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Negócios de Família, Gerência de Viúvas: senhoras administradoras de bens e de pessoas no século XVIII em Minas Gerais
Negócios de Família, Gerência de Viúvas: senhoras administradoras de bens e de pessoas no século XVIII em Minas Gerais
Negócios de Família, Gerência de Viúvas: senhoras administradoras de bens e de pessoas no século XVIII em Minas Gerais
E-book156 páginas1 hora

Negócios de Família, Gerência de Viúvas: senhoras administradoras de bens e de pessoas no século XVIII em Minas Gerais

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Sobre este e-book

Estudar o cotidiano e a vida privada dos habitantes das Minas setecentistas é o caminho percorrido pelos interessados em compreender a sociedade mineira. Graças às várias pesquisas hoje, já se sabe que mulheres gerenciaram negócios, acumularam rendas e atuaram como chefes de família no Brasil Colonial. Ainda que o discurso dominante apontasse para supremacia masculina, várias foram as mulheres que controlaram suas vidas de maneira independente. O papel da mulher na sociedade mineira do século XVIII, mesmo estando à margem do poder político e sem ocupar cargos na administração pública, foi mais importante do que imaginam a maioria das pessoas. Tanto a Igreja Católica como o Estado português acreditavam que as mulheres deveriam ser submissas ao homem, criando uma dependência que acentuaria o contorno patriarcal à família. Mas, a participação das mulheres foi significativa na sociedade mineira colonial. Tal situação foi possível graças à natureza complexa da sociedade mineradora. A necessidade de manutenção da unidade doméstica levou viúvas brancas a uma inserção efetiva, elas romperam com o discurso misógino difundido pela elite. Relatar situações vivenciadas por elas é a proposta desta obra, que também tem como objetivo refletir sobre a principal questão que moveu a pesquisa: como as mulheres podem ocupar espaços e superar as barreiras impostas pela misoginia, em uma sociedade dominada pelo masculino, ainda que essa dominação não encontre sustentação nas leis atuais?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de jan. de 2022
ISBN9786525215389
Negócios de Família, Gerência de Viúvas: senhoras administradoras de bens e de pessoas no século XVIII em Minas Gerais

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    Negócios de Família, Gerência de Viúvas - Raquel Mendes Pinto Chequer

    CAPÍTULO 1 -ARRANJOS FAMILIARES E PAPEL FEMININO NA HISTÓRIA DA AMÉRICA PORTUGUESA

    Não vejo porque a história cultural deva evitar o excêntrico, ou abraçar a média, porque não se pode calcular a média dos significados nem reduzir os símbolos ao seu mínimo denominador comum.

    (Robert Darton)

    1.1 A FAMÍLIA PATRIARCAL: O CENTRO DAS CONTROVÉRSIAS

    A literatura dos viajantes estrangeiros, indivíduos que percorreram o Brasil ao longo do século XIX, refere-se à mulher branca como um ser recluso em seu ambiente familiar e inteiramente sujeita a autoridade masculina. Auguste De Saint-Hilaire, por exemplo, em viagem que fez à Vila Rica em 1816, visitou várias residências de homens de notável destaque nesta sociedade. Muito surpreendeu, a este viajante, o fato de não poder avistar uma única esposa durante as suas visitas. Informa- nos Saint-Hilaire que quando teve alguma dama em sua presença mal pode dirigir-lhe a palavra.¹¹ De acordo com esta literatura, restrita ao ambiente doméstico, só restava às mulheres uma vida monótona preenchendo seu tempo com poucos trabalhos domésticos e tendo filhos.

    Por outro lado, os viajantes registraram que os maridos brancos poderiam ser instruídos e até mesmo educados em instituições educacionais europeias, além de administrarem os negócios da família. Acreditavam os observadores europeus que tal ocorrência agravava as diferenças entre os gêneros. Assim, eles construíram uma imagem da mulher branca como um ser ignorante, indolente, incapaz de levar adiante uma simples conversação .¹² Essa visão acerca do universo feminino correspondeu, durante um longo período, ao que os estudiosos brasileiros apontaram como sendo as principais características da sociedade brasileira colonial, escravista e

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