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A Sala de Aula não cabe no mundo: Compreendendo a Nagologia Educacional e suas metodologias singulares
A Sala de Aula não cabe no mundo: Compreendendo a Nagologia Educacional e suas metodologias singulares
A Sala de Aula não cabe no mundo: Compreendendo a Nagologia Educacional e suas metodologias singulares
E-book237 páginas2 horas

A Sala de Aula não cabe no mundo: Compreendendo a Nagologia Educacional e suas metodologias singulares

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Sobre este e-book

Márcio de Jagun traz as mesmas reflexões a respeito do sistemafilosófico iorubá. A terra não pode ser apartada do ser humano. E esse fundamento vital é alimento para a nagologia educacional nomeada pelo autor. Em suas palavras: “É fundamento da estrutura exúdica, dacultura ioruba, construída a partir da oralidade – a potência da comunicação; da naturalidade – a relação intrínseca com a natureza;da temporalidade – o conceito sincrônico entre passado, presente e futuro; e da ancestralidade – a memória que age e interage entre vivose não vivos”.
IdiomaPortuguês
EditoraLitteris
Data de lançamento31 de jul. de 2022
ISBN9786555730548
A Sala de Aula não cabe no mundo: Compreendendo a Nagologia Educacional e suas metodologias singulares
Autor

Márcio de Jagun

MÁRCIO DE JAGUN É ADVOGADO, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, Bàbálórìṣà do Ilé Àṣẹ Àiyé Ọbalúwáiyé desde 2002, apresentador do Programa Ori desde 2009 na Rádio Metropolitana/Rio 1090 AM e na TVC/Rio (canal 6 da NET) desde 2013. Iniciado no Candomblé há 34 anos pelas mãos do Bàbálórìṣà Josemar de Ògún, Márcio de Jagun é conferencista, articulista e autor dos seguintes livros: Orí – a cabeça como divindade; Ewé, a chave do portal; e Candomblé: casa de santo, casa da gente. No ano de 2000, começou a militar no combate à intolerância religiosa e contra o clientelismo religioso, atuação que mantém até hoje. Foi um dos fundadores da Associação Nacional de Mídia Afro – ANMA, no ano de 2013. Ainda em 2013, foi convidado para as discussões de elaboração do Plano Curricular de Ensino Afro-Religioso da Rede Municipal do Rio de Janeiro.

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    A Sala de Aula não cabe no mundo - Márcio de Jagun

    Capa_interna.jpg

    MÁRCIO DE JAGUN

    A SALA DE AULA NÃO CABE NO MUNDO:

    Copyright© 2021 by Márcio de Jagun

    Direitos em Língua Portuguesa reservados ao autor através da LITTERIS®EDITORA.

    ISBN: 978-65-5573-055-5 (livro impresso)

    ISBN: 978-65-5573-054-8 (versão digital)

    Capa: Carlos Negreiros

    Revisão: Regina Alvarez

    Ilustrações de Miolo: Pietro Peres

    Foto do autor: Renato Alves de Carvalho Júnior

    Editoração/projeto gráfico: Jean Carlos Barbaro

    Editoria: Artur Rodrigues

    Deucimar Cevolela

    Conversão: Cevolela Editions

    CIP - Brasil. Catalogação-na-fonte

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    litteris

    LITTERIS® EDITORA

    CNPJ 32.067.910/0001-88 - Insc. Estadual 83.581.948

    Av. Marechal Floriano, 143 sala 805 - Centro

    20080-005 - Rio de Janeiro - RJ

    Tel: (21)2223-0030/ 2263-3141

    E-mail: litteris@litteris.com.br

    www.litteris.com.br

    www.litteriseditora.com.br

    www.livrarialitteris.com.br

    Dedicatória

    Dedico este trabalho aos profissionais de ensino,

    aos pesquisadores e a todas e todos que

    se interessam pela educação.

    Agradecimentos

    Agradeço às heroínas e aos heróis que construíram e mantiveram viva a cultura ioruba com suas metodologias de ensino.

    Agradeço por tudo que aprendi e a todos que me ensinaram, me ensinam e que me ajudam a construir.

    Agradeço à querida amiga Stela Caputo pelo incentivo e apoio de sempre.

    Agradeço aos meus caros amigos, colegas de pesquisa do grupo Kékeré, pelo carinho, gentileza, oportunidades de aprendizado e sugestões.

    A escrita é uma coisa, e o saber, é outra. A escrita é a fotografia do saber, mas não o saber em si. O saber é uma luz que existe no homem. A herança de tudo aquilo que nossos ancestrais vieram a conhecer e que se encontra latente em tudo o que nos transmitiram, assim como o baobá já existe em potencial em sua semente."

    Tierno Bokar

    Prefácio

    Filósofo, etnólogo, historiador malinês, Amadou Hampaté Bâ, ensinou, faz tempo, que quando falamos de tradição em relação à história africana, nos referimos à tradição oral. Para ele, nenhuma tentativa de penetrar a história e o espírito dos povos africanos terá validade a menos que se apoie nessa herança de conhecimentos de toda espécie, pacientemente transmitidos de boca a ouvido ao longo dos séculos. Referia-se o mestre, a importância da fala. O homem é a palavra. Laço permanente, escola de vida, agente ativo de vida e magia, indissociáveis, nos disse.

    Embora o Continente Africano não seja uma coisa só, a importância da palavra é dotada de valor moral fundamental e caráter sagrado para as distintas tradições africanas. Nós, que somos de candomblé, sabemos que nossos terreiros não reproduzem rigorosamente as tradições africanas, mas guardaram e ressignificaram fundamentos preciosos do imenso complexo sócio-cultural-religioso transmitido de boca a ouvido pelos mais velhos e mais velhas que plantaram, sopraram e espalharam o axé das palavras. Essa herança, essa cadeia singular de transmissão de conhecimentos é modo de ensinar que, para acontecer, segundo Hampaté Bâ, os anciãos julgavam necessário ter uma boca perfumada que pudesse encontrar ouvidos limpos e dóceis. Ouvidos disponíveis.

    Boca perfumada profere palavra perfumada, que reúne em si o visual e o invisual para o um ouvido doce. Esse sentido nada cartesiano nasceu em lógicas outras de mundo. O legado antepassado africano, diz o mesmo Hampaté Bâ, ensinou e ensina: Esteja à escuta, dizia-se na velha África, tudo fala, tudo é palavra, tudo procura nos ensinar um conhecimento. Ou seja, não só a boca humana perfuma o mundo em palavras. As plantas falam, as pedras, os rios, a terra, os mares, os mortos, os vivos, os ventos, a chuva, os artefatos, o infinito céu, os bichos, enfim e mais uma vez: o visual e o invisual. Tudo é palavra e perfume. Tudo traz um aviso, um recado.

    Foi por ter, desde menino, uma intimidade com o mundo-palavra, que Márcio de Jagun, autor do livro que segue aqui, não teve nenhum problema para ouvir o Senhor Tranca Ruas, amigo de seu Exu, incorporado em Dona Ivone. Por ter ouvidos disponíveis, recebeu o recado de que ele seria Pai de Santo. O leitor e a leitora conhecerão essa e outras histórias de um caminho longo que, como informa Jagun, já dura 40 anos. Conhecerão histórias de outros meninos e meninas que partilham essa intimidade com o mundo-palavra. Afinal, nossas pesquisas possuem as crianças de terreiros como interlocutores prioritários.

    O menino Jagun percebeu que os conhecimentos eram tantos e estavam por aí espalhados e mais: não havia uma única maneira de se aproximar dos conhecimentos. Percebeu que os modos de conhecer tem vozes de água, sussurros de plantas, vocabulário de pássaros e mensagens de simultâneos mundos.

    O filósofo e músico Tiganá Santana, em sua tese de doutorado defendida em 2019, concorda com K. Kia Bunseki Fu-Kiau, para quem, os africanos e aqueles de descendência africana, devem amar o estudo de suas línguas se desejarem falar honestamente a respeito de si e a respeito do que são, pois, de acordo com o pesquisador, todos os códigos dos sistemas de sua sociedade são conectados nestas línguas. Para ambos, estas línguas devem ser estudadas e utilizadas como línguas de instrução, a fim de se provar a sua capacidade científica. Além disso, asseguram, africanistas e todos os amantes da sabedoria africana devem se interessar pelo estudo das línguas africanas, a fim de evitar tendenciosos erros grosseiros já cometidos no passado.

    Mais dedicado aos estudos das línguas kikongo e kimbundu, Tiganá Santana, em diálogo com outros autores, refere-se à tradução como obra de um tradutor-feiticeiro que mergulha mesmo nas interações existentes entre ondas distintas, afirma. O feiticeiro, para Tiganá, está nas dobradiças, entre os mundos, à escuta do que dizem. É um intérprete, diz o autor, a serviço da transmutação, habitando esse arriscado lugar, que também está fora dos corpos, das letras, das palavras e do que ele viveu. Um lugar-devir, ensina. Por fim, Tiganá Santana nos inspira dizendo que Nganga Nkisi é feiticeiro, lida com o imprevisto e com o ordinário. Em suas palavras: cuida de ambos.

    Mais aplicado ao ioruba, Jagun, no seu caminho, se constituiu em um desses amantes da sabedoria africana, do qual falávamos, ao perceber, desde cedo, como vimos, que a palavra é, para os iorubas um mecanismo muito sofisticado. Contém, corrobora o autor, a força mítica do Criador e pode ser escondida, propagada, disfarçada e transmitida através de várias gerações. A compreensão maior veio poética. Jagun reconhece e partilha que, na sabedoria ioruba, não são os indivíduos que guardam a palavra, mas é ela que os guarda.

    Em sua vivência no terreiro, Márcio de Jagun passa a refletir e, ao mesmo tempo defender, que seria importante compreender o que estava dizendo. Compreender as palavras que ele mesmo cantava. As expressões que usava para saudar os deuses. Ao passo que foi estudando a língua, mergulhando na língua, percebeu surpreso que não era apenas o significado das palavras que aprendia, mas o sentido de tudo. No meu modo de sentir, uma espécie de transmutação de mundos mesmo. Quem sabe, o feiticeiro nas dobradiças referido por Tiganá, lidando com o imprevisto e o ordinário e cuidando de ambos.

    Nesse prefácio que tenho a honra de escrever, mencionei apenas algumas das muitas línguas faladas no Continente africano e constituidoras da nossa própria língua no Brasil. Línguas vivas que carregam modos de vida, modos de conhecer e modos de ensinar muito diferentes dos modos de vida, modos de conhecer e modos de ensinar ocidentais. É também por isso que este livro será precioso para diversas áreas do conhecimento e diversos campos de estudos, entre eles, os Estudos da Infância.

    Faz tempo que Márcio de Jagun dedica-se ao estudo profundo, tradução e ensino da língua ioruba, entre outros importantes temas das tradições africanas e afro-brasileiras. É autor dos livros: Orí – a Cabeça como Divindade (2015); Ewé: a Chave do Portal (2019); Odù – os Yorubas e o Destino (2016); Candomblé em tempos de Crise: Pensando a Religião Antes, Durante e Após a Pandemia (2020); e Nkó Yorùbá – Gramática, Conversação e Tradução (2020). Em 2017, o autor publicou o livro Yorubá: Vocábulo temático do Candomblé. No ano seguinte, o idioma iorubá foi declarado patrimônio imaterial do Rio de Janeiro e nosso autor esteve à frente dessa luta. Em 2019, ingressa no mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ e, em 2020 defende sua dissertação "A Sala de Aula Não Cabe no Mundo: compreendendo a Nagologia educacional e suas metodologias singulares" que agora temos aqui, em livro.

    Já estivemos juntos, Pai Márcio e eu, em muitas lutas em defesa da Liberdade Religiosa, contra o racismo religioso, em mesas de debates, conferências, em terreiros, lançamentos de livros. Sempre foi um companheiro de lutas, um irmão e Pai espiritual e também uma fonte inesgotável de pesquisa. Como dizemos na universidade, ele era, é e continuará sendo minha referência bibliográfica e de todos nós, do Kékeré, grupo que passou a integrar ao ingressar no mestrado e ao me dar a surpresa e a honra de ser sua orientadora na caminhada do mestrado. Imaginem!

    Não pude deixar de me impregnar do texto A pesquisa como dádiva, publicado em 2019, por um muito querido amigo, o pesquisador português, José Machado Pais. Para ele, essa ideia de se sentir presenteado pelas pesquisas, vem do que percebe da riqueza dos saberes compartilhados nas relações com colegas, alunos e participantes de encontros etnográficos. Essas trocas, esse aprender e ensinar em conjunto é o que José Machado mais valoriza nas experiências de pesquisa. Por isso, um grupo de pesquisa é uma dádiva. Eu também acho. E tenho certeza de que posso falar pelo Kékeré: ter Márcio de Jagun em nosso grupo de pesquisa foi e é uma dádiva.

    Caminho para finalizar esse prefácio, pouco tempo depois do Ministro da Educação, Milton Ribeiro, ter afirmado, em entrevista, que as Universidades não são tão úteis à sociedade e que deveriam ser para poucos. Não nos surpreende tal afirmação vinda de um Ministro bolsonarista. De um governo genocida e responsável por muitas das 572 mil mortes por Covid-19 no Brasil.

    Também não precisamos pensar muito para entender quem seriam esses poucos privilegiados referidos pelo Ministro. A mesma elite de sempre. Como o racismo é estrutural e a branquitude, um dispositivo de manutenção de privilégios de brancos e brancas, ficariam, portanto, mais uma vez, fora desse restrito espaço, as gentes de terreiros, de maioria negra e pobre.

    O texto que se lerá aqui, como já disse, é resultado de uma dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-Graduação da UERJ, um programa de conceito 7, o mais alto conceito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), fundação do Ministério da Educação (MEC), que é responsável pela expansão e consolidação da pós-graduação (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação. Trata-se de mais uma dissertação defendida por um integrante do Grupo de Pesquisa Kékeré (miúdo, pequeno, em iorubá). Majoritariamente, o Kékeré foi, é, e continuará sendo, um grupo de pesquisa integrado por negros e negras. Como pesquisamos com crianças de terreiros, também é quase natural que pessoas de terreiros nos procurem e achem, em nós, uma casa. Não fazemos, com isso, nenhuma espécie de favor porque essa casa miúda, esse ilê Kékeré, é uma conquista e um direito. Em nosso grupo, procuramos o perfume das falas das crianças e a elas disponibilizamos nossos ouvidos. É por isso que Jagun entrega aqui, um livro fundamental.

    Quero enfatizar a importância de conhecermos mais as línguas africanas e muito do que elas entregam. Por isso, volto também a Tiganá, porque aprendi com ele que uma das características essenciais do sistema Kongo de propriedade é a sua inalienabilidade, ou seja, não há nenhuma condição de valor que poderia mudar essa inalienabilidade da terra ancestral, diz o pesquisador. Nessa concepção, diz Tiganá, a terra não era uma mercadoria a ser comprada e vendida, pois era inalienável no sistema tradicional.

    Márcio de Jagun traz as mesmas reflexões a respeito do sistema filosófico iorubá. A terra não pode ser apartada do ser humano. E esse fundamento vital é alimento para a nagologia educacional nomeada pelo autor. Em suas palavras: "É fundamento da estrutura exúdica, da cultura ioruba, construída a partir da oralidade – a potência da comunicação; da naturalidade – a relação intrínseca com a natureza; da temporalidade – o conceito sincrônico entre passado, presente e futuro; e da ancestralidade – a memória que age e interage entre vivos e não vivos".

    Reafirmamos com o Jagun que sim, há outros modos de ensinar e de aprender. No que seguirá aqui e com as crianças que falarão aqui, veremos que a educação ioruba partilhada por elas nos terreiros de nação Ketu, existe no contato com a natureza, no convívio e na troca com os minerais, animais e vegetais. Com mais velhos e mais novos. Com os vivos e os mortos. Com o visual e o invisual. O idioma ioruba é praticado como língua litúrgica trazendo, além do conhecimento de uma língua, memória e resistência. Uma outra lógica ensinativa, no dizer de Jagun, onde sentimentos e emoções são fundamentais para a sabedoria e seus principais materiais didáticos. Mas também é assim nos terreiros de nação Angola. Aliás, as línguas se misturam nas casas, ampliando conhecimentos.

    O que dizemos então? Dizemos que os ensinamentos ancestrais nos terreiros de todas as nações permitem que crianças e adultos ouçam o mundo. Ou, a desenvolver o que a pesquisadora nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyewùmí, chama de cosmopercepção do mundo. Uma disponibilidade de todos os sentidos para o mundo. Um mundo que há muito grita para ser cosmopercebido, sentido amplamente, porque todos os seus sinais de esgotamento foram desprezados. É desesperador o novo relatório do clima que mostra o mundo à beira do abismo. Enchentes, incêndios, secas. Há algo de muito errado na maneira com que o mundo foi percebido e tratado pelos seres humanos. É urgente mudar.

    Os terreiros não possuem a saída, ou a resposta. Até porque, nenhuma filosofia africana defende um único modo de perceber as coisas. Mas, certamente há muito que se voltar a esses ensinamentos, inclusive os próprios terreiros. O livro de Márcio de Jagun é uma possibilidade, uma chance de voltarmos todos nós a esses ensinamentos. É uma esperança.

    Por fim, como coordenadora do Kékeré, que, como disse, pesquisa com crianças de terreiros e luta contra o racismo religioso, não poderia encerrar sem mencionar que, no Brasil, muitas mães estão perdendo a guarda de seus filhos e filhas por os (as) iniciarem no candomblé. Mais uma vez o obscurantismo avançando e promovendo aberrações jurídicas, já que diversas leis garantem

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