Pra Não Dizer Que Nem Tentei
()
Sobre este e-book
Relacionado a Pra Não Dizer Que Nem Tentei
Ebooks relacionados
Todos E Ninguém Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Assassino Em Minha Vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Mocinho Morre No Final Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDez Contos Sobre Garotas De Programa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBlue Saga Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs últimas memórias de um morto-vivo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Olhos de Astrid Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Lírio De Yankar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGrise Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSalto Quinze Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPaisagens Noturnas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO diabo na rua Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Homem Com Dois Nomes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuasi Di Verdadi Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCobras na Cabeça Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÊta Nóis! Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHomem de papel Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMensagens De Um Povo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHomem Na Vitrine Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMemórias Putas De Uma Vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeus Heróis Das Estórias Roubadas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAntologia Fantástica da República Brasileira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntre ossos agora Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSe me perguntarem, eu digo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo tratar loucuras crônicas com poesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmnésia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSó uma pergunta para o futuro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA voz do perigo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLinhas Tortas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCinza Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ficção Geral para você
Mata-me De Prazer Nota: 5 de 5 estrelas5/5Para todas as pessoas apaixonantes Nota: 5 de 5 estrelas5/5100 dias depois do fim: A história de um recomeço Nota: 5 de 5 estrelas5/5Para todas as pessoas intensas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Pra você que ainda é romântico Nota: 4 de 5 estrelas4/5Gramática Escolar Da Língua Portuguesa Nota: 5 de 5 estrelas5/5O corpo desvelado: contos eróticos brasileiros (1922-2022) Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Arte da Guerra Nota: 4 de 5 estrelas4/5Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Prazeres Insanos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNovos contos eróticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSOMBRA E OSSOS: VOLUME 1 DA TRILOGIA SOMBRA E OSSOS Nota: 4 de 5 estrelas4/5Poesias Nota: 4 de 5 estrelas4/5Onde não existir reciprocidade, não se demore Nota: 4 de 5 estrelas4/5Noites Brancas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Invista como Warren Buffett: Regras de ouro para atingir suas metas financeiras Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Sabedoria dos Estoicos: Escritos Selecionados de Sêneca Epiteto e Marco Aurélio Nota: 3 de 5 estrelas3/5Palavras para desatar nós Nota: 4 de 5 estrelas4/5As Melhores crônicas de Rubem Alves Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Morte de Ivan Ilitch Nota: 4 de 5 estrelas4/5Dom Quixote Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMEMÓRIAS DO SUBSOLO Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Casamento do Céu e do Inferno Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Pra Não Dizer Que Nem Tentei
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Pra Não Dizer Que Nem Tentei - Gordo luz e dia
Freitas.
Adeus, Sócrates!
Não sou corintiano, mas há coisas que parecem acontecer só com o Corinthians. No dia que ganha o pentacampeonato brasileiro de futebol, emblematicamente, morre Sócrates, o grande ídolo do clube.
Lembro-me de Sócrates, o jogador paraense que virou Doutor. Desconheço outro de sua estirpe que tenha caminhado nessa direção. Jogava muito o Magrão
, dentro e fora de campo. Até hoje, desde sua época, e até mesmo antes dela, sua peculiar presença no gramado e suas falas irônicas e inteligentes deram ao país uma figura inimaginável para um jogador de futebol, um líder com consciência e postura políticas.
Braço direito erguido com o punho cerrado. Era assim que o Dotô
sinalizava seus gols. Foi assim que hoje, ao longo do minuto de silêncio em sua memória, todos os jogadores do Corinthians manifestaram sua homenagem. O Bando de Loucos da arquibancada fez o mesmo. Aquilo não pareceu combinado. Foi um gesto seguido por todos. Acho que todo amante do futebol deveria fazer o mesmo.
Sócrates, Zico, Junior, Reinaldo e tantos outros, foi um tempo que o tempo não esquece
.¹ E por esses mistérios que só acontecem no futebol, nunca foram campeões de uma Copa do Mundo. Mas o mundo do futebol jamais seria o mesmo depois deles!
Parabéns, corintianos! Vai com Deus, Magrão
!
1 Trecho da canção Agalopada
, de Zé Ramalho.
Ted, O Filme
Se alguém pensa que o filme Ted é uma produção para a criançada, está muito enganado. Aliás, seria prudente tirar as crianças da sala. O cartaz já está aí pra isso mesmo. Confesso que fui assistir ao filme meio desconfiado, mas fui surpreendido de uma forma pra lá de positiva.
Rola a estória de um garoto que não conseguia fazer amizade com os outros meninos da rua. Na noite de Natal, o menino ganha um urso de pelúcia e, sob a cumplicidade de uma estrela cadente, faz um pedido: que o urso ganhe vida e se torne seu amigo inseparável. E, lógico, é exatamente isso que acontece. Ora, onde está o barato nisso?
O barato é que o menino cresce, vira um cara de 35 anos, e o danado do urso cumpre o acordo de amizade inseparável: crescem lado a lado como os amigos contra os trovões
. Chamar esse urso de pelúcia de danado é, como ele mesmo diria, coisa de gay. Por isso, vou usar um linguajar mais próprio do Ted. Trata-se de um urso filho da puta, viciado, bebum, tarado, obsceno e libidinoso, mas extremamente, extremamente fiel, inteligente, parceiro, apaixonado, sensível, solidário e algumas vezes muito, muito engraçado.
A coisa só complica quando John, o dono do urso, arruma uma namorada e se apaixona. Aí quem não gosta do estilo de vida do urso é a tal namoradinha, que exige, naturalmente, que seu homem cresça e tome um novo rumo na vida. E isso, obviamente, implica em se livrar de Ted.
Eu sei. Vocês devem estar se perguntando: o que esse porra viu de tão bom nessa estória? Vi uma estória surreal parecer real. Vi dois idiotas inteligentes e divertidos e o relato ridiculamente correto de uma vida comum a muita gente de carne e osso. O filme tira tanta novidade do velho que ressuscita até Sam Jones, o astro
do patético (mas com ótima trilha sonora do Queen) Flash Gordon
, produção de 1980. Aliás, Ted e seu dono cresceram fumando maconha e vendo esse filme. E quem viveu daquela época pra cá, cada um à sua maneira, vai entender e curtir melhor as referências pontuadas e a mistura de gêneros que o filme traz. Aventura? Romance? Comédia? Drama? Tanto faz. Você escolhe. A vida é feita de tudo isso e muito mais, não é mesmo? Afinal, quantos de vocês continuam com seus ursos de pelúcia ao seu lado?
Carta A Um Bancário
Caro amigo Edinaldo,
Já li e reli dezenas de vezes sua última carta
. Acho que o mesmo número de vezes que tentei respondê-la. E exatamente por isso espero que ainda haja tempo para me redimir.
Eu tive o prazer (e o até o dever) de encaminhar seu texto para todas as pessoas que me são caras, que, como tudo de bom na minha vida, não são em grande número. Como sempre, delibei (aqui me refiro ao verbo delibar – provar, degustar – e não ao verbo deliberar) suas frases e palavras como se fossem um raro vinho tinto de safra atemporal. Parágrafos sensatos e serenos que afagam a alma, sem contudo descarrilar para a pieguice, ponto sempre comum nas tentativas ordinárias de otimismo barato.
Gosto de ouvir suas estórias e histórias. Elas me remetem aos bons tempos, quando, apesar do trabalho exaustivo, havia boa remuneração pela labuta, além da companhia que fazíamos um ao outro atrás de um guichê de caixa de banco — local abominado por nove em cada 10 homens de razão sã. E é justo por esse local odioso, onde dividíamos nosso passado e presente, ilustrados com ideias e experiências mútuas, que consigo ouvir
suas palavras. Porque tens o dom precioso de escrever como se estivesse no guichê do lado.
Fico feliz em constatar que o tempo lhe deu sabedoria e placidez para enxergar e viver a vida com parcimônia, sem abrir mão da coragem de enfrentar o instinto assassino da alma humana, quando se atreve a aconselhar um homem a rir de si mesmo. Talvez em outra vida tenhas sido um dos apóstolos de Jesus, que viviam cutucando leões com vara curta, isso quando não viravam cardápio para o felino.
Não sei se pela idade, mas hoje me comovo fácil diante de palavras simples, generosas