Tem Filhos? Prepa-se para eles.

De Alexandre Holmer Fiore

Tem Filhos? Prepa-se para eles é um livro designado para o auxílio às famílias que procuram tornar o processo de criação e educação de seus filhos algo baseado em evidências e sugestões profissionais, o que naturalmente simplifica a realização dessas tarefas. Para se tornar um profissional de determinada área, para aprender um esporte ou para tocar um novo instrumento musical, temos que treinar, ler e observar exaustivamente. Tal fenômeno não parece se aplicar à política nacional ou à criação dos filhos, o que faz proliferar o número de pessoas não preparadas para realizar tais funções. O acúmulo de informações concernentes ao processo educacional deve se basear primordialmente na ciência e no que pode ser comprovado através de experimentação clínica.

• Idioma: Português
• Editora: Editora da PUCRS
• Data de lançamento: 22 de ago. de 2022
• ISBN: 9788539713134

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1 Para os pais de bebês prematuros

Quando mamãe e papai engravidam, uma série de planos e metas é estabelecida para a evolução da gravidez e para o nascimento do bebê. Embora a incidência de nascimentos prematuros oscile em torno de 10% das gestações, chama a atenção de pediatras e neonatologistas o fato de as pessoas não considerarem essa hipótese como plausível. Dessa forma, há uma grande consternação e despreparo para enfrentar tal situação quando ela se apresenta.

Existem fatores de risco que contribuem para o nascimento prematuro e, principalmente, gestantes ou mulheres com planos de engravidar deveriam tomar conhecimento, como por exemplo, a pré-eclâmpsia e o diabetes gestacional. Contudo, tais causas não serão discutidas neste capítulo por não constituírem objetivo deste livro.

Pois bem, chegou o momento. Sua pressão subiu a níveis alarmantes, sua bolsa rompeu prematuramente, seu nível de glicose está descontrolado, levando seu obstetra a dar a notícia que nenhuma mãe ou pai gostariam de ouvir. Teremos que interromper a gestação. Medo, lágrimas, dúvidas, tudo ao mesmo tempo. Horas depois, lá está aquele pedacinho de gente, em uma incubadora, cheio de tubos e fios, com um aspecto de fragilidade perturbadora. E agora? O que pensar? Como organizar os sentimentos? Como agir?

Vamos particularizar um pouco as situações. Prematuros com mais de 32 semanas de gestação atualmente são considerados de baixo risco para mortalidade e para problemas sérios de desenvolvimento neurológico. Portanto, o grau de preocupação com o futuro de seu filho não deve ser exacerbado contanto que ele receba cuidados adequados em uma unidade de tratamento que esteja preparada para o atendimento de tais pacientes.

Geralmente as internações não excederão as quatro semanas e as complicações clínicas que a família poderá presenciar serão, na maioria das vezes, rápidas e de pouca necessidade de tratamento invasivo. Entretanto, para quem esperava estar com seu bebê em casa em aproximadamente 48 horas, esse tempo pode parecer uma eternidade. Contudo, é importante colocar que no advento da alta hospitalar, o período de angústia logo se tornará uma lembrança distante.

Uma de minhas orientações para os pais à internação e nos dias subsequentes em relação aos seus bebês prematuros se direciona a como deverão acompanhá-los durante esse período e após a alta, e não quando ele poderá sair do hospital. Não há benefício em perguntar insistentemente para o pediatra quando será a alta de seu filho. Pois, em primeiro lugar, o profissional não possui bola de cristal, e quem define a situação propícia para isso é o próprio paciente, assim que atingir os requisitos básicos. Muitas vezes, pais armam um beiço enorme quando acham que seu filho já teria condições de ir para a casa e o profissional discorda, postergando esse momento. Não fique triste com seu médico. Ele não está segurando seu bebê propositalmente, mas sim pensando no bem-estar do paciente e da