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Um divã diferente: Obra de ficção repleta de realidade
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E-book140 páginas1 hora

Um divã diferente: Obra de ficção repleta de realidade

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Sobre este e-book

Este livro é uma obra de ficção, mas apresenta situações reais vividas no cotidiano de muitas das profissionais do sexo por todo o país. Essas mulheres acabam se envolvendo emocionalmente e influindo na vida dos seus clientes, reconhecem seus traumas e suas fantasias. Acabam atuando, também, como conselheiras sentimentais e suas camas se transformam em divãs populares.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de fev. de 2022
ISBN9786553700253
Um divã diferente: Obra de ficção repleta de realidade

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    Um divã diferente - João Carlos C. S. Barreto

    O TRIÂNGULO DA ALEGRIA E PRAZER NA CIDADE

    Praça Mauá, Cinelândia e Pinto de Azevedo (depois virou a afamada Vila Mimosa).

    Formamos esse triângulo imaginário para mostrar a diversidade e as diferenças entre os pontos turísticos noturnos no Centro da Cidade do Rio. São características de públicos bastante diferentes, com perfis econômicos e sociais diferenciados, porém, com opções de diversão e prazer para todos, tudo de acordo com a vontade do freguês.

    DA PRAÇA MAUÁ PARA CINELÂNDIA

    O Centro do Rio, ou a Cidade como os cariocas chamam, tem duas grandes avenidas que foram palcos da história do Rio de Janeiro e mesmo do Brasil através das passeatas, manifestações e mesmo desfiles militares e principalmente os carnavais. A Avenida Rio Branco, cruzando de Norte ao Sul com extensão de 1.800 metros; ao Norte inicia na Praça Mauá, zona portuária onde desembarcam marinheiros e turistas de outros países e ao Sul abriga a Cinelândia — Cidade do Cinema. A avenida se estende praticamente paralela a enseada da baía da Guanabara, onde nos primórdios da cidade havia algumas praias liberadas para banho, o que já tem algum tempo, foram transformadas depois em cais e cederam lugar para a base da Marinha do Brasil e Cais do Porto, foi naquela mesma orla que também existiu o triste Cais do Valongo, local em que milhões de africanos escravizados desembarcaram no Brasil.

    Vamos seguir o trajeto da Praça Mauá ao Norte para a Cinelândia no extremo Sul da Avenida. A Praça Mauá sempre foi a porta turística principal de quem chega ao Rio por mar no Cais do Porto (atualmente é o Porto Maravilha, que recebeu esse nome depois de reformado há algum tempo). Lá desembarcam marinheiros mercantes e militares de várias nacionalidades, inclusive ancoram centenas de transatlânticos lotados com turistas para conhecer os encantos da Cidade Maravilhosa, principalmente nos dias de Carnaval, a maior festa popular do planeta, e o Réveillon nas praias da orla na Zona Sul.

    Como qualquer porta de entrada marítima, a Praça Mauá abriga muitas empresas de exportação e transporte oceânico, algum comércio variado, mas a movimentação mesmo começa com o cair da noite. A praça ganha mais vida e colorido. Cheia de Boates com seus letreiros coloridos chamam a atenção pelo glamour. O movimento de pessoas dobra na região que também abriga bares e restaurantes. Mulheres e travestis caminham entre marujos, trabalhadores e homens a procura de diversão e prazer.

    As boates têm uma programação que vai de shows de pagode até a performance de Travestis apresentando sua própria produção artística, porém, muitas delas oferecem apenas a pista de dança, a decoração espelhada e iluminação americanizada bem no estilo Discoteca, costume de música e moda de grande sucesso da época. Também fazem parte as boates para adultos com shows de strip-teases e outros eróticos.

    A maioria dessas casas, além do letreiro iluminado na marquise e fachada, tem na entrada um painel com muitas fotos dos shows que acontecem no interior, ou cartaz apresentando a atração da noite. Ao lado da porta fica um sujeito de grande estatura, de terno ou com farda de porteiro de hotel, que abre a porta para o acesso do freguês ao salão; esses seguranças que ficam de pé na entrada são conhecidos como leões de chácara, eles garantem a noite tranquila dentro do estabelecimento evitando e apartando as brigas de bar e fregueses bêbados inconvenientes. Não é incomum presenciar freguês bêbado ser retirado por eles da boate e depois arremessado na calçada, bem no estilo do Velho Oeste. Quando o assunto fica mais grave ou envolvendo uma confusão generalizada com grupos ou marinheiros, por exemplo, a Polícia Militar acaba acionada.

    Por fora, ao ar livre, os bares com mesas nas calçadas estão normalmente cheios, principalmente nas noites quentes do Rio. A bebida mais consumida é o chope e a cerveja gelada, porém existe um detalhe que poucos conhecem, os turistas estrangeiros, principalmente a marujada, diz que o brasileiro gosta de tomar água amarga, pois a cerveja e o chope são muito fracos e, assim, eles precisam beber muitas tulipas ou garrafas para começarem a ficar ‘alegres’. Por isso eles preferem pedir direto os destilados, mesmo no calor da noite; porém, logo descobrem que no Brasil tem Caipirinha, pronto, a bebida destilada estrangeira é posta de lado e substituída pela nossa famosa Caipirinha, seja ela feita com cachaça (que eles gostam mais) ou na Vodca.

    Outra situação peculiar pouco conhecida por muitos cariocas, até mesmo os que frequentam a Praça Mauá, é que os profissionais de toda a região, nos bares, restaurantes e boates, ficavam sabendo que um navio de determinada bandeira, seja mercante ou militar — de preferência os militares — ancorariam no cais, automaticamente o idioma em toda a praça passa a ser o do país dos visitantes ou direto o Inglês. Não que as pessoas sejam poliglotas, mas o básico sempre ajuda na comunicação do momento ou utilizam intérpretes de ocasião. O importante é que o Dólar passa a ser a moeda do momento na Praça.

    Fato alegórico e constrangedor é que se qualquer brasileiro entra num dos estabelecimentos e pede cerveja ou chope, logo fica mal olhado e atendido com a maior má vontade do mundo por estar ocupando o espaço que poderia ser de alguém de fora que pagaria o consumo em Dólar. Só os conhecidos, habitués, são mais tolerados. Nestes dias o preço do cardápio para os brasileiros e mesmo visitantes é bem mais alto do que nos dias comuns, por isso não gostam da presença de brasileiros por lá, a estratégia é faturar mais e em moeda estrangeira. Há grande disputa nas calçadas para que os forasteiros sejam convencidos a entrar nas casas de espetáculos, chega a acontecer bate-boca entre os porteiros. Nem sempre a discriminação contra os brasileiros é explicita (Não sei se hoje ainda é assim, espero que

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