Honeymoon
De Vanessa C
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Honeymoon - Vanessa C
Honeymoon
Vanessa C.
Diagramado por
Thaís Lopes
(@2TA_sl)
Aviso Legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra, de uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual.
História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de difamar ou violar as imagens dos artistas.
Sumário
Aquele amigo que tem cada ideia...
7
Na dúvida, é Gucci
19
James Bond e pai de família
29
Quebrando o gelo
37
Uma perfeita ilusão perfeita até demais
57
Eu só queria tomar um café
85
Príncipe encantado idiota e desesperado
97
Odeio comédias românticas!
109
Epílogo
125
Notas de agradecimento
127
6
Aquele amigo que tem cada ideia...
Finalmente eu podia me despedir do meu pequeno inferno pessoal e começar as minhas merecidas férias. Não que o meu emprego fosse tão ruim assim, afinal me tornar professor havia sido uma escolha e pra falar a verdade eu amava os meus pequenos pimpolhos, mas depois de tanto tempo dando aula de música aos pequenos diabinhos eu merecia um tempo de descanso, poxa. Eu nem tinha planejado muito o que iria fazer nas minhas férias, na verdade, de tão atolado de coisas que eu tinha que fazer como tempo extra da escola. Particularmente eu estava pensando em jogar muito Fortnite e me entupir de crepes. Tá, tá, eu sei que eu tenho uma tendência ridícula para engordar, mas eu sempre ia andando para o trabalho mesmo, talvez depois que eu voltasse das férias eu queime as gordurinhas acumuladas, no atual momento eu só pensava em fazer nada e comer muito.
Talvez eu seja um pouquinho preguiçoso sim, mas qual é, eu estava de férias agora e não era como se eu tivesse dinheiro para sair e viajar, conhecer o mundo e etc, eu sou um grande de um pé rapado e gastava todo o meu dinheiro em comida, birita e créditos em jogos online. E sim, eu conseguia viver pleno somente com estas três coisas.
E foi pensando nisso que eu empacotei o meu teclado dentro da sua capa e saí da escola, acenando para os funcionários e desejando boas férias para todos. A escola já estava quase toda fechada, com todos os alunos e professores tendo encerrado as suas atividades, e o céu alaranjado anunciando o fim da tarde. Eu acabei me distraindo tanto com as belas cores do céu enquanto equilibrava o teclado nos meus braços — que não 7
era exatamente pesado, mas era bem grande e chato de carregar — que quase não notei a célebre figura parada ali apoiado em seu carro luxuoso na saída da escola.
Meu pobre coraçãozinho deu um pulo, e quase o mandei ficar quietinho no lugar pra parar de ter esse tipo de reação ridícula quando via aquele cara.
— Jaebum hyung? Você não disse nada que ia vir me ver hoje! —
eu sorri e acenei para si, aumentando meu tom de voz para que ele pudesse me ouvir a distância. Acelerei o passo e fui me encontrar com o rapaz de cabelos negros e olhos afiados.
Uma coisa que eu preciso dizer sobre Im Jaebum: ele é o homem mais bonito que já pisou na superfície deste planeta, e eu não estava nem brincando. Chamá-lo só de bonito era eufemismo para toda aquela beleza dele, principalmente quando ele sorria em forma de um triângulo e seus olhinhos se espremiam no rosto. Eu costumava a ficar afetado com aqueles olhares arrasadores dele, mas eu havia me acostumado depois de tanto tempo convivendo com ele e descobrindo o grande bobão que ele era na verdade.
Bem, eu e Jaebum éramos melhores amigos desde o tempo da escola, quando eu era um garotinho meio bobo e não sabia muito bem como fazer amizade. Ele logo se aproximou e nos tornamos muito amigos, sabe? Um grude mesmo, e mesmo depois de tantos anos e com o chegar da vida adulta continuamos amigos, porque apesar de termos algumas diferenças, como o fato de Jaebum ser super rico, lindo e popular e eu ser somente o pobre e desajeitado Youngjae, nossos gostos sempre foram parecidos. Jaebum havia chegado a cursar uma parte da faculdade de música junto comigo, mas acabou trocando por um curso de administração porque sabia que futuramente iria herdar o império de sua mãe. Eu lembro dele ter ficado arrasado quando me contou que iria trocar de curso, o que só foi curado com uma maratona dos filmes do Hayao Miazaki, chocolate quente e muito cafuné naquele cabelo fofinho dele. Eu 8
cuidava bem dele assim como ele cuidava bem de mim, éramos a epítome da amizade mesmo depois de tantos anos.
O que me leva a ter que admitir o crush absurdo que eu tenho por ele. Ok, ok, não seria nenhuma novidade admitir esse tipo de coisa por que, sinceramente, não havia como não se apaixonar por Im Jaebum. Ele era lindo, carinhoso, tinha um bom gosto muito charmoso e além de ser rico — o que pra mim não fazia muita diferença — fazia com que tudo isso somasse um pacote com motivos para não resistir a Im Jaebum
.
Mas olha, isso aqui não é uma comédia romântica onde eu fico sofrendo por amor como um otário, ok? Eu sabia muito bem que o lance entre nós era amizade, platônico sabe, e ele jamais iria dar bola para alguém como eu, além disso ele me via como o seu irmãozinho fofo que ele deveria proteger.
Então não, eu não sou um iludido, eu sei muito bem o tipo de relação que tenho com ele e não ficava criando esperanças dentro da minha cabeça. Felizmente eu não agia de forma desconfortável perto dele, eu agia como o amigo que sempre fui. E eu era um sortudo em ser amigo de uma pessoa maravilhosa como ele — ok, eu já to levantando muito a bola de Im Jaebum —, por isso abri o meu maior sorriso quando o vi parado na saída do meu trabalho.
— Vim te buscar, você sai de férias hoje, certo? — ele perguntou retirando o teclado de meus braços para colocar na parte de trás do carro.
— Sim! E muito conveniente você vir me buscar só no meu último dia de trabalho, sabe o quanto é pesado esses instrumentos musicais?
Ele revirou os olhos, mesmo que estivesse rindo junto comigo.
— Que mentira, isso nem é pesado, Jae! Eu sempre venho te pegar!
Aliás, quando vai aprender a dirigir hein? Não sou seu chofer não, eu hein.
Eu dei um tapinha em seu ombro quando entrei no carro, sentando no banco do carona.
9
— Com um amigo que dirige pra que eu vou gastar meu dinheiro com um carro? - eu dei uma careta — Além disso eu reprovei na prova de habilitação...
— Aquele dia foi hilário! — ele começou a rir e eu fiz uma expressão ofendida. Sim, foi hilário quando eu não consegui nem fazer o carro se mover e ele ficou rindo da minha cara antes de me consolar com um cafuné e batatas fritas.
— Cala a boca, ok? — embora eu estivesse ofendido, eu ri junto com ele enquanto ele dava a partida.
Ele pôs a nossa rádio favorita pra tocar, uma estação que tocava R&B e trap americano e coreano. Eu fingia saber alguma coisa de inglês tentando cantar o rap do Khalid quando ele virou para dizer:
— Escuta, Jae, na verdade eu queria conversar contigo. Podemos ir num café? — o seu tom de voz era cauteloso, o que me fez ficar desconfiado.
— Hum… você está aprontando — eu brinquei, porém fui atento o suficiente para perceber como as suas mãos tensionaram sobre o volante do carro. Agora eu estava duplamente desconfiado. Devia ser mesmo algum assunto sério. — Vamos naquele que tem aquela torta de nozes que eu gosto, que tal?
Ele concordou e seguimos para lá, não forcei para ele soltar logo de vez o que o agoniava, mas confesso que fiquei preocupado. Jaebum só costumava a ser sério com coisas relacionado ao trabalho, nessas ocasiões eu sempre tentava animá-lo um pouco com comida e uma massagem nos ombros. Ele ronronava como um gatinho quando eu lhe fazia massagem nos ombros, e eu achava bem fofo, confesso, mas sem segundas intenções envolvidas!
Pegamos uma mesa um pouco afastada depois de fazermos os pedidos. Eu pedi um iced coffee enquanto ele pediu um smothie de morango. Era engraçado como um homem sério e de negócios como ele gostava dessas porcarias doces, mas era um lado seu que poucas pessoas 10
conheciam, esses pequenos detalhes de sua personalidade realmente me encantavam. Não que eu demonstrasse, é claro, eu debochava do seu paladar infantil, mas ao mesmo tempo sempre mantinha algumas caixas de suquinho na minha geladeira para ele.
— E então… qual o seu grande mistério? — perguntei enquanto bebericava o meu café. Jaebum olhava pensativo para o seu smothie sem canudo — pois eu o convenci que canudos faziam mal aos animais marinhos — e para ele estar demorando para responder assim era porque, de fato, era algo sério. Jaebum e eu nunca fomos do tipo de esconder as coisas um do outro (ok talvez só o fato de eu ser um pouquinho apaixonado por ele, mas isso era irrelevante), me deixando ainda mais aflito.
— Eu andei conversando com a minha mãe e… Ela está completamente louca!
Eu franzi o cenho, não entendendo o que ele queria dizer com isso, mas o incentivei a continuar. Jaebum tinha uma boa relação com a sua mãe e isso me pegou de surpresa.
— Ela começou uma conversa estranha sobre eu ter que assumir responsabilidades agora que sou um adulto e tudo mais antes de jogar a bomba em cima de mim: ela quer que eu me case, Youngjae! Me case!
Ela disse que eu não seria um homem de negócios completo sem estar num relacionamento estabelecido, formando uma família etc, porque eu já tenho vinte e sete anos. Na verdade, eu só tenho vinte e sete ainda! Puta que pariu! Sabia que ela chegou ao cúmulo de procurar por alguém nos Estados Unidos para se casar comigo? Um absurdo!
Deixei meu queixo cair, concordando com o fato que sim, isso era um absurdo! A sra. Im nunca fora disso, digo, uma mãe controladora.
Eu convivi bastante com ela antes de se mudar para gerir seus negócios nos Estados Unidos e deixar Jaebum morando sozinho na Coréia, ela era uma pessoa muito