Agora tudo é machismo?: Coleção Quebrando o Tabu
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Sobre este e-book
Ao contrário do que muitos possam pensar, o feminismo não pretende – e nunca pretendeu – colocar as mulheres em um patamar acima ao dos homens. Ele busca combater o machismo, tão enraizado nas relações sociais que chega, muitas vezes, a passar despercebido e é até mesmo normalizado, submetendo as mulheres às mais diferentes formas de violência, seja por meio de agressões (verbais, psicológicas, patrimoniais e físicas), assédio sexual, silenciamento, desigualdade salarial e de oportunidades no mercado de trabalho, ou ainda pela objetificação do corpo feminino.
Agora tudo é Machismo? destrincha a sociedade patriarcal em que vivemos, cuja forma de organização favorece e privilegia os homens nos mais diversos aspectos, e o que todos podem fazer para romper com essa estrutura.
A Coleção Quebrando o Tabu tem como principal objetivo aprofundar pautas que costumam ser debatidas com superficialidade nas redes sociais, apresentando ao leitor fatos, estatísticas e contexto histórico aos mais diversos temas. A ideia é que você possa desconstruir preconceitos enraizados e ter mais pensamento crítico para quebrar tabus que permeiam a sociedade atual."
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Agora tudo é machismo? - Quebrando o Tabu
Copyright © 2023 QoT
Este livro foi elaborado pela Astral Cultural em parceria com o QoT. Todos os direitos reservados à Astral Cultural e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998.
Editora Natália Ortega Editora de arte Tâmizi Ribeiro
Edição de texto Letícia Nakamura
Produção editorial Ana Laura Padovan, Andressa Ciniciato Brendha Rodrigues e Esther Ferreira
Revisão Carlos César da Silva e Fernanda Costa
Revisão técnica Carla Bernava, doutora em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo (USP)
Capa e projeto gráfico Nine editorial
Livro digital Lucas Camargo e Gabriela Fazoli
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Índice para catálogo sistemático:
1. Machismo
BAURU
Rua Joaquim Anacleto Bueno, 1-20
Jardim Contorno
CEP: 17047-281
Telefone: (14) 3879-3877
SÃO PAULO
Rua Augusta, 101
Sala 1812, 18º andar
Consolação
CEP: 01305-000
Telefone: (11) 3048-2900
E-mail: contato@astralcultural.com.br
Agora tudo é machismo?
Sempre foi. Mas já é hora de romper em definitivo com a estrutura opressiva que reforça os estereótipos de gênero e mantém as mulheres em posição subordinada na sociedade.
Prefácio
Começo este texto com a frase de Angela Davis: "A política não se situa no polo oposto ao de nossa vida.
Desejemos ou não, a política permeia nossa existência, insinuando-se nos espaços mais íntimos.. Em que momento fomos convencidas de que a política era algo
à parte" das nossas vidas? E a quem isso beneficia? Certamente não a nós, mulheres, que reivindicamos em todos os espaços da sociedade, que somos seres humanos dignos de direitos, autonomia, paridade e, sobretudo, políticas efetivas de correção e necessidades específicas do que tem significado ser mulher em sociedade.
Quando dizemos que ser mulher é um ato político, estamos dando consciência ao fato de que ser mulher tem uma carga social muito forte, que é composta por diversos elementos. Eles nos limitam e definem nossos papéis muito antes do nosso nascimento. Então, quando Simone de Beauvoir disse: Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.
, ela está dizendo, literalmente, que ser mulher é passar por um ritual de gênero, na sociedade, que a socialize para agir de acordo com um sistema de subordinação ao homem em todas as esferas sociais, o qual chamamos de patriarcado.
Ser político vai além da opressão quando visualizamos, na luta feminista, o resgate e a reconstrução de ser mulher
para um local nosso. Portanto, ser mulher é também um ato político, por toda a nossa resistência coletiva e individual de viver. Na matemática do patriarcado, a conta nunca fecha. De acordo com uma pesquisa feita pela ONU Mulheres [1], 81% dos homens concordam que há machismo no Brasil, mas só 3% deles se consideram machistas. Observem que estamos falando de homens que conseguem reconhecer uma hierarquia de gênero na sociedade, mas não se visualizam como parte da própria hierarquia, ou melhor, agentes do problema. Por isso este livro começa com o capítulo Nem todo homem, mas sempre um homem
, falando da forma mais didática e urgente o que precisamos saber sobre a hierarquia de gênero.
Um dos sintomas da hierarquia de gênero e de toda a violência sofrida pelas mulheres na sociedade, é a rivalidade feminina, incutida na nossa socialização. Distanciar-se da irmandade e do sentimento de amor por outras mulheres é aniquilador. Algo que os homens não sofrem, afinal, quando eles pensam em direcionar seu afeto de admiração, respeito e inspiração às outras pessoas, é sempre para outros homens.
Se você é um homem e está lendo isso, pense em quais locais de afeto as mulheres ocupam na sua vida. Para além das mulheres da sua família, quem você admira? Quais nomes femininos inspiram você? E quantos deles são de mulheres negras, com deficiência, indígenas e trans? Já se você é uma mulher e não entende como a rivalidade feminina pode ser aniquiladora, saiba que ela é uma ferramenta violenta para nos distanciar umas das outras e definir locais de servidão ao homem. E se você é uma mulher branca, saiba que os apontamentos de mulheres negras sobre o racismo dentro de movimentos progressistas, como o feminismo, não é uma tentativa de rivalizar, mas de gritar, como tem sido desde sempre: Eu também sou uma mulher, e o que dói em mim, mas não dói em você (racismo), você precisa agir politicamente para que pare de doer.
. Precisamos fazer ecoar a dororidade para que a sororidade seja efetiva.
O núcleo familiar em que cresci foi o típico brasileiro: formado por mulheres que carregam as famílias nas costas, sem figura paterna.