Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Filosofia E Sabedoria De Jesus
Filosofia E Sabedoria De Jesus
Filosofia E Sabedoria De Jesus
E-book886 páginas13 horas

Filosofia E Sabedoria De Jesus

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Como já salientei na abertura de meu livro editado e reeditado em quarta edição “Cristo Esse Desconhecido”, na década de 1960, Allan Watts, falando do Cristianismo, nos alertava, dizendo: “Nos primórdios de sua história, o Cristianismo Organizado ou igreja repudiou a gnosis ou a experiência direta da Verdade e aceitou a pistis ou a fé, ou ainda somente admitiu a confiança absoluta em certas verdades reveladas sobre Deus.” Este meu livro sobre Cristo, tratando da Filosofia e Sabedoria do Mestre, ou também esta revolução histórica da Doutrina de Cristo provará que a gnosis tinha tanta importância quanto a fé. Para entender tudo isso, conta-se evidentemente com a boa vontade do leitor. Esta obra mostrará inclusive que a gnosis crística ou a Sabedoria de Jesus vem à frente da pistis ou da fé pura, daí o título do livro, “Filosofia e Sabedoria de Jesus”. Este trabalho mostrará inclusive que a fé,mais o autoconhecimento crísticos, não se conflitam entre si. Não é por nada que certos cristãos antigos, condenados pela Igreja antiga em formação, nos deixaram escrito uma Pistisophia ou a Sabedoria da Fé, uma obra prima do gnosticismo cristão. Meu livro não é gnosticismo, mas vai muito além. Neste trabalho fica mais do que evidente de que Jesus possuía também uma filosofia e uma sabedoria própria. Por exemplo: 1) A lógica de Cristo vai além da lógica convencional dos gregos antigos e acadêmicos de hoje. Ele próprio disse: “Se a vossa Justiça ou Entendimento Perfeito não exceder ou não ultrapassar a dos escribas e fariseus e não podereis entrar no reino da Verdade, ou no Reino de Deus”. 2) Como estética crística, temos diversos versículos notáveis, tipo: Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa?...”Olhai as aves do céu não semeiam nem plantam (e mesmo assim vivem em abundância)... Olhai os lírios dos campos não trabalham nem fiam, mas nem Salomão se vestiu como um deles” . 3) A moral ou ética de Jesus ultrapassa então toda e qualquer moral conhecida naquele tempo e antes dele. É só ler o Sermão da Montanha. 4) Política. Jesus não estipulou o assentamento de uma organização social e política ideal, mas mesmo assim Ele foi político à sua maneira, dizendo, por exemplo: [Sabei também que] a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro, por causa do qual, [muitos] se afastam da fé, e a si mesmos se afligem com muitas dores. (Palavras de Jesus e não de Tiago, o maior). [E mais, Jesus também disse]: Não penseis que vim trazer a paz ao mundo; não vim trazer a paz, mas a espada [da Verdadeira Justiça, que, como já vos disse, é Discernimento, Sabedoria, Reta Compreensão e Reta Percepção. E é disso que carecem todos os homens, já que o mundo é uma verdadeira prisão ou é um campo de concentração]!... 5) Jesus também foi metafísico e epistemólogo, quando disse “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres”..., ou então disse “Deus-Pai quer que todos os homens venham ao conhecimento da Verdade”.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de set. de 2011
Filosofia E Sabedoria De Jesus

Leia mais títulos de Ernesto Bono

Autores relacionados

Relacionado a Filosofia E Sabedoria De Jesus

Ebooks relacionados

Filosofia para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Filosofia E Sabedoria De Jesus

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Filosofia E Sabedoria De Jesus - Ernesto Bono

    PREFÁCIO

    Amigos, neste trabalho, a própria Doutrina, Filosofia e Sabedoria de Jesus, expostas em palavras são as que vão provar a existência real do Mestre em seu tempo, não aquilo que se inventou a respeito da vida do grande Galileu. E se a DOUTRINA, FILOSOFIA e SABEDORIA de JESUS CRISTO não provam a realidade do próprio Mestre e Santo, ou do Jesus histórico, então elas atestam o extraordinário gênio do autor anônimo, que, nos primórdios da era cristã, escreveu tal Doutrina, autor esse que não deixaria de ser também um Cristo, a seu modo.

    Como já salientei na abertura de meu livro editado CRISTO, ESSE DESCONHECIDO, na década de 1960, Allan Watts, falando do Cristianismo, já alertava, dizendo: Nos primórdios de sua história, o Cristianismo Organizado ou igreja repudiou a gnosis ou a experiência direta da Verdade e aceitou a pistis ou a fé, ou ainda a confiança absoluta em certas verdades reveladas sobre Deus.

    Amigos, este ensaio sobre Cristo, tratando da Filosofia e Sabedoria do Mestre, ou também este remanejamento dos versículos evangélicos, esta revolução histórica da Doutrina de Cristo provará o contrário. Para entender tudo isso, evidentemente, conto com a boa vontade do leitor. Esta obra mostrará também que a gnosis crística (a Sabedoria de Jesus) vem à frente da pistis ou da fé pura, daí o título do livro, Filosofia e Sabedoria de Jesus, e mostrará também que a fé mais o autoconhecimento crísticos não se conflitam entre si. Não é por nada que certos cristãos antigos, condenados pela Igreja em formação, nos deixaram escrito a Pistisophia ou a Sabedoria da Fé, uma obra prima do gnosticismo cristão. Cuidado este meu livro não é gnosticismo cristão. Vai muito além.

    Jesus, ou Cristo, o enviado, Mestre do Ocidente por excelência e Sábio da Galiléia, como forma de Libertação humana, como modo de purificação da Mente-Coração do Homem, preconizou tanto a Sabedoria como a Fé (ou simples crença). E a verdadeira doutrina de Cristo é pistis (fé) sim, mas também é gnosis (ou Compreensão Perfeita, Autoconhecimento ou também Realização, Iluminação) ao mesmo tempo. A mensagem de Jesus, contudo, para que seja realizada e transformada em Compreensão Suprema, em Vivência Libertadora, dependerá apenas do anelo sincero, da espontaneidade, do discernimento e do entendimento de cada um, e não de promessas e ameaças de uma organização humana qualquer.

    E a propósito do dilema de saber se Jesus em seus ensinos tinha ou não tinha uma filosofia, em seu notável livro HISTÓRIA DA FILOSOFIA, Will Durant define a filosofia, escrevendo: "Considerada mais detidamente em sua significação, a filosofia abrange cinco domínios: a lógica, a estética, a ética, a política e a metafísica. A Lógica é o estudo do método ideal de pensar e investigar. Ou seja, observação e introspecção, dedução e indução, hipótese e experimentação, análise e síntese, tais são as formas da atividade humana que a lógica procura compreender e orientar... A Estética é o estudo da forma ideal ou da beleza; é a filosofia da arte. A Ética ou a Moral é o estudo do procedimento ou da atuação ideal: o mais alto conhecimento, disse Sócrates, é o do bem e do mal, o da sabedoria no viver. A Política é o estudo da organização social ideal (e não, como se poderia supor, a arte e a ciência de obter e conservar cargos públicos); a monarquia, a aristocracia, a democracia, o socialismo, o anarquismo, o feminismo, são estas a entidades dramáticas da filosofia política. E, por fim, a Metafísica é o estudo da Realidade Última de todas as coisas, é também o estudo da natureza real da matéria (ontologia) e do Espírito (psicologia filosófica) e da correlação do espírito e da matéria nos processos da percepção e do conhecimento (epistemologia).

    a) Para começo de conversa, no que diz respeito à Lógica, de Jesus temos inúmeras passagens que deixariam evidente de que o Mestre da Galiléia também era um lógico ou um anti-lógico à sua maneira. Dois versículos apenas sacramentariam a lógica de Jesus. ---- Antes, porém, é preciso salientar que as palavras Reino de Deus e Justiça, nos ensinos de Jesus, têm outro significado, e não aquele que nos foi imposto pela teologia, pela exegese puramente racional, pela patrística antiga e que alegam que Reino de Deus significa o implante definitivo do reino de Jeová no final dos tempo, e que Justiça é tão somente a memorização completa dos ensinos do Antigo Testamento e sua aceitação em termos absolutos..

    Na boca de Jesus, Justiça significa compreensão, entendimento, sabedoria. Ou melhor dito, Reta Compreensão, Reto Entendimento, Sabedoria Perfeita e Perceber Impecável. E Reino de Deus significa Natureza Verdadeira, Éden, Autonatureza Incondicionada, Manifestação Divina, Criação ou Manifestação Autêntica de Deus Pai-Mãe. E nunca este nosso falso mundo pretensamente físico, múltiplo e dualista, mas em verdade recriado pelo pensamento e perceber errôneo do ego-pensamento e pelo Inimigo-Adversário externo.---- Assim que como um pálido exemplo de lógica crística, dentro de tantos outros, temos: Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça, e depois disso todas as coisas vos serão acrescentadas. Estes dizeres são praticamente iguais ao aforismo universal e inclusive grego: Homem, homem primeiro conhece-te a ti mesmo, [já que depois disso conhecerás adequadamente todas as coisas e principalmente a Deus].

    Outro exemplo de lógica crística é: Se a vossa Justiça não exceder a dos escribas e fariseus – futuros rabinos, forjadores dos Talmudes e das Cabalas – de maneira nenhuma entrareis no Reino de Deus. E que, escrito de outro modo também quer dizer: Se o vosso entendimento, se a vossa compreensão, se a vossa sabedoria e perfeita percepção não excederem ou não ultrapassarem a dos intelectuais de vosso tempo ou a dos escribas oficiais e dos fariseus sacramentados não podereis entrar no Reino, ou ainda não podereis vivenciar o Reino do Pai em vós mesmos e fora de vós. E isto equivale a deparar-se outra vez com a Verdadeira Natureza ou Autonatureza, e que haveis perdido por tanto mal pensar.

    [Num dia daqueles, Jesus disse aos seus discípulos: Filhos amados], não vos conformeis com este mundo [ou com as enganadoras impressões sensoriais que do mundo dizeis receber ou captar; porque quando isso se dá, tudo já está condicionado], mas transformai-vos pela renovação de vosso Entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus-Pai, [e para que vivencieis ou experiencieis o que vem a ser a verdadeira Manifestação de Deus, que o ego-adversário em vós e o Demiurgo fora de vós transformam em trevas exteriores ou mundo organizado].

    ...E que cada um de vós não tente conhecer mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, de acordo com a medida da [confiança e da] fé que o Pai dispensa a cada um.

    [E ainda], não sejais [mais] meninos quanto ao Entendimento; mas sede crianças quanto à astúcia [ou malícia], e sede [AGORA] adultos no entendimento. [Eu disse Entendimento, Compreensão, Discernimento e não elucubrações fúteis, excessos de raciocínios ou conhecimento indireto

    [Estes três últimos versículos são encontrados nas epístolas paulinas, mas é bom saber que Paulo, de sua parte, jamais teve o alcance sapiencial e filosófico que Jesus, o Filho do Homem, manifestou em seu tempo… Paulo tampouco tinha vivência, realização e competência para se exprimir como acabamos de ver].

    [A Sabedoria Crística diz mais: Amigos, sabei que] o Espírito é que Vivifica. A carne para nada serve… [Sem o Espírito-Consciência, nenhuma carne manifestaria vida, e muito menos nós teríamos alguma possibilidade de saber, conhecer e perceber que também temos um corpo que se move. Depois, mal pensando, tampouco inventaríamos burradas a alegarem que são as reações físico-químico-celulares as que dão vida à carne ou ao corpo]

    [Sim] ...O Espírito é quem testifica em nós, ou é o Espírito-Consciência quem Percebe, quem Sabe-Sente-Intui, quem Conscientiza, quem libera a Ação Pura, a Ação Perfeita e o Sentir Perfeito, sem necessariamente restringir-se a um enganador "Ficar cônscio dê", supostamente cerebral, fisiológico e científico, e que parece resultar num falso ente-ego aqui e numa pretensa coisa lá – porque o Espírito é Verdade [ou é a Verdade Primeva e Não-Dual].

    b) E como exemplo de um modo de pensar e agir e que poderia resultar numa estética crística, temos: ...Por isso vos digo mais: [Não penseis ou] não vos preocupeis com a vossa Vida, quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a Vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa?

    Olhai as aves do céu [que são Ato Puro, Wu-wei taoísta ou não-AÇÃO], não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros, não têm depósitos. E, no entanto, vosso Pai Celestial as alimenta. Quanto mais valeis vós do que as aves? ----- Cuidado que as aves do céu não são nem tão passivas nem tão marionetes de Deus quanto parece sugerir a leitura superficial e dualista do versículo, em que cremos que há um Deus aqui e aves lá, alimentadas por Deus!Cristo antes declarou: Não sejais insensatos, mas procurais Sentir-e-Entender a vontade do [Pai], coisa que provavelmente as aves fazem espontaneamente e o homem pensante não faz, para azar dele.

    A Ação Pura (Deus), transformando-se em AVES, renova de modo staccato a Sinfonia da Natureza, através dos vôos incríveis, dos cantos, dos pulos, das bicadas, dos acasalamentos, da construção de ninhos, das briguinhas e procriações das aves. Ele-EU é a Grande Orquestra Sinfônica; uma ave em particular também é a Grande Orquestra e o Maestro ao mesmo tempo. Uma ave geralmente não destoa nem contraria o todo. Com o homem mal pensante, infelizmente, dá-se o contrário: esse destoa, polui, destrói e nega que possa haver um grande concerto comum, onde nenhum músico pode ser considerado maior ou melhor do que este ou aquele, e nem mesmo maior ou menor do que o Mestre dos Mestres].

    E quanto ao vestido, por que andais preocupados? Olhai para os lírios dos campos [Ato Puro], como eles crescem [espontaneamente]; não trabalham [ou não se matam de tanto trabalhar, em busca de...], nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão se vestiu como um deles!

    Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje, e amanhã é lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens de pouca fé?

    Não andeis pois [pensativos e] inquietos, perguntado-vos: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? ----- De mais a mais, convém saber que as mais belas obras de arte surgem quando o artista deixa de ser uma persona-artista à parte ou alguém especial e, sem tanto pensar nem se propor, deixa que o Agente Superior de seu Coração, o Ser ou o Ator Verdadeiro se Manifeste espontaneamente através do Ato Puro, que também é Arte. Este artista verdadeiro identifica-se inclusive com aquilo que vai pintar ou esculpir, e de modo sublime, acaba recriando o que por meio de sua obra artística quer exprimir.

    c) Os ensinos do Mestre da Galiléia, além de Sabedoria, são moral ou ética pura. Equivalem a uma das mais elevadas éticas que a humanidade jamais conheceu. Esses ensinos morais o próprio Mestre os Manifestou em sua maneira de agir e pensar.

    Jesus foi muito além dos mandamentos do Pentateuco, que recomendava que o homem amasse seu próximo. Ele, dentre as tantas maravilhas morais que preconizou, ensinou também que amássemos o próximo como a nós mesmos e que perdoássemos os nossos inimigos. E inclusive nos deixou um novo mandamento – o qual, originalmente, foi escondido, distorcido e transferido a uma suposta Primeira Carta Católica de João – mandamento que desarma de modo completo os perversos religiosos profissionais de todos os tempos. Tal novo mandamento diz o seguinte: E este é o NOVO MANDAMENTO que Deus-Pai deu ao Filho do Homem, para que o ponhais em prática, ou seja: AQUELE QUE AMA A DEUS [E POR ISSO SE DIZ RELIGIOSO], AME TAMBÉM E PRINCIPALMENTE A SEU IRMÃO.

    Pergunta-se, alguma vez a Santa Madre pós em prática tal mandamento? E suas companheiras mais modernas, as protestantes e evangélicas também fizeram o mesmo?

    d) Jesus possivelmente não se interessou muito de política ou organização social, mas mesmo assim nos deixou os mais belos ensinos que uma conduta política adequada deveria sempre manifestar em seu exercício. O Mestre, portanto, disse: Ele, assentando-se, chamou os seus discípulos e lhes recomendou: Se alguém entre vós quiser ser o primeiro, que seja o derradeiro de todos e o servo de todos. Quem entre vós todos for o menor, esse mesmo é o maior! (Quando algum dia, os políticos agiram assim?)

    1) Porque se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, esse se engana a si mesmo!

    2) [De uma maneira ou outra], cada um tem que levar seu próprio fardo.

    3) Vós, contudo, levai os fardos uns dos outros e assim estareis cumprindo a Lei de Deus-Pai, [única e verdadeira].

    4) [Amigos], o que é a vossa vida? É um mero vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.

    5) [Sabei também que] A RAIZ DE TODOS OS MALES É O AMOR AO DINHEIRO, por causa do qual, [muitos] se afastam da fé, e a si mesmos se afligem com muitas dores.

    6) ...[E se todos vós, ao nascer], nada trouxestes para este mundo, manifesto é que nada podereis levar dele, [para que então roubar e acumular tanto?}.

    7) Tendo, porém, [um teto], alimentos e com que vos cobrirdes, contentai-vos com isso.

    8) [E continuando com seu discurso em Jerusalém, Jesus acrescentou: Amigos, eu vos pergunto]: De onde vêm as guerras? De onde vêm as lutas entre vós? Não vêm disto, a saber: da [ânsia de] prazeres que guerreiam nos vossos membros?

    9) Desejais e não tendes; cobiçais e invejais, e não conseguis alcançar; combateis e fazeis guerras, [e só piorais a situação]. Nada tendes, porque não pedis.

    10) Pedis e não recebeis, porque pedis mal, [com a finalidade de incrementar os vossos prazeres mesquinhos].

    11) A garganta [de certos políticos e homens de governo] é um sepulcro aberto; suas línguas só proferem enganos [ou mentiras], há veneno de serpente debaixo de seus lábios!

    12) A boca deles está cheia de maldição e amargura!

    13) Seus pés são velozes [apenas para mandar matar e] para derramar sangue.

    14) E em seus caminhos há destruição e miséria. [Irmãos, ouvi-me, isso não pode continuar!). ---- (Cuidado, os versículos acima que vão de 1 a 3 e de 8 a 14 estavam nas cartas apostólicas de Paulo, e os que vão de 4 a 7 estavam na carta apostólica de Tiago. Contudo, todos eles foram proferidos por Jesus, em seu tempo. Já veremos por quê}.

    [De um modo totalmente social, político e principalmente Espiritual, disse Jesus em certo dia a todos os seus discípulos e aos seus irmãos, principalmente; Filhos], Não penseis que vim trazer a paz ao mundo; não vim trazer a paz, mas a espada [da Verdadeira Justiça, que, como já vos disse, é Discernimento, Sabedoria, Reta Compreensão e Reta Percepção. E é disso que carecem todos os homens]!...

    [Ou também]: Pensais que Eu [EU SOU] vim para estabelecer a paz no mundo?, [ou a paz no inferno, a paz num presídio, num campo de concentração?] Não, Eu vos digo, mas dissensão [ou melhor dito, indignação. Se nada se pode fazer, é preciso que o homem se indigne com justiça]!

    e) Finalmente no que diz respeito à Metafísica e à epistemologia filosóficas, Jesus também semeou muita sabedoria a respeito, dizendo, por exemplo:

    1) [Ao bom cidadão que sabe das coisas] não convém discutir, mas sim ser manso para com todos, apto para [ouvir e] ensinar...

    2) Instruindo com [inteligência e paciência] os que persistem no erro, a ver se porventura Deus-Pai lhes dará entendimento para conhecerem a Verdade.

    3) E TORNAREM A DESPERTAR, DESPRENDENDO-SE DOS LAÇOS DO ADVERSÁRIO EM QUE CONTRA A VONTADE DELES ESTÃO PRESOS.

    4) [Amigos, sabei que] Deus-Pai quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da Verdade. (Os versículos 1 a 4 estavam nas cartas de Paulo, mas foram proferidos por Jesus e quem sabe até mesmo escritos).

    [Compreendei-me também que] é chegado, o Instante [a hora] em que o Filho do Homem é glorificado, [porque somente no AGORA DIVINO é que o Pai e o Filho se glorificam reciprocamente; UM, manifestando-se e o Outro – o mesmo UM – exaltando-se como Manifestação Pura].

    [E todos vós que me ouvis, eu vos recomendo], entrai pela porta estreita [da Reta Compreensão e Reta Percepção ou JUSTIÇA], porque larga é a porta [do pensamento corruptor e da sensorialidade distorcida], e espaçoso é o caminho [do egotismo, egoísmo e egocentrismo] que conduz à perdição, e muitos são os que entram por essa larga porta, [e enveredam por tal caminho].

    Sim, vos digo, estreita é a porta [da Justiça – Reta Compreensão e Reta Percepção] e apertado é o caminho que conduz à Vida [do Reino]! E poucos são os que o encontram!

    Eu vos digo também que muitos procurarão entrar por tal porta, mas não conseguirão.

    f) No que se refere ainda à Filosofia e Sabedoria de Jesus, nesta primeira parte do Prefácio reproduzirei alguns ensinos soltos de Jesus, só para fundamentá-Lo como grande Mestre e também como um grande Iluminado (Filho especial do Homem ou Filho do Céu, Filho da Luz, Filho de Deus, na linguagem habitual, por todos conhecida):

    [Amigos], Eu vim a este mundo – ou Eu Sou se Manifestou a este mundo - ...a fim de que os que não vêem vejam e os que vêem se façam cegos! ---- . [Este VER na linguagem de Jesus significa pensar. Portanto, Eu vim a este mundo faz-de-conta, a este doloroso reino do ego e do Demiúrgo, a fim de que os que não pensam ou pensam mal, comecem a fazer bom uso do pensamento ou do Saber-Sentir-Intuir e inclusive do Reto Discernimento. Estas últimas faculdades mentais, quando bem aproveitadas, conduzem a mente do homem à Vivência Direta da Verdade Suprema. Vim também para silenciar a mente daqueles que, julgando-se sábios, usam e abusam do pensamento comum ou da razão, do intelecto, da memória-raciocínio-imaginação e das comparações vulgares, pretendendo com elas encontrar a Verdade Primeva, fora deles mesmos. Esses, só silenciando a tormentosa tagarelice de suas mentes, é que, Aqui e Agora, livres do tempo, poderão reconquistar a paz suprema e a Bem-Aventurança do Reino de Deus ou Reino do Pai, inacessível a qualquer pensmento e especulação intelectual.

    Bem-aventurados os pobres de – ou os pobres pelo – Espírito, porque deles é o Reino de Deus!

    Sim, bem-aventurados são esses, porque sendo pobres de pensamentos ou de concepções egótico-mentais, com maior facilidade conseguirão eliminar os últimos apegos à personalidade isolada (ego), realizando em seus Corações o Deus Vivo ou a Verdade Primeva.

    Pobres de Espírito não são os analfabetos, os miseráveis de posses, os intelectualmente torpes e ignorantes e que a Santa Madre tanto gosta, porque eles a enriqueceram. E não esqueçamos que esses pobres são cheios de idiossincrasias ou paixões, trevas, ciúmes, vícios e maldades, prontos a pôr em prática o mais cego e brutal fanatismo que tanto maculou e tanto envergonhou a História do Ocidente e da Humanidade. Estes pobres completos são sempre bem aproveitados, manobrados e explorados por certos religiões (falso cristianismo, dízimos) ou por determinadas organizações políticas (comunismo), monopolizadoras do poder.

    Pobres de Espírito ou pelo Espírito tampouco são os eruditos intelectuais, os lógico-racionais, os sagazes, astutos e falsos sábios, os quais transformam sua mente num computador, numa máquina perfeita, boa apenas para ruminar as riquezas quantitativas de uma economia enganadora, ou de uma físico-química-matemática. Estes são os típicos memorizadores e devoradores da letra morta, a ostentar uma empáfia e intolerância que só os falsos e sábios costumam alimentar e manifestar.

    Por conseguinte, os pobres de Espírito ou pelo Espírito são os que já estão cansados com a ronda da existência ego-personificada, e se encontram já maduros para dar o salto, e são suscetíveis aos apelos da Consciência Superior. Estes pobres tudo sacrificam, e de tudo se desprendem, a fim de que, em seus Corações passe a prevalecer somente a Verdade Maior, a Verdade Não-Dual do Reino do PAI.

    [Amigos], vede que a Luz que em vós há – e que é Espírito-Entendimento – não sejam trevas.

    ...[Porque] Se... a Luz que em vós há são trevas, quão grandes serão essas mesmas trevas [fora de vós]! ---- [Amigos, Cuidado, fora o intelecto e a lógica-razão, enganadores e pretensamente cerebrais, no homem há principalmente um Espírito-Ser que é Saber-Sentir-Intuir e este, em sua possibilidade de Conceber e Perceber (Conhecimento Direto) e também de se Manifestar como Vida, é Luz Pura. Cuidado para que o intelecto e a lógica-razão não se tornem rainhas absolutas da mente e senhoras de tudo, porque se tal acontecer, as trevas prevalecerão por completo, e quão grandes serão essas trevas tanto no íntimo do homem como fora dele! Tudo isso foi exatamente o que o cientificismo e o marxismo-comunismo nos obsequiaram].]

    No Evangelho de Tomé, pretensamente falso ou apócrifo, versículo 60, está escrito o que segue, de uma maneira extremamente sábia e incrivelmente veraz: Ao entrarem na Judéia, eles viram um samaritano que carregava uma ovelha. Jesus disse a seus discípulos: Por que a carrega? Responderam eles: Para matá-la e comê-la. Disse-lhes Jesus: Enquanto a ovelha está viva, ele não a poderá comer; só depois de morta e cadáver.

    Replicaram eles: É óbvio que de outro modo não a pode comer.

    Respondeu-lhes Jesus: Procurai para vós um UM ESCAPE – um lugar de repouso, para que não vos torneis cadáveres e sejais devorados.

    [Ou a também]: Amigos, eu sempre vos recomendei que Buscásseis o Reino de Deus e sua Justiça, que depois disso todas as coisas vos seriam acrescentadas. Pois bem, esse Reino de Deus, dentro e fora de vós, é o lugar de repouso. Quem Aqui e Agora Vivencia o Reino do Pai certamente haverá de suplantar a morte, com todos os cadáveres que ela dissemina no mundo exterior. Portanto, ou o homem vive a falsa vida, feito um morto vivo, e depois desencarna e vira cadáver, ou o homem se Auto-Realiza, se Ilumina e se transforma em Filho do Homem, com o seu corpo da Imortalidade ou corpo de Vrãja. Depois disso ninguém poderá matá-lo;

    ...Que aproveita ao homem granjear ou ganhar o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?

    Ou que aproveita ao homem, identificado ao ego-pensamento e escravo de seus desejos, paixões, ignorância e limitações, conquistar o mundo todo, perdendo, contudo, sua verdadeira Individualidade, plenitude (SER), paz de espírito, equilíbrio e equanimidade. Um conquistador como esse não é um homem, é um monstro voraz, um polvo imenso!

    Este meu filho [ou seja, o homem] estava morto [isto é, estava escravizado ao ego] e reviveu ou ressuscitou; havia-se perdido e reencontrou-se!...

    [Isso se dá porque] ...Deus não é o Deus dos mortos [ou dos desencarnados do além, e também dos homens perdidos ou extraviados do mundo ou aquém], mas é Deus dos Vivos [ou seja, é Deus dos Iluminados, dos Realizados, dos Despertos. Esses Homens Benditos transmutaram seu mal pensar em Saber-Sentir-Intuir].

    Conhecereis pois a Verdade e ela vos fará livres Ou também e melhor dito, sem eventuais distorções: Homem, homem, no Momento Presente ou Aqui e Agora, conhece diretamente a Verdade que ela te torna livre!

    [Sim, porque] AGORA é o juízo deste mundo! AGORA é expulso o príncipe deste mundo [o Demiurgo e sua semente maldita, o ego do homem].

    Aqui e Agora (Intemporalidade ou momento presente atemporal) tanto o Demiurgo externo, demônio e príncipe deste mundo, como o pensamento-ego corruptor da mente humana são expulsos. Isto é, nem o ego nem o Demiurgo conseguem participar do REAL, do Intemporal ou conseguem Vivenciar a Verdadeira Existência livre da prisão chamada espaço-e-tempo.

    O homem, mal pensando, criou o tempo e o espaço (sim,pois a memória = ontem; a imaginação = amanhã e também é falso espaço. O raciocínio é o falso hoje de 24 horas. O raciocínio ou a lógica-razão ligam o morto (memória) com o não-nascido (imaginação), e ambos, feitos tempo-espaço, tentam sufocar e anular o Ser Verdadeiramente Vivo, restrito ao Aqui e Agora.

    Por conseguinte, o homem, perdendo o seu Instante Criador, auto-expulsou-se do Centro ou do Reino. E visto que o ego-pensamento é impedido de participar e de viver tal Momento, ao se superpor, O cobre com trevas imaginárias, com pensamentos estúpidos, com um suposto vazio mental ou pensado, com idéias de aniquilação, de anulação, niilismo, como aliás ocorre com todos nós quando acordamos de um sono profundo sem sonhos, no qual o pensamento não penetra. Ele, ficando de fora, depois inventa estórias de nada, de aniquilação, de anulação, quando despertamos. .

    Quando Aqui e Agora o ego-pensamento é transmutado e o Demiurgo expulso este mesmo mundo ou trevas exteriores voltam a ser a Verdadeira Natureza, a Autonatureza, Reino de Deus ou o Reino do Pai.

    E mais, eram muitas as religiões, filosofias e sabedorias antigas do tempo de Jesus, ou até mesmo anteriores, que falavam em Manifestação Divina em constante renovação, e não em criação inicial que continuaria de modo permanente, inserida num pretenso espaço e tempo físicos. Aliás, o próprio Jesus reforça essa possibilidade quando declara: Meu Pai Celestial trabalha até AGORA e Eu trabalho também. ---- Ou seja, meu Pai Celestial se Manifesta de Momento a Momento, feito uma Eterna Novidade Existencial, e Eu também trabalho com ELE-EU. Com esses dizeres fica quase provado que Jesus falava a favor de uma Manifestação Divina e não de uma criação teológica e depois física, como ensinam as religiões e a ciência. Tal Manifestação tampouco deixava lugar para uma criação científico-casual como modernamente falando está prevalecendo, por descuido e ignorância do homem em geral e por um total despotismo científico].

    ...Tudo o que se Manifesta é Luz . É por isso que se diz: Ó tu que dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos, que [Deus-Pai] te iluminará. ---- Pois é, amigos, todas estas coisas foram escondidas do conhecimento e entendimento do cristão, antigo e moderno, do buscador sincero e veraz. E o que ficou predominando foi o lixo eclesiástico. Entrementes, por incrível que pareça a Igreja e os Evangelhos emendados mesmo assim geraram alguns poucos sábios e santos de alto gabarito]

    g) Amigos, não são poucas as passagens dos evangelhos canônico que falam da doutrina do Grande Galileu. Senão isso, dizem: E Jesus ensinava-lhes, ou anunciava-lhes a Boa Nova [evangellho] do Reino de Deus. E ao ouvi-Lo, perguntavam-se que nova Doutrina é esta? E que Sabedoria é esta?, [perguntavam todos, abismados]

    Digo eu, a Doutrina Crística existiu de fato. Todavia, se formos procurá-la nos Evangelhos que até nossos dias chegaram, infelizmente não a encontraremos. Ou senão, nos depararemos apenas com mensagens esparsas, com dizeres e frases truncadas, com parábolas quase indecifráveis, com milagres e com centenas de "assim se cumpriu porque havia sido profetizado no Antigo Testamento-

    O que Jesus quis dizer com Boa Nova do Reino de Deus?

    Boa Nova não quer dizer novidade, algo novo e bom?

    Lamentavelmente, porém, Boa Nova acabou significando apenas Evangelho ou livro cristão sagrado.

    Mas ao apregoar a Boa Nova, teria o Grande Mestre nos enganado com um palavreado fútil, com floreios verbais? Sim, porque a frase Boa Nova acabou sendo traduzida à língua grega como Evangelho ou evangelhos. Depois os escribas e editores cristãos antigos inventaram os evangelhos consagrados ou canônicos, verdadeiros só até certo ponto, não esquecendo naturalmente os evangelhos pretensamente falsos ou apócrifos

    Mas se evangelho só equivale à boa nova e boa nova equivale ao evangelho, então ficamos em nada, igual à Salvação do homem de acordo com a teologia. Reino de Deus, por sua vez, eclesiasticamente falando, apenas significava a vinda do reino de Jeová no fim dos tempos.

    Assim que a palavra grega evangelho acabou equivalendo a um livro ou um conjunto de livros, e nada mais. E não se pode negar que para a maioria dos crentes, evangelho ou Boa Nova é tão-somente um livro. E mais, de acordo com as imposições dogmáticas de um antigo padre da igreja, o fanático Tertuliano, mais a própria tradição enganadora, só existiriam quatro evangelhos verdadeiros, como só existem os quatro pontos cardeais. Os demais evangelhos tornados apócrifos ou falsos por conveniência simplesmente não contam. E de fato, a maioria dentre eles são ruins, tardios, falsos e intragáveis. Mas o apócrifo de Tomé, por exemplo e como vimos, é uma notável exceção.

    Então a boa novidade, a notável revelação do Reino de Deus ficou significando apenas livros. E estes últimos apontam para um hipotético reino de Jeová, ou senão para um Reino celestial, para um paraíso insosso, feito de encomenda para o crente, e aproveitável só após o falecimento ou desencarne desse mesmo crente. E mais, tal reino só iria prevalecer e iria ser reaberto se o Jesus crucificado derrotasse o diabo e ressuscitasse no terceiro dia, com corpo e alma, e tudo o mais, conforme as invencionices ou os arrepios da teologia antiga.

    Só que se tudo tivesse correspondido àquilo que a teologia antiga e moderna preconizavam e preconizam, Jesus então deveria ter sido mais explícito, e Ele mesmo deveria ter nos declarado: Irmãos, Deus, meu Pai,. e não Pai de vocês, me mandou para que eu pregue algumas verdades morais em parábolas, em sermões e em ensinos gerais. Me mandou para que eu efetue milagres, que em nada irão diminuir o poder das doenças, da dor, da decadência e da morte. Me enviou para que eu seja preso, seja julgado injustamente, para que eu seja condenado, açoitado, seja crucificado e no terceiro dia ressuscite, derrotando assim o diabo Belzeebu, e reabrindo as portas do paraíso.

    Pois é, amigos, menos mal que nada disso está escrito nos tais evangelhos do cristianismo oficial.

    Lamentavelmente, tudo isso constituíu-se numa anedota infame que a patrística e a teologia da fase judaico-cristã (90-313 d.C) impuseram aos cristãos romanos desinformados.

    Curioso, mártires romanos geralmente eram os filhos dos patrícios, dos senadores, dos centuriões, dos generais, dos ricos, e não os filhos dos pobres do povo romano em geral. E estes filhos privilegiados e futuros mártires eram ensinados por escravos ou instrutores judeus, os quais instrutores, alguns eram inclusive judeus-cristãos com segundas intenções. A elite romana e bem pensante é que era sacrificada nos circos e nas perseguições, e não os pobres analfabetos de Roma. Estes últimos estavam nas arquibancadas batendo palmas para que os novos cristãos fossem sacrificados. Os pobres de Roma não tinham porque se tornarem cristãos. A religião do pobre é o pão nosso de cada dia. E a estes pobres o governo de Roma dava Pão e Circo. Nada melhor, não é! (sic). O Império Romano caiu porque a elite de Roma foi sendo minada aos poucos, por alguns judeus extremados, rancorosos e mal intencionados. Quem acabava sacrificado na arena eram os pagãos romanos cristianizados, e geralmente de posses, e não os judeus cristianizados, e muito menos os escravos judeus pretensamente cristãos e que ensinavam o falso cristianismo deles aos filhos dos romanos nobres. A ânsia de vingança e o ódio desses judeus contra Roma era sutil e insidioso, e isso por causa das terríveis derrotas que os soldados do Império impuseram aos judeus da Palestina nas guerras de 68-70 e 134-135 d.C. É impressionante ver que vingança, terrível vingança deles, possa ter resultado em nova religião, e Jesus Cristo, o fantástico e extraordinário Mestre e Santo tenha sido utilizado para isso.

    Aliás, era exatamente em função da ressurreição ao reino celestial, após a morte, e mais o patético exemplo de sofrimento do Cristo – (incluindo aqui os pretensos martírios impostos a Pedro, Paulo, André, Bartolomeu, Tomé, João etc. tudo falso e montado de propósito para impressionar e convencer. Sim porque todos esses morreram de outro modo, muito bem escondido) – sofrimento a ser imitado, que os nobres romanos convertidos ao cristianismo se deixariam massacrar pela estupidez e brutalidade das autoridades de Roma. Claro que atrás disso tudo há mais coisas, as quais as explicarei melhor logo adiante.

    Amigo leitor, por favor, tenta entender que A BOA NOVA DO REINO DE DEUS é exatamente a chave da doutrina de Cristo, graças à qual o homem (em sua subjetividade) fazia a sua maiêutica ou transformação, revelando o Saber-Sentir inato, ou senão e melhor ainda se espiritualizava, e o mundo (objetividade) voltava a ser Éden ou Reino.

    Senhores filósofos e cientistas, tentai entender que o Reino de Deus de Jesus nunca teve nada a ver com o reino político-material de Jeová a ser implantado na terra no final dos tempos. O Reino do Pai que Jesus preconizou era e é um estado psicológico-espiritual, de certo modo sutil e transcendente, totalmente incondicionado e independente de invencionices temporais do pensamento. Entendei que o Homem já é esse Reino antes de supostamente sair do útero e depois nascer ao mundo, ao mero "ficar cônscio de", cotidiano. Sabei que esse Reino preconizado pelo Mestre da Galiléia, é uma revolução no Conhecer, é uma modificação para melhor no Perceber ou Conscientizar. E estes últimos nada tem a ver com psicologismos e fisiologismos científicos-cerebrais. O homem simplesmente perdeu essa condição mental ou Reino, ao ser transformado em ser mal pensante – como aliás será melhor explicado no corpo da obra – ao ficar meramente cônscio de, ao acreditar-se um ego-agente à parte, falso ator este que é mais destruidor, poluidor que construtor. Esse homem-ego finalmente seria uma entidade supostamente isolada, mas em verdade muito, muito complicada mesmo e muito sofrida.

    Antes de tudo, o niilismo materialista, filosófico-cientificista, não têm quaisquer razões válidas ao dizer que o homem é apenas um saco de bolinhas químicas e bioquímicas juntadas e amontoadas pelo ACASO para constituirem o corpo,, e que o cérebro de uma criança quando nasce é como uma taboa rasa.

    O homem antes de supostamente passar a ter um corpo dito material ou denso, ele Aqui e Agora já é. E Aqui e Agora também, já EXISTE, livre de tempo e espaço, Tal Ver-Luz-Homem é totalmente incondicionado, e não depende de causas e condições. Está livre da Lei da Geração Condicionada e livre da Lei do Retorno. (Em páginas posteriores eu explico o que vem a ser estas duas leis, e que são profundamente filosóficas, psicológicas e epistemológicas).

    Portanto, sem impor nada, o homem já é esse Reino. Mas nada tem a ver com ego-pscológico ou material, com suas possibilidades de conhecer de modo indireto e e de modo indiretíssimo, falso conhecer esse que leva o homem a concluir que apenas possui um corpo pretensamente físico, inserido num enganador receptáculo espaço-temporal.

    E mais, o homem pode reconquistar tal Reino na vida presente, e não após a morte ou desencarne. Mas para tal basta transformar-se psicológica e espiritualmente, e reconquistar a sua Percepção Correta, o seu Entender perfeito, o seu Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar. .

    A Boa Nova ou a extraordinária novidade da Vivência do Reino só um Cristo podia propiciá-la graças ao seu batismo de fogo pela imposição das mãos. Este era totalmente diferente do batismo pela água de João Batista e dos essênios, que também foi copiado pelo clero cristão antigo. Só um Jesus ou alguns mais, tão Despertos e Iluminados como Ele, podiam efetuar tal batismo e transformação.

    Com palavras autenticamente crísticas, e não por pouca coisa, Jesus declarou naqueles dias: --- Filhos], Eu [EU SOU] vim trazer o fogo [do Espírito Santo] ao mundo, e o que quero Eu senão que Ele se acenda! [Isto é, Eu quero que o Espírito Santo, O Fogo Interior ou o Ainsoph ou a Kundalini se ative ou se Manifeste em todo homem para que ele se ilumine]..

    Antes, porém, importa que [todo homem vigilante e buscador, todo filho pródigo da vida que quer voltar ao Pai] seja batizado com um certo batismo..., [que bem conheceis].

    [Sim], porque cada um será [batizado] com o fogo [do Espírito Santo], e cada renúncia ou sacrifício será salgado [ou enriquecido] com sal.

    Bom é o sal, mas se o sal degenerar ou se tornar insípido, com que se adubará?

    Com a sua presença e doutrina libertadora, o Galileu inicialmente tentava permutar a mente-coração de seu ouvinte, levando-o a que se arrependesse em sentimentos (Metanóia) arrependimento esse sem auto-agressões nem incriminações – isto se tivesse praticado algum mal grave. Só assim o homem acabaria sentindo-se aliviado e livre de aflições, angústias e remorsos descabidos. Com seus ensinos morais, tipo Sermão da Montanha, Jesus tentava despertar no homem a sua condição de Ser Espiritual, de Ser Anímico e Moral (ou indivíduo conseqüente), sugerindo-lhe indiretamente que ele, Homem, era alguém especial e, portanto, era muito mais que corpo, falsa matéria, limitações e necessidades.

    Quando Jesus Sabia e Sentia que podia batizar alguém desconhecido, Ele o batizava pela imposição das mãos, como se fosse um toque divino. E era. E isso provocava uma comoção, um abalo ou um despertar do Espírito Santo, (Ainsoph, Kundalini) no íntimo do indivíduo. O Espírito Santo no indivíduo, em seu tríplice aspecto, Pão Vivo (Píngala), Espírito Intermédio (Sushumna) e Água Viva (Ida) se ativava e subia do primeiro vórtice (chakra) para o quarto, quinto vórtice ou chakra. Tal indivíduo assim tocado passava a ter uma mutação sensorial e perceptual. E o mundo cotidiano desse mesmo indivíduo, as trevas exteriores, segundo Cristo, o grande Mestre, começava a se permutar em Reino do Pai, de modo parcial, evidentemente.

    Para o Homem, para o Buscador Perfeito, a Vivência total e definitiva do Reino do Pai – ou alcançar o sétimo vórtice ou chakra do alto da cabeça, o sétimo dia divino de retorno e descanço, só se dava com uma espiritualização maior, com um aprofundamento nos ensinos de Jesus, com o toque do Deus Vivo no Coração desse mesmo Homem, e principalmente com a Realização Suprema, e que Jesus Cristo chamava de a vinda do dia do Filho do Homem.

    Portanto, não é verdade que o homem, como alma inserida num corpo material, é meramente colocado num palco pré-fabricado chamado mundo. E que aí, ao sentir, ao mover-se e pensar, bem mais tarde, forjará o seu destino.

    Jesus disse aos judeus de seu tempo: Antes que Abraão fosse, EU SOU! E isto traduzido adequadamente, apenas quer dizer. Muito antes que o homem Abraão tivesse existido no passado, sabei que, Aqui e Agora ou na Intemporalidade, EU SOU Jesus, EU SOU o Cristo!… E EU SOU é a Eterna Novidade feita Cristo, feita Abraão, feita qualquer outro Mestre e Santo!

    Amigos, essa fantástica verdade que o Cristo ensinou também se aplica a todo homem de qualquer latitude. Muito antes que qualquer homem carnal-material-corporal apareça no ontem temporal, no pretenso palco mundo e a partir de um pretenso útero materno, o Espírito de tal Homem ou O QUE SOU de EU SOU (Deus Vivo), Aqui e Agora já existe numa Eterna Novidade. Essa Manifestação de EU SOU (ou O QUE SOU ou Espírito-Homem) apenas parece densificar-se e tomar corpo.

    A Novidade ou melhor, a Boa Nova do Reino sempre é, sempre existe, sempre está em qualquer homem, mas existe de modo prejudicado, confuso, apagado, como se quase não existisse. E então é preciso que se faça presente um Sócrates, com a sua Maiêutica, para que faça vir à tona as grandes verdades escondidas num homem comum. Ou então que se faça presente um Filho da Luz, um Filho do Céu, um Homem Primordial e Especial, um Filho do Altíssimo como o Cristo, para que o homem comum volte a Despertar, se Ilumine e Realize o Reino do Pai

    Ernesto Bono

    Capítulo Primeiro

    Introdução

    Amigo leitor, antes de tudo, preciso enfatizar, como já fiz antes, que Jesus possuía uma doutrina, sim, extremamente sábia, filosófica e espiritual, e que tal doutrina foi apregoada em seu ministério público de três ou mais anos..

    Em segundo lugar, que esta doutrina ficou registrada no papel ou em papiros, que Ele mesmo e terceiros escreveram. E que estes registros ainda existiam quando Jesus foi banido deste mundo. Estes papiros devem ter estado nas mãos de Estevão, o discípulo grego e helenista, ou senão nas mãos de outros mais. Rolaram por certo tempo, e após a morte de Estevão desapareceram. Saulo talvez tenha se apropriado de alguns deles.

    Em terceiro lugar, é preciso salientar também que Jesus esteve exilado no Egito, durante longo tempo (entre 15 a 20 anos) e que em seu exílio escreveu textos, ensaios e discursos, os quais acabaram sendo proferidos publicamente em Jerusalém, e escreveu também o livro Apocalipse, em seu aspecto ainda não deturpado e distorcido. E este falso apocalipse é exatamente a cópia que até os nossos dias chegou. (Para saber melhor, ver meu livro editado Apocalipse Desmascarado)

    Sem poder provar o que digo, mas valendo-me apenas de indícios dos livros de Flávio Josefo, historiador judeu-romano da antiguidade, e também de informações de estudiosos e exegetas não ortodoxos, como Robert Ambelain, e repetindo o que já escrevi em meus livros Jesus, Messias ou Filho do Homem e Jesus sem Cruz posso alegar que Jesus não nasceu em Belém da Judéia, nem se criou em Nazaré da Galiléia, porque esta última cidade sequer existia no tempo dele. Ela só foi construída 800 anos depois da vinda de Jesus, por causa da busca frustrada dos crentes e das estorietas piedosas da tradição cristã.

    Robert Ambelain e outros exegetas mais, em consonância com indicações indiretas de Flávio Josefo, dizem que Jesus nasceu ou apareceu em Gamala da Galiléia, nos tempos de Herodes, o Grande, ou seja, entre 10 e 4 a.C., aproximadamente, e que teve como pai não José o Carpinteiro e sim Judas de Gamala, o zelota e nazoreu, citado no livro ATOS por Gamaliel , e também citado por Josefo.

    Judas de Gamala era um essênio-zelota – hoje, graças aos Papiros do Mar Morto e da Seita de Qumran, se sabe que certos essênios também eram guerreiros no bom sentido, e portanto defensores dos costumes e das tradições judaicas. Enfim os zelotas eram bastante fanáticos, violentos e extremados. Por causa deles, muitos conflitos eclodiram na Galiléia e Judéia, sendo que os dois piores foram as revoluções judaicas de 66-70 e de 134-135 d.C., contra os romanos

    Gamala era uma pequena cidade que ficava no topo de um monte, (e não numa planície como a bem posterior Nazaré), topo do qual os concidadãos de Jesus queriam precipitá-lo, após determinado discurso em sua sinagoga. Tal cidadezinha ficava nas proximidades do lago de Genezaré. Era chamada o ninho das águias porque lá moravam os galileus-zelotas, os eternos rebeldes. Esta pequena cidade do topo de um monte foi totalmente destruída pelos romanos na guerra de 66-70 d.C. Os cristãos posteriores fizeram desaparecer seus restos e os velhos registros que falavam de tal cidade, porque tinham interesse em que prevalecessem as lendas que eles estavam forjando. Daí porque a Nazaré faz-de-conta teve que ser construída posteriormente. Centenas de anos depois e por causa da invasão das terras santas por parte dos turcos, a suposta casa de José em Nazaré inclusive saiu voando da Galiléia para a Europa Central e finalmente para a Itália, graças à pretensa interferência e ajuda dos anjos. Pois, pois, pois não.

    Judas de Gamala casou com Myriam ou Maria. Tiveram diversos filhos e filhas. O primeiro filho desse matrimônio foi Jesus. (Alguns ousam alegar que os primeiros filhos de Judas e Maria foram gêmeos, isto é, Jesus e Tomé Dídimo. Tomé ou Touma em hebreu quer dizer gêmeo. E Dídimo em grego também quer dizer gêmeo. Assim que esse Tomé era gêmeo do gêmeo. E depois virou o discípulos das pretensas dúvidas forjadas. (Tomé, toca em minhas feridas!).

    Suspeita-se também que este Tomé Dídimo, além de virar discípulo de Jesus, sobreviveu à morte do irmão e Mestre, e escreveu um evangelho depois considerado apócrifo. Alguns alegam que ele acabou viajando para a Índia, para a Cachemira mais exatamente, onde casou, teve filhos, onde pregou a doutrina do irmão Jesus, e onde acabou morrendo de velhice e foi sepultado. Todavia, a história e a tradição contam outra história a respeito de Tomé. Até hoje na Cachemira ainda existe um tumulo que lembra a presença de um profeta judeu antigo, e que a tradição local diz que se chamava Isa ou Jesus ou senão Tomé.

    Judas de Gamala, pai de Jesus, era mais guerreiro que religioso. Era um judeu-galileu de caráter forte, impetuoso, sempre pronto a lutar contra as tropas de ocupação ou os romanos, ou senão contra os soldados de Herodes o grande e Herodes Antipas. Aliás, contra este último, Judas e seus seguidores declararam uma guerra local, tentando libertar dos opressores a Galiléia de Herodes e depois também a Judéia, mas acabaram sendo derrotados e mortos.

    Judas de Gamala era da descendência direta de Davi e, portanto, podia ter reivindicado o título de messias coisa que ele não fez. Resolveu transferir esse título ou messianato para o seu primeiro filho, Jesus. O futuro Mestre, portanto, foi criado por Judas e pelos essênios para exercer essa missão. Sofreu a influência tanto do pai como dos próprios essênios que sonhavam com o Messias, ou senão os essênios queriam transformar Jesus no novo Mestre da Justiça.

    Mas fora o aspecto de zelota, Judas de Gamala também era Nazoreu, ou alguém especial, destinado a pregar e a curar. Judas nunca pregou publicamente, mas ele mais os essênios ensinaram a Jesus a arte da pregação e da cura. Ensinaram também quem e como devia ser um verdadeiro messias do povo eleito. Judas tinha muita influência sobre o grupo zelota que ele criou, e inclusive sobre o seu primeiro filho. Aparentemente, Tomé ficou em segundo plano porque nasceu depois de Jesus. Alguns dizem que o irmão gêmeo de Jesus se chamava Sidônio.

    Estudando com o pai e com os essênios, Jesus, com 16 ou 17 anos já conhecia o Antigo Testamento de cor , versão judaica (e não a Septuaginta ou a tradução grega) e sabia o que os livros do Antigo Testamento falavam a respeito do futuro messias de Israel.

    Foi aproximadamente com essa idade que Judas resolveu mandar o filho Jesus para que pregasse pela Galiléia, curasse alguém, se fosse o caso, marchasse sobre Jerusalém, a fim de reivindicar o título de Messias dos sacerdotes e terminasse ungido, consagrado. O jovem Jesus e mais alguns seguidores foram portanto pregar os ensinos da LEI pela Galiléia, e viajaram para Jerusalém, onde foram recebidos com honra e alegria, principalmente pelos jovens e mancebos da cidade que estavam contentes de ver um profeta tão jovem e que lembrava de perto o jovem Davi, no tempo em que teria derrotado o gigante Golias. Estes mesmos jovens clamavam: "Hosana ao Filho de Davi, bendito o que vem em nome de Jeová. Hosana nas alturas!"

    A marcha triunfal sobre Jerusalém não teria acontecido, portanto, aos 33 anos de Jesus e sim aos 18, 20 anos ou um pouquinho mais… E enquanto o jovem Mestre conquistava os corações dos habitantes de Jerusalém e até mesmo dos sacerdotes do templo, o pai de Jesus lutava na Galiléia contra Herodes na guerra do Censo. Infelizmente foi derrotado e morto. Herodes, imediatamente mandou emissários para Jerusalém a fim de alertar as tropas romanas a que prendessem Jesus, como o herdeiro e filho mais velho do perigoso Judas, o rebelde.

    Com antecedência, os sacerdotes e fariseus souberam do acontecido na Galiléia. Aí que, amigos fariseus de Jesus vão e avisam o jovem Mestre que fuja imediatamente de Jerusalém e da Judéia. No Terceiro Evangelho existe uma passagem misteriosa que ninguém entendeu, na qual os fariseus se apresentam como amigos e dizem a Jesus: Foge daqui porque Herodes quer te matar!

    Entristecido, Jesus foge para as partes de Tiro e Sidon, onde aparentemente tinha um irmão gêmeo chamado Sidônio, que o esperava. E daqui viaja para o Egito com uma carta de recomendação dos essênios e de amigos de Jerusalém.

    Chegando em Alexandria no Egito se refugia junto aos Terapeutas, uma espécie de filial dos essênios em terras do Egito. E nesta cidade, durante aproximadamente 15 a 20 anos, graças inclusive aos extraordinários ensinos de Filón de Alexandria, o jovem Mestre sofre a mais extraordinária transformação. Em seu íntimo o espírito dEle engravida, a modo de dizer, e salta fora Filho do Homem. Este último era exatamente o Filho da Luz, o Filho do Céu que ele sempre fora antes mesmo de nascer. Quando o Filho do Céu, o Filho da Luz ou o Filho do Homem passou a prevalecer em Jesus, o grande galileu abandonou os condicionamentos e as influências recebidas e que exigiam que ele se tornasse o Messias dos judeus.

    Portanto, em sua estadia em Alexandria do Egito, Jesus abdica de sua futura condição de Messias do povo judeu para tornar-se um Iluminado, um Realizado e um Mestre da Humanidade em geral, e não mais somente o messias dos judeus. Claro que não se desligou completamente de suas origens judaicas, nem da cultura de seu povo. Apenas se desfaz dos extremismos e condicionamentos que seu pai e os essênios lhe haviam inculcado.

    Graças ao filósofo e mestre judeu Filón de Alexandria, passa a compreender o Antigo Testamento de outra maneira, com elasticidade e profunda sabedoria. Jesus se enriquece inclusive com os dados de outras religiões e culturas não necessariamente judaicas. Filon sabia das origens de Jesus e do perigo que corria até mesmo em Alexandria, onde os romanos eram autoridade. Para poupá-lo, guardou silencio a respeito do Galileu como se nunca o tivesse conhecido. Foi um Mestre judeu notável.

    Originariamente, o Ser que depois num corpo humano virou Jesus de Gamala, era em verdade um ser especial, um ente cósmico que se densificou como homem. Era um Filho do Céu, um Filho da Luz, um Filho do Altíssimo, um Filho da Primeira Geração, e que Deus-Pai-Mãe enviou à Terra. E com seu amadurecimento, simplificação e purificação, no Egito, Jesus consegue reconquistar sua condição de Filho da Luz, Filho do Céu, coisa que Ele, ao se Iluminar, intitulou Filho do Homem. Jesus alcançou assim o mais alto estágio da religiosidade humana.

    Em Alexandria, junto aos Terapeutas aperfeiçoou ao extremo a arte ou a virtude de curar. Aprendeu com eles inclusive a Alquimia, graças à qual pôde efetuar a sua Auto-Realização ou retorno à condição de Filho do Céu, Filho do Homem. No livro Revelação original ou Apocalipse Ele deixa transparecer os ensinos alquímicos nas imagens dos cavalos preto, branco, vermelho e amarelo. Sim, porque os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, em verdade são dados alquímicos. .

    Em seu longo exílio, além do Apocalipse verdadeiro, Jesus escreveu diversos ensaios, discursos, pregações, interpretações corretas dos ensinos da LEI, e que acabaram sendo proferidos em seu retorno, nas suas andanças pela Galiléia, Judéia e Jerusalém.

    A esses escritos primitivos, posteriormente se juntaram as anotações mais recentes que discípulos desconhecidos do Mestre haviam efetuados, digamos, discípulos tipo Estevão, Eleazar-Lázaro, José de Arimatéia, Nicodemos etc., e não Mateus e João que nunca escreveram nada. E tampouco Tiago, o Maior.

    Aos trinta e nove anos, ou mais, retorna finalmente à Galiléia, onde nem mãe nem irmãos o conheciam mais.

    O Quarto Evangelho atribuído a João faz os judeus declararem a respeito de Jesus: Não tens ainda cinqüenta anos e vistes Abraão? Se na ocasião, Jesus tivesse apenas entre 30 a 33 anos, os judeus certamente teriam exclamado: Não tens ainda quarenta anos e vistes Abraão?

    E mais, por causa de seus extraordinários discursos e ensinos, de suas curas, de sua coragem, acabou sendo preso, apedrejado ou lapidado, e depois dependurado nu num madeiro, com o rosto voltado para o templo. Com isso os seus assassinos do Sinédrio (saduceus, escribas, zelotas etc.) conseguiram enquadrá-lo na dupla maldição da LEI. Com isso sua memória ia ser execrada, mas graças à sua Auto-Realização ou Iluminação voltou a ser imortal e pôde escapar da morte, da maldição, da anulação imposta e reaparecer inclusive após o dito desenlace.

    Os protoevangelhos que Jesus e outros discípulos mais escreveram saíram da circulação. Os judeus ricos os compraram e pensaram em fazê-los desaparecer, porque consideraram Jesus um traidor, um negador do elitismo de sua própria raça e das virtudes do messianato. Certos escritos sobreviveram e alguma coisa após o ano 35 d.C.começou rolar nas mãos de supostos cristãos da primeira fase. Nesse tempo não se conheceu pretensas pregações dos apóstolos, nem livros cristãos sagrados que eles teriam possuído. Mal se tomou conhecimento de um Evangelho aos Ebionitas, aos Hebreus, ou dos Doze Apóstolos, posteriormente também chamado Evangelho de Mateus, e que nada tem a ver com o Mateus canônico posterior, do ano 70-80, porque Mateus nunca escreveu nada. Marcos tampouco escreveu algo porque Pedro nunca esteve em Roma e foi morto em 49 d.C., em Jerusalém.

    Após a total derrota dos judeus em sua guerra contra os romanos, em 68-70 d.C., daquilo que tinha sido o Templo e Jerusalém não sobrou nada. Os livros sagrados dos judeus eram e foram destruídos e queimados. E eles como nação, religião, povo foram simplesmente anulados, aniquilados e os poucos sobreviventes escravizados. Foi aqui que alguns judeus ricos, rancorosos e extremados, não habitantes da Palestina, mas de Roma, Atenas ou Antioquia juraram vingança terrível vingança. E esta vingança sim foi posta em prática. Propuseram-se então subjugar e derrotar o Império Romano e conquistá-lo para si, por meio de uma subversão ampla e contínua, por meio de uma corrosão sutil da política, economia e sociedade vigente. E quem iria levar a cabo essas manobras não foram os zelotas ativos, mas, foi, nada mais nada menos, que uma nova religião aparentemente não judaica. Esta era uma filial do judaísmo, ou seja, a doutrina de Jesus, cheia de amor e sabedoria, e que, por meio dela, acabaram fazendo com que prevalecesse Moisés e suas leis, mais o velho judaísmo e suas teses, além de todos os dogmas e prejuízos dos antigos livros sagrados deles. Portanto, serviram-se daqueles escritos comprados, pertencentes a Jesus e discípulos, e os cruzaram e fundiram com os ensinos do Antigo Testamento. Certos rabinos e escribas, fantásticos memorizadores do Antigo Testamento, da Septuaginta conseguiram aproximar e fundir os ensinos, os atos, as palavras, os milagres e até mesmo as manias de Jesus com os consagrados dizeres da LEI e dos Profetas, dando-nos a entender que assim havia sido dito, que assim havia sucedido, que tal portento acontecera porque estava se cumprindo o que estava escrito no Antigo Testamento ou havia sido predito por Moisés e Profetas. No caso, os antigos escritores judeus apresentavam-se como vaticinadores, profetas. Jesus, apenas como um cumpridor ou um executor daquilo que havia sido pretensamente dito e o escrito. Com isso e por meio dos escritos de Jesus fizeram ressuscitar uma filial disfarçada do judaísmo, com um Messias de literatura, muito oportuno, tanto ao judaísmo-cristianismo, e que mais tarde os mal intencionados queriam transformar em Império Judeu-Romano, como também oportuno aos católicos apostólicos romanos, que o Imperador Constantino instituiu, destruindo as pretensões dos judeus Antes disso, conseguiram convencer os primeiros cristãos ainda ingênuos e sinceros e a patrística da moda, de que as Escritas Judaicas eram sagradas, consagradas, irretorquíveis, dignas de toda a confiança e respeito, porque elas haviam sido escritas por Deus e só reproduziam a palavra de Deus. Alguns chegam a dizer que todos os escritos do Antigo Testamento são iguais aos OS DEZ MANDAMENTOS, e que por isso tal coletânea de livros é digna de respeito, admiração e louvor. A verdade, contudo é totalmente outra. Escritos desonestos, cruéis, injustos e tendenciosos de lavra simplesmente humana abundam no ªA.T"... E Jesus, no caso, foi transformado num porta-voz dessa pretensa exuberância literária divina. Com as maravilhosas palavras e presença do Mestre, eles haviam conseguido montar o engodo das escrituras sagradas do Ocidente.

    Quase todos aqueles ensinos que Jesus escreveu em seu exílio, em Alexandria do Egito, os escribas e editores judeus-cristãos dos primeiros séculos d.C. simplesmente os transferiram às assim ditas cartas de Paulo, João e Tiago. Grande parte da doutrina de Jesus, em que o Mestre explica o verdadeiro significado de algumas passagens do Antigo Testamento, e mais outros ensinos de vital importância foram transferidos às cartas de Paulo, dando a entender que este as havia escrito, quando lhe faltava muita competência para tal, já que não era judeu e nunca tinha sido fariseu, nem sequer esteve aos pés de Gamaliel, como contam. Mas sim sempre foi um príncipe asmoneu da casa de Herodes, que queria casar com a filha de Gamaliel e ganhar fama, mas o sinédrio não deixou.

    O Quarto Evangelho, nunca escrito por João, (e o Apocalipse tampouco) foi desdobrado em dois livros. O Quarto Evangelho deve ter sido escrito ou redigido por um helenista grego bem letrado e inteligente. Pessoalmente suponho que foi Estevão, um judeu helenista ou grego que queria falar com Jesus, conforme conta o Quarto Evangelho, e que, em segredo virou discípulo, e depois da morte do Mestre, teria se tornado o primeiro mártir ou sacrificado do cristianismo, Pois bem, o Quarto Evangelho foi desdobrado em dois livros: no próprio Quarto Evangelho que chegou até nós, e na Primeira Carta Apostólica de João aos condiscípulos. Esta pretensa primeira carta é simplesmente constituída de partes expurgadas do Quarto Evangelho. E se se inserir os dizeres desta carta no Evangelho atribuído a João, a nova continuidade é perfeita.

    A Epístola aos Romanos, ou a carta pretensamente mais tardia de Paulo, nunca foi escrita por Paulo. Seu conteúdo principal, mormentemente aquele que trata do Antigo Testamento, foi todo ele escrito por Jesus em seu exílio.

    A Epístola de Tiago, o Maior, possivelmente também não foi escrita por este irmão e discípulos de Jesus, mas sim pelo próprio Jesus. Os dizeres desta suposta carta não podiam permanecer nos três evangelhos sinóticos tardios (Mateus, Marcos e Lucas). Eram demasiadamente fortes e comprometedores, e por isso foram expurgados. Para não botá-los fora ou no lixo, os escribas e editores antigos inventaram a epístola de Tiago.

    A Epístola aos Hebreus bem posterior ou do século II d.C. é obra de editores antigos, obra da patrística cristã e sem valor doutrinário algum, salvo fundamentar as tolices da primitiva teologia cristã.

    Um primeiro adendo. Ampliando um pouco mais esta Introdução ao livro, copiarei agora alguns trechos importantes do livro recentemente editado Eu Encontrei Jesus, (Viagem às Origens do Ocidente) do jornalista e quase teólogo J.H.Dacanal de Porto Alegre, contando naturalmente com o beneplácito desse escritor. Diz esse esforçado estudioso:

    "Quando alguém pouco informado sobre a historia do cristianismo primitivo começa a ler e a estudar atentamente o Novo Testamento, uma das coisas que mais surpreendem e impressionam é perceber que a maior parte das obras que o compõem são, literalmente, verdadeiras colagens. Isto é, estas obras se apresentam como uma seqüência – e nem sempre totalmente coerente – de citações literais, citações livres, paráfrases, referências explícitas e implícitas, termos, expressões etc. de obras do Antigo Testamento – [digo eu, autor deste livro, para que assim, com a pessoa, vida e obras de Jesus, se cumprisse, a modo de dizer, o que estava escrito em tal conjunto de livros encomendados, e como se isso fosse coerente]. Assim, quer sejam altamente elaborados, como as Cartas aos Romanos e aos Hebreus, quer sejam quase precários, como os Evangelhos de Marcos e Mateus, tais textos revelam uma tal dependência em relação ao Antigo Testamento que deixam surpreso e até aturdido o leitor pouco familiarizado com a verdadeira natureza deles. E então, se este leitor avançar em seu estudo, perceberá que todo o Novo Testamento, com raras exceções, é uma espécie de comentários ou continuação do Antigo Testamento tanto em termos literários, ou de forma, quanto em termos conceituais, ou de conteúdo. Qualquer exegeta competente que analise um dos Evangelhos ou uma das Cartas de Paulo de Tarso deixa isto claro, e de modo visualmente impactante:. as notas e referências que remetem o leitor a livros do Antigo Testamento ocupam, não raro, parte considerável da página. É neste ponto que o leitor começa a mergulhar nas verdadeiras origens e a compreender a real natureza do cristianismo primitivo (calcado num judaísmo tardio), chegando a conclusões que são, simultânea e paradoxalmente, óbvias e surpreendentes. São expostas a seguir, de forma sucinta, as principais delas.

    --- O cristianismo primitivo, em seu conjunto, era

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1