União Ibérica E Restauração Portuguesa
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União Ibérica E Restauração Portuguesa - Adeilson Nogueira
UNIÃO IBÉRICA E RESTAURAÇÃO
PORTUGUESA
Adeilson Nogueira
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Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do autor. Sob pena da lei.
2
ÍNDICE
INTRODUÇÃO......................................................................................04
UNIÃO IBÉRICA...................................................................................06
TRÉGUA COM A HOLANDA..................................................................23
TRAIÇÃO DOS HOLANDESES................................................................27
BRASIL ESPANHOL...............................................................................34
DOMINAÇÃO UNIVERSAL....................................................................43
CONQUISTA DE PERNAMBUCO...........................................................47
PALMARES..........................................................................................55
RESTAURAÇÃO PORTUGUESA.............................................................60
3
INTRODUÇÃO
Quando morreu D. Henrique, rei de Portugal, o próximo na linha de sucessão ao trono era o rei da Espanha Felipe II, neto do rei português D. Manuel I. Obviamente não era muito encantador aos olhos portugueses ser governado por um rei espanhol. Todavia a crise que parecia que iria ocorrer não houve. Em troca de uma boa dose de autonomia, os portugueses concordaram em ser súditos de um monarca de seu sangue (a mãe de Felipe era portuguesa), que parecia respeitá-los, bem como a seus costumes.
Assim, a Península Ibérica ficou reunida sob o cetro de um rei.
Portugal e Espanha tomaram-se um só, porém nunca houve uma assimilação de Portugal e seu império à Espanha.
4
Felipe, naquele momento dono do Brasil, mudou-se para Lisboa e sufocou algumas pequenas tentativas de resistência.
Essa união foi de fundamental importância. Se o Brasil permaneceu na órbita de influência de Portugal, o país passava, então, a integrar um espaço comercial mais amplo. A relação do Brasil com as colônias espanholas na América do Sul até essa data era de quase total indiferença.
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UNIÃO IBÉRICA
A divisão do Brasil em dois governos provara mal, e dois anos antes de expirar o termo da administração de Brito, tornou-se o do Rio de Janeiro outra vez sujeito ao da Bahia. Foi Diogo Lourenço da Veiga o novo governador. O ano da sua chegada foi esse ano fatal a Portugal, em que Dom Sebastião com toda a flor do seu reino sucumbiu nos desertos da África.
Este sucesso poderia ter produzido para o Brasil as mais extraordinárias consequências. Felipe II de Espanha, enquanto com os demais pretendentes amargurava os últimos tristes dias da vida de Dom Henrique, instando por que decidisse a questão da sucessão, oferecia todas estas colônias com absoluta soberania e o título de rei ao duque de Bragança, se quisesse desistir das 6
suas pretenções à coroa de Portugal. Nem ele, fazendo a oferta, nem o duque, rejeitando-a, lhe calculavam o alcance.
Os Franceses fizeram uma tentativa política para se aproveitarem das perturbações que se seguiram; mandaram três navios ao Rio de Janeiro, e recado ao governador Salvador Correa de Sá, dizendo-se vindos com carias de dom Antonio, prior do Crato, que chamavam rei de Portugal. Não quis ele receber as cartas, nem deixá-los entrar, e a barra estava já demasiado fortificada para que a forçassem. Assim terminou a tentativa de Dom Antonio sobre o Brasil menos desastrosamente do que nenhuma das suas outras empresas.
Mas se o prior do Crato tivesse compreendido a própria fraqueza, e possuido um gênio digno da posição a que aspirava, poderia sem resistência ter-se estabelecido neste grande império. O mais hábil dos seus partidários, Dom Pedro da Cunha, verdadeiro Português da heróica têmpera antiga, era capitão do porto de Lisboa, e tinha as naus às suas ordens; vendo quanto era impossível, que Dom Antonio, tendo só por si a gente da capital, resistisse a Alba e ao seu exército, instou com ele porque, embarcando-se com quantos quisessem seguir-lhe a fortuna, fosse com o título de rei de Portugal estabelecer-se no Brasil, onde era certo que as demais potências, por ciumes da Espanha e pelas vantagens do comércio, o reconheceriam e apoiariam. Mas este bom e magnifico conselho, como com justo orgulho o chama o descendente de Dom Pedro, não foi ouvido, e Dom Antonio ao Marco Antonio, mas morreu criança, miserável fugitivo.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir em 1578, que resultou na morte do jovem rei português D. Sebastião, ditou o fim da Dinastia 7
de Aviz. O sucessor, seu tio Cardeal Henrique de Portugal, tinha 70
anos na época. À sua morte, em 31 de Janeiro de 1580, seguiu-se uma crise de sucessão, com três netos de D. Manuel I de Portugal a reivindicar o trono: Catarina, infanta de Portugal, duquesa de Bragança, António, Prior do Crato e Felipe II de Espanha.
A maioria dos membros do Conselho de Governadores do Reino de Portugal apoiou Felipe. Após partirem para Espanha, declaram-no o sucessor legal do Henrique. Perante a falta de uma decisão clara sobre a sucessão, os dois principais pretendentes passam à ação: o primeiro movimento foi de Felipe II, cujas forças castelhanas entram no Alentejo a 16 de Fevereiro, tomando sem resistência diversas praças. O Prior do Crato consegue um crescente apoio do povo, mobilizando a seu favor o sentimento patriótico e a recusa à aceitação de um monarca estrangeiro. Em 24 de Julho 1580 foi aclamado rei de Portugal pelo povo de Santarém, e, em seguida, em muitas cidades e vilas do país.
Assumindo o título de Dom Antonio I, partiu para Lisboa onde foi recebido sem grande entusiasmo.
O Terço Espanhol comandado pelo terceiro duque de Alba, Fernando Pimentel marchou para a capital. Antes de entrar em Lisboa, o duque de Alba impôs às províncias portuguesas a sujeição a Felipe II. A 25 de Agosto travou a Batalha de Alcântara, derrotando a força leal ao Prior do Crato chefiada por Dom