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Paciente 807 e suas maldições
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Paciente 807 e suas maldições
E-book161 páginas2 horas

Paciente 807 e suas maldições

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Sobre este e-book

Um paciente se vê diante de um cenário de horror, enfrentando momentos difíceis e hostis, na companhia de seu inimigo. Então teve que tomar atitudes e fazer escolhas que jamais imaginaria, para manter sua sobrevivência e sanidade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de ago. de 2021
ISBN9786588927373
Paciente 807 e suas maldições

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    Paciente 807 e suas maldições - Guilherme Campos Cardoso

    CAPÍTULO 1

    Contando os dias

    Sempre penso que meu cotidiano pobre será a minha vida inteira, agindo e vivendo da mesma forma, muitos dias pensando, principalmente nas madrugadas, quando minha cabeça está atolada de pensamentos de que não existe uma cura. Sempre consigo esperanças por algumas horas, mas por algumas ações e palavras, ela se vai como o vento. 

    Certo dia, minha cabeça falou para mim: tudo que você fazer não irá ter resultado nenhum, sua vida será assim até o dia de sua morte, então vá e acabe com ela logo. Com isso pensei em acabar com tudo, pensei que a bebida iria ajudar a me dar coragem para fazer tal ato, mas o resultado foi só um desmaio de tanto beber. Como minha cabeça falava, nem isso eu conseguia fazer.

    Depois de tantas explosões com minha família e eu não sendo o único errado naquela situação, esta família, que nem considero família, por tal ato covarde e injusto me internou, mas me enganando que seria uma sessão para ver se eu melhorava. E claro, eu ali vi, para os meus padrões, o inferno na terra, pessoas gritando sem um motivo sequer e troca de drogas, e claro, sem faltar um assassino no mesmo ambiente.

    Você percebe que está no lugar errado quando nenhuma das pessoas sabe as regras básicas de educação e higiene. O primeiro dia aqui foi um desespero, estava o tempo inteiro falando com as enfermeiras e os médicos que tudo aquilo era um engano, mas é claro que eles me trataram como um paciente maluco e me ignoraram, mas o pior era o porteiro que não deixava ninguém sair. Assim passei minha primeira noite.

    No segundo dia, acordei aos tapas e empurros para ir tomar o remédio. Me levantei e vi aquela fila que eu não deveria fazer parte, mas tive que seguir as regras. Tomei coragem e fui ver o banheiro, e acredite, não quero descrever como ele era. Aí pensei, estou com animais mesmo, não sabem nem usar um banheiro direito. 

    Pouco mais tarde chegou a hora do almoço, fui e peguei uma bandeja com o recipiente dentro, decidi comer muito pouco para não precisar usar o banheiro tão cedo. Perto da tarde fui perguntar se meu médico iria aparecer à tarde para fazer a minha avaliação e, por sorte, ele apareceu, contudo foi como conversar com uma pedra. Eu conversava e nenhum resultado para me tirar de lá, ele aparentemente sendo totalmente parcial com a minha família e me mantendo lá. Quando o médico foi embora, e eu implorando para sair daquele lugar, percebi que não iria sair tão cedo dessa situação. E ele se foi. Esperanças perdidas.

    Já no terceiro dia estava ficando totalmente desesperado, estava pensando o tempo inteiro quanto tempo iria ficar. Assim com esses pensamentos, fiquei perguntando outra vez para todas as pessoas que trabalhavam lá quando meu médico iria chegar, mas cada um falava uma coisa, cada um trabalhava como queria, nunca vi pessoas tão fora do compromisso de seu trabalho, simplesmente achando que estão uma escala maior que todos os pacientes. Aquilo me deixava maluco, eu ficava sentado na minha cama olhando para a janela, pensando de como era bom ter a liberdade que eu não sabia que tinha. Só acabamos dando liberdade para aquilo que perdemos mesmo, e claro, durante aquela tarde, o médico não apareceu, e mais esperanças acabadas.

    Quarto dia, acordei com uma tontura que nuca senti na minha vida, mas isso porque eu não estava comendo praticamente nada para não ter que usar o banheiro imundo daquele hospital. Pensando melhor, comecei a comer pequenas porções para não passar mal, até tinha um horário que eles verificavam como o paciente estava e fiquei durante um dia com 39 graus de febre. Para melhorar, o dia o médico resolveu aparecer no dia. A conversa foi praticamente a mesma, ele preferia ver o lado da minha família primeiro ao ter que me tirar do hospital, com isso a esperança era um sentimento que eu não tinha mais. O pior momento era ter que olhar o tempo passar naquele maldito relógio e ficar sentado na cama olhando para a rua. 

    Entretanto, no meio do nada, uma pessoa totalmente estranha, querendo fazer amizade comigo, eu acho, começou a falar o motivo de ele estar lá, e acredite não foi uma historia muito boa de se ouvir. Os detalhes eram que a mãe dele trabalhava com fetiches de homens que queriam ser dominados, e que ela começava a trazer isso para casa também, e com isso, sem nenhum desfecho com sentido, ela botou ele aqui. Ele tinha mais historias, como ele acordar em motel acorrentado com dois homens botando seus pênis na boca dele. Achei muito desnecessário ele ter me contado tais historias para mim, já que não poderia fazer nada para ajudar, nem ao menos querer ser amigo dele. E com isso o quarto dia acabou.

    No quinto dia acordei sentindo o clima mais pesado, como se um saco de cimento estivesse em minhas costas, e a primeira coisa que fui fazer, é claro, foi me ver no espelho do banheiro. 

    Tudo mudou depois daquele evento, pois o espelho se rachou e vi meu rosto todo deformado durante alguns segundos, e o clima do lugar me pareceu ficar em um tom avermelhado de sangue, como um inferno, e me senti muito mal. Estava quase na hora de tomar os remédios, mas estranhamente uma garota internada chegou perto de mim e falou:

    –Não tome os remédios, eles escondem a verdade.

    E ela simplesmente saiu. Com o acontecido, quando chegou minha vez de tomar a medicação, eu tentei ser bastante convincente para fingir que havia tomado tudo. Depois segui minha rotina, mas minha visão começou a mudar junto com aquela visão do inferno que eu tinha, tudo parecia ficar mais distorcido, e então tentei procurar a garota. Depois de umas boas voltas pelo hospital psiquiátrico, que estava mais para um sanatório do inferno, acabei achando a garota misteriosa. Ela estava no pátio do hospital sentada em um banco, em um lugar bem calmo, com isso fui chegando perto para ir falar com ela calmamente.

    –Olá, tudo bem?

    Falei com um tom amigável para ela. E então ela respondeu:

    –Estou bem, você fez o que eu falei? Não tomou os remédios?

    Então eu respondi: 

    –Sim, não tomei os remédios, mas com a falta deles eles me fizeram um efeito colateral, uma visão, como se eu enxergasse tudo diferente, eu não sei explicar bem, mas tudo mudou. Realmente difícil de explicar, você poderia me dizer o que está acontecendo comigo? Estou muito preocupado.

    –Você simplesmente agora está enxergando a verdade, o real. A medicação esconde isso, é isso que eles querem fazer, fazer você não ver a realidade.

    Com espanto que tive, respondi:

    –Sabia que tinha algo suspeito aqui, de manhã já tive uma visão quando fui me olhar no espelho e agora não tomando a medicação! Tudo mudou, mas tenho que ir indo agora e obrigado pela informação da medicação.

    Então sai de lá com uma visão de que esse lugar não era um lugar comum e sim algum tipo de portal para o inferno, e que eu teria que sair o mais rápido possível, mas que seria impossível com aquele porteiro o tempo todo na porta.

    Chegando no meu quarto com o número 807, fui dormir para ver se o tempo passava um pouco mais rápido, mas acabei adormecendo até o dia seguinte. Realmente eu estava muito cansado e exausto, mas não imaginava que iria apagar daquele jeito.

    Com tudo acontecendo, eu acordei e levantei, fui direto para o banheiro e fui me ver no espelho do banheiro novamente para ver se não olhava algo inusitado outra vez. Quando cheguei puxei um pouco os meus olhos para ver como eles estavam, e para minha surpresa, estavam totalmente vermelhos. Eu não sentia nenhuma dor, mas fiquei assustado depois de ver esse evento. Logo fui passear no corredor e vi cada um dos pacientes e vi a verdade em cada um, mas como assim? O que tinha matado a esposa estava com um sorriso de um psicopata na cara, isso ele não conseguia esconder de mim e a sombra dele o mostrava matando alguma pessoa aleatória: isso era a verdade que a garota havia falado, agora estava enxergando.

    Fui até um dos enfermeiros para ver o que eu enxergava nele, e por espanto eu vi uma figura com uma roupa rasgada e com o rosto todo macabro. Eu não sei como descrever ele, com toda certeza era muito aterrorizante. Depois de um tempo chegou a hora da medicação, e claro, eu não tomei nenhuma delas, e me deu uma tontura e outra visão como se a verdade estivesse mais nítida. Eu comecei a ver as paredes todas descascadas e com escritas macabras, mas nada era legível e todo o lugar parecia devastado como uma cena de massacre por um maluco com uma arma em uma escola.

    Fui passeando pelo inferno, que é como chamarei agora, e todo o lugar ficou totalmente diferente. Caminhei para o pátio e a grama parecia pequenas labaredas do próprio inferno, mas lá em um banco estava a garota, e fui conversar com ela para descobrir o seu nome. Com isso fui chegando como se já fosse amigo dela e disse:

    –Olá, conversamos no outro dia e agora estou enxergando tudo com mais clareza, tudo parece infectado. 

    –É claro, você está enxergando o real do hospital, quanto mais tempo sem a medicação, com mais clareza você enxerga o lugar, e quanto mais tempo sem os remédios, com mais clareza você irá ver o hospital, mas agora tenho que ir. 

    E com isso ela foi embora para a área dela e eu fui voltar para o meu quarto tentar dormir no meu pequeno pedaço de inferno, e claro torcendo para pegar no sono pesado.

    Chegando em meu quarto vi minha cama e me deitei com todo o peso que carregava deste lugar, o tempo passava, mas não conseguia dormir, a insônia parecia que havia escolhido fazer efeito naquela noite. Então decidi dar um pequeno passeio noturno no inferno, mesmo sendo proibido, mas a tentação era grande. Fiquei me perguntando por que não perguntei o nome da garota no meio de nossas pequenas conversas, pois a curiosidade fica à tona, mas em nossas próximas conversas vou perguntar o nome dela, pensava, mas agora quero sair um pouco do meu quarto.

    Saindo do meu quarto percebi que a noite tudo parecia mais macabro, muito mais que durante o dia, mas tinha que tomar cuidado e decorar a patrulha dos enfermeiros da noite para eu poder aproveitar a grande noite. Vi que o balcão onde ficava tudo reservado para os enfermeiros como comida e agua e bebidas em geral mesmo, não podendo ter bebida aqui, estava sem patrulha, então decidi dar uma xeretada, e consegui ver um monte de iguarias bem melhores do que o lixo que eles servem para a gente. Então decidi me servir um pouco com uns sanduiches e um pouco de vinho, pois já era maior de idade então podia beber. Depois de um tempo eu cai fora do lugar onde ficavam as comidas e fui voltar para meu quarto para ver se com álcool e de barriga cheia conseguia dormir, e chegando em minha cama, claro, dei um apagão.

    No dia seguinte, que já me perdi quantos dias passei nesse inferno, estava na hora de ir tomar os remédios, e claro, não tomei nada, com isso me deu o mesmo efeito de tontura, e na mesma hora eu vi o homem com a mãe que trabalhava com fetiches e vi ele vestido com roupas de couro, como aquelas que casais usam quando a relação está muito parada. Eu consegui ver uns de seus piores pesadelos, realmente não tomar esse remédio me fazia ver a verdade e os medos das pessoas, logo em diante vi um velho que não

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