Decifra- te! e as pessoas: a psicanálise dos contos de fadas auxiliando crianças de todas as idades

De Marilene Lima

Neste livro, a autora Marilene Lima nos convida a refletir sobre nós mesmos, nossas atitudes e escolhas, pela decifração de diferentes Contos de Fadas. A obra é um chamado para que adentremos em uma jornada interior, por meio do olhar da Psicanálise dos Contos de Fadas, que faz da autoanálise a sua ferramenta mais valiosa.

A escritora é psicóloga há mais de 24 anos, psicanalista há 22 anos e estudiosa dos Contos de Fadas há mais de 30. É ela quem nos chama para um passeio por diversas histórias folclóricas e de autoria (pautadas nas primeiras), somadas a aprofundamentos na compreensão psicanalítica dos Contos de Fadas e dos roteiros de vida de seus personagens, bem como de cada um e de todos nós.

Em cada capítulo ou exercício, um passo adiante é dado rumo à leitura de Si e do Outro, ensinando que decifrando a nós mesmos, deciframos pessoas. Um livro que aguça os olhos e ouvidos dos leitores para o passado dos contos, que participam, vivos, do cotidiano roteiro de vida que construímos.

• Idioma: Português
• Editora: Literare Books
• Data de lançamento: 28 de dez. de 2021
• ISBN: 9786559222292

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À minha mãe, Iolanda, que desde cedo semeou

em mim o gosto pela leitura, ensinando-me a lutar

para saber e escrever para lutar.

Aos meus pacientes e alunos que despertam,

diariamente, o que há de melhor em mim.

E aos meus bebês de ontem e hoje:

Nitchi, Floquinho e Pierrot (in memorian),

Colombina e Alecrim, pela lealdade,

companheirismo e amor de sempre.

Agradecimentos

Estar em contato direto com pacientes, terapeutas, alunos e educadores que confiam suas histórias a mim e com os quais tenho a possibilidade de transformar e colorir vidas, me faz resiliente, presente e, também, transformada.

Como sujeito cognoscente hiperassimilativo que já inventou tantas coisas que me melhoraram a vida e melhoraram a vida dos que passam pela minha, eu só tenho a agradecer a todos aqueles que me possibilitaram o percurso da construção de tantos projetos e, em especial, aos que me acompanharam na concepção e gestação deste trabalho, ora nascido lúdico e lúcido:

Adriana Longo, Alessandra Bonifácio, Aline Pereira, Ana Lúcia Souza, Ana Paula Carvalho, Arnaldo Domínguez, Aurélia Tundo, Clau Rovere, Clarice e Léo, Claudete Martins e Jota, Cláudia Balzano, Cris Robba, Daniela Ávila, Danielle Forti, Darlene Ferreira, Elenice Barbosa, Eliane Bacocina, Fabiana Marucci, Fábio Cardoso, Fátima Ribeiro, Gabriel Reina, Imaculada Diogo, Isabela Teixeira, Ieda Nunes, Ilka Passos, Iza Lima, Jane Neves, Jane Novais, Júlia Eugênia, Leo Longo, Karina Araújo, Kátia Alves, Leart, Luciana Madaleno, Malu Espósito, Marcelo Cabral, Márcia Vieira Peres, Mary Grace Andriolli, Maísa Roque, Miriam Pereira, Murillo Barbosa, Neide Regina, Pedro José, Priscila Vieira, Ray Freire, Ricardo Corradi, Rosymeire Tavares, Rosana Cabral, Rosane Santos, Sandra Campos, Sandro Ferreira, Simone Mendes, Thalita Soares, Thiago Amorim, Thaís Belasques, Takashi (in memorian), Vânia Moura, Vânia Souza, Wesley Gomes, Yasmin Abdul por acreditarem em mim e em meu trabalho como psicóloga, psicopedagoga, psicanalista ou docente.

Falar das áreas Psi me faz ser uma pessoa melhor. Atender como Psi no consultório (seja ele aonde for) me faz mais humana.

Prefácio

O que dizer de uma obra que reúne literatura e psicologia ao mesmo tempo? Simplesmente amei ler o material, fruto de seus grupos de estudo e percebi quão primoroso é seu fazer, sua técnica e seu pensar teórico. Parabéns! Em sua dissertação de mestrado, em 2001, você já anunciava isso no terceiro capítulo: sobre a compreensão leitora; depois, em 2014, no artigo científico sobre contos na pós-graduação em Psicopedagogia também.

Marilene Lima veste todos os atributos de uma educadora emocional assertiva, na pele da professora (desde os pequenos até os grandes), da psicóloga, da psicopedagoga e da psicanalista tem sido uma árdua formiguinha em educação e áreas Psi e, com este trabalho, possibilita que conceitos teóricos da Psicanálise dos Contos de Fadas se tornem operacionais para crianças de todas as idades. Não esqueço sua aula sobre A Jovem sem mãos (para motivar e direcionar mulheres) e Pele de Foca, pele da Alma para trabalhar com idosos. Simplesmente sensacional, e a mesma maestria eu vi e senti na presente obra.

Por meio desta obra Decifra-te! E as pessoas..., Marilene Lima atinge a Psiquê de crianças de todas as idades, desde o lar ao consultório até escolas e instituições, uma vez que ele pode ser aplicado na vida de cada leitor. É, verdadeiramente, uma ferramenta psicoeducacional para pais, professores, terapeutas e todos aqueles interessados em seu autoconhecimento. Eu recomendo!

Fábio Cardoso dos Santos,

Prof. Dr. em Linguística, Reitor da Faculdade Academus

em Guarulhos / SP.

Apresentação

Este trabalho, e os recursos que ensina, foi criado no contexto de muitas turmas de pós em Psicopedagogia e Psicanálise e três grupos de estudo em Psicanálise dos Contos de Fada, desenvolvidos no Instituto Edukaleidos em São Paulo, cujo objetivo era levar a pais, professores e terapeutas alguns ensinamentos dos grandes mestres da área, bem como discutir suas premissas.

Marilene Lima, com sua vasta experiência na área da educação e psicologia, bem como da Psicanálise dos Contos de Fadas, conseguiu elaborar este rico instrumento para auxiliar pais e profissionais que lidam com pessoas a reconhecer suas tendências expressas e secretas, suas habilidades e limitações, para, sabiamente, investirem em suas potencialidades e valores.

Ela, que sempre procura agrupar, reunir, possibilitar o estabelecimento de pontes e... pontos, com este material possibilita a projeção de medos e anseios, bem como reconhecimentos de forças e capacidades, num clima acolhedor como dos antigos que contavam ou lembravam histórias ao redor do fogo para espantar o frio e a solidão.

Eliane Bacocina,

Dra. em Educação, Pedagoga,

Consteladora Familiar Sistêmica.

Por que contos de fadas?

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Ler significa reler e compreender. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiência tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Sendo assim, fica evidente que cada leitor é sempre um coautor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita. (Leonardo Boff)

Oriundos da psicologia do povo, os contos são expressão legítima de necessidades psicológicas comuns. Eles condensam e cristalizam elementos capazes de encontrar eco no psiquismo da maioria dos participantes da cultura em que se originaram e, curiosamente, da cultura universal.

Seus textos e enredos refletem temas existenciais que podem ser constrangedores para os adultos, talvez porque nem mesmo eles tenham resolvido tais temas o que faz com que, na maioria das vezes, haja uma pasteurização dos verdadeiros contos recolhidos pelos colimadores Irmãos Grimm, Perrault, Basile, entre outros, com a pretensão de poupar as crianças das verdadeiras atrocidades relatadas em seus originais. Disney, por exemplo, foi um camarada que eternizou os contos e aí tem sua contribuição à cultura milenar dos contos, contudo ele os limpou de tal forma que retirou deles alguns significantes extremamente úteis à compreensão dos fatos do mundo pelas crianças.

De qualquer forma, mais íntegros ou mais limpos, os Contos de Fadas atuam de maneira consoante ao caminho pelo qual as crianças pensam e experimentam o mundo, por essa razão são tão convincentes para elas ajudando-as a entenderem melhor o contexto no qual estão inseridas, obterem um desenvolvimento positivo de suas habilidades sociais e superar suas dificuldades.

De fantasias mal estruturadas e inconsistentes que