Poesias para além do tempo: versos simples de um coração inquieto que jamais deixou de amar
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Sobre este e-book
Ao mesmo tempo, este livro traz, em forma de poesia, sentimentos que expressam este momento de pandemia, em que o distanciamento social é uma prova de amor.
Este livro também fala de política, abordando em versos o que hoje é possível perceber como a "Era da Estupidez e da Ignorância", que faz da violência um modo de existir no mundo.
Este livro fala de vida e de morte, ao mesmo tempo em que fala da beleza da mulher brasileira.
Este livro fala de Deus e dos anos que ficaram para trás, e do tempo que ainda me resta.
Finalmente, este livro é uma grande declaração de amor à vida, aos amigos, às paixões e à democracia.
"Poesias para além do tempo" é um livro que abre o coração do poeta para o mundo, contando suas histórias, sem censuras, sem segredos e com absoluta emoção.
Uma leitura deliciosa nas suas mãos.
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Poesias para além do tempo - Wladimir Tadeu Baptista Soares
Dias nublados
Em dias nublados,
O meu coração
Parece bater
Num peito mais apertado,
Onde a nostalgia
Quer fazer morada
Pedindo pra ficar.
É quando
Os meus olhos
Ficam mais entristecidos
E o amor que sinto
Parece estar longe de mim.
O céu com suas nuvens escuras
Anuncia que vai chover,
Enquanto eu caminho
Solitário por aí,
Pensando,
Remoendo histórias antigas,
Relembrando algumas coisas
Que um dia fizeram sentido
E me ajudaram a chegar até aqui.
Eu vivo ainda
Os planos da minha juventude,
Que os anos não me permitiram
Realizar.
Não consegui
Mudar o mundo,
Mas na velhice
Ainda quero mudar.
Eu sou como aquela estrela distraída
Que trocou o céu pelo mar,
E hoje vive feliz da vida
Junto àquele grão de areia
Que, por razões desconhecidas,
resolveu amar.
Não sei
Se é chegada a hora
Da minha partida,
Mas sei que o tempo
Às vezes finge não me ver
E vai me deixando
Ir levando a vida
Como um sonho,
Ou como um pesadelo,
Que eu não tenho
Como evitar.
Porque eu sou feito
Daquela estrela
E me entrego por inteiro
Àquele mar,
Sem medo das suas profundezas
E sem qualquer receio
Do que eu possa encontrar.
Vaqueiro
Eu gosto
De conhecer lugares,
Cavalgar com meus amigos
Num final de tarde,
Enquanto aprecio
Belas pastagens,
Procurando um bom lugar
Pra descansar;
Participar de uma roda de conversas,
Bebendo e comendo alguma coisa,
Sem deixar passar a oportunidade
De ver aquela menina passar.
Eu sou vaqueiro
E curto vaquejadas,
Mas nem sempre
Consigo ganhar;
Gosto de uma prosa
Na beira da estrada,
Cuidar bem do meu cavalo
Porque ele também
Cuida de mim.
Eu sou um aventureiro
Que, quando longe de casa,
Está sempre com saudade
Do amor que me fez assim:
Um homem feliz, realizado,
Que chora de verdade
Sempre na hora de partir.
Quem sabe?
Eu sou
Um ser humano
E quero os meus direitos:
Direitos humanos
Para todos nós!
Dignidade
É o que nos une,
E a vida merece
Um tempo de paz.
Somos todos iguais
Após a partida,
Mas a fome, aqui,
Nos faz desiguais.
Quem sabe este mundo
Seja justo um dia
Ou, talvez, este mundo injusto,
Um dia, não exista mais?
Aquele olhar que o coração aquece
Eu não nasci para viver
Na superfície dos relacionamentos,
Mas para mergulhar fundo
Nos sentimentos
E morrer de amor
Se for preciso.
Eu nasci para as paixões
Enlouquecidas,
Para os instantes inesperados
E para os encontros
Do acaso.
Eu sou, assim, livre de correntes,
Que se prende a este mundo
Por um beijo que não se esquece,
Por aquele sorriso
Que endoidece,
Por aquele olhar
Que o coração aquece,
Por você e por nós dois,
Seja no sertão ou no serrado,
No pantanal ou na Amazônia,
No pampa ou no agreste.
A resposta que está dentro de nós
Quando a dor passou por mim
E resolveu ficar,
O meu coração caiu abatido
E os meus olhos entristecidos
Deixaram correr uma lágrima
De intenso sofrimento,
Pela falta de esperança
E insegurança com relação ao futuro
Que nos espera,
E pelo amor que parece
Ter se afastado das nossas vidas.
O mundo perdeu o prumo
Da racionalidade
E abriu espaço
Para a insensibilidade,
Tornando os nossos dias
Perigosos e violentos,
Matando as formas inteligentes
De diálogo
E deixando que muitos conspirem
Contra a paz.
Os nossos sonhos
Foram tomados por pesadelos,
E aquelas belas canções
Que eu ouvia tempos atrás,
Nas rádios, não tocam mais.
As minhas pernas
Estão enfraquecendo aos poucos,
E está cada vez mais difícil caminhar.
Mas eu ainda tenho voz ativa,
E, em hipótese alguma,
Eu vou me calar.
A dor que hoje eu sinto
É também sua,
E o tempo parece borbulhar tensões.
Somos nós que escrevemos
A história,
E o final podemos determinar.
Bem ou mal, tudo é possível.
Por isso, precisamos acertar.
Não há jornada sem volta,
Nem há lugar
Que podemos não estar.
Quando busco na memória
Os acontecimentos do passado,
Percebo o quanto erramos
Em muitos momentos
Da nossa existência aqui.
É quando eu adquiro consciência
De que mudar o mundo
Exige, antes, mudarmos nós.
Porque a vida pode ser
Feliz ou amarga,
Estável ou cheia de crises.
Mas a solução
Será sempre encontrar a resposta,
Em cada um de nós,
Do quanto estamos dispostos
A amar...
Quem é você?
Quem é você
Que não se encanta
Com a poesia
E quer destruir a democracia
Que lutamos tanto para ter?
Quem é você
Que faz inimigos
Pr onde anda
E quer armar todos
Ao seu redor?
Quem é você
Que zomba do indivíduo pobre,
Humilha os diferentes
E vê a mulher
Como um ser inferior?
Quem é você
Que ri da pandemia
E não se importa com agonia
De quem, sem ar, veio a morrer?
Quem é você
Que nunca trabalhou na vida
E enriqueceu pegando dinheiro
Que jamais te pertenceu?
Quem é você
Amante da ignorância,
Estúpido e arrogante,
Com vocabulário chulo e agressivo,
E que não nutre empatia
Por nada nem por ninguém?
Quem é você
Esse esgoto humano
Que nunca conheceu o amor,
Uma figura abjeta e mal-educada,
Mau caráter e hipócrita,
Viciada em mentir?
Quem é você
Produtor de maldades,
A besta em forma de gente,
Que está aqui para enganar?
Quem é você
Essa pessoa sem cultura,
Que faz do ódio e da tortura
Suas razões de viver?
Quem é você
Essa farsa política,
Essa incompetência eficiente
Que ameaça todos nós?
Quem é você
Esse traste humano
Que a Criação errou?
Você é
Um psicopata desumano,
Uma aberração da humanidade
Que não tinha nada pra nascer.
Você é
Um apedeuta que se acha inteligente,
Uma voz berrante conduzindo o seu gado
Para um abatedouro
De triste fim.
Atleta paralímpica
Eu sou
Uma atleta paralímpica,
Uma heroína por estar aqui.
Sem patrocínios
E sem estrutura para treinar,
Minha vida é de sacrifícios,
Determinada pelo sonho
De uma medalha ganhar.
Não precisa ser de ouro,
Nem preciso bater record;
Basta eu competir com possibilidade,
Que eu asseguro estar no podium
Fazendo esse povo sorrir.
Eu venho
De uma família muito pobre,
E muito pobre eu ainda sou,
Mas