O encontro de Mário
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O encontro de Mário - Marcia Cristina Silva
Gaspar sabia mexer com o tempo. Quando tudo em volta estava meio parado, ele dava uma gargalhada bem alta e fazia os ponteiros baterem mais forte. Não havia relógio que não conseguisse consertar — grandes ou pequenos, antigos ou novos. Ele sempre dizia: essa é a minha forma de brincar de mágica, porque o tempo guarda truques na cartola. Gaspar também se lembrava de quando era criança e os dias pareciam mais longos, os anos custavam a passar. Toda manhã tinha hora certa para espalhar sobre a mesa os soldadinhos de chumbo que marchavam devagarzinho, um atrás do outro, por cima dos quadradinhos coloridos da toalha.
Naquela época, o encanto de Gaspar pelas horas começou. Os adultos diziam que o tempo voava do lado de fora, e ele queria voar mais alto e sem nenhuma pressa do lado de dentro, para transformar cada minuto numa longa aventura: os soldadinhos marchando entravam em barquinhos de papel e deslizavam pelo mar de quadradinhos coloridos. Depois chegavam ao arquipélago, pequenas ilhas formadas de pedaços de pão. Cada miniatura dominava e explorava diferentes territórios, cobertos de geleia de morango, manteiga, queijo ou presunto. Gaspar sempre se lembrava do dia em que um soldadinho se desequilibrou, caiu da ilha, e se afogou. Mesmo assim, em algum lugar, ele sabia que o soldadinho continuava vivo, pedindo socorro.
Depois que cresceu, Gaspar abriu uma relojoaria e logo ganhou a companhia de Meg, uma gata vira-lata peluda, cor de mel, que chegou devagar como os que chegam sozinhos e entram em nossos corações, minuto a minuto. De repente, a máquina dispara e percebemos que alguém ficou lá dentro para sempre.
Todos os clientes conheciam Meg; quando alguém abria a porta da loja, ela logo pulava em cima da sombra da pessoa projetada na parede. Não saltava em cima de ninguém, mas tentava agarrar a imagem dos clientes até irem embora. À noitinha, então, Meg ficava doida quando Gaspar ligava a luz e um mundo de sombras aparecia — eram relógios de vários tamanhos e formas, que começavam a badalar às seis horas em ponto. A gata pulava