Cowboys, Homens da Lei & Bandidos
De Jerry Bader
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Sobre este e-book
Quando pensamos no Velho Oeste, parece história antiga, mas historicamente foi ontem. Muitos dos personagens do Velho Oeste pós Guerra Civil viveram bem no Século 20: Bat Masterson morreu em 1921 e Wyatt Earp não faleceu até 1929. Josie Bassett, uma das garotas do Wild Bunch, conseguiu viver até 1963 e só morreu porque levou um chute na cabeça de um cavalo. A história não termina com uma era, vestígios, artefatos e pessoas se sobrepõem. A história não para porque a tecnologia e o estilo avançam. O futuro é mais provável que se pareça com o filme Brazil com seu conglomerado de destroços antigos e jatos tecnológicos modernos, do que com as novidades brilhantes de Star Trek. Transformar história em fantasia é perigoso; isso pode levar a noções equivocadas e decisões ruins. Talvez seja hora de crescer e ver que os heróis do Velho Oeste como realmente eram, cowboys, homens da lei e bandidos.
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Cowboys, Homens da Lei & Bandidos - Jerry Bader
Cowboys, Homens da Lei & Bandidos
O Mito da Psique Americana
Por Jerry Bader
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Cowboys, Homens da Lei & Bandidos
O Mito da Psique Americana
Escrito por Jerry Bader
Cowboys, Homens da Lei & Bandidos
O Mito da Psique Americana
Por Jerry Bader
Prefácio
Na década de 1950 os faroestes eram a forma mais popular de drama televisivo. As manhãs de sábado eram preenchidas com imagens em preto e branco de Roy Rogers, Gene Autry, O Cavaleiro Solitário, e The Cisco Kid. A tarde você tinha faroestes mais adultos, como Paladino do Oeste, Rawhide, e Procurado Vivo ou Morto. Espalhados entre esses programas estavam programas que pretendiam ser sobre personagens históricos reais, como Wyatt Earp, Doc Holliday, Bat Masterson, Annie Oakley e Wild Bill Hickok.
Embora o Delegado Matt Dillon de Gunsmoke não fosse real, o Saloon Long Branch era. Claro, o Matt Dillon do escritor John Meston era muito mais próximo de um verdadeiro cowboy da lei do que o que foi representado por James Arness. A versão de rádio de William Conrad era de alguma forma mais real, mais colorida e mais dramática do que a versão televisiva branqueada, embora as histórias fossem similares. Talvez seja apenas uma memória maleável mas de alguma forma o rádio sempre pareceu mais real, mais vívido, e mais presente que a televisão. A televisão transformou tudo em alimento; até mesmo personagens históricos corajosos fascinantes foram transformados em recortes de papelão projetados para a frente das caixas de cereal apresentando a bagunça histórica mole e macia que estava dentro. A diferença entre cowboys, homens da lei e bandidos era meramente um distintivo barato de metal: na maioria das vezes essas designações eram intercambiáveis, com os homens mudando de delegado para vilão e vice-versa com uma carta.
Quando pensamos no Velho Oeste, parece história antiga, mas historicamente foi ontem. Muitos dos personagens do Velho Oeste pós Guerra Civil viveram bem no Século 20: Bat Masterson morreu em 1921 e Wyatt Earp não faleceu até 1929. Josie Bassett, uma das garotas do Wild Bunch, conseguiu viver até 1963 e só morreu porque levou um chute na cabeça de um cavalo. A história não termina com uma era, vestígios, artefatos e pessoas se sobrepõem. A história não para porque a tecnologia e o estilo avançam. O futuro é mais provável que se pareça com o filme Brazil com seu conglomerado de destroços antigos e jatos tecnológicos modernos, do que com as novidades brilhantes de Star Trek. Transformar história em fantasia é perigoso; isso pode levar a noções equivocadas e decisões ruins. Talvez seja hora de crescer e ver que os heróis do Velho Oeste como realmente eram, cowboys, homens da lei e bandidos.
As histórias a seguir são tanto reais como lendas. Como grande parte da história, os relatos são indefinidos e as memórias confusas. Muitos dos relatos foram distorcidos ao longo do tempo por contar e recontar, bem como pela hipérbole da imprensa do Século 19 e dos autores de romance baratos que cobriram os eventos.
O que é verdade, pelo menos para este forasteiro, é que o Velho Oeste moldou a psique Americana e não foi necessariamente de uma boa maneira. Assim como o homem Marlboro, o mito do Velho Oeste deixou um resíduo cancerígeno que permanece até hoje. É uma pena que estes heróis e vilões não possam ser lembrados apenas por quem e pelo quê eles eram, cowboys, homens da lei e bandidos.
––––––––
PARTE I
OS INFAMES
Wyatt Earp
19 de Março, 1848 - 13 de Janeiro, 1929
Wyatt Earp não era um anjo, mas seus defeitos eram menores, e ele nunca matou um homem que não merecesse.
- George W. Parsons, Tombstone Times
Eu hesitei em começar com Wyatt Earp, embora ele realmente seja o símbolo icônico do Velho Oeste, forte, resistente, bonito, e leal. Ele era em vários momentos um jogador, mineiro, dono de bordel, político, matador e homem da lei.
No caso de Wyatt Earp eu não vou usar o termo 'Cowboy' para o descrever, pois pastorear o gado nunca esteve na agenda variada de Earp. Mais significativamente em Tombstone nas décadas de 1870 e 1880, o termo era reservado para um grupo de fazendeiros roubadores de gado chamados de os Cowboys do Condado de Cochise, ou apenas Cowboys para abreviar. Não se pode discutir Wyatt Earp sem incluir seus irmãos, James, Virgil, Morgan, Warren e, claro, seu amigo John Henry Doc Holliday. É o conflito entre os irmãos Earp e a Gangue Cowboy Clanton-McLaury que cimentou o nome Wyatt Earp na história e folclore Americano.
Wyatt Berry Stapp Earp é indiscutivelmente o personagem mais celebrado da era pós-Guerra Civil. Ele tem sido ficcionalizado e glamorizado em filmes e na televisão como o herói do mais famoso tiroteio do velho oeste, o tiroteio no O. K. Corral. Wyatt foi nomeado em homenagem ao oficial comandante de seu pai na Guerra Mexicano-Americana, Capitão Wyatt Berry Stapp, da 2a Companhia de Voluntários de Illinois. Wyatt era um dos filhos mais novos de Earp do segundo casamento de seu pai. Embora ele seja o mais famoso Earp, seus irmaõs mais velhos James e Virgil e seus irmãos mais novos Morgan e Warren eram frequentemente envolvidos em muitos de seus incidentes mais bem documentos junto com seu amigo, o infame Doc Holliday. O que é surpreendentemente claro ao ler relatos da época é que os irmãos Earp eram leais a uma falha um com o outro, e essa lealdade se estendia a seus amigos próximos e companheiros, pessoas como Doc Holliday e Bat Masterson.
Virgil Earp
Durante a Guerra Civil, o pai de Wyatt deixou ele e seus irmãos Morgan e Warren encarregados de sua fazenda de milho em Pella, Iowa, enquanto os irmãos mais velhos James, Virgil e Newton (um meio irmão de um casamento anterior) se juntaram ao Exército da União. O pai de Wyatt passou a guerra recrutando e treinando soldados. Wyatt tinha apenas treze anos; muito jovem para se juntar à luta mas isso não o impediu de tentar. Cada vez que ele fugia para se juntar ao exército, seu pai o encontrava e o trazia de volta. Durante a guerra James foi seriamente ferido e voltou para casa em 1863. Newton e Virgil sobreviveram intactos à luta.
Em Maio de 1864 a família Earp foi para o oeste para San Bernardino, Califórnia. Ao longo do caminho, Wyatt ajudou seu irmão Virgil, que era motorista da Banning Stage Coach Line. Em 1866 ele se tornou carroceiro, conduzindo cargas de Wilmington, Califórnia, para o Território de Utah. Em 1868 ele foi contratado para entregar suprimentos para a Ferrovia Union Pacific. Enquanto trabalhava para a ferrovia, ele desenvolveu seus interesses ao longo da vida em apostas e boxe, tornando-se várias vezes um crupiê de faro e árbitro de boxe.
Em 1868 a família se mudou para Lamar, Missouri, onde o pai de Wyatt, Nicholas, se tornou o policial local. Um ano depois, Wyatt se juntou à família substituindo seu pai como policial local quando seu pai se tornou o Juiz de Paz. Em 1870 Wyatt se casou, mas sua esposa grávida, Urilla, morreu de febre tifóide antes do fim do ano. A morte de sua esposa atingiu Wyatt fortemente, levando a uma série de problemas legais. Ele não entregou todas as taxas de licenças que era responsável por coletar e foi acusado de roubar cavalos. Earp e seus cúmplices Edward Kennedy e John Shown foram presos, mas Earp não ficou esperando pelo julgamento. De alguma forma, ele escapou pelo telhado da prisão.
Earp se dirigiu a Peoria, Illinois, onde foi preso várias vezes por manter e ser encontrado em uma casa de má-fama
e por operar um bordel flutuante. Em pelo menos uma ocasião, seu irmão Morgan também foi preso. Wyatt ficou com uma prostituta chamada Sally Heckell. Ela começou a se chamar de Sally Earp e referir a si mesma como esposa de Wyatt. Wyatt então se mudou para Wichita, Kansas, em 1874, onde Sally e a esposa de seu irmão James foram presas por operarem um bordel. Wyatt provavelmente era o segurança da casa.
Em 1875, o recém-eleito Delegado Municipal Mike Meagher nomeou Wyatt como Vice-Delegado da cidade de Wichita. A passagem de Wyatt como Vice-Delegado chegou ao fim quando ele foi demitido por quebrar a paz, como resultado de uma briga com o ex-Delegado Municipal Bill Smith que acusou Wyatt de empilhar o escritório do Delegado com seus irmãos. Após ser demitido do seu trabalho policial em Wichita, Wyatt se mudou para se juntar ao seu irmão James, que havia aberto um novo bordel em Dodge City.
Dodge City
Dodge City era um importante centro para as movimentações de gado originadas no Texas. Quando os tropeiros chegavam à cidade, eles precisavam desabafar um pouco após a longa, empoeirada e perigosa jornada. O Delegado Municipal Larry Deger nomeou Earp como Delegado Assistente. Neste período, Earp visitou a cidade de Deadwood, Território de Dakota, que se tornaria tão famosa e histórica como Dodge e Tombstone. Seu tempo em Deadwood foi curto, pois o prefeito de Dodge City, James H. Dog Kelley, solicitou que ele voltasse para retomar suas funções de policiamento.
Em 1877, o bandido Dave Rudabaugh roubou um acampamento da Ferrovia Santa Fe. Earp foi nomeado Delegado Federal temporário e designado para rastrear Rudabaugh. Earp rastreou Rudabaugh até o Saloon Bee Hive, que pertencia a um velho amigo, John Shanssey, em Clear Fork, Texas. Shanssey