Quando um Conde se Torna Sedutor
De Dawn Brower
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Sobre este e-book
Jonas Parker, o Conde de Harrington não tem vontade de se casar. Gosta de ser livre e uma esposa complicaria as coisas. O Wicked Earls 'Club (ou Clube dos Condes Perigosos) é o seu refúgio e não está disposto a desistir dele pelo matrimônio. Seu avô, o duque de Southington, não aceitará menos do quer vê-lo casado e de volta ao seu controle. Só por esse motivo ele já evitaria as damas e os sinos do casamento.
Lady Marian Lindsay gosta de ser uma solteirona e abraça seus modos eruditos. Está estudando, por conta própria, para ser médica e quer ser uma médica adequada. Deseja ser levada a sério no campo da medicina, mas, por ser mulher, seus esforços passam despercebidos. Após cuidadosa deliberação, cria um esquema que é infalível, mas precisa da ajuda de um dos amigos de seu pai para que isso aconteça.
Harrington fica chocado com o pedido de Marian e se recusa de imediato; no entanto, de alguma forma ela consegue encantá-lo e levá-lo a dizer sim. Antes que ele perceba, está acompanhando-a até Kent para uma festa no campo, que se tornará um de seus piores pesadelos.
O decoro deve ser cumprido a todo custo, porque ele não irá se casar ao final de sua expedição - ou irá?
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Quando um Conde se Torna Sedutor - Dawn Brower
Prologue
Castelo de Southington, Inglaterra, 1808
Odia era como qualquer outro na Inglaterra. A chuva tinha se tornado uma ocorrência normal o suficiente para que Jonas não percebesse, mesmo quando ela escorria pelo seu rosto, encharcando-o completamente. Olhou para as pedras esculpidas no cemitério perto da capela de Southington. Apenas membros de sua família eram enterrados lá, muitos que ele nunca conheceu pessoalmente. Seus retratos enchiam o grande salão, mas eram apenas o passado para ele, e tinha sido capaz de se distanciar de suas histórias. Isso, no entanto, era muito diferente.
Sua vida nunca mais seria a mesma. A morte de seu pai havia marcado uma verdade imutável. O Duque agora tinha controle sobre a sua vida. Seu avô era um tirano e sempre tentou dominar sua vontade. Seu pai era a única pessoa com quem podia contar. Uma proteção que o Duque não conseguia ultrapassar, e ele tentava frequentemente.
Então, não, o frio não importava porque estava entorpecido. Chuva? Insignificante em comparação ao que ainda tinha que enfrentar. O Duque de Southington, seu avô, ainda não havia começado, principalmente porque não podia. Havia pessoas por perto e ele não ousava causar uma cena. Depois que todos os enlutados partissem, as coisas começariam a se desdobrar cada vez mais ao seu redor. Seu avô permitiria que ele voltasse para Eton? E a mãe dele? Ela teria como lutar por ele? Seja como for, receava tudo e ainda suplicava por qualquer coisa parecida com sua vida antes da morte de seu pai.
―Lorde Harrington, ― disse um homem enquanto descansava a mão no ombro de Jonas. Como poderia ser o conde agora? Esse era o nome de seu pai e duvidava de que alguma vez se acostumasse a isso. ―É hora de voltar.
Olhou para o homem enquanto a chuva continuava a escorrer pelo rosto. Seu cabelo era preto, mas já começara a ficar cinza nas laterais. Jonas mal o conhecia, mas Lorde Coventry era amigo de seu pai. ―Eu não estou pronto, ― disse ele.
―George era um bom homem, ― disse Lorde Coventry. ―Ele amava você.
―Eu sei, ― Jonas respondeu com voz rouca. Há muito tempo parara de sentir e agora cumpriria com as formalidades. O que mais poderia fazer? Lorde Coventry estava certo, já passava da hora de partir, mas ele não podia se mover. Depois que partisse, tudo se tornaria real demais para ele. Seu avô começaria a latir ordens, e teria anos antes que pudesse se libertar dele. Três longos anos para ser exato, quando completasse dezoito anos, poderia tomar o controle de sua herança. Contanto que seu avô não encontrasse uma maneira de quebrar sua vontade. ―Mas isso não muda nada.
―Não, ― Lorde Coventry concordou. ―Ele ainda se foi e nada o trará de volta.
Se fosse capaz de chorar, teria feito isso dias atrás. Provavelmente era uma coisa boa que não tivesse feito. Qualquer sinal de fraqueza teria provocado seu avô. Tinha que ser corajoso e, de alguma forma, encontrar forças para seguir em frente mais cedo do que gostaria. Seu pai merecia ser lamentado, mas ele entenderia por que não podia fazê-lo abertamente. ―Estou pronto agora. ―Jonas não olhou para lorde Coventry. Girou sobre os seus próprios pés e começou a longa jornada de volta ao Castelo de Southington. Odiava a casa de seu avô, era tão fria quanto ele. Não havia nada de acolhedor nela.
―Lorde Harrington ...
―Não me chame assim ― interrompeu Jonas. O som do título de seu pai machucava em seu coração já dolorido. Ele não queria pensar ou sentir. Tudo o lembrava de seu pai e da perda que não podia escapar. O título ... era mais do que poderia suportar.
Lorde Coventry limpou a garganta. ―É quem você é agora.
― Pode ser. ― Jonas engoliu em seco. ―Mas substituir meu pai é algo para o qual ainda não estou preparado. Não consigo ouvir o título dele sem pensar nele e no que perdi.
―Eu entendo, ― disse Coventry e suspirou. ―Você é jovem demais para já ter perdido seu pai. Se eu tivesse um filho ... ― Ele balançou a cabeça. ―Isso não importa. Você tem um longo caminho pela frente, e provavelmente não há ninguém em quem sinta que pode confiar. Você pode não saber ainda, mas pode confiar em mim. ―Ele parou por um momento antes de continuar. ― Como gostaria que eu te chamasse?
―Ninguém, ― disse Jonas. ―Duvido que iremos nos ver novamente depois de hoje.
O homem mais velho riu. Era um som estranho, considerando os arredores. A tristeza permeava tudo ao seu redor, mas o conde encontrara alguma coisa engraçada. Coventry parecia um tipo simpático e, em outro momento, Jonas teria gostado dele. De qualquer forma, duvidava que fosse encontrar algo atraente ou mesmo alegre por um longo tempo.
Coventry apontou para o castelo a distância. ―Veremos. Venha, vamos sair desta chuva.
O conde seguiu atrás de Jonas quando eles entraram no castelo. Não ficou muito tempo depois disso. Ele tinha falado com o Duque discretamente antes de sua partida, e o Duque não discutiu ou condenou com o conde ao redor. Isso só fez Jonas se perguntar o que eles discutiram.
―Agora que todo mundo se foi, temos algumas coisas para discutir, menino.― Seu avô atacou atravessando toda a sala e olhou para ele. ―Começando com a sua educação… eu ia mantê-lo aqui, mas Coventry disse uma coisa muito acertada. Você precisará fazer conexões e elas estão enraizadas na escola. Então, permitirei que retorne a Eton, pelo menos pelo resto do ano letivo. Vamos repensar a possibilidade antes do próximo período.
Ele devia muito mais ao conde do que se poderia imaginar. Nunca acreditara realmente que seu avô lhe permitiria retornar à escola. ―Obrigado.
―Não me agradeça ainda, ― disse seu avô rispidamente. ―Temos muito trabalho pela frente para prepará-lo para o ducado.
Era apenas um conde e agora precisava se preocupar com o título do avô. O título de Southington não era mais inerente, mas não lembraria o Duque disso. Queria se enrolar como uma bola e dormir por vários dias, não, semanas. Esse era o caminho covarde, e ele se recusava a ceder. ―Onde está minha mãe?
―Ela foi morar com a irmã, ― ele respondeu. ―Sua mãe é muito delicada para Southington. Não se preocupe. Seu pai garantiu que ela fosse provida.
Sua mãe o abandonou? Sempre foi mais próximo de seu pai, mas ainda assim ... ela o deixou sozinho com o duque, e era bem ciente de sua natureza brutal. Ele não tinha problema em usar seus punhos para se fazer entender. O título de Harrington tinha prestigio, mas ele não teria controle da propriedade por muitos anos. Eles tinham muito dinheiro, desde que fizessem o que o Duque queria. Seu pai decidira cortar o maior número possível de ligações com Southington. Viviam em uma pequena casa em Londres, e seu pai havia investido a renda que ele tinha disponível em uma empresa de transportes lucrativa. Eles não viviam em esplendor, mas estavam confortáveis.
Nada disso deixara o duque feliz, mas nada podia fazer. Ele gostava de ter controle sobre sua família, e perdê-lo fez com que ele os cortasse de sua vida. Isso foi até que seu pai morreu e ele viu uma maneira de se intrometer. Agora, Jonas era seu pupilo até que obtivesse acesso total à sua herança. Não era uma soma enorme, mas seria o suficiente para ele se libertar.
―Posso ser dispensado? ―O Duque bateu na sua boca com o punho antes de estar totalmente preparado para o impacto. Recuou involuntariamente, mas depois recuperou o controle o mais rápido possível. Ergueu o olhar e encarou o Duque nos olhos, repetindo seu pedido: ― Posso ser dispensado agora? ―Sair sem permissão prolongaria a tortura, e não queria outro soco na cara, ou em qualquer outro lugar.
O Duque assentiu e ele saiu tão rápido quanto seus pés o levaram. Não correu como queria porque não cederia a opressão do Duque. Se corresse para fora da sala, seu avô encontraria uma razão para fazê-lo ficar. Em vez disso, andou apressado e firmemente até chegar aos seus aposentos. Só então, uma vez que a porta foi fechada e teve privacidade, cedeu às suas furiosas emoções. As lágrimas que segurava finalmente fluíram livremente, e ele sofreu por seu pai.
Londres, 1812
Jonas pegou o copo de conhaque na mesa e tomou um gole. Colocou de volta e olhou para as cartas em sua mão. Até agora, a sorte não esteve do seu lado, e ele estava perdendo os fundos que tinha. Deveria ter desistido há muito tempo, mas estupidamente pensou que venceria se continuasse jogando. A liberdade o havia desencaminhado quando deveria ter lhe trazido felicidade. Aprendeu rápido que a última era uma emoção indescritível que não era para ele.
―Acho que é hora de encerrar a noite, ― anunciou Jason Thompson, conde de Asthey. Ele correu os dedos pelos cabelos loiros escuros e sorriu como um gato que pegou o rato premiado. ―Essa foi uma noite produtiva.
Pelo menos um deles estava indo bem. ― Estou pronto também. ― Jogou suas cartas na mesa. ―Visto que já perdi muito. ― E tinha muito pouco que podia perder. Seu avô ainda segurava a maioria das cordas da bolsa. De algum modo, o Duque havia encontrado uma maneira de obter controle sobre uma grande parte de sua herança. Jonas havia conquistado sua independência há um ano, mas não era verdadeiramente livre. A única coisa que possuía, que o Duque não podia tocar, era uma pequena soma que sua avó materna lhe deixara. Mal era suficiente para viver. Precisava descobrir como aumentar sua renda, mas estava perdido sobre como fazer.
―É uma pena, ― disse Asthey. ―Ganhar tanto resolveria muitos dos seus problemas.
Jonas revirou os olhos. ― Preciso de mais do que eu ganharia em algumas mãos de cartas para resolver tudo isso. ― Poderia ajudar se seu avô decidisse deitar e morrer, mas não, isso não aconteceria. O velho era muito teimoso para fazer algo tão agradável quanto salvar o mundo de seu tipo de mesquinharia. ―Onde está Shelby? ― Gregory Cain, o Conde de Shelby, era o outro membro de seu trio. Jonas examinou o quarto em busca dos cachos cor da meia-noite de Shelby. Eles eram sua marca registrada. Ninguém mais tinha cabelos tão sinistramente escuros quanto os dele. Seu amigo estava longe de ser visto no inferno de jogos.
―Encontrou um rabo de saia ao seu gosto e se apropriou de uma sala para um pouco de esporte.
É claro que sim ... Shelby era um excelente libertino e adorava arrebatar qualquer mulher disposta em sua vizinhança. ―Devemos esperar?
―Ele sabe o caminho de casa, ― Asthey respondeu. ―Prefiro não esperar que ele termine. Ele poderia ficar a noite toda, ou sair em uma hora. É difícil dizer.
―Você está certo, ― Jonas concordou. Se levantou, vestiu o paletó e abotoou-o sobre o colete. ―Estou cansado e preferiria dormir na minha própria cama.
Ambos se dirigiram para a porta da frente e saíram do inferno de jogos. Ainda estava bastante escuro e pela primeira vez era uma noite bastante clara em Londres. A chuva tinha sido terrível por vários dias. As