Contos do tamanho de uma mosca

De Fabio dos Santos

Contos escritos durante a crise. Mistura entre o real e o maravilhoso. Um dos escritores mais premiados da Geração de 2000, Fabio dos Santos tem diversos outros livros publicados, entre os quais nas categorias romances, ensaios, poemas etc. Mestre em Sociologia, cientista social e professor de Literatura, possui na bagagem prêmios nacionais, regionais e locais, em todas as categorias de que participou. Os contos dessa coletânea advém de uma realidade aparentemente comum para os olhos do sujeito comum mas que têm sua realidade modificada a partir da pena do literatura. Fabio é acadêmico da Academia Maceioense de Letras e músico. Possui canais no Youtube como Fabio Poeta e Fabio dos Santos, e gerencia o blog www.fabiopoetta.blogspot.com com variedades.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 10 de mar. de 2022
• ISBN: 9781526048547

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Contos do tamanho de uma mosca

Fabio dos Santos

Copyright by Fábio dos Santos, 2021

Título original:

Contos do tamanho de uma mosca

Capa: Fabio dos Santos

Caracteres: Notebook

CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte

Santos, Fábio dos.

Contos do tamanho de uma mosca

/Fabio dos Santos.

Maceió: Bibliomundi, 2021

p. 50

(ficção científica)

Conto brasileiro. 2. Título. I. Ficção Brasileira. CDD

SUMÁRIO

O SINAL DO DESESPERO, 07

A CAMISA ENCARNADA DE VICENTE, 11

A COR DA LOUCURA, 17

CONFISSÕES DESESPERADAS DE UM OVO AZULADO, 23

SIMPLESMENTE, PROFESSOR, 29

MY NAME IS MARCO, 35

CONTO DO TAMANHO DE UMA MOSCA, 43

ÍNDICE DE LIVROS DE FABIO DOS SANTOS AUTORAIS, 49

O SINAL DO DESESPERO

Era uma manhã bastante agitada. O pequeno homem levantara-se cedo. Foi ao lavabo assear-se. Lançou um olhar rápido pela janela do cubículo onde morava. Lá fora, pardais gritantes faziam festa nos fios elétricos e nas copas das poucas árvores que ali persistiam. Carros com seus sons metálicos zuniam na rua principal.

O pequeno homem, em seu aspecto preocupado, olhara para as pessoas que tomaram as ruas, silenciosas e ligeiras. Provavelmente, eram trabalhadores, operários que começavam mais um dia de labuta.

Então, ele resolvera barbear-se e ao ver-se no espelho, o tremendo susto: uma enorme mancha rósea de quase um centímetro entre seus olhos. Num misto de instinto e desespero tentara dar cabo dela esfregando-a até deixá-la ainda mais horrível. Uma vermelhidão notável que podia ser vista a cerca de cem metros.

Que é isso agora? – resmungou consigo mesmo. "Não basta ter que aturar essa vida miserável de escassezes, e agora terei que conviver com isso? Ontem mesmo não me lembro ter visto isto na testa. Será mandinga? Possivelmente... Que mal eu fiz ao mundo para merecer essa marca horrenda? Vai que porque nasci pobre e vivo sob a mesquinhez de terceiros. Mas cumpro minhas obrigações de cidadão, estou em dia com a pensão e com a Receita. Vai que é castigo de Deus, por ter sido um idiota toda a