Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico
Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico
Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico
E-book152 páginas1 hora

Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico

Nota: 3 de 5 estrelas

3/5

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

O "Não" não é nada além de uma coletânea de meus textos adolescentes e início da fase adulta.
"Não", pois foi a primeira palavra que eu disse na vida e sempre tive este fato como curiosidade.
"Não", pois meu pai morreu há, mais ou menos cinco anos, e quero me permitir seguir sem a presença dele ou da morte dele em mim, pois a fase em que escrevi o "Não" foi quando deixei de reconhecê-lo como pai.
Sim.
Antes da morte.
"Não", pois o que chama amor foi conhecido por mim durante essa fase.
Lanço este livro agora, tantos anos depois, para que quem fui seja lido, acolhido e finalmente, eu deixe aquela Paula ir, para que ela não mais faça parte de mim, ao mesmo tempo, que quem fui deixe de ser meu para começar a pertencer a vocês.

O "Sarau", peça de teatro feita com os textos do "Não", é um deboche em relação ao intelectualismo extremo, às vezes, existente no meio artístico, do teatro e dessa coisa toda de grandeza da arte que nós, como artistas, precisamos carregar. É, acima de tudo, uma desconstrução do ego. É, sem dúvida alguma, também, uma sátira. Não é sério. Nunca nasceu para ser sério. Nunca será.

Paula Febbe
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jul. de 2020
ISBN9786599030796
Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico

Relacionado a Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico

Ebooks relacionados

Poesia para crianças para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico

Nota: 3 de 5 estrelas
3/5

1 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Não / Sarau inconsciente de um alter ego esquizofrênico - Paula Febbe

    Paula Febbe

    Não

    São Paulo

    2020

    1ª edição

    Copyright @ Cartola Editora

    Ficha técnica:

    F289n

    Febbe, Paula, 1983 -

    Não / Paula Febbe - São Paulo: Cartola Editora, 2020.

    1020kb. ; 21 cm.

    ISBN:978-65-990307-9-6

    1. Literatura brasileira - Poesia. I. Título.

    CDD: B869-1

    CDU: 82-1(81)

    Revisão:

    Rodrigo Barros

    Diagramação e projeto gráfico:

    Rodrigo Barros

    Capa:

    Patricia Del Sole

    1ª edição

    Todos os direitos desta edição reservados à Cartola Editora. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização por escrito da editora. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

    Sumário

    Verde

    Asilo particular

    Conhecidos

    Antiquário

    O samba catequese

    Ausente

    Hábito

    Manhã

    Guerra

    Malditos

    Detalhes

    Gringa

    Natal

    Contexto

    Cena de amor

    Nós e o não

    Canibal

    O jantar

    Meu motivo de tensão

    Isca

    A voar

    Instrumento

    Meu texto Woody Allen

    A meu homem

    Visionários míopes

    Cinzas

    Relevâncias

    Meu Shakespeare

    Os líderes

    O líder

    Inseto

    Manhã

    Ode à brilhante reflexão sobre o Ipod

    Política expressa

    A morte de um pai ausente

    Acontecimentos

    Viagem até onde se vê as estrelas no céu

    A correção

    Processo

    Reprise

    Ele

    De cor

    Hipótese

    Filme

    Mestre cervejeiro

    A prostituta

    O infiel

    Foi ele!

    A tentativa de alívio

    A cadeira

    As regras da casa

    A visão

    A náusea

    O segundo copo

    O terceiro copo

    Descontrole

    O canto

    Meu diálogo Tarantino

    Úmido

    Minha filha

    Futuro do pretérito

    O quase

    A ilha

    Pão de pedra

    Já li

    A porta

    A melhor bala de morango

    Estranhas alucinações depois do café

    Sr. Qualquer Um

    Obrigada! Obrigada!

    Minha coisa com plumas

    O texto ruim

    Nirvana

    Não

    Estou sentada em uma cadeira que já foi muito usada, no meio de um palco grande, em um teatro perto de minha casa. O teatro é decadente. Bonito ainda, porém decadente.

    O Não não é nada além de uma coletânea de meus textos adolescentes e início da fase adulta.

    Não, pois foi a primeira palavra que eu disse na vida e sempre tive este fato como curiosidade.

    Não, pois meu pai morreu há, mais ou menos cinco anos, e quero me permitir seguir sem a presença dele ou da morte dele em mim, pois a fase em que escrevi o Não foi quando deixei de reconhecê-lo como pai.

    Sim.

    Antes da morte.

    Não, pois o que chama amor foi conhecido por mim durante essa fase.

    Lanço este livro agora, tantos anos depois, para que quem fui seja lido, acolhido e finalmente, eu deixe aquela Paula ir, para que ela não mais faça parte de mim, ao mesmo tempo, que quem fui deixe de ser meu para começar a pertencer a vocês.

    O Sarau, peça de teatro feita com os textos do Não, é um deboche em relação ao intelectualismo extremo, às vezes, existente no meio artístico, do teatro e dessa coisa toda de grandeza da arte que nós, como artistas, precisamos carregar. É, acima de tudo, uma desconstrução do ego. É, sem dúvida alguma, também, uma sátira. Não é sério. Nunca nasceu para ser sério. Nunca será.

    Paula Febbe

    O ser humano e toda a necessidade de ver o que ele mesmo nega.

    Paula Febbe

    Verde

    24 de março de 2009

    Vê seu reflexo em um espelho;

    Enxerga um menino que não sorri;

    Em um piano notas não tocadas são sequestradas por uma memória imaginativa;

    Outros fazem música por ele;

    O menino não sorri;

    A melodia não faz sentido, mas atenta ao mundo exterior;

    Às vezes ele esquece que há um mundo exterior;

    Dentro de casa, uma cortina de veludo cobre metade de seu rosto;

    Enquanto isso, elas o observam do lado de fora…

    Os mantos escuros competem com o ruído estridente do vento;

    O tapete caçado acolhe gentilmente aquela solidão;

    Ele ainda a quer! Incansavelmente.

    O menino não sorri, mas solidifica brincadeiras em um pulso aberto;

    O mundo externo existe!

    Roupas negras voam, dançando amigavelmente com o vento forte que também atinge a sepultura de alguém que ainda vive;

    Mas alguém espera que ele se vá, mesmo que seja apenas pelo costume de ver o fim;

    O beijo observado traz uma estranha sensação. Não consegue respirar!

    Elas o observam do lado de fora;

    Os mantos escuros competem com a sensação de vazio do começo da manhã;

    Os assovios competem com o ruído estridente do vento;

    O frio enfraquece e atinge até o que sobrou das folhas verdes que ainda sobrevivem no jardim secreto;

    O verde ofusca a verdade e, finalmente, faz a prática da ousada teoria;

    Elas o observam do lado de fora;

    A cortina de veludo não cobre mais metade de seu rosto;

    O menino não sorri, mas solidifica brincadeiras em um pulso aberto;

    Elas o observam do lado de fora;

    Eles não tocam mais nenhum instrumento;

    O frio atinge as folhas verdes que ainda sobrevivem no jardim secreto;

    Ele tem a sensação de estar se afogando;

    Suas roupas negras voam,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1