O cinza do pôr do Sol

De Rodrigo Ortiz Vinholo

A poluição mudou as cores do pôr do Sol, adicionando tons fantásticos enquanto a saúde da população se deteriorava, além de uma faixa cinzenta que era sempre visível no horizonte. Meu pai amava o pôr do Sol, e amava o mundo que o estava matando, mesmo quando todos decidiram deixá-lo para trás.

• Idioma: Português
• Editora: Lendari
• Data de lançamento: 17 de jan. de 2022
• ISBN: 9786588912164

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O cinza do pôr do Sol  

Todos os personagens e acontecimentos neste livro, com exceção dos claramente em domínio público, são fictícios, e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou não, é mera coincidência.

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O texto deste livro obedece às normas do

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Editor-chefe 

Mário Bentes

Diagramação

Angélica Pinheiro

Revisão 

Walter Bezerra Cavalcanti

Capa

Henrique Morais

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

V784c

Vinholo, Rodrigo Ortiz

    O cinza do pôr do Sol [recurso eletrônico] / Rodrigo Ortiz Vinholo – São Paulo: Lendari, 2022.

Dados eletrônicos (1 ePub ; 1.67 mb).

ISBN 978-65-88912-16-4

1. Romances brasileiros. 2. Ficção brasileira. 3. Contos brasileiros. 4. Literatura brasileira.

I. Título.

CDU 869.0(81)-31

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECÁRIA

Bruna Heller – CRB 10/2348

Índice para catálogo sistemático:

1. Literatura em português 869.0

2. Brasil (81)

3. Gênero literário: ficção, romances -31

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O fim da tarde é especial para mim. As cores que o céu assume são únicas, definições alternativas de todas as outras realidades que o céu reflete todos os dias.

No resto do tempo, o céu tem algum tom de azul, de cinza ou de preto. Aqui, o céu se vê no direito de se vestir de outras cores e ficar amarelo, laranja, vermelho, rosa, roxo e toda uma gama de outras cores. Talvez você queira diminuir essa experiência e falar sobre o nascer do sol, mas eu vou discordar de você. Claro, o sol é belo, e o nascer do sol é belo, mas o pôr do sol dá uma surra em qualquer outra apresentação do céu.

Meu pai concordaria comigo. Eu sei disso porque ele concordava comigo, e talvez, se eu realmente for pensar bem, é possível que eu tenha esta opinião sobre o pôr do sol exatamente porque ele tinha essa opinião antes de mim.

Pode ser que soe demasiadamente emocional quando eu digo isso, mas meu pai era um homem muito cheio de amor. Eu digo isso tanto por sua capacidade de lidar bem com as pessoas quanto pela maneira que ele expressava esse amor. Ele não era o tipo de pessoa que dizia muito isso — não me lembro de jamais tê-lo ouvido falar eu te amo para qualquer pessoa —, mas era fato que ele não precisava. Ele apreciava as pessoas, a comida, os animais, o céu e muitas coisas da vida com uma sinceridade que mesmo hoje me escapa.

Desde que me lembro, era ele que me mostrava uma folha com cor curiosa, ou um inseto que aparecera no jardim, ou que me mostrava os caminhos da água da chuva e como o milho de