Crítica ao Feminismo: A Ideologia Feminista como Prisão Feminina
()
Sobre este e-book
Stella Anderson
Stella Anderson é autora dos livros “Crítica ao Feminismo” e “Modernidade e Vida Cotidiana”, além de romances e artigos. Os temas principais de sua análise são a questão da mulher, o feminismo, a modernidade, a cotidianidade. Anderson parte da análise marxista da sociedade capitalista para refletir sobre a vida cotidiana e a situação da mulher. A sua principal tese é a de que qualquer acontecimento da vida cotidiana, por mais insignificante que seja, só pode ser entendido no interior da modernidade. O que acompanha sua crítica das ideologias modernas e das que autodeclaram “pós-modernas”, pois, assim como os pequenos acontecimentos cotidianos, não são nada mais do que expressão da modernidade.
Autores relacionados
Relacionado a Crítica ao Feminismo
Ebooks relacionados
Feminismo pra quem?: Para todas as mulheres, inclusive para aquelas que julgam não precisar dele Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFeminismo em comum: Para todas, todes e todos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Políticas do sexo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProblemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPreconceito contra a "Mulher": diferença, poemas e corpos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria feminista Nota: 5 de 5 estrelas5/5Feminismo e política: Uma introdução Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPensamento Feminista: Conceitos fundamentais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Feminismos Dissidentes: perspectivas interseccionais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria da reprodução social: Remapear a classe, recentralizar a opressão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAlém da pele: repensar, refazer e reivindicar o corpo no capitalismo contemporâneo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRacismo Estrutural: Uma perspectiva histórico-crítica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Feminismos em movimento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDar a vida e cuidar da vida: Feminismo e Ciências Sociais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInterseccionalidades: pioneiras do feminismo negro brasileiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desnaturalização do machismo estrutural na sociedade brasileira Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Morte Do Machismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasViver uma vida feminista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasReleituras do feminino na ficção contemporânea Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPensamento feminista hoje: Sexualidades no sul global Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAgora tudo é machismo?: Coleção Quebrando o Tabu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPensamento Feminista Brasileiro: Formação e contexto Nota: 5 de 5 estrelas5/5Em busca de novos caminhos críticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPsicologia Social e Lutas Anticapitalistas: diálogo com Projeto Ético-Político do Serviço Social Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAnálise marxista dos movimentos sociais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBandeiras tornam-se objetos de estudo (violência, aborto, sindicalização) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFeminismo Negro: luta por reconhecimento da mulher negra no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm feminismo decolonial Nota: 3 de 5 estrelas3/5
Estudos de Gênero para você
Comunismo E A Família Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO corpo educado: Pedagogias da sexualidade Nota: 4 de 5 estrelas4/5Seja homem: a masculinidade desmascarada Nota: 5 de 5 estrelas5/5Foucault e a teoria queer: seguido de Ágape e êxtase: orientações pós-seculares Nota: 5 de 5 estrelas5/5Uma Década Queer: 50 Entrevistas em Português (2004-2014) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Código Dos Homens Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desculpem, Mulheres, Mas É Assim Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCorpos que importam: os limites discursivos do "sexo" Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mulheres Negras em Rio, 40 Graus (1955):: Representações de Nelson Pereira dos Santos Nota: 5 de 5 estrelas5/5A crise da masculinidade: Anatomia de um mito persistente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBajubá: Memórias e diálogos das travestis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria queer Nota: 5 de 5 estrelas5/5Aquele Lustro Queer (2015-2020) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPornotopias Conjugais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMãos que Trazem à Luz : Memórias das Parteiras de Oeiras - PI Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFreud e o casamento: O sexual no trabalho de cuidado Nota: 5 de 5 estrelas5/5O efeito etnográfico e outros ensaios Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTRAVESTI(S)Lidades: Representações Sociais de Universitários Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFeminismos e interseccionalidade: Mulheres negras, protagonistas de suas histórias Nota: 5 de 5 estrelas5/5A psicologia do gênero Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Guia (mal-humorado) Do Feminismo Radical Nota: 5 de 5 estrelas5/5Homem não chora: o abuso sexual contra meninos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistória das mulheres, relações de gênero e sexualidades em Goiás Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDiversidade Étnica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIgualdade De Gênero X Feminismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTransresistência: pessoas trans no mercado de trabalho Nota: 5 de 5 estrelas5/5Escritos sobre Misoginia no Brasil: O Horror ao Feminino Ontem e Hoje Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCinema, representação e relações de gênero Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVocê Sabe O Que Faz? Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Crítica ao Feminismo
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Crítica ao Feminismo - Stella Anderson
Stella Anderson
CRÍTICA AO FEMINISMO
A IDEOLOGIA FEMINISTA COMO PRISÃO FEMININA
Uma imagem contendo desenho Descrição gerada automaticamenteEdições Enfrentamento
Goiânia, 2021
© 2021, Edições Enfrentamento
Capa: Ediney Vasco
Tradução: Marcus Gomes
Revisão: Carlos Henrique Marques
Diagramação: Juliano Mendes
Conselho Editorial:
André de Melo Santos/IFG
Cleito Pereira/UFG
Jean Isídio/UEG
Leonardo Proto/FTA
Lisandro Braga/UFPR
Maria Angélica Peixoto/IFG
Mateus Orio/UEG
Nildo Viana/UFG
Ricardo Golovaty/IFTM
Weder David de Freitas/IFG
Ficha Catalográfica
ANDERSON, Stella.
Crítica ao Feminismo. A Ideologia Feminista como Prisão Feminina/Stella Anderson. Goiânia: Edições Enfrentamento, 2021. 142 p. (Série Crítica Revolucionária).
ISBN: 978-65-88258-32-3 (Edição Digital)
1. Feminismo. 2. Emancipação da Mulher. 3. Ideologia. 4. Estudos de Gênero. 5. Mulheres e Sociedade.
CDD 305.42
CDU 305
Índices para catálogo sistemático:
1. Feminismo. 2. Marxismo. 3. Ideologia
Uma imagem contendo desenho Descrição gerada automaticamentehttp://edicoesenfrentamento.net
edicoesenfrentamento@gmail.com
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O FEMINISMO E A IMAGEM DA MULHER
A IDEOLOGIA DA GUERRA DOS SEXOS
A LIBERTAÇÃO DA MULHER
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Qual é o sentido de uma crítica ao feminismo? Uma posição chauvinista
? A crítica do feminismo não é coisa de homens? O feminismo não é uma arma de luta das mulheres? Essa e outras questões devem passar pela cabeça daqueles (e daquelas
, para agradar as feministas) que olham a capa desse livro. Sim, é realmente uma crítica ao feminismo. Por qual razão? Para saber disso, é necessário ler o livro em sua totalidade, pois o embasamento de uma crítica real e fundamentada pressupõe todo um desenvolvimento de raciocínio, que poucas pessoas parecem predispostas a acessar com toda a seriedade que isso requer. A cultura hoje é algo descartável e a formação intelectual, de homens e mulheres, embora o caso dessas seja mais grave, é muito limitada. Um dos méritos do feminismo – e sua crítica não significa seu descarte em conjunto, pois existem elementos interessantes e importantes no mesmo, como mostraremos adiante – é realizar uma reflexão sobre a mulher, sua situação (opressão
). O que nem sempre ocorre com profundidade e com a perspectiva correta, o que limita esse mérito.
O sentido de uma crítica do feminismo é determinado pelo seu objetivo. Uma crítica sexista (ou machista
) do feminismo é para reproduzir situações indesejáveis para as mulheres e por isso deve ser combatida. Isso não impede de combater o próprio feminismo, que de instrumento de libertação das mulheres, tornou-se uma nova prisão. É hora de superar essa nova prisão das mulheres chamada feminismo
e recolocar o projeto de libertação da mulher. Os homens têm interesse em criticar o feminismo? Sim, sem dúvida, muitos têm tal interesse. Um homem que espanca sua esposa tem muitos motivos para negar o feminismo. Um homem que considera o feminismo exagerado e vê machismo
¹ em tudo, também. A questão não é quem critica, se homem ou mulher (outro legado problemático do feminismo) e sim quais são seus interesses e projetos, qual sua correspondência com a realidade.
O grande problema do feminismo é que ao invés de ser arma de luta das mulheres é um instrumento de luta de algumas mulheres. E por isso não possui um caráter emancipador como diz possuir. O feminismo não expressa as necessidades das mulheres e sim outras necessidades e interesses. Esse é um dos elementos que motiva tal livro e estará presente em suas páginas. O feminismo foi uma promessa de união das mulheres por sua emancipação e se transformou em mais um entrave e obstáculo que precisa ser removido para sua concretização. As mulheres não ficarão desarmadas ao perder o feminismo? As mulheres que se acostumaram às prisões poderão sentir isso. As mulheres que resolveram lutar pela libertação não sentirão isso. A compreensão de onde quero chegar só pode ser adquirida com a leitura do todo que é o presente livro. A cada página se explicitará o real problema do feminismo. O problema do feminismo só é compreensível em relação ao problema da libertação feminina. Ele é um obstáculo para tal libertação e assim precisa ser superado. Então o convite é percorrer as páginas dessa obra para chegar a algum lugar, a crítica do feminismo e a necessidade de sua superação, bem como analisar a possibilidade de libertação efetiva da mulher.
Antes de iniciar essa viagem crítica ao interior do feminismo é preciso esclarecer o que esse termo significa. O que é o feminismo? A crítica ao feminismo não significa a crítica à luta pela libertação feminina, muito pelo contrário. Significa superar um obstáculo para a luta pela libertação da mulher. Esse obstáculo se chama feminismo. O que é o feminismo, então? O feminismo é um conjunto de ideias que se caracteriza por se dizer a favor das mulheres e colocar a centralidade do mundo, das lutas sociais ou dos problemas sociais, nas relações entre homens e mulheres. Em outras palavras, o feminismo é um reducionismo que reduz a questão da mulher
, os problemas sociais, as lutas sociais, a realidade em geral, como um problema de guerra dos sexos
ou diferenças de gênero
, entre outros termos que significa uma oposição entre mulheres e homens. Esse é o prisma pelo qual o feminismo enxerga o mundo. Em síntese, o feminismo é uma concepção que coloca as relações entre os sexos como centrais na análise, seja da realidade social em conjunto, seja de questões mais específicas ou mais especialmente da questão feminina.
Isso quer dizer, obviamente, que o feminismo é um pensamento falso, ilusório. O tema da ideologia
e da falsa consciência
aparece aqui. Porém, a ideologia feminista
se espalha pela sociedade e se simplifica, cria chavões e usos simplificados e oportunistas. O feminismo é o pensamento falso que coloca as relações entre os sexos como o elemento central da vida social ou de aspectos dela. No primeiro caso, a concordância é mais fácil, afinal, as relações entre os sexos somente poderia ter centralidade na vida social como muito esforço de deturpação da realidade. No segundo caso, já pode haver uma maior quantidade de discordâncias. O sexismo não seria explicado pelas relações entre os sexos e, por conseguinte, não seriam tais relações centrais
? Aparentemente sim. É aparência e as aparências são enganosas. O motivo disso é a de que não podemos entender o sexismo apelando apenas para as relações entre os sexos, pois é claro que, sem as outras relações sociais, não existiria tal fenômeno. A não ser num pensamento fantástico, no qual imaginaríamos homens e mulheres isolados e sozinhos, se relacionando a partir de seus corpos e modos de ser, e isso geraria sexismo. Isso será abordado detalhadamente no decorrer deste livro.
Outra objeção que poderia aparecer, é que é bom já refutar desde o início, é a de que estou fazendo a mesma coisa. Afinal, apresento as relações sociais entre os sexos, que é o tema central do presente livro. Isso não é tão verdadeiro assim. O tema central do presente livro é o feminismo e não a relação entre os sexos, que aparece sem ter centralidade. O centro pressupõe a periferia e um lugar privilegiado. Aqui, o tema é algo que é criticado, desprivilegiado
, refutado. É verdade, contudo, que alguns momentos serão dedicados às relações sociais entre os sexos. E isso não é problema. Aliás, mesmo se o livro inteiro fosse dedicado a isso, não seria problema. E por qual motivo não é problema para mim se é quando é feito pelo feminismo? Aqui é possível entender mais profundamente a diferença entre o que defendo e o feminismo. As relações entre homens e mulheres não são centrais mesmo quando são o tema. Quando tais relações são o tema, elas são o foco, o alvo, aquilo que será discutido, mas não será separado
(para recordar Debord), não será isolado
, não será central
no plano explicativo. Isso seria feminismo.
Aqui o que se faz é