O DIABO e Outras Histórias - Tolstoi
De Leon Tolstoi
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O DIABO e Outras Histórias - Tolstoi - Leon Tolstoi
Leon Tolstói
O DIABO
E OUTRAS HISTÓRIAS
1a edição
img1.jpgIsbn: 9786586079562
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Prefácio
Prezado leitor
Leon Tolstoi, famoso escritor russo, é reconhecido como um dos grandes nomes da literatura universal e dentre suas obras destacam-se três romances de grande impacto: Guerra e Paz, Ana Karenina e Ressureição. Mas Tolstoi não se limitou aos romances e escreveu muitos textos políticos e contos.
O Diabo e Outras Histórias é uma das melhores coletânea de contos de Tolstoi e incluí, além do conto que nome à obra: As Três Mortes; Onde Está o Amor, Está Deus e Depois do Baile. Uma pequena e primorosa seleção que contos que servem como degustação e apresentação ao texto desse genial escritor chamado Leon Tolstoi.
Uma excelente leitura
LeBooks Editora
Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.
Leon Tolstói
Sumário
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
O DIABO
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
AS TRÊS MORTES
I
II
III
ONDE ESTÁ O AMOR, ESTÁ DEUS
DEPOIS DO BAILE
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
O autor: Leon Tolstoi
img3.jpg1928 – 1910
Leon Tolstói foi um escritor russo, é autor do romance Guerra e Paz, um clássico da literatura russa. Com centenas de personagens, na versão original, é considerado um dos maiores romances da história. A obra retrata o jogo da política, as intrigas da corte e a brutalidade da guerra.
Leon Tolstói nasceu em Iassnaia-Poliana, Rússia, no dia 09 de setembro de 1828. Filho de importante família ligada aos Czares ficou órfão aos nove anos de idade, sendo criado por tias e educado por preceptores. Em 1841 muda-se para Kazan, onde estuda línguas orientais e Direito, mas insatisfeito com o ensino formal abandona os estudos antes da graduação.
Em 1847, por herança, torna-se senhor de vastas terras. Era chamado de Conde de Tolstói.
Entusiasmava-se pelo luxo, mas procurava oferecer as melhores condições para seus empregados, preocupado com as contradições dos dois mundos.
Em 1851 alista-se no exército e luta na Guerra da Crimeia, entre russos e turcos. Inicia sua carreira literária, escreve a autobiografia Infância
(1852), que é publicada na revista O Contemporâneo, de São Petersburgo. Em seguida escreve Adolescência
(1853).
Em 1855 volta para São Petersburgo, após a derrota das tropas Russas. Vai para a propriedade da família. Casa-se com Sônia Andreievna. Em 1856 escreve, Crônicas de Sebastopol
e em 1857 escreve "Juventude, completando a trilogia autobiográfica. A vida na corte o deixa decepcionado, administrar suas propriedades não o satisfaz e a vida militar o repugnava.
Leon Tolstói escreve seus dois maiores romances Guerra e Paz
(1869) e Anna Karenina (1877). Nessa época entra em crise espiritual, questiona a sociedade em que vive, rejeita a autoridade da Igreja Ortodoxa e é excomungado em 1901.
Tolstói repudia a nobreza, veste-se como camponês e anda descalço. Abandona sua casa e morre de pneumonia na estação ferroviária de Astapovo, na província de Riaz, Rússia, no dia 20 de novembro de 1910
O DIABO
Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher cobiçando-a já cometeu adultério com ela em seu coração.
E se teu olho direito te serve de escândalo, arranca-o e lança-o para longe de ti, porque é melhor para ti perderes um dos teus membros do que todo o teu corpo ser lançado no inferno.
E se a tua mão direita te serve de escândalo, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor para ti perderes um dos teus membros do que todo o teu corpo ser lançado no inferno.
Mateus, V, 28-30
Capítulo I
Evguêni Ivânovitch Irtênev tinha uma brilhante carreira pela frente. Ele tinha tudo para isso: excelente educação em casa, conclusão brilhante do curso de direito na Universidade de São Petersburgo, amizades importantes que seu finado pai havia feito nas altas esferas da sociedade, tinha até arranjado um emprego num ministério, tendo como padrinho o próprio ministro. Possuía fortuna, grande até, mas incerta. O pai vivia no estrangeiro e em Petersburgo, e dava seis mil rublos anuais a cada um dos filhos: a Evguêni e ao mais velho, Andrei, que servia na Guarda de Cavalaria. O pai e a mãe sempre gastaram excessivamente. O pai ia para sua herdade somente no verão, passando lá dois meses, mas não se interessava pelos negócios e deixava tudo por conta de um ganancioso administrador, que tampouco administrava a propriedade, mas gozava da total confiança do patrão.
Após a morte do pai e ao fazer a partilha dos bens, os irmãos verificaram que havia tantas dívidas, que o encarregado do inventário até chegou a aconselhá-los a renunciar à propriedade e ficar apenas com a herdade da avó, que valia cem mil rublos. Mas um dos vizinhos, também proprietário, que tinha feito negócios com o pai deles, ou, melhor dizendo, possuía uma promissória dele e por esse motivo tinha ido a São Petersburgo, disse s que, apesar das dívidas, era possível salvar a situação e manter uma fortuna considerável. Para isso bastava vender o bosque e algumas parcelas de terra improdutiva, ficando com o mais valioso – a aldeia de Semiônovskoie, com uns quatro mil hectares de terras negras, a usina de açúcar e uns duzentos hectares de parados irrigáveis. Era necessário também estabelecer-se na aldeia, dedicar-se à propriedade e administrá-la com economia e competência.
Então, na primavera (o pai havia morrido na Páscoa), Evguêni foi à herdade, examinou tudo, resolveu pedir demissão do emprego, mudar-se com a mãe para o campo e ficar lá cuidando dos negócios, a fim de salvar o que havia de mais valor. Ao irmão, de quem não era muito próximo, ele fez uma proposta: ou mandar quatro mil rublos por ano, ou dar de uma só vez oitenta mil rublos, e nesse último caso o irmão deveria renunciar à sua parte na herança.
Assim ele fez. Mudou-se com a mãe para a grande casa senhorial e começou a dedicar-se ao trabalho com entusiasmo, mas também com cautela.
As pessoas geralmente pensam que os velhos são mais conservadores e os jovens, inovadores; mas isso não é inteiramente verdade. Os conservadores são comumente os jovens, porque estes querem aproveitar a vida e não têm tempo de pensar em como devem viver, e, assim, tomam como exemplo a seguir o modo de vida antigo.
Evguêni não era exceção. Ao estabelecer-se na aldeia, seu sonho e seu ideal eram fazer renascer a forma de vida que existia não quando seu pai era vivo, pois seu pai fora um mau proprietário, mas sim quando seu avô era vivo. Agora, na casa, no jardim, na administração dos negócios, ele se esforçava para reconstituir aquilo que era característico do avô, adaptando-se, evidentemente, às mudanças de sua época: queria abundância de tudo e que todos em volta estivessem satisfeitos; queria também conforto e organização. Para alcançar isso, havia muito trabalho pela frente: era preciso atender às exigências dos credores e dos bancos e, para tanto, vender as terras e adiar os pagamentos. Precisava também conseguir empréstimos para tocar os negócios na fazenda, contratar empregados temporários e permanentes para realizar os trabalhos na imensa propriedade de quatro mil hectares de lavouras e na usina de açúcar; era preciso ainda cuidar da casa e do jardim, para que não houvesse a impressão de abandono e decadência.
Havia muito trabalho a fazer, mas Evguêni tinha energia de sobra, tanto física como mental. Ele tinha 26 anos, altura mediana, compleição forte, musculosa devido à ginástica; era do tipo sanguíneo, corado, de dentes claros e cabelos finos, macios e ondulados. Seu único defeito físico era a miopia, que ele mesmo provocara usando óculos e agora não podia ficar sem seu pincenê, que já havia feito um sulco no alto do nariz. Assim era ele fisicamente. Quanto ao caráter, era o tipo de pessoa que quanto mais se conhece, mais se gosta. Sempre fora o preferido de sua mãe, e agora, depois da morte do pai, ela passou a concentrar nele toda a sua ternura e fez dele a sua razão de viver. Mas não era só a mãe que o amava tanto assim. Os colegas do ginásio e da universidade não só gostavam muito dele como lhe tinham muito respeito. Ele provocava reação semelhante também nos estranhos. Era impossível duvidar do que ele dizia, era impossível supor que alguém com um rosto e um olhar que transmitiam tanta sinceridade e honestidade pudesse enganar ou mentir.
Toda a sua personalidade ajudava-o muito nos negócios. O emprestador que a um ou outro negasse crédito nele confiava. Um administrador, um chefe da aldeia ou um camponês capaz de agir mal ou enganar alguém se esquecia de fazer isso com ele, devido ao agradável relacionamento com uma pessoa