Sindicalismo: Da Expectativa Revolucionária à Crítica da Conformação Burocrática
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Sobre este e-book
José Santana da Silva
Graduado em Ciências Sociais; Mestre em História; Doutor em História; Professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
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Sindicalismo - José Santana da Silva
INTRODUÇÃO
A afirmação basilar de que A história de todas as sociedades [de classes] que existiram até hoje é a história da luta de classes
, contida no Manifesto comunista, de Marx e Engels, encontra pleno sentido quando aplicada à história da organização sindical. Os sindicatos nasceram com o capitalismo, uma criação dos operários para combater a exploração da sua força de trabalho pelos capitalistas.
Na fase inicial do capitalismo, apesar da propagação da filosofia política liberal entre a burguesia, nos países em que o processo de industrialização se encontrava mais avançado, os operários eram proibidos de se associarem. O Estado britânico foi o primeiro a reconhecer esse direito dos trabalhadores, sendo regulado por uma lei em 1824. Segundo Engels (2008), essa lei anulava todas as disposições precedentes que, até então, proibiam aos operários associar-se para a defesa de seus interesses
(p. 249). A partir de então, houve uma acelerada expansão das trade unions, termo utilizado para denominar os sindicatos operários na Inglaterra.
A mesma lei que assegurou aos operários o direito de se organizarem em sindicatos também impôs limites à sua atuação. Uma das mais importantes era a obrigação de comunicar aos patrões com antecedência a decisão de realizar uma paralisação do trabalho ou uma greve. Apesar das limitações legais impostas às trade unions pelo Estado burguês, que cristalizou o seu caráter reformista, elas se tornaram referência de organização para trabalhadores de vários países. O seu reconhecimento oficial foi considerado por militantes e pensadores revolucionários no século 19 como uma importante conquista da classe operária.
A expansão das relações capitalistas de produção teve como um dos seus principais efeitos o crescimento do movimento operário e dos sindicatos. Embora não fosse precisamente uma organização sindical, a Associação Internacional dos Trabalhadores – AIT –, fundada em Londres (Inglaterra) em setembro de 1864, foi a expressão do movimento da classe operária na luta contra o capitalismo no século 19. A orientação internacionalista da AIT estava definida na afirmação estatutária de que a emancipação do trabalho não é um problema nem local nem nacional, mas social, que compreende a todos os países nos quais existe a sociedade moderna e necessita para sua solução o concurso teórico e prático dos países mais adiantados
(MARX; ENGELS, 1980, p. 11). Do mesmo modo que combatiam o localismo e o nacionalismo, os participantes da AIT procuraram contribuir para a superação do reformismo dos sindicatos, mesmo reconhecendo a importância da luta econômica por salários suficientes para a satisfação das necessidades dos trabalhadores.
O desenvolvimento da produção capitalista, baseada na intensa divisão do trabalho, assim como a dinâmica da luta de classes e a ampliação das funções reguladora e repressora do Estado, provocaram importantes mudanças na forma e nas finalidades dos sindicatos. Por outro lado, os diferentes ritmos e graus de desenvolvimento das relações capitalistas de produção nas diversas regiões do planeta; a sobrevivência de relações sociais não-capitalistas; a maior ou menor influência de ideologias conservadoras, autoritárias, liberais, reformistas e de teorias revolucionárias entre os operários levaram ao surgimento de diferentes concepções de sindicalismo.¹ Mas, neste artigo, abordamos apenas as concepções de Marx, Lênin, Trotsky e Pannekoek.
MARX E A NECESSIDADE DE SUPERAÇÃO DAS LIMITAÇÕES ORIGINAIS DOS SINDICATOS
Marx