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O Sonho a realizar de Robson da Cruz: Sonho de um homem.
O Sonho a realizar de Robson da Cruz: Sonho de um homem.
O Sonho a realizar de Robson da Cruz: Sonho de um homem.
E-book390 páginas5 horas

O Sonho a realizar de Robson da Cruz: Sonho de um homem.

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Sobre este e-book

O sonho a realizar de Robson da Cruz: casa própria.Por:Irênio Lopes CoutinhoEste livro conta a estória de um homem casado recentemente, que precisa estar distante ( fora de Salvador) da sua família a trabalho em um dos inúmeros interiores do enorme estado da Bahia, mais especificamente cidade de Morro do Chapéu.Ele é dedicado e 'muito família'. Além de muito caridoso.Não obstante chega o tempo de partir; choroso... Já sentindo saudades, deixa a esposa também chorosa em Salvador enquanto caminha rumo ao seu destino das aventuras e trabalhos duros nas fazendas daquele interior mencionado acima. Com objetivo únicoTeria que se adaptar às obrigações de ser mais um assentado, de ser mais um a levar ordens, desprezo, discriminação... etc.Deixara mulher e três filhos para trás: Guilherme seu enteado mais velho, Deise sua enteada adolescente, e, sua filha boiológica Iza-Déborah, esta um bebê de quase um aninho de idade.Era-lhe necessário esse destino. Um sacrifício em pró do bem de sua família! E assim começa mais um enredo fascinante!.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de abr. de 2022
ISBN9781526004284
O Sonho a realizar de Robson da Cruz: Sonho de um homem.

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    O Sonho a realizar de Robson da Cruz - Irênio Lopes Coutinho

    O sonho a realizar de Robson da Cruz (casa própria).

    Salvador e Morro do Chapéu -Bahia-Brasil

    Bairro da paz-Salvador.

    Primeira década do ano 2000.

    Capítulo 01.

    Cout encontra-se no centro de um bairro discriminado e muito humilde, que era, e ainda é, por algumas pessoas, conhecido como a invasão das Malvinas; mas não vem à tona neste livro o relato histórico da citada invasão, que é hoje, o distinto Bairro da Paz, o qual não menos que as Malvinas do passado, ainda ouve os estampidos das munições de armas de fogo requintadas a ressoarem em sintonia com as gargalhadas fúnebres de suas metralhadoras vassouras em seus morros à Rio, os quais também gritam, choram, e desesperam-se.

    O Bairro da Paz, apesar de situar-se no coração de Salvador, é de aspecto interiorano; acuado nas suas quatro laterais de extremidades: à Leste, a famosa Rua Km 17 coligada ao bairro famosíssimo de Itapoã; a Oeste, as compridas e serpenteadas pistas (duas pistas com quatro vias cada) da Avenida Paralela, que se integra também em Itapoã, mas especificamente na sua principal Rua Dorival Caymi; Ao Sul, a luxuosa Avenida Orlando Gomes, a qual se escoa serpenteando da Avenida Paralela à Praia de Piatã, margeada com suas dezenas de condomínios fechados suntuosos com o Bairro da Paz a observá-los, prudente, também ao nível do mar.

    Este Bairro humilde é entremeado de pés de cocos, mangas, bananeiras, abacateiros… Enfim, uma bacia repleta de morros que vingou, apesar de ataques insensíveis de uma partícula do sistema de politicagem brasileira baiana de outrora.

    São exatamente 22h00min;

    a noite é fria e chuvosa, chegando este fenômeno da natureza ser torrencial. Robson da Cruz o Cout, está sentado sobre a sua cama de casal tubular branca, esta situada no modesto quarto de um casebre que comporta apenas uma sala, um quarto, uma cozinha e um banheiro, além de uma pequena área de terreno bruto, que é circundada com cercas de arames farpados e telas doadas pela querida Lila Brito: uma mulher de estatura mediana, possuidora de olhos claros, gaúcha e loura, esta ex-patroa da esposa de Robson da Cruz, mas sempre atuante, progressivamente, em seus melhores momentos de vida. Esta madama é moradora de um desses condomínios fechados mencionados acima.

    A residência de Cout tem em seu quintal um pequeno galinheiro… O telhado da casa é de Eternit. A casinha tem suas portas e janelas gradeadas, ela apenas sentiu-se ser revestida de reboco na sua fachada. Ao lado de Cout encontra-se sua bela filha, vestida em um minúsculo macacãozinho com o seu consolo inseparável (o bico) cuja base ressalta uma colorida arca de Noé navegando no plástico. Na salazinha, acomodadas em suas respectivas poltronas (doadas) encontram-se sua esposa e a sua enteada, esta uma jovem (simpática) negra de treze anos de idade.

    O rack repleto de bugigangas, um beliche e uma mesinha de centro velha, e improvisada com pés de ferro decoram a saleta. A esposa de Cout é uma mulher religiosa e balzaquiana (ouviram o assovio do apto potente do guarda-noturno se escoar nas raras ruas desprovidas de asfalto, inclusive a deles).

    No dia seis de novembro de 2001, terça-feira às 08h15min conheci o (…) 214-0872.

    Este lembrete muitíssimo importante para ele e sua esposa fora guardado, e é guardado como uma raridade (por ela). O número de telefone era o da irmã de Cout cuja esposa é uma mulher de corpo forte, mas bem delineado. Possui rosto simpático, cabelos grossos e lábios perfeitamente torneados. Tem um metro e sessenta de altura, é de cor negra (no registro) a pele é parda, da cor igual à dele , o qual é magro, miúdo, tem um metro e setenta de altura é moreno de cabelos lisos pretos, trilhados com fios prata.

    Bem, sabemos que tudo tem o seu tempo de realização debaixo do sol. E não podemos testemunhar de um fato que não conhecemos ou que não se tenha convivido, tal qual palavras soltas ao ar.

    Hoje, é terça-feira, exatamente 23h00min. A viagem a Morro de Chapéu onde está previsto ser o acampamento para tentarem dar início à reforma agrária é no próximo domingo às 20h00min.

    A esposa de Cout, arrumou a cama de seu bebê que se resume em panos do próprio sobre sua cama ao centro (o bebê impressionantemente detesta o berço), sentou-se está meditandoalgo adradável aos seu coração..

    Neste momento a esposa dele já está deitada sob o quente cobertor acolchoado que ganhara de presente da ex-patroa dela. Esta se encontra abraçada com o seu bebê, o qual lhe é uma cópia fiel. Amamenta-o.

    Cout já tem uma boa noite e expectativa agradável, a qual antecede o empreendimento principal mencionado acima.

    Sexta-feira às 11h55 minutos de uma manhã fria e nublada, Cout está só.

    Há pouco dialogara com o seu sogro. Contou-lhe da viagem, finalmente.

    Seu sogro é um idoso cabo-verde, grisalho, de estatura alta e usa de uma muleta. Um ex-caminhoneiro, que se tornara alcoólatra; fora curado de tuberculose recentemente após internamento em um hospital católico local famoso.

    Mais tarde, indo ao quintal, Cout observa dois galos, um vermelho e branco juntamente com suas galinhas brancas, voavam através das telas do galinheiro na ânsia de catar algo que lhes tragam nutrientes aos papos. Ele observou a bacia plástica transparente de seu bebê repleta de roupas infantis que estavam depositadas junto a uma fossa selada, bem verdade não está cerrada padronizada como uma tumular tampa de concreto convencional.

    Automaticamente fitou o quarador um tanto vazio e entrou em ação, apossando-se de pregadores, pôs-se a estender as fraldas e as roupinhas. Lembrou-se que sua esposa lhe havia pedido para fazê-lo. Mas havia esquecido. Pois, assim que ela e a irmã se retiraram, teve lembrança deste livro o qual havia selado com a frase: Sem mais… Honestamente estava convicto que volveria a escrevê-lo somente no domingo pela manhã como havia planejado.

    Sem dúvidas, estava preocupado com a viagem, que, implacável, se aproximava como um soldado avança contra o inimigo. Contudo, ficou deveras confiante e satisfeito em ir a Itapoã a pé.

    Entrou em dos bancos, onde após inserir o seu cartão esperançoso em ver um salário mínimo disponível… Realmente foi o que viu! Resmungou um agradecimento aos céus quase que inaudível. Era o seu PIS. Sacou-o por completo e imediatamente deixou a renomada Instituição. Andou vários quarteirões até a Praia de Itapoã, onde, em um banco de cimento, sentou-se por minutos. A meditação continuava ao passo que contemplava o mar, cujas águas, cinzas, (ondas de agosto) eram sucessivas e salientes.

    Suas cristas alvas como o leite, rolavam majestosas até suprimir seus desfiles naturais, transformando-se em massas de águas efervescentes. Eram corriqueiras, seguindo de encontro à areia, que as recebia gostosa, a lavada rotineira em um vaivém interminável. Lambida a areia, retorna suas águas satisfeitas as quais penetram em outras para formar as novas ondas. Instantes depois, Cout retornou à sua casa a pé; são quase vinte e cinco minutos de uma andada ininterrupta. No caminho pensava; planejava a viagem que faria; maquinava a sua situação. Ao penetrar em sua residência foi com uma pequena compra.

    Sabia que teria de manter certa prudência para ir a Morro de Chapéu e administrar o pobre salário adquirido.

    Neste mesmo dia, era 11 de agosto, foi ele e a esposa à Fazenda Grande do Retiro, este bairro o viu praticamente nascer.

    Deixaram o Bairro da Paz aproximadamente às 16 horas e poucos minutos e foram chegar ao seu destino às 18 horas e poucos minutos. Realmente havia se atrasado muito e ainda tinham que subir a famosa ladeira íngreme do Retiro. Ao passo que carregava o seu bebê, brincou com a sua esposa:

    __ Vamos subir a ladeira na primeira…

    Tarde do dia seguinte.

    Nas ruas muitas pessoas; Vidas vaivém. A mãe de Cout é sábia e muito idosa, regra ainda mais seus dias excepcionalmente reais.

    Cansada de se levantar e deitar-se… É necessário andar vagarosamente.

    Apesar de sua aparência demonstra quase que imperceptivelmente, impaciência com a dolorosa experiência que sente e vive na carne.

    Inquieta, principalmente com o seu braço esquerdo, que precisa sempre está aquecido… Sequela de uma artrose implacável, que a faz despertar e sentar-se à beira da cama todas as madrugadas.

    Entre cochilos, a mãe de Cout indagara à sua esposa na sua ausência, sobre essa viagem para o filho dela tão almejada:

    __ Hein, menina… Como é que vocês vão lá pra esse negócio? Ele nunca pegou em enxada… Não sabe trabalhar na roça… E pra comer? E dinheiro pra comer? __ inquiriu com sua voz mais ainda debilitada pela enfermidade.

    __ Ele vai ter que fazer… Acender fogo de lenha. E fazer sua comida __ retrucou-lhe a nora, pacientemente.

    Ao cair da tarde, entre novos cochilos da velha senhora. Estando

    Seu filho caçula perto dela diante de uma TV ligada:

    __ Olhe… Não falo para não dizer que estou me metendo em sua vida… Mas não acho bom…

    Foi Cout quem puxara o diálogo.

    __ Para saber se é bom ou não… É necessário trabalhar…

    __ Você não sabe trabalhar na roça…

    __ Aprende, mãe __ disse interferindo-a determinado. E a tarde escoou-se.

    Chegara hora de ir com sua família retornar ao lar. Despediu-se dos seus familiares. E, instantes seguintes estavam descendo a ladeira do Retiro. Levava um guarda-chuva quebrado, que fora emprestado por outra irmã. E desciam sob um insistente chuvisco frio, gélido.

    O ônibus de bandeira Aeroporto ou Mussurunga os deixariam à entrada do Bairro da Paz, onde andaram uns cem metros bairro adentro; foi quando contemplou uma senhora que já havia servido de secretária voluntária à Associação Cristo Rei, cujas reuniões eram realizadas aos domingos de 15 em 15 dias, depois passou a ser de mês em mês, sempre em uma chácara situada no bairro de São Cristóvão do Aeroporto.

    Aproximou-se da mulher:

    __ Está preparada? __ indagou Cout, cuja esposa seguia vagamente levando a sacola e seu bebê. Observou-a até encobrir em uma curva.

    __ Sim, sim… Estou sim. Agora mesmo vou comprar a lona para fazer o barraco… __ Inquiriu-lhe como um leigo total no assunto:

    __ A lona?

    __ É, a lona…

    __ E não tinha um político que prometeu dá as lonas?

    __ Era, mas parece que ele recuou __ disse encarando-o.

    __ E quanto é a lona? __ Perguntou-lhe um tanto decepcionado.

    __Um metro é dois reais e pouco. Vou comprar quatro vezes oito. Uma pessoa me disse que dar uma cabana grande…

    Desta vez interrompeu-lhe demonstrando preocupação:

    __ Quatro por oito?…

    __ Sim __ retrucou. Sentia-lhe o entusiasmo à flor da pele.

    __ Onde vende?

    __ Ali… __ Ela fazia gestos __ no depósito. Não aqui neste. Ele também tem. Mas lá… Perto de um mercadinho. Lá a lona é mais grossa. A desse depósito é fina.

    Pensou por frações de segundos e perguntou-lhe:

    __ E o que mais é preciso?

    __ A lona, dinheiro para o ônibus…

    __ O ônibus? __ interferiu-lhe mais decepcionado e surpreso. E continuou: __ Não tinham também garantido o ônibus?

    __ É, mas acho que não deu certo, não.

    Pensou por mais alguns segundos, e voltou a falar:

    __ E como é que vamos viajar?

    __ Ele vai alugar o ônibus…

    __ Alugar?…

    __ É, alugar…

    __Quanto?__ inquiriu instantaneamente, e pensava nos companheiros que, se preciso fosse, enfrentariam a viagem sem um centavo de real no miserável bolso.

    __ A metade do preço da passagem, __ respondeu ela.

    __ Então vão ser 20 e poucos reais para cada?

    A senhora limitou-se em menear a cabeça que sim.

    __ A senhora vai dá?

    __ Claro __ disse sem pestanejar. E concluiu a frase otimista: __ A gente não pode perder essa oportunidade, não é?

    Concordou com a cabeça, encarando-a.

    Minha esposa já deve estar longe. Robson tentou falar:

    __ É… __ ela o interferiu: __ Eu vou mais volto na terça-feira…

    __ Na terça-feira?…__ inquiriu interrompendo-a. E continuou: __ Quem vai ficar lá no lugar da senhora?

    __ Meu filho… Eu tenho que continuar a estudar. Vou me formar agora em dezembro.

    Ele meneou a cabeça que sim e prosseguiu:

    __ Está certo… Então até domingo.

    __ Até domingo __ retrucou ela seguindo com os mesmos passos rápidos em direção à rua principal que a levaria ao depósito de materiais de construção mais próximo.

    Cout seguiu imaginando o que fazer para continuar em seu propósito de viajar para Morro do Chapéu. Decidiu em seu íntimo nada comentar com sua esposa. Assim pensou, assim agiu. Ao dobrar a curva, avistou-a sentada no alto de um passeio o esperando, como se espera a chuva no tempo do calor.

    Hoje, sábado, necessário que prossiga em descrever o andamento dessa viagem a Morro do Chapéu com o objetivo almejado de acampar, assentar, fazer estâncias.

    Após uma noite cujo sono foi como que varrido para longe pelo vento, em um misto de diálogos, amor e soluções, Cout despertou pela manhã às 08h00. Olhou seu arredor; sua esposa não se encontrava na cama. Fitou o interior do berço humilde doado da sua filhinha, onde contemplou o seu bebê todo emaranhado em seu mosquiteiro. Puxava-o e ainda mais se embaraçava resmungando com sua voz encantadora como se fosse (para ele) uma melodia angelical.

    Apressou-se em deixar a cama e livrar a sua menina de seu mosquiteiro, que a irritava.

    Arrumou-a confortavelmente dentro de seu berço. Agora a criancinha brincava.

    Foi à cozinha com passos largos; nenhum sinal da sua esposa. Olhou o cesto do lixo, e notou que estava sem o seu devido saco plástico de supermercados. Deu alguns passos, e, estendeu pela metade, seu corpo para fora da porta do quintal segurando na parede para se certificar que ela tinha levado os sacos do lixo acumulados. Sim. Havia levado. Então aguçou os seus ouvidos e ouviu que, da rua de baixo, vinha um barulho de motor de caminhão do lixo ainda a roncar. Dando novos passos, penetrou no banheiro, assim que pegou o barbeador à presença agradável de sua esposa invadiu a cozinha; na pia, ele lavava as mãos.

    Finalmente estamos no domingo.

    Cout gostou da reunião da associação lá na chácara, que fica no bairro de São Cristóvão, próximo ao Aeroporto.

    São pontualmente 20h50min. Está acomodado no sofá de três lugares de cor vinho com desenhos tribais preto; Sua enteada saiu. Sua esposa amamenta seu bebê em seu quarto. De onde se encontra as observo entre curtas conversas entre eles ao passo que ouvem (costumeiramente) o rádio velho sintonizado em uma das emissoras.

    A Reunião anterior à decisiva.

    A

    reunião da Associação Cristo Rei estava marcada para 13h; quando Cout chegou à chácara eram próximo às 14h. Havia alguns associados do lado de fora da porta de madeira, onde se inclui uma porta com portículo. Olhando através deste, distando 50 metros avistou uma pequena multidão. Esta estava espalhada sob a casa do churrasco e transbordavam sentados sobre a grama ao redor.

    Alguns retardatários tinham mais que depressa, se dirigidos a uma comprida mesa de madeira polida junto à lareira na intenção de assinarem a lista de presença, não deixando, porém, de decorar o número individual fornecido, uma espécie de código, que em verdade não viera a ter utilidade alguma.

    Assinara o nome completo de sua esposa (Suely) que era a titular… E, após cumprimentar alguns conhecidos, acomodou-se pacientemente. Havia deixado sua velha bicicleta deitada à grama. Contemplou toda a área ao seu redor como de costume. Sua dimensão era pouco menos que um equitare. Notou que havia mudado algumas coisas, pois ia fazer seis meses que comparecera. Havia várias cabeças de cabras e bodes, dezenas cabeças de galinhas e galos, pintos etc. Além de um solitário potro e uma gaiola grande contendo pássaros de trinados compassados próxima a ele.

    Começa a reunião:. Às vezes a reunião resumia-se em petições, murmúrios…

    Por fim ficou decidido que 30 e poucas pessoas seguiriam a Morro do Chapéu no próximo sábado às 20h. Cout prontificou-se a ir, principalmente porque as pessoas que não iriam assinariam um termo de responsabilidade, inclusive a sua esposa. Este documento não sairia de teoria e ilusão. E sua esposa não assinaria esse documento, o qual se resumira em serem 10 reais para cada membro. Entretanto, sessenta pessoas assinaram a lista.

    A intenção desta seria transformar a quantia em dinheiro em alimentos, sacas de grãos, mensalmente, para os que se inscreveram voluntariamente em viajar, tanto que, os que vão viajar de ontem há oito dias, e, que tinham o dinheiro no momento, pagavam 18 reais que acumulados seria o pagamento do ônibus que irá levá-los a Morro do Chapéu pela frívola importância de um mil reais; cria que o motorista nutria acertada compaixão deles.

    O presidente da Associação Cristo Rei, um homem negro, esbelto e que, aparentemente, demonstrava sinceridade aos associados em geral. Empenhara-se em deixar isso patente confirmando seu tempero com cheiro verde:

    __ Esse valor cobrado é uma oportunidade única!

    Alegraram-se e consentiram com sorrisos nos lábios, tais quais ’tolos’ que se passa por sábios quando permanecem calados.

    Mais quarenta e poucas pessoas garantiriam quitar sua parte; seriam vinte e poucos reais até a próxima quarta-feira às 14h00min.

    Houve então a infalível reunião se bem que quase todo o povo já se havia se retirado mais radiante como criança repleta de promessas de presentes ao sair da escolinha ou ir ao zoológico vê Chita…

    Havia ficado Cout, o presidente (o homem negro), Fernando, Jorge e um sertanejo que mora na cidade de Morro do Chapéu.

    Este era presidente de uma associação. Porém confessou que iria ficar com eles no acampamento, que será junto da cerca da enorme área de terra que abrange três fazendas, as quais reúnem quase 10 mil equitares. O sertanejo fora informado em sua cidade que já está dividido, entre eles, 108 famílias (Não obstante as circunstâncias, enfermidades, rivalidades, ignorância, hipocrisias iriam provocar a queda de muitos desses associados).

    Quando os retardatários de saída da reunião se preparavam para deixar a chácara, perceberam que havia um homem branco junto à portinhola, a qual revela apenas o perfil do sujeito sob o pequeno pórtico, seguiram-no de encontro.

    Ainda ao saírem avistaram outro homem de cor branca, vestido com uma camisa que exibia a estampa de político para Cout e muitos dos seus companheiros, desconhecidos.

    Houve rápido diálogo entre eles; o presidente da associação da Capital baiana e Fernando o tesoureiro __ um homem de estatura média, corpo atlético, moreno (que ia entregar o seu cargo como alguém que desconfiava de algo) __ no momento segurava nos braços as grossas pastas que contêm fichas de todos os associados.

    Instante seguinte ficou convencionado entre eles que o presidente e Fernando, amanhã pela manhã, ligarão para todos os associados a fim de coligir o número de cada título de eleitor para fornecer àquele político, que, haveria se Deus quisesse ajudar a pagar o montante de mil reais com o fim de pagar o frete do ônibus.

    Momentos depois ambos os homens de cor clara partiram em um Fiat uno verde musgo, o qual se encontrava estacionado na calçada, com a porta do carona aberta. Despediram-se deles, os quais estavam ainda mais confiantes de serem ressarcidos com os 18 reais que deram para pagamento do aluguel do ônibus. Sim, estavam mais uma vez iludidos. Todo o esquema acima não saiu de palavras que voaram a se perder no ar. Cout retornou ao Bairro da Paz.

    Era uma quinta-feira seis horas e poucos minutos; para Cout acrescentar a narração foi necessário se lembrar que não registrou neste livro alguns fatos que ainda ontem à tarde sucedeu na reunião da associação. Observe:

    __ E

    u aconselho você ir amanhã, João, ao INCRA…

    Este interferira Fernando branco enfaticamente:

    __ Não! Só vou para o INCRA quando mandar esse povo da primeira remessa, que são 30 e poucas pessoas…

    __ Mas João…

    __ Não! Só vou segunda-feira… Sábado às 10 horas esse povo viaja. Passa domingo… Na segunda-feira vou lá… José Dirceu disse que só vai liberar terras para os acampados que estão lá.

    __ Concordo com você, João __ dissera Fernando branco. Este personagem verídico entre outros os avistariam na primeira viagem, quando retornariam no mesmo ônibus a exemplo de nosso presidente…

    Mais tarde. Cout estava decidido a ir a Fazenda Grande do Retiro, onde sua mãe estar preocupada. Dar-lhe-ia a notícia da emissão de posse, na tentativa de acalmar-lhe os nervos agastados.

    Era quinta-feira, ao crepúsculo Cout retornou à sua atividade, aliviado concernente a sua velha mãe, e a preocupação dela a respeito dele por causa dessa viagem a Morro do Chapéu no sábado que se aproxima, como uma enchente que invadi uma cidade.

    Todos esses três primeiros dias de trabalho da sua esposa acordaram às 5h da manhã para que ela não chegasse atrasada. Excepcionalmente hoje, após experimentar as três vias que leva a sua esposa ao ponto de concordarem que a rua do meio seria ideal, mais curta, para quem sai às 5h30min.

    Ela seguiu só.

    Momento seguinte Cout vestiu-se e foi a pé a Itapoã. Entrou na Avenida Dorival Caymi em direção a um banco famoso, onde sacou uma quantia em dinheiro e dirigiu-se a um ponto de ônibus próximo a Sereia (que é uma estátua que serve como ponto de referência para muitas pessoas se encontrarem), na rua principal, onde, em um ponto, tomou um ônibus de bandeira Fazenda Grande. Como é normal, passou quase uma hora de viaje para chegar ao destino.

    Sua velha mãe estava sentada em um muro baixo de um dos dois becos de sua casa. Este beco onde ela se encontrava dá acesso ao quintal não muito espaçoso. Após saudar-lhe dialogaram.

    Ele lhe falava do acontecimento mais importante, era a emissão de posse. Contudo, cautelosamente, não comentou mais a respeito da emissão de posse, nem do acampamento, senão quando ela indagou a respeito desse seu objetivo. Permaneceu na sua presença ajudando-a a se locomover por algumas vezes em um passeio curtíssimo pelo interior da sua residência.

    P

    ela manhã ainda, Cout dormiu um pouco, almoçou, assistiu as notícias da TV. E às 14h20min, despediu-se da mãe, irmã, sobrinhas, outra irmã que reside no primeiro andar dos fundos.

    __ Mãe, só venho aqui daqui a dois meses.

    __ Se Deus quiser __ retrucou com sua voz cansada, deitada de lado em sua cama de casal. Ele já a havia ajudado a se deitar e também lhe enrolado o braço esquerdo doente com um pequeno cobertor de cor branca. Inclinou-se, beijou-a, desejou-a que Deus lhe desse, mais saúde.

    __ Amém! Dá lembrança à Suely! __ replicou com sua voz débil… Como uma árvore que vai caindo lentamente.

    __ Amém! Obrigado. Tenha uma boa tarde, mãe __ disse Cout . E soergueu-se seguindo para beijar a testa de sua irmã mulher alta e simpática.

    Graças a Deus! Sua mãe ficara despreocupada!

    A Reunião decisiva.

    Concernente a reunião na Associação Cristo Rei, chegou às 15h e encontrou-a em andamento.

    Recapitulando que, em certo espaço de tempo, alguns companheiros pagavam o dinheiro que haviam prometido; alguns pagavam 18 reais; outros desembolsavam 28 reais. Isto porque fora acertado entre eles, membro da associação que 18 reais seriam para o montante do aluguel do ônibus que os conduziria. E mais 10 reais seria para comprar as sacas de alimentos ou grãos, carne seca etc.

    Tudo (menos o ônibus) fora um malogro.

    Infelizmente na contabilidade do então presidente (negro: nenhum preconceito com cor) ainda se quer haviam fechado mil reais do frete do ônibus, tampouco adquirido o suficiente também para alimentação.

    Não obstante pairava no ar, como o sereno que seca no calor do verão, a expectativa de esteio de tal político candidato a vereador. E olhe que ele era-lhes totalmente desconhecido, mesmo para o meio religioso ali reunido, o qual somava 80% dos associados tal qual o próprio presidente da entidade.

    O diálogo coloquial ficaria ainda mais incrementado após retornar às suas residências quase todos os associados. Quando Cout imaginou que ia terminar a reunião adentrou a chácara um homem branco vestido socialmente. Trazia sua pasta costumeira a tiracolo. Dava-se inicio o próximo ato verídico…

    O presidente do acampamento deixou patente sua alegria com a presença daquele… Não sabe se companheiro… Este tinha a aparência de hábil vendedor de goela afinada ou de bom papo. Era como se fosse uma figura motriz representando para encorajá-los. Entre palavras corriqueiras o recém chegado e motivado ao extremo, sem se acomodar, e como um chefe decidindo o que eles deveriam fazer, soltou com entusiasmo contagiante a melhor notícia desde que a Associação Cristo Rei fora fundada, há aproximadamente sete anos:

    __ Saiu emissão de posse! Já veio de Brasília… Não diga que eu dei essa notícia… Seria o Fernando que ia falar.

    Este Fernando não é o tesoureiro. Este é um senhor branco, de boa aparência… Bem, tratava-se do título e concessão de uso das terras que fora ratificado pelo Congresso nacional (A Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em cinco de outubro de 1988, diz que, a alienação ou a concessão, a qualquer título de terras públicas com áreas superiores a dois mil e quinhentas equitares a pessoa física ou jurídica, ainda por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso nacional.) e retornaria ao INCRA em Salvador. No segundo parágrafo reza: excetuam-se do disposto no parágrafo anterior às alienações ou concessões de terras públicas para fim de reforma agrária…

    Dando um brado de glorificação a Deus, revelou seu júbilo, o presidente da associação da Capital.

    Outros membros também se alegraram com rostos brilhantes e sorrisos nos lábios, glorificavam com moderação como se algo estranho estivesse acontecendo, a exemplo do próprio , que registrava, fixamente, a reação das faces ali presentes, como se estivesse desconfiado.

    Fora uma verdadeira cruzada de palavras entre eles. E até conversas confidencias. Fernando branco, ao fixar-lhe os olhos claros limitou-se a menear a cabeça que sim ou não, mantendo prudência e discrição ao muito que tinha ouvido àquela tarde em que o devido lençol preto da noite agasalhava-a fria e incontestavelmente. Ainda assim chegariam alguns companheiros muito atrasados, exceto a esposa esbelta atarracada do presidente da associação da Capital.

    Ontem, sábado à noite Cout e sua esposa começaram arrumar as bagagens necessárias para que seguisse a São Cristóvão, à chácara, onde os companheiros e companheiras que iam viajar acumulavam-se frente à fachada, eles circulavam no interior da residência, radiantes como o nascer do dia.

    Cout deixou a sua morada no Bairro da Paz às 20h em companhia da sua vizinha de nome Fátima, uma mulata, que trazia as suas ferramentas, carregando-as sobre os braços.

    A sua enteada dividia uma sacola grande com sua esposa, cada uma em cada alça, ao passo que ele com um imenso saco fino azul celeste de lixo, nas costas o firmava.

    Não demorou muito, após chegarem lá em cima, no ponto de ônibus, este chegou. Arrumaram as bugigangas na frente do veículo próximo ao motorista.

    Sua esposa, ele e Deise notaram a filhinha de Cout tornar-se sensível e pôs-se, esta, a chorar copiosamente. Ele tentava consolá-la, mas sem êxito. O bebê só se deixou consolar após a chegada de sua mãe.

    Quando o motorista o deixou no ponto de ônibus no bairro de São Cristóvão, Cout observou enquanto retirava as bagagens do ônibus, uma jovem senhora sentada sobre o paralelepípedo frente ao ponto, acompanhada de uma criança. Indagou-lhe por fim:

    __ A senhora pode tomar conta dessas coisas? __ Apontava-as. __ Enquanto eu levo essas coisas ali?

    Ela meneou a cabeça positivamente. Então ele tomou nos braços o saco grande de lixo azul celeste e seguiu em direção chácara. Minutos depois retornou ao ponto, a fim de levar os restantes das bagagens. Foi quando se lembrou da sua esposa. Utilizando-se de um orelhão, ligou para sua vizinha. Após o aparelho telefônico chamar várias vezes, senhora Ninha, jovem senhora morena clara, cabelos e olhos castanhos, atendeu:

    __ Alô!

    __ Ninha, é… (disse seu nome) Suely está? Não estando ela em casa, está na casa de Silvana… Não quero viajar sem antes falar com ela.

    __ Está bem, volte a ligar daqui a 10 minutos.

    __ Está bem, Ninha,

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