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Contra O Tempo
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E-book305 páginas4 horas

Contra O Tempo

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Sobre este e-book

Harold Pritchard é o policial mais querido de Londres, mesmo com sua arrogância conseguira construir uma carreira de sucesso e agora fazia parte da melhor equipe de policiais comandada por Charlie Raymond, um renomado delegado. Uma série de assassinatos brutais acontece na cidade e o delegado promete desvendá-los com ajuda da imprensa, colocando Harold Pritchard e Susan Brown, uma jornalista investigativa, para trabalharem juntos no caso. A linha tênue entre o amor e o ódio transforma o relacionamento dos dois em desejo, deixando a situação muito complicada. Susan se vê perdida sem saber como lidar com tantos sentimentos e com o fato de ser o próximo alvo do assassino enquanto, mesmo sem notar, se deixa levar cada vez mais por seu maior desafio: Harold Pritchard. Para sua própria segurança a jornalista começa a agir sozinha e compartilha somente informações necessárias o suficiente para continuar viva com o resto da equipe, descobrindo que o inimigo estava mais perto do que imaginava.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de abr. de 2016
Contra O Tempo

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    Pré-visualização do livro

    Contra O Tempo - Samantha Barbosa

    CONTRA

    O TEMPO

    SAMANTHA BARBOSA

    AGRADECIMENTOS.

    Muito obrigada a todos aqueles que sempre acreditaram em mim e me incentivaram até o último

    segundo de qualquer criação minha. Sem vocês eu provavelmente não teria criado coragem para

    fazer o que fiz com esta história em especial. Minha família e meus amigos (que sempre estão ao

    meu lado e que se eu citar por aqui cada um com pelo menos uma ou duas frases de dedicatória, eu

    faço um outro livro. Mas saibam que sou grata a cada um de vocês): muito obrigada.

    Victória Tonetto e Beatriz Amorim, obrigada por fazerem parte disso e analisarem cada palavrinha

    disso aqui com a maior empolgação que já vi. Sem vocês isso não sairia certo como está. Obrigada

    por cada noite virada, por cada palavra de força e por cada surto. Larissa Jacknville, obrigada por

    ajudar na revisão, por ler a história inteira inúmeras vezes, obrigada também pela força, pelas

    palavras bonitas, pela ajuda na sinopse e por tudo que tem feito por mim nesse último ano. Você é

    uma das pessoas mais importantes na minha vida, sem contar que é a fã e surtada número um dessa

    coisa toda. Obrigada, de verdade, meu bem. Por tudo.

    Anneliese Garofolo, obrigada pela capa maravilhosa. Acho que ninguém conseguiria captar bem a

    essência dos personagens e seus movimentos como você fez. Um trabalho incrível e que consegui

    encontrar tudo o que imaginei à primeira vista. E obrigada pela ajuda com o título também.

    Sérgio Iuri, apesar de sua belíssima chatice que sou obrigada a aguentar desde a primeira vez que

    nos falamos, devo confessar que se não fosse por você nada, absolutamente nada disso estaria

    acontecendo. Obrigada por salvar minha vida todas as vezes que eu te grito, obrigada por ajudar

    esse projeto ser real. Você foi, sim, essencial, cara. Obrigada.

    Pâmela Passos, obrigada por estar comigo desde o início. Obrigada por sempre me ajudar, por estar

    ao meu lado, por fazer o possível e o impossível por mim sempre, por tomar conta das minhas coisas

    como se fossem suas. Obrigada por existir e por me dar força para tudo o que eu pensasse, por

    guardar todos os segredos - tanto meus quanto dos meus personagens.

    Um muito obrigada muito, muito especial a cada leitor que sempre esteve comigo, enviando

    mensagens carinhosas e me fazendo rir à toa com qualquer bobagem conversada. Isso é totalmente

    dedicado a vocês. Eu espero que apreciem e se apaixonem novamente pelo policial e pela jornalista

    como foi na fanfic. Este é um presente meu para vocês em comemoração aos cinco anos de Pull Me

    In, e eu acho que não poderia ter sido melhor.

    Eu amo todos vocês; até mesmo você que chegou aí agora e está me conhecendo por aqui.

    Muito obrigada.

    Sem vocês nada disso seria possível.

    PRÓLOGO.

    A fragrância do inimigo.

    LONDRES, INGLATERRA — 00h40min.

    O silêncio era seu melhor amigo naquele momento. O pouco vento que adentrava a janela atrás de

    si balançava as cortinas que lhe circulavam o corpo, escondendo-o logo atrás da mulher mais velha

    sentada à mesa. Ele sabia que aquilo era o melhor; agir feito um fantasma. A pouca luz do ambiente

    facilitara sua entrada e seu esconderijo tão clichê. A luz da luminária que ficava sobre a mesa do

    escritório não chegava onde estava parado, respirando calmamente, como se não estivesse prestes

    a arruinar mais uma vida.

    Não era sua culpa, no fim das contas.

    Owen Mangor que fora idiota o suficiente para achar que ele não faria nada consigo. Fora ingênua

    demais para o tipo de mulher que era; advogada bem renomada e herdeira de uma grande empresa

    de advocacia. Enfiara-se onde não fora chamada, assinando o próprio atestado de óbito. Com tanto

    dinheiro em mãos, fora meter-se no de outras pessoas.

    Pessoas estas que eram perigosas o suficiente para tirá-la de onde vivia em questão de segundos, se

    quisessem.

    Ainda com o rosto enfiado em papéis, Owen respirou fundo ao mesmo tempo em que a brisa forte

    adentrara o escritório, fazendo com que paralisasse por uns segundos. Uma fragrância diferente

    tomara conta de todo o ambiente; não conhecia aquele perfume, mas somente o fato de surgir por

    ali a deixara travada e mergulhada num medo que nunca sentira antes. Por um segundo pensou em

    se levantar e sair, chamar pelo marido ou pelos filhos porém, no fim das contas, continuara ali. Em

    seu interior sabia que aquilo aconteceria.

    A fragrância diferenciada intensificou e tomou conta de todo o ambiente, como se houvesse sido

    libertada para o mundo; como uma flor recém desabrochada, jogando seu perfume em direção a

    todos, atraindo, hipnotizando.

    Sentira-se assim.

    Tonta.

    Hipnotizada.

    De frente para o Diabo.

    Uma risada soprada ecoara pelo ambiente silencioso e as cortinas se movimentaram mais uma vez,

    desta vez em direções diferentes e o som de passos se fez presente. Foram somente dois.

    Naquele instante Owen tivera a total certeza de que a fragrância que dominara o cômodo era a mais

    temida de todas: a da morte.

    CAPÍTULO UM.

    Por onde Harold Pritchard passava atraía olhares curiosos. Talvez fosse culpa de suas feições

    irritadas e seu cabelo bagunçado que outrora caía sobre seus olhos.

    Sentia uma onda de cansaço fora do comum, um peso nos ombros e a típica dor de cabeça infernal.

    Sabia que tudo era efeito da noite anterior, mas pouco se importara. Fora extremamente ingênuo ao

    pensar que teria uma noite inteira de paz e descanso, podendo aproveitar, finalmente a mulher que

    decidira arrastar para seu apartamento daquela vez. Ledo engano.

    O relógio marcava sete e vinte da manhã quando seu celular, nas últimas porcentagens de bateria,

    começou a tocar. Às cegas, atendeu. Uma simples frase lhe fora dita fazendo com que desse um pulo

    da cama. Balbuciou algumas palavras para a garota que estava em sua cama e jogou-lhe umas notas

    para que pudesse pagar o táxi.

    Ser policial nunca lhe parecera tão difícil. Estava cansado e esgotado, porém ainda no auge de sua

    carreira. Tinha muito o que seguir, muito o que prender, muito que representar a população.

    Tinha muitos males que viriam para o bem para executar, também.

    Antes de sair de casa só tivera tempo de enfiar goela abaixo um copo de água e pegar, ao mesmo

    tempo em que vestia uma camisa, o jornal que ficava na porta de seu apartamento. Leu as

    manchetes mais importantes e não precisou de muito para saber o porquê de ter sido incomodado

    justamente em sua folga.

    Uma das pessoas mais influentes da Europa se encontrava morta. Ele quis rir.

    De nervoso.

    No fim, só correra.

    Pritchard dera a última tragada no cigarro que tinha entre os lábios, jogou-o em uma lixeira qualquer

    e abriu a porta em sua frente, ignorando todos os não pode fumar por aqui, senhor Pritchard e os

    bom dia, senhor das que queriam chamar sua atenção.

    Frieza.

    Era sua marca registrada. Não se abalava, não respondia se estivesse de mau humor, não fazia nada

    que não fosse de sua vontade. Um mimado, talvez.

    — Não me digam que estou aqui por causa de Owen Mangor mais uma vez — Harold disse alto logo

    que abrira a porta de seu chefe, delegado Raymond.

    Ele fechou a porta atrás de si e continuou a falar:

    — Quando finalmente consigo uma folga, vocês fazem o que? Isso, me tiram dela às sete da manhã.

    — Bom dia pra você também, Pritchard — disse uma ruiva revirando os olhos enquanto analisava

    uns papéis.

    — Tanto faz — ele deu de ombros, bufando. — Agora, por favor, respondam: o que diabos estou

    fazendo aqui à esta hora no meu dia de folga? Caso vocês não saibam, eu...

    — Passou a noite inteira bebendo, dançando com essas vadias de boates, depois levou uma pra sua

    casa, vocês transaram por duas horas e quando você, finalmente, pôde dormir, nós te acordamos —

    disse um rapaz de cabelos tão embolados quanto os de Pritchard, revirando os olhos.

    — Pare de me interromper, Colton — Harold o repreendeu. — Eu gosto de contar essa parte.

    — Tente dar uma lida nisso aí, Pritchard — Raymond disse jogando a pasta em cima do moreno. —

    Ainda hoje. Bêbado ou não, você tem que ler isso e estar por dentro de todo o caso. É importante.

    Harold abriu a pasta e se sentou ao lado da ruiva que tratou de se levantar para não precisar ficar

    mais tempo ali.

    — Owen Mangor... Morta… Ok, li antes de sair de casa. — ele murmurou devagar enquanto iniciava

    a leitura por alto, procurando por outros detalhes que a mídia não divulgava.

    — Pois é — Charlie caminhou até Pritchard. — A casa de Owen pegou fogo misteriosamente.

    Ninguém sabe se ela já estava morta quando houve o incêndio ou se ela morreu por causa dele. Não

    sabemos nada sobre isto. Preciso que você investigue. Pegue sua equipe e não deixe que outros

    casos desse aconteçam. Te dou férias.

    — Você disse isso da outra vez, e aqui estou eu trabalhando em mais um dia de folga — Pritchard

    rebateu. — Mas tudo bem. Esse ainda é o meu trabalho.

    Charlie concordou com um suspiro e saiu da sala em seguida, deixando apenas Harold e Colton.

    — Vamos trabalhar, Harris — Harold murmurou respirando fundo e se levantando em seguida.

    Colton continuou sentado onde estava, mexendo no celular distraidamente com a intenção de achar

    alguma notícia que o interessasse.

    Uma matéria com um título não muito agradável chamara sua atenção, não pelo conteúdo em si,

    mas sim pela autora da publicação. Clicou, apenas por curiosidade. Secretamente, admirava o

    trabalho daquela mulher. Logo que iniciou a leitura, seus olhos se arregalaram. Aquilo não podia ser

    sério.

    Charlie não seria capaz de autorizar uma publicação daquelas e muito menos de aceitar aquela

    mulher entre eles, como ela afirmava. O choque ainda se fazia presente em seu interior quando

    tirou da página do artigo para ligar para Harold, que deixara a sala alguns segundos atrás.

    Assim que a voz do amigo ecoara por seu ouvido, dissera apenas uma frase:

    — Volte para cá.

    CAPÍTULO DOIS.

    Harold socou a mesa à sua frente com força.

    — Eu não acredito que o Charlie autorizou isso — sibilou furioso. — E quem ela pensa que é pra falar

    assim de mim e insinuar todas essas coisas?!

    — Se acalma, cara — Colton pediu. — Não é a primeira vez que ela abre a boca. O Charlie também

    não nos deve explicações das decisões que toma. Talvez essa parceria sirva de algo.

    — Como por exemplo destruir minha carreira? — Harold gritou para o amigo, dando outro soco na

    mesa. — E você manda eu me acalmar?! Eu vou acabar com essa desgraçada!

    — Harold, fique calmo. Não faça nada agora de cabeça quente, amigo — Colton pediu. — Espere até

    que Charlie nos procure para informar sobre isso.

    — Não quero me acalmar! Me recuso ter que compartilhar informações com essa retardada —

    berrou. — Você leu isso direito? Ela não tem o direito de me difamar assim! Ela é só uma

    jornalistazinha investigativa de merda querendo ibope!

    — Harold, olha...

    — Eu vou falar com ela — Harold cortou o amigo que tentava falar. — Eu vou lá. Não quero saber o

    que vai acontecer, mas eu vou tirar satisfações com ela. Ela vai retirar cada palavra, ponto e vírgula

    do que disse de mim. E vai ser agora.

    — Calma! — Colton segurou o braço do amigo. — Seu emprego está em jogo. Não perca a cabeça

    por causa dela novamente, Harold. Não é a primeira nem vai ser a última vez, controle-se.

    Em silêncio, Harold se soltou do amigo. Não se importava muito com as consequências,

    simplesmente estava se sentido traído por não ter sido informado sobre o pequeno fato de que

    Susan Brown, de certa forma, trabalharia com eles num caso que nem precisava de tanto. E o pior de

    tudo, para ele, eram as palavras grosseiras e agressiva direcionadas ao seu trabalho. Aquela mulher

    simplesmente não tinha papas na língua. E ele, paciência.

    🔺🔺

    Susan deixou um suspiro escapar e encarou as unhas, enquanto a porta à sua frente abria e fechava

    às pressas, num estrondo. Sabia que aquilo aconteceria a partir do momento em que clicara em

    publicar mais cedo naquele dia. Entretanto, não escrevera aquilo sozinha. Aquele era um mérito

    de todo o jornal, escrevera tudo junto aos seus superiores e tudo fora aprovado.

    Afinal, fechar uma pequena parceria com a delegacia de Charlie Raymond era um prêmio e tanto,

    não poderia passar despercebido. Assim como suas considerações sobre as pessoas que faziam parte

    de toda a equipe que o Raymond sempre selecionava para os casos especiais.

    Harold Pritchard estava parado em sua frente com uma expressão extremamente irritada. Era como

    se ele mandasse em alguma coisa; o típico chefe desesperado por algo que deu errado. Sendo que,

    na verdade, ele não era nada. Pelo menos não ali dentro, em seu local de trabalho. Ela comandava

    ali, ela ajustava tudo, ela.

    — Pode começar, inspetor Pritchard — murmurou, encarando-o com desdém. — Eu infelizmente

    não tenho o dia inteiro para você. Se quer explodir, que o faça de uma só vez.

    — Por que diabos disse aquelas coisas sobre mim? — Harold perguntou num tom baixo, mas tão

    raivoso que Susan seria capaz de pegar todo aquele ódio que ele exalava com as próprias mãos. — E

    desde quando mantém contato com o Charlie para dizer que vai ajudar nas investigações que já

    estavam em andamento e o assassinato de Owen Mangor?

    — Porque eu não disse nenhuma mentira, inspetor. Você realmente vive de bebidas alcoólicas e

    cigarros. Acha que pode continuar bem no trabalho agindo assim? Te fiz um favor ao mencionar as

    minhas críticas — Susan sorriu. — E bom, quanto ao resto, somente seu chefe pode lhe responder.

    Só isso?

    — Você não me conhece — Harold elevou um bocado a voz. — Você realmente não me conhece.

    Não sabe por que vim parar aqui, por que decidi viver da forma que vivo, por que faço tudo o que

    faço. Você não sabe absolutamente nada sobre minha maldita vida para fazer as críticas que fez num

    anúncio que deveria ser triunfal para essa porcaria que vocês chamam de jornal. Melhor você tomar

    cuidado com o que diz, Brown. Não é sempre que vai ter alguém acima de você para protegê-la.

    — Está me ameaçando?

    — De forma alguma, Brown — Harold sorriu e se aproximou da mesa onde a mulher permanecia

    sentada, espalmando as mãos grandes sobre a mesma. — Só estou dizendo para tomar cuidado com

    o que fala. Jornalistas investigativos já não duram muito, quando começam a se meter onde não são

    chamados como você faz, duram menos ainda.

    — Olha, Harold...

    — Cala a boca — ele a interrompeu sem medo de soar grosseiro. — Você tem noção do que você

    causou ou vai causar? — ele fechou os olhos e respirou fundo. — Você tem ideia do que você falou,

    garota?

    Susan se levantou e deu a volta pela mesa, parando em frente a Pritchard.

    — Eu só disse a verdade — ela rebateu, firme. — Sem contar que a matéria passou pelos meus

    superiores e tudo o que coloquei foi com auxílio deles. Se não gostou, infelizmente, me desculpe, eu

    não posso fazer absolutamente nada. Retirar minhas palavras é impossível, nem quero isso. Reclame

    com o pessoal lá de cima — Susan apontou para o teto. — E isso inclui seu chefe, pois ele que veio

    nos procurar.

    — A verdade? — ele se aproximou. — Aquilo é a verdade pra você?

    — É, inspetor — respondeu encarando-o nos olhos. — Aquilo é a verdade. Você vai ver minha cara

    mais do que gostaria e sim, aquelas críticas já estão no ar e não irei tirá-las.

    Silêncio.

    Era isso o que havia naquela sala.

    Os olhares continuavam conectados e a tensão era quase palpável naquela sala.

    — Eu espero que você esqueça que eu existo — Harold murmurou. — Não se meta no meu trabalho,

    não cite meu nome em suas fofocas. É a única coisa que lhe peço.

    — Me desculpe, mas assim como matar muitas vezes é o seu trabalho, apontar seus erros tendo um

    acerto em mãos é o meu — Susan respondeu. — E eu não pretendo parar com isso até encontrar o

    assassino de Owen. E ah, claro, sem esquecer aquele que nem mesmo seu pai fora capaz de prender

    anos atrás que, por sinal, acabou com minha família também.

    Naquele momento Harold notara que seria mais difícil do que pensava. Susan Brown estava muito

    mais firme do que ele se lembrava.

    — Eu acho melhor você pensar bem antes de falar qualquer coisa sobre meu pai — Harold

    praticamente rosnou, fazendo-a abrir um sorriso ladino. — Você não tem o direito de se meter nisso

    tudo.

    — E eu acho melhor você pensar bem antes de invadir meu local de trabalho e tentar falar mais alto

    do que eu — Susan rebateu com desdém, empinando o nariz e encarando-o com raiva. — Para

    finalizar, Pritchard, não só tenho o direito como já me meti. Qualquer objeção a isso, por favor,

    procure nossos superiores.

    Batidas na porta interromperam o diálogo, fazendo com que Susan se afastasse de Harold e

    caminhasse até á porta, abrindo-a rapidamente. A figura do outro lado a fizera sorrir

    automaticamente, como se todo seu mal humor fosse pelos ares. O homem logo adentrou a sala

    sem se importar com a presença de Harold.

    — Bom dia, inspetor — cumprimentou educadamente. — Paul Oliver, editor chefe deste jornal.

    — Bom dia só se for para você, senhor Oliver — Harold respondeu ríspido. — Se eu fosse você

    avaliaria melhor as matérias que seus empregados escrevem. Ou melhor, já que você também está

    envolvido nas publicações, é bom que meça suas palavras. Passar bem.

    Após jorrar as palavras boca afora, Harold saiu em disparada. A raiva ainda lhe dominava o corpo,

    fazendo com que sequer se desculpasse ao esbarrar numa mulher um pouco mais baixa que si,

    derrubando todos os papéis que carregava entre os braços.

    Ignorando o policial já sabendo como seu temperamento era, a mulher prosseguiu em direção à sala

    da chefe. Deu duas batidas na porta e esperou. Ninguém a atendera, mas ela sabia que haviam

    pessoas ali. Os sussurros, apesar de baixos, eram audíveis devido ao silêncio que dominava o lugar.

    Bateu novamente, desta vez, receosa. A voz da chefe soou trêmula do outro lado:

    — Claire, volte depois. Estamos ocupados.

    Sem entender ou rebater, Claire deu meia volta. Algo em seu interior lhe dizia que ela deveria correr

    até Pritchard e dizer que algo estava errado. A voz de Susan estava trêmula e fora algo de segundos;

    o tempo dela esbarrar contra Harold e, bang!, a porta estava trancada e a tensão pairava por todo o

    ambiente. Ela podia sentir, ela conhecia sua chefe. No fundo, eram mais que colegas de trabalho;

    eram amigas. Se conheciam o suficiente para reconhecer as diferenças em seus tons de vozes.

    Por fim, Claire decidiu seguir sua intuição e, a passos rápidos, seguiu até a saída da redação que por

    sorte ficava ali no primeiro andar.

    — Inspetor Pritchard! — gritou. — Espere! Por favor, há algo errado na sala da Susan. Eu bati lá e…

    — E o que eu tenho a ver com isso, garota? — perguntou ríspido. — Eu acabei de sair de lá e tudo

    parecia bem.

    — A voz dela estava completamente trêmula e…

    Antes que Claire pudesse finalizar sua fala, o som de tiros ecoou pelo ambiente. Ainda estavam

    parados exatamente em frente à Redação, logo, ouviram claramente. Em questão de segundos

    Harold sacou a arma que sempre carregava e adentrou o local correndo e desviando das pessoas,

    deixando Claire totalmente para trás. Algumas pessoas gritavam e corriam para fora, enquanto mais

    tiros ecoavam.

    Com apenas um tiro contra a fechadura da porta Pritchard conseguiu arrombar a porta da sala de

    Susan, encontrando-a jogada no canto da sala com as mãos na cabeça. Analisou o local com cuidado,

    tendo a certeza que quem quer que fosse fugira pela janela não muito grande que havia ali. Harold

    não pensara duas vezes antes de jogar-se através da mesma. Logo alguns metros à frente pôde ver

    uma única silhueta correndo. O homem parecia ter seu mesmo tamanho, logo o alcançaria

    rapidamente, conhecia toda aquela área como a

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