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Resgate no Tempo:  um pouco do melhor de si
Resgate no Tempo:  um pouco do melhor de si
Resgate no Tempo:  um pouco do melhor de si
E-book159 páginas1 hora

Resgate no Tempo: um pouco do melhor de si

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Sobre este e-book

Esta obra resgata, entre tantas, algumas colunas do Jornal 19 de julho nestes mais de 28 anos de estrada, escolhidas aleatoriamente para que fiquem perpetuadas no tempo, no qual estão retratados o cotidiano da vida, entre realidades expostas pelas veias abertas dos sentimentos do autor, e emoções que não foram escondidas, simplesmente pela busca da essência do ser e do existir...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de mai. de 2021
ISBN9786589808145
Resgate no Tempo:  um pouco do melhor de si

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    Resgate no Tempo - Humberto Carretta

    Sumário

    A NECESSIDADE DOS DESAFIOS

    Krretta

    Às vezes, o homem, por uma vontade indomável de aventurar-se no desconhecido, cria em sua volta momentos intermináveis de angústia e solidão.

    A aflição da conquista leva-o ao furor dos pensamentos, tornando-o absorto, silencioso e sozinho.

    São momentos de necessidade incontrolável, que surgem de dentro para fora, e aí, neste instante, os desafios são dados a tomar as suas formas.

    O próximo passo, posterior a idealização, é a adoção da ideia com sentimentos paternalistas, como a geração de um mundo totalmente novo.

    Todos nós sabemos que existe.

    São instintos do homem animal, na preservação de épocas remotas, como o surgimento das grandes criações: a lâmpada, o telefone, o avião, as teorias inatacáveis dos grandes pensadores, chegando aos dias de hoje com os computadores e suas variações.

    Inegável os momentos de necessidade destes grandes criadores, os quais foram indiferentes aos mais absurdos e invejosos comentários, levando em frente os seus projetos, e nos quais, acreditavam piamente.

    Foram momentos de enfrentar os desafios, com a cara e a coragem que lhes é peculiar.

    Persistentes, criativos, inventores.

    Hoje, nada mudou.

    Apenas existem os que ignoram a vontade dentro de si, e outros cultivam-na com grande intensidade.

    Por isso que hoje estamos aqui, surgindo de ideias, vontades, curiosidades e da necessidade de um grande desafio, ou seja, de levar a todos os leitores palavras que foram geradas em um momento de inspiração, e consequentemente colocadas em grifo, para serem degustadas, sem qualquer medo ou preconceito.

    Surgimos na imensa vontade de permanecer para eternidade, mas somente uma certeza nos coloca em evidência: a certeza de que já valeu a pena pertencer a este grupo, que aceitou este novo e intenso desafio.

    O começo é a metade do todo

    (Pitágoras – século IV a.C)

    (Coluna escrita na primeira edição do Jornal 19 de Julho – 22/05/1991)

    -:-

    A MINHA VEZ

    Krretta

    Bagé, 22 de maio de 1977.

    Naquela que seria a minha última casa a morar na Rainha da Fronteira, estavam Dona Iolanda, minha irmã Maria Cecília e eu.

    Os preparativos davam conta da minha posse no Banco do Brasil na desconhecida cidade de Encruzilhada do Sul-RS.

    As conversas giravam sobre onde seria Encruzilhada do Sul, se tinha alguém conhecido lá, havia mala por fazer, roupas para guardar, e uma profunda interrogação nos dias que viriam.

    A passagem já estava comprada, de Bagé até Porto Alegre, porém a viagem se daria até Pantano Grande, e depois, obter informações de como chegar ao destino.

    Minha mãe e minha irmã participavam comigo das certezas e incertezas, de que enfim, chegara o momento da vida profissional, e da grande interrogação sobre o que o futuro reservaria para mim.

    O tempo.

    Sempre o tempo, impiedoso, implacável, e ao mesmo instante sereno e conciso em sua tarefa, ou seja, a de contar o tempo sem deixar parar a vida.

    Com as horas indo embora, pairava a cada minuto ou segundo um sentimento de tristeza.

    A tristeza da separação.

    Aquele momento que hoje sei tanto quanto a Dona Iolanda e tanto quanto outros pais, o que significa, o quanto é dolorido, o que reflete em nossas vidas...a partida dos filhos em busca dos seus espaços, em buscas das suas vidas...

    Na verdade, mal sabíamos o quanto iria doer, e também nada se falava sobre isso.

    A casa se movimentava em torno dos preparativos da partida, sem nunca mencionarmos que aquele dia que passou, e agora se resumia em poucas horas da noite, seria o último de nossas vidas juntos, minha mãe, minha irmã e eu.

    Eu não tinha dimensão do fato.

    Meu irmão já havia rompido o cordão umbilical, e cursava engenharia civil em Rio Grande- RS.

    Portanto, o momento exigia de mim coragem, fé e determinação para enfrentar o meu futuro.

    Era o começo de uma caminhada sozinho.

    Ainda bem que a juventude tem a propriedade de não registrar certos sentimentos, não perceber certas situações, e com certeza, isso é muito bom para que as decisões tomadas tenham o seu impulso natural, sem remorsos.

    Sabe-se que num determinado tempo é preciso voar.

    Dizem que a vida é para quem sabe viver, mas ninguém nasce pronto. A vida é para quem é corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o bastante para aprender. (Clarice Lispector).

    Assim, no curso natural dos acontecimentos, eu também não percebi nos olhos de Dona Iolanda, a amargura, a tristeza e o brilho das lágrimas escondidas, tempestivamente, dentro de sua alma.

    A madrugada fria e silenciosa, registrou um abraço forte, apertado demorado, confrangido contra o peito e um beijo com gosto amargo, molhado pelas lágrimas que corriam do rosto de uma viúva que via partir seu outro filho.

    Se Deus permitisse e a alma pudesse ser revelada naquele momento, se aquele sentimento tivesse tradução, como seria?

    Era o tempo que fazia a sua hora.

    Na memória ficou a noite escura, silenciosa, doída e de triste lembrança, ficou o semblante de Dona Iolanda num último aceno, e a bênção na minha partida.

    Ficaram as lágrimas escondidas atrás de uma porta entreaberta...

    No apelo natural da vida, agora entendo o seu pranto e a sua tristeza depois de nosso adeus naquela madrugada fria e silenciosa, quando "encostou" aquela porta.

    Hoje, foi a minha vez.

    -:-

    OBRIGADO SENHOR!

    Krretta

    Tenho saudades da minha poesia.

    Era um tempo em que as palavras fluíam para que pudéssemos falar de outras coisas, como o amor, a felicidade, a alegria, entre tantas outras que o cotidiano nos reservava, quando este tempo passava despercebido.

    Caminhei com elas uma etapa, e com certeza tudo era mais fácil para traduzir ali nas palavras, sentimentos tantos, próprios ou outros, mas que compunham o repertório de quem quer falar com a alma.

    De rimas retas, improvisadas, com ou sem sentido na frase, outras na estrofe, assim caminhava-se no mundo das letras, que eram palavras, que formavam frases abertas aos que quisessem desvendar a razão dada ao composto.

    Folhas brancas e límpidas eram tingidas de tinta, no desejo da expressão mais profunda que pudessem os olhos enxergar e, o coração sentir.

    Nada era impossível quando nos deixávamos embalar pelos devaneios juvenis, mas que eram verdadeiros a medida da compreensão dos fatos e que seriam transformados em encontros de palavras.

    Simples assim, sem o entorno de dificuldades que estamos acostumados a criar por da cá aquela palha.

    Por tudo isso é que tenho saudades de minhas poesias.

    Ainda outro dia, absorto em meus pensamentos, agradecia ao Nosso Senhor. . .

    Falava com Ele de um sentimento difícil de escrever, por ser próprio, independente, íntimo, que está arraigado dentro da alma, e, por toda a vida permanecerá vibrante, uma linda euforia, de sorrisos intensos, contagiante, mas que não encontrava as palavras certas que a tudo isso traduzisse.

    Naquele momento, queria eu exaltar a Criação Divina.

    Que pretensão. . .

    Moldei um conto, percorri ideias, organizei maneiras para que todas elas viessem de encontro aos meus anseios, e consegui apenas um esboço.

    Onde estão as palavras de que tanto eu preciso?

    Para onde fogem as palavras quando eu aquieto a alma e o coração?

    Era mais do que preciso descrever esta felicidade, revelar este estado de espírito, pois sentia a brisa leve da saudade roçar o rosto úmido pela lágrima caída.

    Tomei fôlego, e novamente caminhei por entre sonetos, quadras, letras, roteiros. . .

    Foi então que, ao olhar para as minhas mãos, que estavam postas sobre a mesa, entre folhas escritas, riscadas, amassadas, que as entrelacei e me pus a rezar e agradecer ao meu Deus.

    Pois que, justamente com estas mãos que tenho, que agora tentam rabiscar riscos de letras, sim, foi com elas que pude segurar, acariciar e embalar minhas duas grandes felicidades.

    Com os olhos que tenho, eu pude ver, admirar, imaginar e adorar minhas duas intensas alegrias.

    Ah, estas palavras que insistem em brincar de fugir, para que eu não possa contar, cantar, espalhar minha euforia. . .

    Onde se escondeu minha poesia?

    Eu queria juntar as estrelas, pintar o céu, trazer a lua. . .

    Passou o tempo, hoje são duas lindas princesas, que perfumam minha alma e aquietam o meu coração.

    Ah, são fadas que existem a encantar nossos caminhos.

    Não sei onde ficaram meus versos. . .

    Talvez repousam na inocência de perceber que ao homem, foi dado a felicidade de viver alegrias e a satisfação imensa de participar de uma vida.

    Um afago do Criador.

    Por assim saber e sentir, com os olhos marejados a conduzir as minhas mãos por entre estas linhas e, por estas duas grandes felicidades que tenho e que atendem pelo nome de Thaís e Mariana, é preciso agradecer:

    Obrigado Senhor!!

    -:-

    A COMPANHEIRA

    Krretta

    Estava previsto que um dia esta separação iria acontecer.

    Como tenho certeza absoluta de que uma grande saudade vai ficar.

    Contudo, precisamos ter consciência de que é impossível ficar-se a

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