Heliônia Ceres e o /re/despertar do conto alagoano

De Fabio dos Santos

Trata-se de um estudo sobre os contos de uma das maiores escritoras alagoanas, que recebeu o Prêmio Nacional de Ensaios, da Academia Alagoana de Letras, em 2009, ficando em 2º Lugar. Os contos ceresianos vão desde o realismo mágico ao fantástico. Heliônia Ceres, ainda desconhecida do grande público, nasceu em 1927 e faleceu em 1999, deixando diversas obras inéditas. Premiada nacionalmente e no exterior, configurava como acadêmica da Academia Alagoana de Letras. Existem estudos, poucos, em revistas científicas, como a da UFRJ, pela pesquisadora Vera Romariz. Nesse livro 'Heliônia Ceres e o /re/despertar do conto alagoano, Fabio dos Santos, brinda com excelentes estudos os leitores aficionados pelo conto. Fabio é licenciado em Letras, com habilitação dupla em Português/Espanhol, pela Universidade Federal de Alagoas; também licenciado em Ciências Sociais, pela mesma Universidade; especialista em Educação Infantil, pela CESAMA/AL; e mestre em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia, pela Universidade Federal de Alagoas/UFAL. Fabio tem vários livros premiados e ebooks publicados em diversas categorias conto, romance, ensaios, poemas etc.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 15 de dez. de 2021
• ISBN: 9781526048592

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HELIÔNIA CERES E O /RE/DESPERTAR

DO CONTO ALAGOANO

FABIO DOS SANTOS

Prêmio Nacional de Ensaios da Academia Alagoana de Letras

2º Lugar

Copyright by Fábio dos Santos, 2021

Título original:

Heliônia Ceres e o /Re/despertar do Conto Alagoano

Capa: Fabio dos Santos

Caracteres: Notebook

CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte

Santos, Fábio dos.

Heliônia Ceres e o /Re/despertar do Conto Alagoano

/Fabio dos Santos.

Maceió: Bibliomundi, 2021

Prêmio Nacional de Ensaios da Academia Alagoana de Letras

2º Lugar

p. 101

(Ensaio brasileiro)

Ensaio brasileiro. 2. Título. I. Ficção Brasileira. II. Conto brasileiro. CDD

SUMÁRIO

Apresentação ( Prolegômenos )........................................................................07

Para início de prosa ( Introdução ).....................................................................09

Conto: Anúncios.................................................................................................17

Conto: Caminhos...............................................................................................21

Conto: O relatório...............................................................................................27

Conto: Montagem..............................................................................................33

Conto: Encontro no escuro................................................................................41

Conto: No último verão......................................................................................47

Conto: As baronesas.........................................................................................55

Conto: Bloqueio.................................................................................................61

Conto: Acontecimento geral..............................................................................69

Conto: A flor.......................................................................................................75

Conto: História da vida e paixão de Maria do Céu............................................79

Conto: Rosália das Visões.................................................................................85

Conclusão..........................................................................................................93

Referências bibliográficas..................................................................................99

APRESENTAÇÃO

( PROLEGÔMENOS )

O presente ensaio tem como principal objetivo despertar no(a) leitor(a) a importância literária dos contos de Heliônia Ceres, que figura no cenário alagoano como uma das principais contistas. Buscamos não cometer o exagero teórico que só reproduz em quem ler o sacrifício do tentar compreender. A linguagem é escrita de forma legível e acessível, dosada de simplicidade sem ser piegas. Evitamos o hermetismo lingüístico, no intuito de não desenvolver no(a) leitor(a) a prolixidade exacerbada dos sentidos e dos significados. Pois, os contos ceresianos, como iremos chamá-los quando for preciso durante o discorrer deste ensaio, são coisas de Alagoas, do Brasil, e não do outro mundo. Nada de ocultismo. Nem obscurantismo.

Com as primícias de que estamos produzindo um ensaio descritivo sobre a importância da vasta obra literária de Heliônia Ceres, de forma apaixonada e intencional, confessamos, visto que não vemos como pecado capital discorrer cientificamente sobre algo de que se gosta e com expressar nossos sentimentos. Pretendemos, sim, aguerridamente colocá-la no mesmo púlpito em que figuram os grandes mestres do conto, bem como Graciliano Ramos, Breno Accioly, Ledo Ivo, Machado de Assis, entre outros.

Quem espera encontrar aqui um calhamaço de folhas mortas como a que vimos durante o outono, ou um glamoroso compêndio de teóricos que parecem desfilar nas passarelas da moda, baterá na porta errada, pois não se trata aqui de uma vasta estante de livros, para tanto é que o homem inventou a biblioteca. Tratemos o ensaio como alerta para o que de literário e universal existe nos contos de Heliônia Ceres, no escopo de preservar e divulgar toda a sua obra para as pessoas de todos os níveis e esferas sócio-culturais.

Não esqueçamos que, ao ensaiar sobre dado texto literário consubstanciado em teóricos escolhidos a dedo, estaremos praticando ciência. Entanto, dissertações e teses à parte, incutidas aos futuros mestres e doutores. Aqui se afiguram os contos ceresianos que, de forma empírica, extravasamos o veio crítico e quase autônomo do(a) leitor(a), fazendo dos contos de Heliônia Ceres um laboratório capaz de despertar as mais recônditas impressões que há de mais literário e, sobretudo, humano.

PARA INÍCIO DE PROSA

(INTRODUÇÃO)

Consultando os clássicos dos estudos literários, a título de exemplo e utilização do presente ensaio, sabendo das várias conotações do verbete conto, o Sr. Massaud Moises (2002:98-104) partindo do princípio etimológico nos diz:

"Do Latim computu(m), cálculo, conta, ou contu(m); Grego kóntos, extremidade da lança; ou commentu(m), invenção, ficção; ou deverbal de computare, calcular, contar. Francês conte, Espanhol cuento, Inglês short-story ou tale, Alemão Novelle, Erzählung ou Märchen, Italiano novelle ou racconto". (grifos nossos)

De todos esses trajes relacionados, aproveitaremos as formas latina contu(m), grega commentu(m), francesa conte, espanhola cuento, inglesa short-story ou tale, alemã Novelle, Erzählung e Märchen, italiana novelle ou racconto, por se aproximarem à categoria literária conto. Este, na versão intuitiva dos modernos portugueses e brasileiros, em especial e saudosamente à maneira marioandradino, cf. Marcos Vasconcelos Filho , em seu oportuno ensaio "Ao piar das corujas: uma compreensão do pensamento de Pontes de