Diário do Intermúndio (e outras estórias de banzo)
De Sonja Petz
()
Sobre este e-book
Uma coletânea de contos experimentais e poesias de Sonja Petz sobre nostalgia, passado, escolhas, reflexos.
Sonja Petz
Sonja Petz é uma poeta que às vezes escreve em prosa, embora sua prosa guarde um muito de poesia.Descendente de poloneses, Sonja se considera uma cidadã do mundo, sem pouso fixo, sem amarras, sem nacionalidade.Hoje aqui, amanhã...quem sabe?sonjapetz@outlook.com
Autores relacionados
Relacionado a Diário do Intermúndio (e outras estórias de banzo)
Ebooks relacionados
Amores De Mulheres Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRelógio De Bolso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Livro Sobre A Falta Que Você Faz Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesia Nua Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias Desleixadas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Amor É Multifacetado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEscritos de um outro dia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Legendas Do Instagram Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEscritos de um outro dia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Letras De Um Tempo Sombrio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVox Dulcis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Síntese do Espelho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAbstrata mente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMetamorfose Poética Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDoce-amargo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAquilo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMar nos pés Nota: 0 de 5 estrelas0 notasre-cordis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPáginas Soltas De Um Diário Desconexo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCelas Internas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDepois Do Fim Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias Intocáveis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMundo da Lia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPétalas De Versos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCinzas de Sonhos Desabam sobre Mim Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVerso E Prosa Moderna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Verdade Sobre Você Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoemas Pingado Nota: 5 de 5 estrelas5/5Poemas Pingado Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Poesia para você
Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Eu tenho sérios poemas mentais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Se você me entende, por favor me explica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Alguma poesia Nota: 4 de 5 estrelas4/5o que o sol faz com as flores Nota: 4 de 5 estrelas4/5meu corpo minha casa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo Nela Brilha E Queima Nota: 4 de 5 estrelas4/5Todas as flores que não te enviei Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sonetos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSede de me beber inteira: Poemas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Poesias para me sentir viva Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Profeta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco Nota: 5 de 5 estrelas5/5Marília De Dirceu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs palavras voam Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reunião de poesia: 150 poemas selecionados Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Antologia Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jamais peço desculpas por me derramar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Bukowski essencial: poesia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Melhores Poemas Cecília Meireles (Pocket) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasWALT WHITMAN - Poemas Escolhidos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Coisas que guardei pra mim Nota: 4 de 5 estrelas4/5Laços Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Lusíadas (Anotado): Edição Especial de 450 Anos de Publicação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAristóteles: Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Odisseia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTodas as dores de que me libertei. E sobrevivi. Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Navio Negreiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Diário do Intermúndio (e outras estórias de banzo)
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Diário do Intermúndio (e outras estórias de banzo) - Sonja Petz
Índice
Diário do Intermúndio
Sol Enganador
Nada
OPACA
Saliva
Lua Nova
Nonsense
Bacalhau Doce
Terapia
Pero
Migalhas
Ensaio
O seguinte
Lourdes documento
Enigma
Sobre a autora
Há uma parcela de saliva doce, grudada no meio desse espelho fosco, meio vitrificada, já quase tão opaca quanto a poeira que o cobre.
Há uma partícula amarga socada pelos anos, espalmada entre todos esses livros velhos, já quase seca pelo antigo que ocupa no limbo.
Há certas parcelas de limo no mofo dos anos, no meio das traças, roendo as cartas amareladas.
Há qualquer coisa de banzo nos cabelos revoltos da bailarina de cera da caixa de música; na poeira verde dentro dos olhos fundos, de vidro partido, da boneca de louça.
Há, dentro de tudo, um certo ar de abandono, um aspecto frio de saudade; dentro do vazio do esquecido; na poeira escura acumulada; no olhar cansado; no silêncio ecoando incômodo, alheio e tranquilo…
Diário do Intermúndio
Esta é uma literatura de toque. Os olhos serão os dedos. Apenas o tato pode decifrar o que estas linhas contêm.
Não é nada de muito abissal; apenas segredos de contato…
Coro por que apenas os olhos me cegam
Nada me vem à memória
Pedaços são estilhaços
Queria ser capaz de provocar as mesmas paixões que me atacam…
Queria love story pessoal
Queria aos meus pés o coração de quem amo
Apenas uma vez, só para estar por cima…
Quando durmo,
Quando escolho o que vai e acontece
Só quando sonho sou feliz
E estou cansada de sonhar
Tão cansada…
Acordo e tudo é frio, vazio, igual…
Quatro pares de olhos me observam. Eu não vejo, mas sinto. Eles estão aqui, e nada muda o fato.
Ponto.
Acostumo, final.
Teço então a rede dos meus dias, o dedo nos meus medos. Sede. Nada do que digam muda.
Silêncio. Resigno.
Esta noite sonhei um pesadelo. O mar me engolia e era cheio de azul.
Mas eu me salvei.
Acordei com a estranha sensação de que não era um final feliz. Se eu houvesse morrido no sonho…será que acordava?
Curiosa.
Espelho minhas dúvidas nas paredes, onde ecos tardios perguntam das festas, dos amigos, do pó da estrada, do pó de estrela…
Mas não sinto mais falta deles que da menina que me habitava o corpo, lotando os cantos da casa com risadas e gafes aplaudidas, rodeada de admiradores, amantes, amigos, seduzindo numa explosão de cores, odores, miçangas, pulseiras, brincos, colares…
Mas agora não a vejo mais.
Não vejo mais os tempos em que eu me perdia na tua saliva e escorria por teus cabelos; é engraçado isso da gente ser feliz e não notar… Mas pessoa é assim mesmo—quando acaba começa a entender, mas quase sempre já é tarde demais…
Eu não via o cristal arrasador dos teus olhos quando te desafiava e não sabia porquê. Apenas feria teus brios; meio coisa de fêmea sem macho, mais pra doida que feminista, só querendo me afogar nos teus pelos e dizer sim senhor, mas tinha meus brios, e perdi muito tempo.
E naquele tempo eu vivia tanta festa que nem tinha tempo de digerir tanta dúvida, mas sabia me defender com muros altos e teias diversas. Eu só era