Consequências Prazerosas

De Bruna Oliveira

Nos caminhos da rotina da vida de uma universitária há diversos altos e baixos, principalmente quando se está tentando construir um futuro profissional e recuperar sua vida pessoal. Quando as coisas não vão nada bem e seu casamento parece estar por um fio, surge uma proposta de estágio além das expectativas e Laura irá sentir na pele, e no coração, o verdadeiro significado do velho ditado que diz: a vida dá voltas. E nessa história, REVIRAVOLTAS! A luxúria, o pecado, a razão e o coração brigarão instintivamente a cada segundo, guiando nossa protagonista para o rumo certo... ou não!

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 28 de ago. de 2020

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CONSEQUÊNCIAS

PRAZEROSAS

Entre Elas

Bruna Oliveira

Consequências Prazerosas, por Bruna Oliveira CAPÍTULO I

Mais um dia cinza se inicia na tão famosa terra da garoa, a cidade dos sonhos de muitas pessoas e dos pesadelos de outras, no meu caso, ficamos no meio termo, afinal de contas nada anda tão fácil para uma estudante entrando no último ano da faculdade sem se quer ter tido ao menos uma proposta de estágio para fazer o sonho de a carreira brilhante começar a se tornar realidade.

Abro os olhos, relutante e sem forças para alcançar o despertador que mostra que meu dia se inicia naquele momento, as 8:05. A cama está vazia. Nem me recordo quando foi a última vez em que ela esteve preenchida por dois corpos apaixonados, porém, a aliança dourada ainda permanece em minha mão esquerda. No criado mudo há um porta-retratos com duas pessoas em seu melhor ângulo e com sorrisos que demonstram que um dia a felicidade se fez presente. Pego o celular para checar as mensagens noturnas.

Algumas mensagens de amigos empolgados com a chegada do fim de semana e convites para beber e comemorar mais uma sexta feira em nossas vidas. Eu confesso que adorava a forma como meus amigos levavam a vida, tudo era sempre uma verdadeira festa e se alguém estivesse com problemas

ou em um dia ruim davam logo um jeito para fazer a pessoa sorrir. Desta vez a vítima era eu e um grupo foi criado, em um desses aplicativos de celular que estavam na moda, com a imagem de um gato dormindo e várias garrafas de bebidas caídas ao seu redor e o seguinte título "VAMOS NOS

JUNTAR AO GATO". Enquanto eu lia toda a conversa da madrugada, aos risos, recebo um e-mail. Era uma resposta de um envio de currículo que eu havia feito, por pura ousadia, pois era uma das empresas mais importantes no ramo da construção civil, a nível internacional, e eu não achei que haveria alguma chance na GA-JP até ler o e-mail.

"Prezada Sra. Laura,

Seu currículo foi selecionado para uma entrevista amanhã as 9:00..."

Respondi de uma forma educada e formal que compareceria a entrevista e com certeza eu não perderia isso por nada. Era simplesmente a chance que eu precisava para mostrar todo meu conhecimento e minha sede para aprender muito mais com os grandes.

Eu nem tinha levantado da cama ainda, mas já estava sentindo que minha vida estava mudando completamente.

Fiquei tão extasiada com a chance que havia conseguido e com uma vontade enorme de compartilhar aquela notícia com 3

Consequências Prazerosas, por Bruna Oliveira alguém. Selecionei o nome Amor no celular, pronta para mandar uma mensagem e demonstrar a minha felicidade, minha empolgação. Uma onda de sentimentos surgiu dentro de mim e enquanto eu digitava Consegui uma entrevista, senti um aperto no peito, uma lágrima escorreu pelo meu rosto e desisti de enviar. Passei a mão pela bochecha e limpei aquela gota salgada que escorria cheia de ressentimentos, raiva e medo. Apaguei a mensagem e me levantei, afinal de contas eu precisava ficar linda para receber o meu "Sim!

Você agora faz parte de nossa equipe.".

Coloquei água no fogo para fazer um belo café, para dar uma animada e espantar todos meus sentimentos e pensamentos ruins. Liguei o som no último volume, sem me importar muito com os vizinhos, afinal de contas, barulhos de furadeira e de obra em apartamentos alheios já estavam perturbando bem mais que a minha música. Enquanto me sirvo com uma bela xícara de café, meu celular, que estava em cima da mesa ao meu lado, começa a vibrar com o nome Paulo na tela e uma foto que ele mesmo fez questão de escolher para seu contato, onde ele aparece com uma careta cômica. Segundo ele, era pra eu saber que toda vez que aquela foto aparecesse já era pra eu atender o celular

sorrindo, o que com ele era algo garantido, sorrisos e gargalhadas.

- Alô. - atendi com um Super bom humor.

- Bom dia Bela Adormecida! Tá com uma voz ótima!

Viu um passarinho verde ou está empolgada com nosso passeio?

- Passeio? - respondi meio confusa, pois não conseguia me lembrar de ter combinado nada com ele.

Também, com os últimos acontecimentos, me senti no direito de ser um pouco egoísta e só pensar em mim.

- Laura Pinheiro, você esqueceu? Shopping?

Presente?

- Ahhhhh!!! - forçando um pouquinho a memória, consegui lembrar. - O presente de aniversário para a Bia!

- Isso! Nada melhor do que uma mulher para escolher um presente para outra mulher. E você sempre me dá dicas que resultam em noites bem quentes com ela. Então abre logo essa porta porque eu já estou cansado de tocar essa campainha, e por sinal as músicas que você está escutando são de péssimo gosto!

- Como assim você está na minha porta? - o porteiro não me perguntava se a pessoa podia subir, se ela estivesse 5

Consequências Prazerosas, por Bruna Oliveira ali praticamente todos os dias. Isso foi uma instrução que eu mesma dei para poupar o tempo dele.

A ideia de ir ao shopping me pareceu muito boa, afinal de contas, eu tinha que dar um jeito no meu cabelo e em minhas unhas. Aqueles detalhes que toda mulher se preocupa quando quer impressionar, esteticamente falando.

Não que a beleza fosse fundamental para alguma coisa, mas quando eu estava bem comigo mesma, com a minha aparência, eu me sentia segura para conquistar qualquer coisa, e neste caso o meu estágio.

Paulo entrou e já foi tomando a liberdade de ir trocando a música. Conectou seu celular ao som e começou a dançar com a batida do hip hop americano que estrondava pelo apartamento, tentando me fazer dançar de todas as formas possíveis. Assim que a música acabou sentamos a mesa e tomamos café juntos.

- Como você está? E esse coração hein? - ele me perguntou, enquanto levava a xícara à boca.

- A realidade é que eu não tenho ideia!

Provavelmente, não terá mais volta. Talvez eu tenha que partir para outra mesmo e parar de chorar por algo que não fizemos, por não ter lutado por nosso amor enquanto ainda

havia uma chama acesa, sabe? Eu nem sei por que ainda estou com essa aliança em meu dedo.

- Acho que no momento certo vocês vão decidir se tiram de vez ou se ela permanece no seu dedo. Mas vamos parar com esse baixo astral pois eu não admito isso na minha presença. Vai logo tirar essa camisola, que por sinal é sexy demais hein... Se você não fosse minha amiga...

Dei um tapa no braço dele, que ficou gargalhando de suas últimas palavras. Eu saí rindo também, achando graça, afinal de contas, entre nós a intimidade era cem por cento e a atração era zero, apesar de ele ser o tipo de homem que para o trânsito. Paulo era alto, cabelo liso e escuro, não fazia o estilo curto mas não passava dos ombros, olhos claros que sempre faziam a gente entrar em uma discussão pra saber se eles eram azuis ou verdes, corpo sarado e com direito àquelas tatuagens tribais nos braços que chamavam muito mais a atenção para suas curvas definidas e musculosas.

Coloquei uma calça jeans azul Marinho com detalhes claros e rasgos na parte da frente, dando um ar de rebeldia no meu visual, que estava muito comportado, com meu terninho branco acenturado e regata branca. Um salto dez para transformar meus 1,65 em uma altura razoável para acompanhar o homem de 1,90 que estaria comigo.

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