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Luz no Caminho: com tradução de Fernando Pessoa
Luz no Caminho: com tradução de Fernando Pessoa
Luz no Caminho: com tradução de Fernando Pessoa
E-book75 páginas1 hora

Luz no Caminho: com tradução de Fernando Pessoa

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Sobre este e-book

''Luz no Caminho' teria sido provavelmente da mesma origem que 'A Voz do Silêncio'. Helena Blavatsky, na abertura de 'A Voz do Silêncio', diz que havia escrito a obra pela memória de um livro maior, chamado 'O Livro dos Preceitos de Ouro', que é colocado na mão do aprendiz em escolas do Oriente. E mais tarde, uma outra autora, também da Teosofia, chamada Mabel Collins, teria transcrito uma outra parte desta misteriosa obra oriental.' (Lúcia Helena Galvão, no vídeo de introdução da série de comentários sobre 'Luz no Caminho', disponível no canal da Nova Acrópole no YouTube)

Não foi por acaso, quem sabe, que o grande poeta português Fernando Pessoa escolheu a dedo esta preciosa obra para realizar sua primorosa tradução do inglês, o que já havia feito com a outra obra citada acima, de H. P. Blavatsky (e que também publicamos em formato digital). Muitos devem saber que Pessoa foi um místico relutante, e a carta que trazemos na Introdução, endereçada ao seu amigo Sá-Carneiro, nos dá uma bela ideia de como os textos teosóficos o impactaram; e este, 'Luz no Caminho', talvez mais do que todos os outros.

Somente quem já deu seus primeiros passos no Caminho, quem anda devagar porque já teve pressa, quem traz um sorriso porque já chorou demais, poderá aproveitar completamente o teor deste pequeno mistério em forma de palavras. Os demais, que talvez não o compreendam inteiramente, mas que venham a se sentir de alguma forma seduzidos pelo seu conteúdo, talvez precisem viver um pouco mais neste mundo, até que o amor, ou a dor, lhe encaminhem uma vez mais ao Caminho. E, nesse caso, tal obra certamente se provará como um dos guias mais seguros para a aventura a seguir. Boa sorte!

O editor.

***

[número de páginas]
Equivalente a aproximadamente 63 págs. de um livro impresso (tamanho A5).

[sumário, com índice ativo]
- Introdução: Carta de Fernando Pessoa a Mário de Sá-Carneiro
- Prefácio
- Livro I
- Livro II
- Comentários
-- I – Antes que os olhos possam ver, devem ser incapazes de lágrimas
-- II – Antes que o ouvido possa ouvir, deve ter perdido a sua sensibilidade
-- III – Antes que a voz possa falar na presença dos mestres
-- IV – Antes que a voz possa falar na presença dos mestres, deve ter perdido o poder de ferir
-- V – Antes que a alma possa estar de pé na presença dos mestres, os seus pés devem ser banhados no sangue do coração
- O Karma
- Notas

[ uma edição Textos para Reflexão distribuída em parceria com a Bibliomundi - saiba mais em raph.com.br/tpr ]
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2022
ISBN9781526055415
Luz no Caminho: com tradução de Fernando Pessoa
Autor

Mabel Collins

Mabel Collins (1851 – 1927) foi uma escritora, teosofista e ativista dos direitos dos animais britânica. Autora de mais de 46 livros, entre eles livros populares no campo do misticismo e da espiritualidade em geral.

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    Luz no Caminho - Mabel Collins

    Introdução: Carta de Fernando Pessoa a Mário de Sá-Carneiro

    Lisboa, 6 de Dezembro de 1915

    Meu querido Sá-Carneiro:

    Como lhe escrevo esta carta, antes de tudo, por ter a necessidade psíquica absoluta de lhe escrever. Você desculpará que eu deixe para o fim a resposta à sua carta e postal hoje recebidos, e entre imediatamente naquilo que ficará o assunto desta carta.

    Estou outra vez presa de todas as crises imagináveis, mas agora o assalto é total. Numa coincidência trágica, desabaram sobre mim crises de várias ordens. Estou psiquicamente cercado.

    Renasceu a minha crise intelectual, aquela de que lhe falei; mas agora renasceu mais complicada, porque, à parte ter renascido nas condições antigas, novos fatores vieram emaranhá-la de todo. Estou por isso num desvairamento e numa angústia intelectuais que você mal imagina. Não estou senhor da lucidez suficiente para lhe contar as coisas. Mas, como tenho necessidade de lhes contar, irei explicando conforme posso.

    A primeira parte da crise intelectual, já você sabe o que é; a que apareceu agora deriva da circunstância de eu ter tomado conhecimento com as doutrinas teosóficas. O modo como as conheci foi, como você sabe, banalíssimo. Tive de traduzir livros teosóficos. Eu nada, absolutamente nada, conhecia do assunto. Agora, como é natural, conheço a essência do sistema. Abalou-me a um ponto que eu julgaria hoje impossível, tratando-se de qualquer sistema religioso. O carácter extraordinariamente vasto desta religião-filosofia; a noção de força, de domínio, de conhecimento superior e extra-humano que ressumam as obras teosóficas, perturbaram-me muito.

    Coisa idêntica me acontecera há muito tempo com a leitura de um livro inglês sobre Os Ritos e os Mistérios dos Rosa-Cruz. A possibilidade de que ali, na Teosofia, esteja a verdade real me [? (texto incompreensível, as cartas de Pessoa eram escritas a mão)].

    Não me julgue você a caminho da loucura, creio que não estou. Isto é uma crise grave de um espírito felizmente capaz de ter crises desta.

    Ora, se você meditar que a Teosofia é um sistema ultracristão – no sentido de conter os princípios cristãos elevados a um ponto onde se fundem não sei em que além-Deus – e pensar no que há de fundamentalmente incompatível com o meu paganismo essencial, você terá o primeiro elemento grave que se acrescentou à minha crise.

    Se, depois, reparar em que a Teosofia, porque admite todas as religiões, tem um carácter inteiramente parecido com o do paganismo, que admite no seu Panteão todos os deuses, você terá o segundo elemento da minha grave crise de alma. A Teosofia apavora-me pelo seu mistério e pela sua grandeza ocultista, repugna-me pelo seu humanitarismo e apostolismo (você compreende?) essenciais, atrai-me por se parecer tanto com um paganismo transcendental (é este o nome que eu dou ao modo de pensar a que havia chegado), repugna-me por se parecer tanto com o cristianismo, que não admito. É o horror e a atração do abismo realizados no além-alma.

    Um pavor metafísico, meu querido Sá-Carneiro!

    Fonte:

    Escritos Íntimos, Cartas e Páginas Autobiográficas. Fernando Pessoa (Introduções, organização e notas de António Quadros). Publicações Europa-América, 1986.

    ***

    Comentário

    Ocorre um caso curioso no caso desta tradução de Luz no Caminho, onde o tradutor acaba se tornando mais famoso no meio literário, ao menos na pátria da língua portuguesa, do que a própria autora.

    No entanto, embora nem todos o saibam, Fernando Pessoa traduziu diversos autores ligados a Teosofia [1]: além da própria Mabel Collins, notadamente duas outras autoras – Helena Blavatsky e Annie Besant – e o autor C. W. Leadbeater. Em todos os casos traduções do inglês (idioma dominado por Pessoa) para o português (idem).

    Esta edição traz, portanto, um grande livro de uma grande autora, traduzido para nosso idioma por um dos homens que mais o dominaram ao longo de sua história.

    O editor.

    ***

    [1] A Teosofia é um corpo de conhecimentos que sintetizam Religião, Filosofia e Ciência, trazido ao mundo por Helena Blavatsky.

    Obs.: Conheça também a tradução de Pessoa de A Voz do Silêncio, da autoria de Blavatsky – um livro digital que também foi editado pelas Edições Textos para Reflexão. Não deve ser difícil encontrá-lo na mesma loja onde adquiriu esta edição. [voltar]

    Prefácio

    Luz no Caminho é um livro clássico entre os ocultistas e o melhor guia conhecido para aqueles que deram o primeiro passo no caminho da realização. A autora ocultou o significado das regras se valendo do expediente usual dos místicos, de modo que, para aqueles que não alcançarem a verdade, estas páginas lhes parecerão, provavelmente, como um aglomerado de contradições, praticamente desprovidas de sentido. Mas, para aquele a quem foi dado um vislumbre da vida interna, tais páginas serão um tesouro de joias raras e, cada vez que as abrir, descobrirá novas luzes. Para alguns, este pequeno livro será a primeira revelação daquilo que estiveram procurando às cegas durante toda a sua vida. Para outros, será o primeiro pedaço do pão espiritual dado para satisfazer a fome de sua alma. Para muitos será o primeiro copo d’água da fonte da vida, dado para apagar a sede que os consumia.

    Aqueles a quem este livro está destinado, reconhecerão seu significado interno e, depois de o haver compreendido, já não voltarão a ser aqueles mesmos de até ontém.

    Disse o poeta: Por onde eu passo, todos os meus filhos me reconhecem;

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