Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

O Mestre Emancipador: uma proposta didático-filosófica para ensinar e aprender Filosofia no Ensino Médio
O Mestre Emancipador: uma proposta didático-filosófica para ensinar e aprender Filosofia no Ensino Médio
O Mestre Emancipador: uma proposta didático-filosófica para ensinar e aprender Filosofia no Ensino Médio
E-book119 páginas1 hora

O Mestre Emancipador: uma proposta didático-filosófica para ensinar e aprender Filosofia no Ensino Médio

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

É inegável e notável o avanço que a filosofia teve em nosso país nesses últimos 50 anos. Testemunhamos o surgimento de uma comunidade filosófica organizada, dinâmica e ativa; em seu ímpeto, realizou congressos, estabeleceu centros de pesquisa, desenvolveu uma produção acadêmica de qualidade que nos coloca em igualdade com aquelas elaboradas em outras latitudes, enfim, criou condições para a difusão do saber filosófico no nível superior, médio e fundamental.
Esse processo de participação da filosofia na cultura e da cultura na filosofia trouxe novos desafios, entre eles, aqueles que estão vinculados ao processo de ensino-aprendizagem deste saber. Aos poucos foi se impondo a necessidade de se estabelecer metodologias adequadas de ensino, didáticas apropriadas que permitissem aos jovens uma apropriação adequada da tradição filosófica, assim como, condições favoráveis ao desenvolvimento da capacidade reflexiva e crítica dos jovens em formação filosófica que lhes permitisse autonomia de pensamento e uma compreensão coerente e profunda da realidade que os envolvia em todos os seus aspectos.
Este pequeno livro que agora é socializado faz parte desse esforço em procurar caminhos para o ensino de filosofia. Ele apresenta uma experiência feita, um caminho percorrido. Convido o leitor para acompanhar os autores nesse trajeto nessa tentativa de discutir o problema e realizar uma proposta que não se restringisse apenas em transmissão de conteúdos, mas que levasse em conta o aluno e suas vivências. Aliás, os próprios filósofos sempre partiram da vida, sensíveis ao seu tempo e aos problemas enfrentados em seus contextos históricos.
Não há filosofia sem problemas, angústia, paixão, sonhos, sensibilidade às dores humanas. Os autores deste trabalho estão em interlocução com vários pensadores que tiveram a formação e aprendizagem como uma questão, destacando a contribuição de Jacques Rancière, com os seus conceitos ou ideias de mestre ignorante, emancipação, sujeito ativo, produção de conhecimento partilhado, etc. Saber e viver não estão separados, quando eles se juntam, potencializa o humano em suas múltiplas dimensões e impulsiona para a realização de um sentido erótico da vida.
Acreditamos que esta é a preocupação deste livro, desejo ao leitor um bom passeio pelos caminhos percorridos pelos autores.
Antônio Vidal Nunes
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de mai. de 2022
ISBN9786525236919
O Mestre Emancipador: uma proposta didático-filosófica para ensinar e aprender Filosofia no Ensino Médio

Relacionado a O Mestre Emancipador

Ebooks relacionados

Métodos e Materiais de Ensino para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de O Mestre Emancipador

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    O Mestre Emancipador - ALEXON SILVA TAVARES

    I - DO LUGAR E O SENTIDO DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

    Desde muito tempo, a Filosofia busca o seu lugar no currículo escolar. Em contextos diversos, a luta não foi apenas para manter-se como componente curricular oficial, mas, essencialmente, garantir a possibilidade de discutir temas de relevância que suscitem no sujeito o exercício da capacidade de reflexão para além do mesmo, com efeito, a adoção de uma atitude do tomar a própria voz e assumir a responsabilidade pelos feitos.

    Assim, o Ensino de Filosofia admite todos os saberes e, o oposto do que ocorre em outros componentes curriculares, se espera do estudante um desempenho ativo no processo de ensino e aprendizagem. Conforme observa-se nas orientações curriculares nacionais para o Ensino de Filosofia, percebe-se

    (...) uma importante mudança no foco da educação para o aluno, que, tomando como ponto de partida a sua formação ou em termos mais amplos a constituição de si, deve posicionar-se diante dos conhecimentos que lhe são apresentados, estabelecendo uma ativa relação com eles e não somente apreendendo conteúdos (ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO - OCNS, 2006, p.28).

    Nesse sentido:

    A Filosofia aparece como [...] lugar e instrumento de articulação. [...] realiza o trabalho de articulação cultural. Pensar e repensar a cultura não se confunde com compatibilização de métodos e sistematização de resultados; é uma atividade autônoma e crítica. Não devemos entender que a Filosofia está no currículo [...] em função das outras disciplinas, quase num papel de assessoria metodológica. [...] A Filosofia tem a função de articulação cultural e, ao desempenhá-la, realiza também a articulação do indivíduo enquanto personagem social, se entendermos que o autêntico processo de socialização requer consciência e o reconhecimento da identidade social e uma compreensão crítica da relação homem-mundo (LEOPOLDO E SILVA, 1992, p. 162, apud. DCE, 2008, p. 55).

    O presente itinerário destaca-se, em apresentar o movimento do Ensino de Filosofia no currículo do Ensino Médio, com o objetivo de trazer um panorama da presença no Ensino Básico, considerando sua condição no contexto da educação tradicional e suas perspectivas de educação libertadora, voltadas para uma filosofia de ensino que possibilite uma formação emancipatória do estudante.

    1.1. ENSINO DE FILOSOFIA: VINDAS E IDAS

    A Filosofia, como componente curricular do nível médio de ensino, tem uma trajetória marcada por rupturas e descontinuidades na História da Educação Brasileira. Inicialmente, no período em que o país era colônia de Portugal, no contexto da educação desenvolvida pelos padres da Companhia de Jesus, ordem religiosa da Igreja Católica, que tinham como tarefa a condução das ações educativas na Colônia, a Filosofia estava subordinada à religião, apoiando-se nas ideias de Aristóteles, e outros poucos, como: Cícero, Santo Agostinho e Santo Tomás de

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1