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Da Inovação Tecnológica à Estratégia Competitiva:: Um Estudo de Caso no Setor da Construção para o Concreto de Alto Desempenho
Da Inovação Tecnológica à Estratégia Competitiva:: Um Estudo de Caso no Setor da Construção para o Concreto de Alto Desempenho
Da Inovação Tecnológica à Estratégia Competitiva:: Um Estudo de Caso no Setor da Construção para o Concreto de Alto Desempenho
E-book466 páginas13 horas

Da Inovação Tecnológica à Estratégia Competitiva:: Um Estudo de Caso no Setor da Construção para o Concreto de Alto Desempenho

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Sobre este e-book

A presente obra traz importantes contribuições relativas à geração de vantagem competitiva e consequente sustentabilidade das empresas a partir do uso de inovações tecnológicas.
A vantagem competitiva, relacionada à criação de valor para o cliente, é gerada quando a empresa consegue implementar, de forma duradoura, uma ou mais estratégias competitivas que lhe permitam alcançar uma posição lucrativa contra as forças determinantes da competitividade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de mar. de 2021
ISBN9786558205845
Da Inovação Tecnológica à Estratégia Competitiva:: Um Estudo de Caso no Setor da Construção para o Concreto de Alto Desempenho

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    Da Inovação Tecnológica à Estratégia Competitiva: - Izidro Soares Barreiro Júnior

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    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2019 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    Aos meus pais, pelo indelével exemplo de amor e dedicação aos filhos.

    Aos meus filhos, Ana Rita e João Pedro, razão maior de minha existência.

    AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar, a Deus, por todas as condições a mim concedidas que me possibilitaram publicar esta obra e, principalmente, conquistar tudo o que conquistei, tornando-me a pessoa que sou hoje.

    Ao amigo, colega e professor Cristiano das Neves Almeida, por ter prontamente aceito o convite para escrever o prefácio deste livro.

    Ao professor Francisco Antonio Cavalcanti da Silva, pelas valiosas colaborações prestadas ao longo do processo de realização da pesquisa que ensejaram a publicação da presente obra.

    Ao engenheiro e amigo Fábio Romero Virgolino Barros, pela viabilização da pesquisa.

    A todos os meus familiares, sobretudo meus irmãos, Gracemary Silva Barreiro e Reginaldo Silva Barreiro, pelo apoio, união, companheirismo e amizade eternamente demonstrados.

    A Emily Allany de Oliveira Martins, pelo apoio prestado nos trabalhos de adaptação editorial exigidos pelo livro.

    Aos funcionários da Editora Appris, pela confiança e constante atenção dispensada ao longo de todo o processo de publicação desta obra.

    Aos colegas da memorável turma de 2000 do curso de mestrado em Engenharia de Produção da UFPB, pela união e pelo companheirismo até hoje demonstrados.

    Por fim, a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização da presente obra.

    O pequeno Davi da Bíblia venceu o gigante Golias com apenas uma pedra e uma funda. Mas há outros meios de se derrubar grandes obstáculos; a persistência não é o mais prático, mas talvez, seja de todos, o mais eficiente.

    (Marcos Rey)

    APRESENTAÇÃO

    O objetivo da presente obra consiste em demonstrar, para determinadas situações de mercado, que a utilização de inovações tecnológicas é capaz de permitir às empresas a promoção concomitante dos posicionamentos estratégicos de diferenciação e redução de custo. Para se chegar a tal conclusão, realizou-se uma pesquisa cujo ambiente de investigação, enquanto estudo de caso, contemplou uma empresa que atua nos seguintes subsetores da indústria da construção: edificações, construção pesada e montagem industrial.

    A inovação tecnológica considerada foi o concreto de alto desempenho utilizado nas obras de modernização de um importante aeroporto internacional – localizado em uma grande capital do nordeste –, pelas quais a empresa pesquisada foi uma das responsáveis.

    Visando a atingir os objetivos propostos pela pesquisa, elegeu-se como variável independente, tanto para a análise da diferenciação quanto da redução de custo, o concreto de alto desempenho. Por outro lado, para a análise da diferenciação, foram consideradas variáveis dependentes as múltiplas dimensões da qualidade (GARVIN, 1992), enquanto, para a redução de custo, elegeu-se a produtividade, representada, em última instância, por seus indicadores.

    Procedendo de acordo com os critérios operacionais estabelecidos pela pesquisa, pôde-se deduzir que a utilização do concreto de alto desempenho permitiu à empresa estudada a promoção concomitante dos posicionamentos estratégicos de diferenciação e redução de custo, conferindo-lhe geração de vantagem competitiva frente às suas rivais. Além disso, verificou-se que tais posicionamentos não são excludentes para o caso específico do setor da construção, tendo em vista suas características peculiares.

    O autor

    PREFÁCIO

    Conheci o autor, o engenheiro civil Izidro Soares Barreiro Júnior, na antiga Escola Técnica Federal da Paraíba (ETFPB), durante a realização do curso técnico em Edificações. Porém, ficamos mais próximos nas salas de aula da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde fizemos o curso de graduação em Engenharia Civil. Mais de 20 anos após concluirmos nossa graduação, recebi a incumbência de escrever o prefácio deste livro.

    É comum, na Engenharia Civil, escutarmos que os escritórios e empresas de construção perdem os melhores engenheiros para o sistema bancário. O caso do autor é mais um exemplo dessa perda – entre aspas porque, se, por um lado, a engenharia perdeu um engenheiro civil de grande competência e excelente índole, por outro, com a sua ida para o setor bancário, toda a sociedade ganhou um profissional exemplar.

    Em uma época na qual a ciência é combatida e menosprezada, e os livros são substituídos por smartphones e apostilas, o lançamento de uma obra como esta é sempre bem-vindo, uma vez que se presta a contribuir para a disseminação de novos e importantes conhecimentos.

    A leitura do livro fez-me recordar os tempos em que estudávamos juntos e o zelo com que o autor, já naquela época, demonstrava ao descrever métodos e discutir detalhadamente os resultados por eles gerados. Sua obra não poderia ser diferente. O embasamento teórico nela apresentado permite entender todo o contexto que antecede a realização da pesquisa propriamente dita. O tópico denominado Percursos da Pesquisa é permeado por uma riqueza de detalhes que possibilita a sua posterior replicação para outros canteiros de obra, além do que foi analisado no livro. Ao adotar um estudo de caso real – uma construção de grande porte como pano de fundo para a sua pesquisa –, o autor evita a criação de uma obra puramente teórica, sem conclusões de ordem prática.

    O capítulo que diz respeito à análise dos resultados é também recheado de minúcias que me permitiram idealizar o canteiro de obra estudado em quatro dimensões. As três primeiras concretizam seu espaço físico, e a quarta destaca os custos detalhados de cada elemento da construção, fundamentais para justificar o uso da inovação tecnológica analisada pela pesquisa, isto é, o concreto de alto desempenho. Além disso, esse capítulo traz uma riqueza de dados e informações sobre as diversas etapas da construção estudada que, por sua vez, permitem a realização de uma comparação financeira entre tecnologias, culminando, inclusive, com a indicação da mais promissora, tanto em termos de custo quanto de qualidade. Valores monetários são apresentados, mas aqui eu poupo o leitor na esperança de que, com o passar das páginas, sua curiosidade conduza-o até eles.

    Por fim, as conclusões mostram o quão importante é o investimento na inovação tecnológica, principalmente em um meio onde há diversas barreiras, impedindo-a de atingir os canteiros de obra. Certamente, as empresas que mudarem seus paradigmas construtivos por meio da adoção, no seu cotidiano, de novas tecnologias, serão alçadas à posição de excelência, sobretudo pela atual necessidade quanto ao uso de controles de qualidade mais rigorosos em todas as etapas da construção.

    Finalmente, gostaria de parabenizar o autor pela coragem e ousadia de publicar uma obra que, certamente, terá importância singular na vida de discentes, docentes e engenheiros, na qual podem ser destacadas duas palavras-chave: inovação tecnológica e concreto de alto desempenho. Elas apontam para o futuro das grandes construções e, talvez, até daquelas de médio porte. Sigamos, então, confiantes de que um dia esses termos ocupem papel de destaque nas pautas das universidades, escritórios de engenharia e canteiros de obra.

    Professor doutor Cristiano das Neves Almeida

    Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Sumário

    PRIMEIRO CAPÍTULO

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO 21

    1.1. DEFINIÇÃO DO TEMA 21

    1.2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA 26

    1.3. JUSTIFICATIVA 31

    1.4. OBJETIVOS DA PESQUISA 41

    1.4.1. Objetivo geral 41

    1.4.2. Objetivos específicos 41

    1.5. PERCURSOS DA PESQUISA 41

    1.5.1. Fluxograma das operações de pesquisa 46

    SEGUNDO CAPÍTULO

    ESTADO DA ARTE 47

    2.1. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA COMPETITIVIDADE 48

    2.1.1. As origens da competição 48

    2.1.2. Evolução do conceito de competitividade 49

    2.1.3. Os fatores determinantes da competitividade da indústria 53

    2.1.4. As forças determinantes da competitividade da indústria 58

    2.1.5. Vantagem competitiva 63

    2.2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 67

    2.3. A TEORIA DA ESTRATÉGIA 73

    2.3.1. As origens da estratégia 73

    2.3.2. Gestão estratégica 76

    2.3.2.1. Estratégia empresarial 79

    2.3.2.2. Abordagem estratégica: as diversas escolas de pensamento 82

    2.3.2.3. Os níveis estratégicos 83

    2.3.2.4. Desempenho operacional: pressuposto para a adoção de uma estratégia

    competitiva 115

    2.3.2.5. Competências essenciais 117

    2.4. ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 118

    2.4.1. Conceitos e classificação 118

    2.4.2. A importância da inovação tecnológica 121

    2.4.3. Desenvolvimento da tecnologia 124

    2.4.4. O impacto da inovação tecnológica nas organizações 125

    2.4.5. Fatores intervenientes no processo de introdução

    de inovação tecnológica 127

    2.4.6. Gestão da Tecnologia e Inovação (GTI) 133

    2.4.6.1. Processo de acompanhamento e avaliação das

    inovações tecnológicas pela GTI 136

    2.5. O SETOR DA CONSTRUÇÃO 137

    2.5.1. Breve histórico 137

    2.5.2. O conceito de construção civil 137

    2.5.3. Classificação 138

    2.5.4. Caracterização 139

    2.6. O PROCESSO PRODUTIVO DO SETOR DA CONSTRUÇÃO 140

    2.6.1. Conceituação 140

    2.6.2. Classificação 145

    2.7. OS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 149

    2.7.1. Breve histórico 149

    2.7.2. Conceitos de alguns materiais de construção 151

    2.8. TIPOLOGIA DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NO SETOR DA CONSTRUÇÃO 156

    2.9 DESCRIÇÃO TÉCNICA DO CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO 159

    2.9.1. Introdução 159

    2.9.2. Princípios do CAD 161

    2.9.3. Vantagens do CAD 163

    2.9.4. Exemplos de aplicação do CAD 164

    TERCEIRO CAPÍTULO

    DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 167

    3.1. A EMPRESA QUE SERVIU COMO BASE PARA A ANÁLISE DO CAD E A ORGANIZAÇÃO À QUAL ELA PERTENCE 167

    3.1.1. Histórico e identificação 167

    3.1.2. Mercados de atuação 168

    3.1.3. Gerência da qualidade 169

    3.1.4. Equipamentos e softwares utilizados pela construtora pesquisada 170

    3.1.5. Mão de obra empregada pela empresa pesquisada 171

    3.1.6. Planejamento estratégico e estratégia competitiva 172

    3.2. A OBRA QUE SERVIU COMO BASE PARA A ANÁLISE DO CAD 173

    3.2.1. Apresentação 173

    3.2.2. Características da obra estudada 173

    3.3. O CAD QUE SERVIU COMO BASE PARA A PRESENTE PESQUISA 190

    3.3.1. Apresentação 190

    3.3.2. Características dos materiais constituintes do CAD estudado 193

    3.3.3. Dosagem do CAD estudado 195

    3.3.4. O controle tecnológico exercido 197

    3.4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS QUE DIZEM RESPEITO AO CAD 203

    3.4.1. Posicionamento estratégico de diferenciação 203

    3.4.2. Posicionamento estratégico de redução de custo 211

    3.4.2.1. Memorial de cálculo necessário à análise do posicionamento estratégico de

    redução de custo 212

    QUARTO CAPÍTULO

    CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DO ESTUDO 309

    4.1. CONCLUSÕES 309

    4.1.1. Análise das forças competitivas no setor da construção 313

    4.1.2. Razões para a refratariedade quanto ao uso de inovações tecnológicas no setor da construção 315

    4.2. RECOMENDAÇÕES À EMPRESA PESQUISADA 318

    4.3. SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS 319

    REFERÊNCIAS 321

    Home-pages consultadas: 328

    ÍNDICE REMISSIVO 329

    PRIMEIRO CAPÍTULO

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO

    Os árabes, com sua influência moral, civilizaram os povos bárbaros que haviam destruído o Império Romano; com sua curiosidade intelectual, abriram a Europa ao mundo dos conhecimentos científicos, literários e filosóficos de que ela não tinha a menor ideia e foram, ainda, durante 600 anos, civilizadores e mestres.

    (Gustavo Lebon)

    1.1. DEFINIÇÃO DO TEMA

    Segundo a Comissão da Indústria da Construção (CIC) e a Fundação João Pinheiro (1984), o Construbusiness, definido como a cadeia produtiva da indústria da construção, é organizado em cinco subsetores. São eles:

    Edificações – é aquele cuja atividade principal compreende a construção de edifícios residenciais, comerciais, institucionais e de serviços, além de edificações industriais e modulares horizontais, a exemplo de conjuntos habitacionais;

    Construção pesada – é aquele no qual são executadas as seguintes obras: infraestrutura industrial, urbana e viária (terraplanagens, drenagens, pavimentação e rodovias); infraestrutura ferroviária, aeroviária e de vias urbanas; obras d’arte e estruturais (pontes, elevados, túneis, viadutos, contenção de encostas etc.); saneamento (captação, adução, reservação, tratamento e distribuição d’água, redes coletoras de esgoto, emissários e canalizações diversas); barragens hidroelétricas; muros de arrimo; dutos; superestrutura ferroviária; e obras de tecnologia especial (usinas atômicas, fundações especiais, perfurações de poços de petróleo, gás etc.);

    Montagem industrial – é aquele destinado à execução de edifícios industriais, estruturas metálicas e obras aquáticas; exploração de recursos naturais; montagem de estruturas mecânicas, elétricas, eletromecânicas e hidromecânicas para instalação de complexos industriais; montagem de sistemas de telecomunicações; e montagem de sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica;

    Material de construção – é aquele destinado à produção de materiais diversos que são utilizados nos subsetores edificações, construção pesada e montagem industrial, a exemplo de cimento, aço, madeira, esquadrias, azulejos, elevadores, tintas, lajotas, asfalto, dentre outros;

    Serviços diversos – é aquele que envolve os serviços técnicos da construção e as atividades imobiliárias e de manutenção de imóveis.

    O setor da construção, em particular, composto pelos subsetores edificações e construção pesada, é um ramo de atividade produtiva, pertencente ao setor secundário da economia, com características específicas que o distinguem dos demais setores de atividade industrial, principalmente no que se refere à natureza de seu processo produtivo, organização do trabalho e grau de mecanização. Sua produção é do tipo intermitente – com produto sob encomenda (de estrutura complexa e tecnicamente já estabilizado) –, destinada à execução de obras.

    Conforme se abordará detalhadamente ao longo deste livro, de um modo geral, as empresas pertencentes ao setor da construção não estão preocupadas com a elaboração de um planejamento estratégico formal e consequente adoção de uma postura estratégica adequada. Contribui para essa realidade o pouco conhecimento que tais empresas têm acerca das oportunidades e ameaças intrínsecas ao setor, as quais, por sua vez, estão intimamente relacionadas ao comportamento das forças determinantes de sua competitividade (ver item 1.2. desta obra).

    Essa característica das empresas do setor da construção e o desconhecimento que têm sobre a estrutura competitiva do ambiente no qual estão inseridas vão totalmente de encontro às exigências impostas pelo atual cenário de hipercompetitividade instalado nos diversos setores de atividade econômica.

    O aumento da concorrência entre as empresas verificado nos últimos anos é devido, principalmente, ao surgimento de clientes cada vez mais exigentes em relação à disponibilidade de produtos e serviços que sejam diferenciados e, ao mesmo tempo, oferecidos a preços justos. Para que se adequem a esse novo ambiente hipercompetitivo e consigam atingir seus objetivos da melhor forma possível, mais do que nunca, faz-se necessário que as empresas desenvolvam ações estratégicas que lhes permitam a obtenção de uma vantagem competitiva sustentável.

    O objetivo principal da vantagem competitiva é a geração de um valor para os clientes, de forma a possibilitar à unidade de negócio o alcance de uma posição estratégica favorável em relação à sua concorrência e às demais condições de mercado.

    Segundo Ferraz et al. (1997), a competitividade é a capacidade de uma empresa em formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. No caso específico do setor da construção, os problemas relacionados à competitividade revestem-se de um caráter extremamente complexo, não só devido às singularidades do seu processo produtivo, mas também às características intrínsecas à sua estrutura e dinâmica, à sua importância socioeconômica e política como setor de atividade industrial e à sua estreita dependência no tocante ao Estado.

    A estratégia, por sua vez, não é um conceito facilmente explicitável. De modo implícito, deve existir desde que o homem luta para sobreviver diante de forças naturais e não naturais em seu meio ambiente (ANDRADE, 1988). De acordo com o mesmo autor, a palavra estratégia originou-se do vocábulo grego strategos, cujo significado etimológico literalmente quer dizer um general em comando de um exército, visto que stratos significa exército e ag comandar. Assim sendo, primordialmente, o termo estratégia está associado à área militar.

    No entanto, a ideia de estratégia, inicialmente surgida com as estratégias de guerra, foi transferida para o ambiente organizacional como meio de auxiliar a gestão empresarial e desenvolver a competitividade da empresa. A partir de então, recebeu gradativa ênfase até tornar-se um marco no planejamento organizacional. Segundo Antonialli (2000), tal ênfase ganhou relevância devido ao reconhecimento de que o ambiente externo da empresa está tornando-se cada vez mais mutável e descontínuo em relação ao passado. Por consequência, os objetivos isolados da organização ficaram insuficientes como regras de decisão para guiar a reorientação estratégica da unidade produtiva, à medida que se viu na obrigação de se adaptar a novos desafios, ameaças e oportunidades.

    De acordo com Porter (1999), do ponto de vista empresarial, a essência do posicionamento estratégico consiste em a empresa optar pelo exercício de uma gama de atividades que sejam diferentes daquelas que seus rivais executam, visando a obter, por meio da compatibilidade entre essas atividades, uma estratégia realmente diferenciada e uma consequente vantagem competitiva sustentável. Assim, a organização passará a ocupar uma posição exclusiva e valiosa.

    Oliveira (1985 apud ANTONIALLI, 1988) conceitua estratégia empresarial como a ligação e o ajustamento da empresa ao seu ambiente, de modo que a unidade produtiva procure definir e operacionalizar estratégias que maximizem os resultados da interação estabelecida. Para o autor, tendo em vista a ligação e o ajustamento da empresa ao ambiente, são exigidas, quase sempre, alterações em suas próprias características. Portanto, todo o processo de implantação e acompanhamento das estratégias empresariais ocorre em circunstância de constantes mudanças.

    Do quadro estratégico, é dedutível que uma determinada empresa apresente três grandes níveis de estratégia. Segundo a ordem decrescente de sua importância hierárquica, tais níveis podem ser assim classificados:

    Estratégia corporativa(ou da totalidade do grupo empresarial ou portfólio de negócios) – é aquela que se refere a duas questões diferentes: de que negócios o grupo deve participar e como a matriz deve gerenciar a variedade de unidades de negócio. A estratégia corporativa é o que faz com que o grupo represente mais do que a soma de suas unidades produtivas (PORTER, 1998);

    Estratégia competitiva(ou das unidades de negócio ou executiva ou divisional) – é aquela que diz respeito à criação de vantagem competitiva em cada um dos ramos de negócio nos quais o grupo compete (PORTER, 1998). Ainda segundo Porter (1990), a estratégia competitiva representa a busca por uma posição competitiva favorável em um determinado setor produtivo. Assim, ela consiste na arena fundamental na qual ocorre a concorrência que é, por sua vez, determinante para o sucesso ou fracasso das empresas. Esse nível estratégico está subordinado à estratégia corporativa;

    Estratégias funcionais(ou operacionais)– constituem a base da estratégia empresarial e são definidas como um conjunto de decisões inter-relacionadas que caracteriza a postura da unidade de negócio no tocante às finanças, manufatura, marketing, tecnologia e assuntos afins. Em especial, a estratégia tecnológica é aquela que está relacionada a escolhas que devem ser feitas nos seguintes ramos: administração de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), fontes de tecnologia, inovações tecnológicas e projeto e desenvolvimento do produto (BURGELMAN; MAIDIQUE, 1999). Tal estratégia, assim como todo e qualquer tipo de estratégia funcional, subordina-se diretamente à estratégia competitiva, ou seja, é implementada para lhe dar suporte. Deve, portanto, ser selecionada somente após a definição do posicionamento estratégico que será adotado em âmbito da unidade de negócio.

    Ao analisar a interação entre as estratégias competitiva e tecnológica, Porter (1990) afirma que a estratégia da unidade de negócio é capaz de determinar a adequação das atividades que podem contribuir para o desempenho das empresas, a exemplo de inovações tecnológicas. Em outras palavras, para que uma determinada unidade produtiva opte pela seleção e consequente utilização de uma dada inovação faz-se necessário que a sua estratégia tecnológica exista e seja compatível com a sua estratégia competitiva previamente definida. Assim, a promoção dessa estratégia dependerá fortemente da própria inovação a ser utilizada, segundo critérios estabelecidos pela estratégia tecnológica.

    No que tange aos conceitos de invenção e inovação, Teixeira (1983) afirma que há uma clara distinção entre ambos. Segundo o autor, muitas invenções, depois de concebidas, são abandonadas sem posteriores consequências, de modo que não chegam a causar qualquer impacto sobre o processo produtivo. Há, entretanto, invenções que ultrapassam estágios diversos e atingem a etapa final do processo de produção, daí resultando certo impacto, seja direto ou indireto, sobre a sociedade. Nesse caso, tem-se uma inovação.

    Já a tecnologia é definida por Pirró e Longo (1979) como um conjunto ordenado de todos os conhecimentos científicos, empíricos ou intuitivos empregados na produção e comercialização de bens e serviços.

    Mañas (1993), por sua vez, define inovação tecnológica como o conjunto de procedimentos realizados por uma empresa para introduzir produtos e processos que incorporem novas soluções técnicas, funcionais ou estéticas.

    A inovação tecnológica estudada nesta obra como potencial fonte de promoção a distintos posicionamentos estratégicos competitivos é o concreto de alto desempenho (CAD). O CAD é uma tecnologia cujos materiais constituintes encontram-se amplamente disponíveis no mercado. É técnica e economicamente bastante viável para utilização em obras vinculadas aos subsetores edificações, construção pesada e montagem industrial, porém, ainda de pouco conhecimento por parte das empresas a eles pertencentes.

    Em termos técnicos, o CAD é um material de construção obtido pela mistura, em quantidades íntimas e proporcionais, das matérias-primas básicas componentes de um concreto tradicional (cimento, areia, pedra e água), acrescentadas a adições minerais (microssílica ou sílica ativa) e aditivos químicos (plastificantes ou superplastificantes), a fim de torná-lo, principalmente, muito mais resistente e durável do que os concretos convencionais.

    A microssílica, por sua vez, é um subproduto da indústria do ferrossilício que passou a ser testada em conjunto ao cimento, na produção de concretos, em meados do século XX. Nessa época, descobriu-se que ela é uma pozolana de alta reatividade quando em contato com os produtos de hidratação do cimento. Por outro lado, os superplastificantes são produtos orgânicos, a exemplo dos condensados de formaldeído e melamina sulfonada ou naftaleno sulfonado, capazes de evitar a floculação dos grãos de cimento, com a consequente eliminação da água que fica presa nos flocos (ALMEIDA, 1992).

    Uma vez apresentados todos os conceitos que são de relevância à definição do tema desta obra, procede-se à formulação do seu problema de estudo, conforme descrito no item 1.2.

    1.2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

    Porter (1990) afirma que a estratégia competitiva é aquela que visa a estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as cinco forças determinantes da competitividade. Esse pressuposto considera que tal estratégia, além de ser desenhada em função dos fatores internos – ou seja, das fortalezas e debilidades da empresa –, também o é, e de forma ainda mais significativa, a partir dos fatores externos – isto é, das oportunidades e ameaças inerentes ao setor de atividade.

    Os fatores externos, conforme já comentado no item 1.1. desta obra, estão intimamente relacionados ao comportamento das forças determinantes da competitividade, cuja denominação foi dada por influenciarem os preços, os custos e o investimento necessário das empresas em um determinado setor de atividade econômica. Ainda segundo Porter (1990), tais forças são as seguintes:

    Entrada de novos concorrentes – é aquela que determina a probabilidade de novas empresas adentrarem um dado setor de atividade e conquistarem mercado;

    Poder de negociação dos compradores – é aquela que determina até que ponto os compradores retêm grande parte do valor criado para eles mesmos, deixando as empresas de um dado setor de atividade apenas com

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