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Nkó Yorùbá: Aprendendo e ensinando Yorùbá: Gramática, Tradução, Conversação
Nkó Yorùbá: Aprendendo e ensinando Yorùbá: Gramática, Tradução, Conversação
Nkó Yorùbá: Aprendendo e ensinando Yorùbá: Gramática, Tradução, Conversação
E-book201 páginas1 hora

Nkó Yorùbá: Aprendendo e ensinando Yorùbá: Gramática, Tradução, Conversação

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Sobre este e-book

Nkọ́ Yorùbá:Um livro em que se aprende origem do idioma, além da gramática e da conversação.O autor propõe ao leitor exercícios de fixação, vocabulários, textos de apoio e ainda um gabarito de respostas. Desta forma, facilita o estudo individual ou em grupo.A tradução e a conversação são ainda abordadas na obra, dando ao livro uma grande abrangência aos interessados na cultura e no idioma ioruba.
IdiomaPortuguês
EditoraLitteris
Data de lançamento21 de mar. de 2022
ISBN9786555730104
Nkó Yorùbá: Aprendendo e ensinando Yorùbá: Gramática, Tradução, Conversação
Autor

Márcio de Jagun

MÁRCIO DE JAGUN É ADVOGADO, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, Bàbálórìṣà do Ilé Àṣẹ Àiyé Ọbalúwáiyé desde 2002, apresentador do Programa Ori desde 2009 na Rádio Metropolitana/Rio 1090 AM e na TVC/Rio (canal 6 da NET) desde 2013. Iniciado no Candomblé há 34 anos pelas mãos do Bàbálórìṣà Josemar de Ògún, Márcio de Jagun é conferencista, articulista e autor dos seguintes livros: Orí – a cabeça como divindade; Ewé, a chave do portal; e Candomblé: casa de santo, casa da gente. No ano de 2000, começou a militar no combate à intolerância religiosa e contra o clientelismo religioso, atuação que mantém até hoje. Foi um dos fundadores da Associação Nacional de Mídia Afro – ANMA, no ano de 2013. Ainda em 2013, foi convidado para as discussões de elaboração do Plano Curricular de Ensino Afro-Religioso da Rede Municipal do Rio de Janeiro.

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    Nkó Yorùbá - Márcio de Jagun

    Capa_interna.jpg

    Márcio de Jagun

    Nkọ́ Yorùbá

    subt

    REALIZAÇÃO: INSTITUTO ORI

    Rua Inimutaba, 06 – Pedra de Guaratiba – RJ

    ori@ori.net.br

    2015 – 1ª Edição

    Esta obra encontra-se devidamente registrada no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional e não poderá ser reproduzida, parcial ou totalmente, por quaisquer meios, sem prévia autorização do autor, com base na Lei 5.998/73.

    Copyright desta edição © 2020 by Márcio de Jagun 

    Direitos em Língua Portuguesa reservados a Litteris Editora. 

    ISBN - 978-65-5573-010-4 (versão digital) 

    ISBN - 978-65-5573-014-2 (versão impressa) 

    Conversão: Cevolela Editions 

    Capa: Carlos Negreiros

    Revisão: Josiane Dessandes

    O Autor

    Editoração: Josiane Dessandes

    Fotos e Imagens: Divulgação/ reprodução

    domínio público

    litteris

    Litteris Editora Ltda. 

    Av. Marechal Floriano, 143 - Sl. 805 - Centro | 20080-005 Rio de Janeiro - RJ 

    tel (21) 2223-0030; (21) 2263-3141 

    litteris@litteris.com.br / www.litteris.com.br

    Agradecimentos

    Agradeço aos iorubas por terem nos oferecido sua bela cultura, seu idioma e sua percepção do mundo, que muito nos engrandecem e inspiram.

    Agradeço aos meus ancestrais, aos meus orientadores espirituais, a todos aqueles que me incentivam a prosseguir no trabalho.

    Agradeço ao meu aluno e assistente Guilherme Carvalho, pelo apoio e dedicação que muito contribuíram para a elaboração desta obra.

    Agradeço, agradeço e agradeço!

    Dedico essa obra a todos que se interessam por descortinar a

    cultura ioruba e a manter vivas suas memórias, honrando

    o esforço dos heróis e heroínas anônimos.

    Apresentação

    O ioruba, língua falada pela etnia ioruba, em diversas Cidades-Estado do Sudoeste Africano, tais como Ọ̀yọ́, Kétu, Ifẹ̀, manteve-se em nosso país como forma de resistência cultural, como um elo de ligação ancestral, atemporal e sociorreligiosa.

    No exercício do sacerdócio dentro de minha comunidade, o Ilé Àṣẹ Àyié Ọbalúwàiyé, percebo que inúmeros adeptos se interessam não apenas pelo aprendizado das ferramentas da oralidade ioruba (ainda hoje produzindo efeitos), mas também pelo aprofundamento gramatical e teórico acerca da língua ioruba e sobre a cultura que a permeia.

    A mesma demanda é constatada na prática de minha experiência docente junto ao Programa de Línguas Estrangeiras Modernas, na Faculdade de Letras da Uff (Prolem/Uff). Ao ministrar aulas de ioruba na modalidade extensão, noto que um grande contingente de acadêmicos, assim como frequentadores do Candomblé que são membros de outras comunidades, buscam conhecimentos relativos à língua e à cultura ioruba.

    O ioruba chegou aqui no Brasil trazido por homens e mulheres escravizados, oriundos do sudoeste da África, região que ocupa a atual Nigéria. Com o passar dos anos, o idioma ioruba foi se tornando um código sociorreligioso, capaz de concentrar informações interpessoais e intersensoriais, servindo como linguagem de homens, divindades, culturas, ritmos, modos de fazer e agir.

    Os territórios geográficos onde o idioma ioruba se torna oficial, como veículo de todo esse legado, são os terreiros de Candomblé nagô e jejê-nagô.

    Vale dizer que o idioma ioruba praticado nos terreiros, foi considerado patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual 8.085/2018.

    A Cidade de Salvador, na Bahia, seguiu o mesmo movimento. O texto da Lei Municipal 9.503/2019 diz: Fica autorizada a declaração do idioma Ioruba, um dos valores da civilização africano-brasileira, falado no território deste Município, desde o tempo da cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, como patrimônio imaterial do Município de Salvador.

    Junto ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), tramita também o Processo nº 01450.012503/2016-68, requerido em 2016 pela Associação Nacional de Mídia Afro – ANMA, para inclusão do idioma ioruba no Inventário Nacional de Diversidade Linguística – INDL.

    Escrever as palavras corretamente no idioma ioruba é muito mais do que perfeccionismo, ou presunção. Trata-se de respeito a uma língua, a um povo, ao seu legado, ao patrimônio já reconhecido. Cada vez que uma palavra é grafada corretamente em ioruba, destaca-se que o sentido dado a ela deve ser preservado tal qual sua compreensão original. Sempre que uma palavra é escrita originalmente em ioruba, brotam do texto ecos da memória, personagens da história e esperança em forma de letras.

    A estrutura do idioma ioruba é basicamente lúdica. E essa ludicidade se espraia pela forma de dizer e por todas as ferramentas da palavra: os cânticos, os poemas, as louvações, os encantamentos, as orações, os contos e os provérbios.

    As metáforas fazem parte da filosofia ioruba e transbordam suas palavras. Nada é apenas o que parece ser. O entendimento é sempre profundo, sensível, espiritual.

    Os verbos iorubas são polissêmicos, posto que possuem diversos significados, mesmo escritos e pronunciados com entonação igual. Esta peculiaridade, faz com que a comunicação em ioruba integre perfeitamente os interlocutores. Já que uma mesma palavra pode significar diversas coisas diferentes, é preciso observar nos olhos do outro se estou sendo compreendido.

    O verbo kọ́ é assim, também polissêmico. Pode ser traduzido para o português como ensinar e aprender, simultaneamente.

    A palavra kọ́, para os iorubas, talvez possa resumir toda a sua filosofia educacional. Uma única palavra monossilábica e duas semânticas infinitas: aprender e ensinar.

    Embora possam parecer movimentos em oposição, aprender e ensinar, para os iorubas, compõem uma única proposta, um exercício único. São convergentes e indissociáveis.

    Cada ato ensinativo propicia o movimento exúdico¹ do saber, mas não em direção única, vertical – partindo de quem ensina para aquele que aprende. Ensinar e aprender fluem horizontalmente, em mão dupla.

    O que ensina, aprende mais quando repete a lição. Aprende melhor, quando escuta o que diz. Aprofunda seu conhecimento, quando é capaz de observar o efeito que o conhecimento transmitido produziu no outro. Ou seja, ao ensinar, está também aprendendo.

    O que aprende, adquire novos saberes. Aperfeiçoa a informação que eventualmente já detinha. Se torna mais humilde, ao reconhecer que precisa do outro para desenvolver-se. Ensina ao outro paciência, didática, generosidade. O que aprende também está ensinando.

    Ampliar o ângulo acadêmico acerca da educação nagô, é também oferecer à sociedade um olhar mais plural, não contaminado pelo preconceito, mais tolerante e inclusivo com este recorte brasileiro.

    Esta é a proposta da presente obra: aprender, compreender a cultura ioruba, ao mesmo tempo em que praticamos, trocamos, difundimos – aprendendo e ensinando – o ioruba: nkọ́ yorùbá!

    Neste trabalho, ofereceremos esclarecimentos sobre a etnia ioruba, a história da sua formação idiomática, os conceitos filosóficos que permeiam sua cultura e que transbordam para sua língua; bem como orientações teóricas e exercícios para compreensão desse idioma. Os exercícios são acompanhados de um caderno de respostas e de um anexo com textos de apoio, a fim de favorecer o estudo. Sugerimos, sempre que possível, que esse mergulho seja feito em conjunto. Como o próprio verbo título desse livro sugere (kọ́ – ensinar e aprender), a proposta não é solitária, é gregária.

    Que possamos unir e fortalecer; refletir e fazer; aprender e ensinar!

    Àṣẹ!

    Índice

    Abreviaturas 

    Capítulo 1

    As bases da cultura ioruba 

    Capítulo 2

    Os nàgó/yorùbá 

    Capítulo 3

    A origem do idioma ioruba 

    Capítulo 4

    Fonética 

    O alfabeto e som das letras 

    As vogais puras e as vogais nasais 

    As vogais alongadas 

    Os caracteres, os acentos e os tons da fala 

    Capítulo 5

    Elisão 

    Capítulo 6

    Pronomes Pessoais 

    Capítulo 7

    Verbos 

    Conjugação dos verbos 

    Negativa dos verbos 

    Capítulo 8

    Advérbios de tempo 

    Capítulo 9

    Pronomes Possessivos 

    Capítulo 10

    Pronomes Objeto 

    Capítulo 11

    Pronomes Demonstrativos 

    Capítulo 12

    Gênero 

    Capítulo 13

    Pronomes Indefinidos 

    Capítulo 14

    Pronomes Interrogativos 

    Capítulo 15

    Pronomes Relativos 

    Capítulo 16

    Aumentativos e Diminutivos 

    Capítulo 17

    Plural 

    Capítulo 18

    Substantivos 

    Tipos de Substantivo 

    Formação dos Substantivos 

    Capítulo 19

    Artigos e Preposições 

    Capítulo 20

    Adjetivos 

    Capítulo 21

    Conjunções 

    Capítulo 22

    Numerais 

    Dezenas e centenas 

    Formação dos múltiplos de vinte 

    Formação dos não múltiplos de vinte

    Centenas e milhares 

    Capítulo 23

    Tradução 

    Noções sobre hermenêutica 

    Semiótica 

    Capítulo 24

    Conversação 

    Caderno de Respostas 

    Textos de Apoio 

    Notas

    Referências Bibliográficas 

    Bibliografia 

    Abreviaturas

    O autor utiliza abreviaturas e, às vezes, sinais; os quais servem para facilitar a compreensão acerca dos vocábulos, ou para fazer remissões de interesse do leitor. Passamos a descrevê-los:

    Capítulo 1

    As bases da cultura ioruba

    A palavra é a matéria prima da cultura ioruba. Ela é portadora de àṣè2. A palavra é condutora de energia e tem força. As rezas, os encantamentos e as invocações são, ao mesmo tempo, transmissoras dos mitos, das crenças, da história, das emoções e, também, de força realizadora. A palavra é dotada de encantabilidade, pois é capaz de envolver os elementos em energia, ou até de fazer transformar ou transbordar a energia que os mesmos detêm. Junto com a palavra é emitido o hálito, elemento sagrado para os iorubas. Portanto, a ela agrega-se uma parcela cósmica.

    E neste alicerce cultural, a representação do poder da palavra é simbolizada por uma divindade: Èṣù3 – o Senhor da Comunicação.

    Para a compreensão da cultura ioruba, é preciso entender seus princípios alicerçais. Se eu fosse cristão, uma palavra do nosso vocabulário bastaria para destacar a importância desses esteios da cultura ioruba: crucial. No entanto, como sou candomblecista, proponho aqui um neologismo balizado na importância de Èṣù enquanto energia e simbologia estrutural desta cosmopercepção: exúdico – alicerçal, fundante.

    A cultura ioruba, assim como na matriz africana, está sedimentada no Brasil a partir dos seguintes esteios exúdicos: a oralidade, a naturalidade, a temporalidade e a senioridade.

    | A oralidade |

    A cultura ioruba é ágrafa.

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