Um idiota a mais

De Lendrevalder Loyolla

O livro 'Um idiota a mais' consiste nas análises, observações e crônicas do poeta e jornalista Lendrevalder Loyolla escritas sob a forma de aforismos poéticos. Seus poemas ilustram de forma clara e precisa as inquietações e os conflitos de um adolescente que observa as transformações político-sociais do Brasil da década de 1970 em choque com os seus ideias de liberdade.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 16 de dez. de 2021
• ISBN: 9781526027740

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UM IDIOTA A MAIS

(Poemas)

de

Lendrevalder Loyolla

PREFÁCIO

Prezado Loyolla,

Começo dizendo que não o conheço pessoalmente. Todavia, depois deste livro me considero muito seu amigo, pois um ávido ser-poeta me foi revelado em cada verso-mensagem que li, bem como nos espaços brancos das páginas e que dizem coisas também; ou ainda nas dobras que fiz e nos post-its que colei sem receio, registrando o meu desejo de lhe perguntar que me remeteram direto a Alberto Caeiro: sentir é criar em seus poemas. E isso é magnífico, pois:

Sonhar é locomovermos em direção ao que queremos

e sentimos, mesmo que isso nos custe caro demais.

O fato é que aprendemos demais com sua poesia. O embaraço é que, no geral, em se tratando da lírica, para muitos, tal discurso a priori já é considerado arenoso, com frases que mais nublam que esclarecem. Ledo engano. Contudo isso acontece porque talvez se exija um pouco mais de um leitor para a experimentação poética além de sua curiosidade habitual. Faz-se necessário uma mudança de perspectiva, como se a lente do olhar se apurasse com pitadas de inquietação, desejo de conhecer, certa dose de indignação e sonho. Isso não pode faltar na equação. E sempre quando sou apresentado a um novo poeta procuro assimilar sua dicção averiguando esses pontos. Descobrir/ler-reler um poema é sempre um mergulho em espaços outros, por mais adversos que sejam.

Um pouco dessa interação faz com que o gênero poesia siga adiante, renovando-se cada vez mais, representativo da existência e das dinâmicas do mundo, com cada época jogando para dentro do poema peculiares problemáticas. E qual o papel do poeta nisso tudo? Aos olhos de muitos, uma entidade rebelde por ter a coragem de ir fundo nas palavras, muitas vezes conjugando beleza e/ou experimentação da linguagem com um viés