As Coincidências enganam
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As Coincidências enganam - Jacy dos Santos Probst
AS COINCIDÊNCIAS ENGANAM
Jacy dos Santos Probst
Introdução
Uma história nem sempre reflete um mundo inimaginável para quem a vê,e às vezes, como nesse caso,nem de quem a escreve.
Procurei então ser o mais fiel possível às minhas intuições para escrever esta série que fala da história de Ferreira de Assis num país que vive uma relativa tranquilidade,uma tranquilidade tal que deixa pessoas como ele terem tempo livre para reavaliar toda a sua experiência existencial e tudo que o levou a chegar até este ponto.
Ele estava totalmente imerso em uma confusão sem saber para onde iria e o porquê desta imersão. Tudo isso porque nutriu uma paixão platônica que,ao certo, não queria admitir a ele próprio de fato.
As coisas foram se desenrolando até o momento em que não teve como escapar,e então,a confrontação consigo mesmo,ou seja, com o seu próprio e até então assombroso fantasma,fora inevitável. Daí em diante percebeu que nem tudo é o que parece e que as coincidências enganam, principalmente para aqueles que estão mergulhados num sonho acordado e sem direção.
Poderia, porém não posso,extender-me sobre o resto da história para não ter que tornar este um capítulo a parte,mas antes, quero agradecer a Deus,a quem muito pedi para não deixar-me desanimar,e a quem também muito rezei para que os remédios para dor de cabeça que tomei, fizessem efeito desejado nos momentos que mais precisei…
*
Houve um país chamado República Federativa do Brasil que, tanto Ferreira quanto a todos, não têm conhecimento algum da sua existência.
Ele foi fundado através de um golpe por um senhor,e marechal do exército,chamado Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889,na capital do império do Brazil,Rio de Janeiro.
Nem Ferreira e nem ninguém acreditaria nesta história caso você leitor ousasse contar para eles, e creio que até ririam de você.
Se fosse possível perguntar-lhes, com certeza responderiam: Deodoro do quê?!
,Brazil, república?!
...
*
Esta é a primeira parte da série. E a introdução é minha e não de Ferreira de Assis…
Ser consciente é aceitar as coisas como elas são .
Autor desconhecido
Capítulo I
- Boa noite, está no ar o The Talk Show Night. E hoje conversaremos ao vivo com Ferreira de Assis,que vem ao nosso programa falar do seu novo livro,A razão econômica contemporânea
. Boa noite Sr Ferreira.
- Boa noite.
Conversavam neste momento em português e com a tradução simultânea em inglês.
- O Sr mora atualmente em Recife, estou certo?
- Certo- Um pouco tímido.
- Que bom, então podemos conversar em holandês- Risos da platéia.
- Não, só português mesmo-Sorrindo.
- O Sr gostou do meu portunhol?aprendi nos cassinos de Punta del este.
- Bom…inclusive ganhei muito dinheiro lá.
- Não tive a mesma sorte- Risos da platéia- Como estão indo as coisas depois daquela tragédia com o imperador?
Um pouco constrangido, Ferreira respondeu:
- Bastante perplexos,dois anos ainda é muito recente…
Aos poucos,devido a este constrangimento,o entrevistador foi mudando o tom da conversa e levando para o bom humor como é de praxe com apresentadores de talk show.
O constrangimento não era somente pela comoção da tragédia,como era de se esperar,mas também, e até mais,pelo fato de que Ferreira é o tipo de liberal que não tem tanta simpatia pela monarquia,o que se tornou mais comum nos dias atuais.
Parecia que Ferreira,apesar de já ter ido aos EUA várias vezes sentia-se estranho por tamanha simpatia,por parte dos americanos, pela monarquia do império brasileiro. É estranho mas nem tanto. Mas estranho mesmo, era esta sua timidez misturada com ansiedade por sabe-se lá o quê.
A entrevista foi se desenrolando agradável e sem imprevistos,apesar de sua leve impaciência. Porém,como era de se esperar, sempre haviam investidas bem humoradas do entrevistador,e de vez em quando assuntos sobre política eram também abordados,pois tinha muito haver com o seu livro.
Esta era a sua segunda vinda aos EUA a trabalho,e o que lhe causava mais estima desta vez,diferente da anterior, é que o tema é sobre o assunto do qual ele domina e o faz um especialista
. Porém,ao mesmo tempo sabia que este poderia não fazer o mesmo sucesso que o anterior fez,que até então,caminhava-se a passos largos para estar no topo dos mais selecionados.
O primeiro era sobre narrações de acontecimentos que ele vivenciou na guerra da Colômbia, já este, teorias econômicas desenvolvidas por si próprio
que em nada se assemelha com eventos beligerantes.
Ao final da entrevista,e também durante,como era notável que faria,foi apressado para o seu último compromisso em Nova York antes de voltar para o Brazil…
*
Entrou em uma banca de revistas próxima ao centro da cidade. Percebeu que não havia ninguém e então ficou ali parado por alguns segundos,o que o fez sentir com mais frio ainda.
- Olá, alguém aí?dona Linda?
De repente ela levantou-se,pois estava agachada limpando a parte de baixo do balcão.
Dona Linda era uma senhora, porém,com uma aparência ainda jovial. Cabelos ruivos, branca,olhos azuis e com uma voz suave, bem típico a uma americana comum.
- Olá- demorou um pouco para o reconhecer- Ah sim! O Sr está com pressa?
- Um pouco.
Ferreira desde que entrou na banca não parava de esfregar as mãos.
- Estou vendo que o Sr está incomodado. Posso lhe oferecer um café?
- Sim aceito,vem na melhor hora.
Enquanto ele tomava o café,ela o indagou sobre a sua filha:
- Como vai a minha princesa?
- Muito bem, diga-se de passagem.
- Ela aparenta estar feliz? bem de saúde? Desculpa por tantas perguntas Sr Ferreira, é que ela está tão longe e além do mais sozinha,sabe como é, é a minha única filha.
- Aparenta estar bem, muito bem,estuda turismo não é?
- Isso mesmo. E assim que ela se formar eu irei morar por perto- deu um leve sorriso e completou- Dizem que lá nunca faz frio não é?
- É,nunca.
- E que cidade é essa que ela pretende morar? São…
- São Luís. Muito bonita,a Sra deveria conhecer.
- Espero que sim,se o trabalho deixar…
Ferreira entregou-lhe o pacote que continha um envelope da filha de dona Linda. Despediu-se,e saiu apressado para o aeroporto.
- I am sorry- ele disse para uma moça que acabara de esbarrar-Você conhece Os Mutantes!
- Sim,eu até aprender a falar portuguese por…
- Causa deles!
- Isso, deles…excuse-me,i have to Go,bye…
Ferreira não sabia bem o que era,mas algo chamou a sua atenção sobre esta moça.
*
Por sorte sua o guichê onde iria fazer o check in estava quase vazio.
- Desculpe Sr, o seu vôo teve um pequeno atraso- falando num português desconcertado.
- E quanto tempo devo aguardar- Ele a indagou.
- Creio que no máximo umas duas horas.
- Duas?!
- Sim.
Agora a sua missão seria matar o tempo.
Era uma gelada manhã de segunda feira, fazia 0° naquele momento.
O aeroporto estava cheio, o quê não o deixou com dúvidas de que teria de esperar em pé por bastante tempo até encontrar um lugar para se sentar.
Se afastou do guichê, e quase esbarrou em uma senhora que discutia com o funcionário da empresa aérea que não conseguia lhe entender,ela estava irritada por causa do seu cachorro,e ele tentando resolver o seu problema.
Achou um assento vago e sentou-se. A sua frente estava sentado um senhor de cabelos bem grisalhos lendo uma revista. Ferreira então passou a vigiá-lo pois poderia ser a revista que ele um dia enviou um artigo sobre economia.
Levantou-se,e foi em direção a uma pequena prateleira que tinha várias revistas. Quando voltou, sentaram em seu lugar.
- Sra desculpe,eu estava sentado aqui.
Ela então respondeu:
-I can't understand you...Brian!Brian!do you can understand what Sr say? He talk portuguese very well...
Ele nem esperou pois havia percebido que o Sr da revista tinha ido embora.
- I find other place to sit, excuse-me.
Por sorte era exatamente a revista que procurava…
Capítulo II
De volta a Recife, começou a perceber que todos que passavam por ele o olhavam com estranheza. Passou a mão na cabeça,e só aí deu-se conta de que ainda estava de gorro. Ele caiu no chão,e Ferreira abaixou-se para pegá-lo, porém, alguém o pisou bem a sua frente.
- Com licença isto é…Ah não,que susto!
Era o seu amigo Alberto Vaz. Usava uma camiseta, calça jeans e tênis. Sua altura, junto com a sua magreza e o seu cabelo raspado, era o que mais chamamava atenção, além do seu constante bom humor. Por serem amigos