 99
Ilustração: Margarida Girão (margaridagirão.com)
Arranjo de capa: Marina Costa
1.ª edição em papel: novembro de 2017
Impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.
Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, fotográfico, gravação ou outros, nem ser introduzida numa base de dados, difundida ou de qualquer forma copiada para uso público ou privado, sem prévia autorização por escrito do Editor.
A natureza da guerra em três atos
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A maior parte das peças teatrais é composta por três atos. Cada ato é composto por várias cenas, marcadas pela entrada e pela saída de personagens. No final de cada ato, cai a cortina e pode haver mudança de cenário. Este texto, sobre a natureza da guerra, deverá assim ser lido ao longo de três atos: com a respetiva exposição, clímax e desenlace.
O «Ato I», introdutório, tem como cenário o ano de 1932, uns anos depois do primeiro grande conflito à escala mundial. A trama anda em torno da impossibilidade de definição da causa da guerra. Os personagens principais são Einstein e Freud. O «Ato II», mais longo, interrompe a sequência cronológica e, em analepse, coloca-nos em 1832, à procura da resposta para a questão colocada no ato anterior. Agora, o pano de fundo é a Europa depois de Napoleão e do Congresso de Viena. O personagem principal é Clausewitz. Por fim, temos o desenlace. O «Ato III» reflete então a contemporaneidade e a pós-humanização da guerra. O protagonista será o guerreiro contemporâneo.
ATO I
Ato I:
«Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?»
Esta questão foi colocada por Albert Einstein e espoletou a correspondência com Sigmund Freud. O diálogo entre os dois data de 1932, como já dissemos. Temos assim um contexto específico: estamos no pós-Primeira Grande Guerra e em Genebra ainda vai funcionando a Sociedade das Nações de Woodrow Wilson, criada em 1919 e extinta em 1942.
Primeira cena — A suspeita
Estas cartas estão entre a memória de uma destruição sem precedentes e a esperança de um contrato social originário entre as nações que as obrigue a não se imiscuírem nos conflitos internos de cada uma, mas somente a proteger-se de ataques exteriores. Ainda não refletem a sombra dos ímpetos de Adolf Hitler. Veja-se que são dois intelectuais judeus que pensam o homem e a guerra antes da shoah e da perda da ingenuidade ocidental. Depois de Auschwitz e Hiroxima/Nagasaki, o mundo deixou de ser o mesmo. Mas eles estavam longe de o saber. Assim, entre um passado de violência extrema e o devir de uma paz duradoura, Einstein e Freud pensaram a natureza bélica do homem. Mas não tiveram grande sucesso na certeza. E o seu debate serviu de pouco para a década vindoura.
Tal como Nietzsche e Marx, Freud suspeitava da relação entre a verdade e a palavra. Partindo