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Violência nos Arrabaldes
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E-book95 páginas1 hora

Violência nos Arrabaldes

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Sobre este e-book

Lucas Maia apresenta uma obra ficcional, composta por contos e poesias, que tematiza principalmente a questão da violência na periferia. A violência está em nossa vida cotidiana e mais ainda nas periferias das grandes cidades. A arte ganha a vida das periferias e nessa obra de Lucas Maia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de fev. de 2021
ISBN9786588258200
Violência nos Arrabaldes
Autor

Lucas Maia

Lucas Maia é Graduado, Mestre e Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Goiás; Pós-Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás; Professor do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG).

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    Violência nos Arrabaldes - Lucas Maia

    Prefácio

    Introdução: Não Há Exílio

    Minha Cidade

    A Volta Pra Casa

    O Demitido

    Visita Ao Templo

    Grandes Rupturas Em Pequenos Contos

    O Último Dízimo

    O Outro

    Semáforo S.A.

    Última Linha: Nau

    Cover

    Índice

    capabruzundangas

    Lucas Maia

    VIOLÊNCIA NOS ARRABALDES

    Uma imagem contendo desenho Descrição gerada automaticamente

    Edições Enfrentamento

    Goiânia, 2021

    © 2021, Edições Enfrentamento

    Capa: Ediney Vasco

    Revisão: Carlos Henrique Marques

    Diagramação: Alexandra Peixoto Viana

    Conselho Editorial:

    André de Melo Santos/IFG

    Cleito Pereira/UFG

    Jean Isídio/UEG

    Leonardo Proto/FTA

    Lisandro Braga/UFPR

    Maria Angélica Peixoto/IFG

    Mateus Orio/UEG

    Nildo Viana/UFG

    Ricardo Golovaty/IFTM

    Weder David de Freitas/IFG

    Ficha Catalográfica

    MAIA, Lucas.

    Violência nos Arrabaldes/Lucas Maia. Goiânia: Edições Enfrentamento, 2021. 156 p. (Coleção Bruzundangas, v. 1).

    ISBN: 978-65-88258-20-0 (Edição digital).

    1. Contos. 2. Poesia. 3. Literatura. 4. Ficção. 5. Literatura Brasileira.

    CDD 808.88

    CDU 82

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Literatura Brasileira. 2. Contos. 3. Poesia.

    Uma imagem contendo desenho Descrição gerada automaticamente

    http://edicoesenfrentamento.net

    edicoesenfrentamento@gmail.com

    SUMÁRIO

    Prefácio

    Introdução: Não Há Exílio

    Minha Cidade

    A Volta Pra Casa

    O Demitido

    Visita Ao Templo

    Grandes Rupturas Em Pequenos Contos

    O Último Dízimo

    O Outro

    Semáforo S.A.

    Última Linha: Nau

    Prefácio

    Eguimar Felício Chaveiro

    Estava eu vestido de bermuda cinza-verdolenga. Sandálias soltas nos pés, esses que, no compasso de um pensamento inquieto e ansioso, batem sem parar no chão seco da sala de minha casa. Camiseta branca surrada certamente palpitando o despojamento adequado ao tempo. Mais lento que o habitual, entregue aos vaticínios das circunstâncias comandadas pela convivência com a pandemia do coronavírus, foi quando recebi o convite para escrever o prefácio deste livro.

    Recebi o convite por uma mensagem do Zapp, respondi-a com a assertiva abrindo o arquivo com rapidez. Lá estava o livro: VIOLÊNCIA NOS ARRABALDES. Autor: Lucas Maia. O bom. O excelente Cabellon.

    O convite gerou um clarão de contentamento em mim. O simples ato de ser convidado me conduziu a inspecionar a memória desse grande amigo que, embora novo, é um velho conhecido. Embora conhecido nunca deixa de me surpreender. E surpreende naquilo que é mais difícil na sociedade brasileira: a coerência humana, a firmeza de caráter, o jeito da pessoa proporcional ao que ela fala e propõe; a simplicidade sofisticada de um leitor voraz, de um observador arguto; de alguém que lê o mundo com balizas consistentes e tem consciência  de seus desígnios vitais.

    A vontade no momento era correr e abraçar o velho amigo, esse escritor novo e valente e simples e intelectual: Lucas Maia...

    Voltei a seta a mim e pensei o seguinte: está na hora de eu aprender a significar os meus contentamentos. Esse convite, na pauta significativa de contentamento, vale um ano. Venci a pandemia, hoje beberei uma... Mas terei que ler o livro com atenção.

    Pois bem! Arquivo aberto...

    Antes de soletrá-lo com o vagar requisitado por uma leitura atenta, me veio à cabeça a intricada relação entre biografia e obra; entre autor e texto. Nesse exato momento a minha memória iluminou uma das aulas do mestre Alfredo Bosi, que tive na USP. A sua versão dialética fazia transcorrer um raciocínio precioso: o autor é sempre maior que a obra, pois esta não lhe diz inteiro; mas sem a obra, o autor não existe. Contudo, a obra escapa do próprio autor porque quem a delineia é o narrador, esse Outro de si mesmo; e o leitor que, transcorrendo os olhos em suas páginas, a faz viva e significativa. Daí, ela passa existir pela vibração pública num consórcio de vários negócios entre o leitor e o texto.

    O leitor abre a obra e a enche com o seu mundo. Por isso, convém interrogar que leitura faz.

    Lucas Maia é autor do livro VIOLÊNCIA NOS ARRABALDES. Ele próprio conhece a periferia dos confins urbano, de onde emergiu e para onde sempre vai, inclusive com a coletânea de contos desse livro. Luca Maia, convém repetir, é um leitor voraz que se contrapõe à via diletante de leitura e à erudição performática do academicês.

    Como o escritor e ensaísta Cristovão Tezza, como o sociólogo goiano Nildo Viana, como os mestres Antonio Cândido e Alfredo Bosi, e, inclusive, como  o escritor colombiano, Gabriel Garcia Marquez, Lucas Maia sabe que tudo pode mentir, menos a arte. Reconhece que uma única frase é depositária da visão de mundo de quem escreve. Por isso, que os 8 (oito) contos do livro e o poema introdutório – NÃO HÁ EXÍLIO – solda o enlace entre realidade concreta e imaginação; história e criação. É uma obra literária feita de fios da ficção; é uma ficção feita sob o vislumbre de uma visão de mundo. Estética e política – pode-se dizer – dão as mãos e se casam.

    O ponto de vista de classe, a atenção à violência social, à alienação, as fugas metafísicas contra a dor-de-mundo do trabalhador; as operações ideológicas das instituições religiosas financeirizadas; o medo; os gestos de solidariedade entre os trabalhadores; o desafio de conviver com uma memória trágica; o golpe do patronato ganancioso; a luta sem-fim pela sobrevivência no sistema maldito; a desgraça humana do desemprego; os lenitivos falsos do lazer, como a TV, e toda uma sorte de situações concretas que pousam sobre a subjetividade do trabalhador, sobre a sua moradia, sobre o seu corpo, e, também, o seu trânsito no mundo, os golpes sofridos e as linhas de fugas, são peças da arte do velho amigo, esse escritor novo, nesse livro.

    Ao fazer a sua arte, dramatizando a realidade do trabalhador pela via do gênero conto, Lucas Maia está assinando, como fez a vida inteira, o seu ponto de vista, o seu sentido vital. Diferente e contra as narrativas cínicas pós-modernas; contra a verborreia da autoajuda e do esoterismo contemporâneo, e numa perspectiva diferenciada do identitarismo lítero-político que se expressa nas raias da esquerda contemporânea, as histórias do VIOLÊNCIA NOS ARRABALDES são forjadas com a consciência que o ato de narrar é acometido de relações de força. Dizer o mundo, em qualquer circunstância, inclusive pela literatura, é introjetar-se nele, comprometer-se com a classe de onde provém.

    Quando narra...

    "Não eram mais somente as múltiplas vergonhas que o assombravam. A elas, somou-se outra coisa mais. Ela era também repugnante, não só porque estava fedendo a tabaco e nicotina, não só porque o suor e a poeira davam-lhe um aspecto pegajoso.

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