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Ressonância magnética: Aplicações práticas para operadores
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Ressonância magnética: Aplicações práticas para operadores
E-book479 páginas4 horas

Ressonância magnética: Aplicações práticas para operadores

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Sobre este e-book

O livro Ressonância magnética: aplicações práticas para operadores, de Vivaldo Medeiros Santos, aborda os principais fundamentos deste método de diagnóstico, apresentando, por meio da física clássica e da física quântica, os aspectos técnicos que envolvem a aplicação desse exame.
Estruturada em nove capítulos, a obra apresenta os conceitos básicos desse método, analisando aspectos teóricos dos exames, informações técnicas dos equipamentos, além de trazer dicas práticas de sua operação com protocolos e orientações atualizadas a respeito da execução desse meio diagnóstico.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de ago. de 2022
ISBN9786558409885
Ressonância magnética: Aplicações práticas para operadores

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    Ressonância magnética - Vivaldo Medeiros Santos

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    Copyright © 2022 by Paco Editorial

    Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

    Revisão: Márcia Santos

    Capa e Diagramação: Larissa Codogno

    Imagem de Capa: GR_Image por Pixabay; Kalhh por Pixabay; Toubibe por Pixabay

    Edição em Versão Impressa: 2022

    Edição em Versão Digital: 2022

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Gabriela Faray Ferreira Lopes - Bibliotecária - CRB-7/6643

    Conselho Editorial

    Profa. Dra. Andrea Domingues (UNIVAS/MG) (Lattes)

    Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)

    Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Thelma Lessa (UFSCAR/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. Eraldo Leme Batista (UNIOESTE-PR) (Lattes)

    Prof. Dr. Antonio Carlos Giuliani (UNIMEP-Piracicaba-SP) (Lattes)

    Paco Editorial

    Av. Carlos Salles Bloch, 658

    Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Salas 11, 12 e 21

    Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100

    Telefones: 55 11 4521.6315

    atendimento@editorialpaco.com.br

    www.pacoeditorial.com.br

    AGRADECIMENTOS

    Esta obra é resultado de um esforço cooperativo e interativo. Agradecimentos imensos aos parceiros, amigos docentes e discentes das instituições de ensino superior que executo minhas funções de orientador das disciplinas de Ressonância Magnética. Consideramos essencial agradecer a Deus, aos familiares e àqueles que acreditaram no projeto quando este era apenas uma ideia, especialmente à Maria Dalvina Medeiros Santos, Débora Pereira Celano e Mateus Rodrigues da Silva, grandes incentivadores, suas participações e confiança foram fundamentais para a concretização deste trabalho.

    ABREVIATURAS

    SUMÁRIO

    FOLHA DE ROSTO

    AGRADECIMENTOS

    ABREVIATURAS

    PREFÁCIO

    INTRODUÇÃO

    CAPÍTULO I

    FÍSICA APLICADA À RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

    Núcleos utilizados em RM

    Movimento dos Átomos

    Alinhamento dos Átomos

    A Equação de Larmor

    O sinal de Ressonância Magnética

    Decaimento Livre da Indução (FID)

    Recuperação de T1

    Decaimento T2

    CAPÍTULO II

    SEQUÊNCIAS DE PULSO

    Spin-Eco (SE)

    Fast ou Turbo Spin-Eco

    Gradiente-Eco (GRE)

    O Steady State

    Gradiente-Eco Coerente/Fisp/Grass

    Gradiente-Eco Incoerente (Spoiled, SPGR/Flash)

    Inversion Recovery (IR), Turbo IR (Stir)/IR, MPIR, Fastir

    Fast Inversion Recovery

    Stir – (Short Time Inversion Recovery)

    Flair (Fluid Attenuated Inversion Recovery)/Turbo Dark Fluid

    Balanced – Fiesta/Truefisp

    EPI (Eco Planar Image)

    SS-FSE (Single Shot)/Haste

    Imagens Funcionais

    Difusão/DWI

    Perfusão

    Espectroscopia

    Tractografia

    CAPÍTULO III

    FORMAÇÃO DE IMAGENS - CODIFICAÇÃO

    Gradientes

    Seleção de Corte

    Codificação de Frequência

    Codificação de Fase

    Espaço K

    Preenchimento do Espaço K

    Preenchimento Parcial do Espaço K (Half Fourier)

    Fenômenos de Fluxo

    Os Mecanismos de Fluxo

    Time of Flight - (TOF)

    Fenômeno do Corte Entrante

    Defaseamento Intra-voxel

    Imagens Cardíacas e Vasculares

    Pulsos de Pré-Saturação

    Angiografia por RM

    Time of Flight - (TOF)

    Eixos de Codificação de Fluxo

    Codificação da Velocidade (Venc)

    MRA com Contraste

    Gating Cardíaco

    Funcionamento do Gating Cardíaco

    Trigger Window

    Trigger Delay

    Gating Respiratório

    Imagem Multi-fase Cardíaca

    Cine

    Saturação de Gordura

    CAPÍTULO IV

    PARÂMETROS E PADRÕES EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

    Relação Sinal-Ruído (SNR)

    Relação Contraste-Ruído (CNR)

    Resolução Espacial

    Tempo de Scan

    Artefatos e suas Compensações

    Escolha dos Parâmetros

    CAPÍTULO V

    EQUIPAMENTOS DO SISTEMA DE RM

    Magnetismo

    Tipos de Magnetos

    Bobinas de Gradiente

    Bobinas de Radiofrequência

    Sala de Máquinas

    Unidade de Controle de Pulsos (espectrômetro)

    Console do Operador

    Mesa e Sistema de Transporte do Paciente

    Procedimentos de controle de Qualidade (QA)

    CAPÍTULO VI

    BIOSSEGURANÇA

    O Campo Magnético

    Efeitos Biológicos

    Campo Magnético dos Gradientes e Campos de Radiofrequência

    Projéteis

    Implantes e Próteses

    Marcapassos Cardiácos, Clipes de Aneurisma Cerebral e outras Contraindicações

    Cuidados Acústicos

    Monitoração de Pacientes

    Questionário dos Pacientes/Clientes

    Questionário para realização de Ressonância Magnética (modelo)

    Claustrofobia

    Emergências Médicas

    Quenching

    Meios de Contrastes

    CAPÍTULO VII

    ORIENTAÇÕES EXAMES NEURO

    Anatomia Craniana

    Anatomia Seccional

    Tronco Cerebral

    Hipófise

    Órbita

    Hipocampo

    Orientações do Crânio

    Protocolos Sugeridos e Programação

    Orientações do Cube Flair Sagital

    Orientações de Hipófise

    Crânio Neonato

    Orientações de Espectroscopia por RM

    Patologias do Crânio e do Tronco Cerebral

    Orientações da Face

    Orientações do Transição Crânio-Vertebral

    Anatomia da Articulação Temporomandibular (ATM)

    Orientações da ATM

    Anatomia e Orientações do Pescoço

    Anatomia da Coluna Vertebral

    Orientações do Segmento Cervical

    Orientações do Segmento Torácico

    Orientações do Segmento Lombar

    Orientações do Cálculo e Preparo de Tração

    Orientações de Coluna Lombar com Carga

    Filme Comparativo

    Orientações do Segmento Sacro-coccígeo

    Orientação da Medula Cervical

    CAPÍTULO VIII

    ORIENTAÇÕES EXAMES DE CORPO

    Anatomia do Tórax

    Orientação do Tórax

    Orientações do Tórax Genérico ou Rotina

    Orientações do Tórax para Mediastino

    Orientações do Tórax para TEP (Trombo Embolismo Pulmonar)

    Orientações do Tórax para Diafragma

    Orientações do Tórax para Coração

    Orientações do Coração

    Orientações do Tórax para Parede Torácica

    Orientações do Tórax para Escápula

    Orientações do Tórax para Articulação Esternoclavicular

    Orientações do Tórax para Músculo Peitoral

    Orientações do Tórax para Plexo Braquial

    Orientações do Plexo Braquial para Desfiladeiro

    Orientações do Plexo Braquial para Rotina, Trauma ou Tumor

    Anatomia das Mamas

    Orientações Gerais para exame das Mamas

    Anatomia do Abdome

    Fígado

    Vias Biliares

    Pâncreas

    Baço

    Glândulas Adrenais

    Rim

    Orientações do Abdome Superior

    Orientações Abdome Total

    Anatomia da Pelve

    Pelve Feminina

    Pelve Masculina

    Anatomia do Órgão Reprodutor Masculino

    Os planos do Órgão Reprodutor Masculino

    Patologias do Tórax

    Patologias do Abdome

    CAPÍTULO IX

    ORIENTAÇÕES EXAMES DO SISTEMA MUSCULAR E ESQUELÉTICO

    Orientações do Sistema Muscular e Esquelético dos MMSS

    Orientações do Ombro

    Orientações do Braço ou Antebraço

    Orientações do Cotovelo

    Orientações do Punho ou Mão

    Orientações do Polegar

    Orientações do Sistema Muscular e Esquelético dos MMII

    Orientações da Coxa

    Orientações do Joelho

    Orientações da Perna

    Orientações do Tornozelo

    Orientações do Médio-Pé

    Anatomia do Sistema Muscular e Esquelético dos MMSS

    Anatomia do Cotovelo

    Patologia de Punho

    Patologia de Cotovelo

    Patologias dos Joelhos

    Lesão do Menisco

    Tendinite Patelar

    Cisto de Baker

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    PÁGINA FINAL

    PREFÁCIO

    Ressonância Magnética – Aplicações práticas para operadores; retrata de maneira simples e contextualizada o processo de aquisição de imagens neste método diagnóstico. O exame representa um dos mais recentes avanços no diagnóstico por imagem e revolucionou a abordagem no diagnóstico de diversas doenças. Com alta tecnologia por meio do campo magnético e radiofrequência, obtém-se imagens manipulando em plano nuclear os átomos de hidrogênio que permite a produção de imagens com alta resolução, permitindo detalhamento anatômico surpreendente para o diagnóstico médico de patologias. A obra oferece aos profissionais, que desenvolvem as suas funções na operação da Ressonância Magnética regularmente, conhecimento sobre as rotinas de execução e orientação da sequência de etapas necessárias dos exames, além de manobras e adaptações, objetivando qualidade nas imagens. Emprega ilustrações das programações, das imagens, documentações, posicionamentos e alguns exemplos de patologias.

    INTRODUÇÃO

    A ressonância magnética é um fenômeno físico quântico que acontece em plano nuclear quando há uma permuta de energia entre ondas eletromagnéticas e entre corpos em movimento que possuem uma frequência de precessão análoga.

    Sua descoberta ocorreu de maneira independente por Felix Bloch e Edward Purcell na época pós-guerra em 1945, e rendeu o prêmio Nobel de Física de 1952 aos dois cientistas. Entretanto, houve também outros cientistas que ajudaram no desenvolvimento dos sistemas de RM modernos, como por exemplo Nicolaas Bloembergen e Richard Ernst, que foram laureados com o prêmio Nobel de Física respectivamente em 1981 e 1991.

    No entanto, na medicina, seu potencial não foi delineado até 1971, quando foram descobertas diferenças sistêmicas nas propriedades de relaxamento nuclear de tecidos normais, necróticos e tumorais. Essa diferença pode ser observada claramente nas imagens processadas pela tecnologia de ressonância magnética.

    Basicamente o fenômeno de RM ocorre devido ao fato de que um corpo contém átomos, por exemplo o hidrogênio, que quando submetidos a um campo magnético são alinhados na mesma direção deste campo, funcionando como um leve imã. Após este alinhamento é aplicado um pulso de radiofrequência (RF), semelhante à de rádio FM, que desvia esse imã para um plano diferente do campo principal. Algum tempo após a aplicação do pulso de RF, o imã começa a voltar para o estado anterior, alinhado ao campo magnético principal. O sinal de RM é obtido durante os tempos de alinhamento, desalinhamento e realinhamento do corpo com o campo magnético.

    As imagens de RM podem ser obtidas através de diferentes sequências de pulso que são baseadas nas diferentes características dos diversos tecidos presentes no corpo humano. Por exemplo o líquido apresenta hiposinal (escuro) em ponderação T1 e hipersinal (claro) em ponderação T2, enquanto a gordura apresenta hipersinal em T1 e isossinal em T2. Essas diferentes ponderações são obtidas de acordo com os diferentes tempos que cada tecido possui para se desalinhar e se realinhar ao campo magnético.

    A ressonância magnética se tornou um dos principais métodos de diagnóstico por imagem devido à sua eficiência em detalhes anatômicos e funcionais, servindo como um importante auxiliar na detecção de patologias. Por não utilizar radiação ionizante seu uso não causa danos aos pacientes, permitindo que pessoas em tratamento oncológico possam ser submetidas a exames com maior frequência em relação aos exames com radiação ionizante.

    Com essa tecnologia, as imagens podem ser adquiridas nos três planos do tecido que está sendo inspecionado, ou seja, pode-se produzir uma representação que registra determinadas propriedades da organização com base na localização, como:

    Densidade local de núcleos de hidrogênio.

    Mudanças em outros parâmetros existentes a nível molecular (T1 e T2).

    A tecnologia de imagem por ressonância magnética tem vantagens óbvias sobre outros sistemas de imagem de diagnóstico atualmente em uso pelos seguintes motivos:

    Permite gerar imagens da estrutura interna do corpo humano sem o uso de radiação ionizante, evitando assim o risco de exposição, por isso essa tecnologia é denominada tecnologia não invasiva.

    Permite distinguir tecidos saudáveis, doentes ou necróticos de forma mais precisa, mesmo em tecidos profundamente imersos na estrutura óssea.

    O contraste entre os tecidos moles humanos é muito maior do que o obtido pelos métodos tradicionais, como tomografia computadorizada, raios X e ultrassom.

    Permite obter imagens de diferentes planos axial, coronal, sagital e oblíquo, assim como também imagens volumétricas sem modificar a posição do paciente.

    CAPÍTULO I

    FÍSICA APLICADA À RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

    Quando o cliente é alocado no campo magnético gerado pelo equipamento de ressonância magnética, essas atividades são de natureza nuclear. Para entendê-la, é necessário rever alguns conhecimentos básicos de física, como lembrar que tudo na natureza é composto por pequenas moléculas. Uma unidade de matéria chamada átomo; cada átomo é composto de um núcleo atômico e elétrons orbitando ao seu redor. No núcleo, além dos nêutrons, existem outras pequenas partículas-prótons carregadas positivamente. O núcleo de um átomo de hidrogênio é o mais simples - ele contém um próton.

    Devido à abundância de hidrogênio no organismo e sua alta sensibilidade à Ressonância Magnética, a técnica de RM está limitada, quase que exclusivamente, ao estudo do átomo de hidrogênio.

    Para entender como usar esses átomos para gerar imagens dos órgãos internos do corpo humano, é preciso analisar o comportamento magnético de seus núcleos. O núcleo de hidrogênio é formado por apenas um único próton.

    Então, vamos examinar os prótons: eles se comportam como um asteroide e, como a Terra, eles sempre giram em torno de seu eixo. No que diz respeito aos prótons, diz-se que eles têm spin. Naturalmente, a carga atribuída ao próton também gira, ou seja, ele se move em torno de um eixo. O movimento da carga elétrica produz corrente elétrica. Por outro lado, a corrente gera uma força magnética ou campo magnético ao seu redor. Portanto, enquanto houver corrente, haverá um campo magnético! Como nosso planeta, os prótons giram continuamente em torno de um eixo e têm um campo magnético definido, com polos norte e sul e momentos magnéticos. Eles podem ser vistos como pequenos ímãs. No estado de equilíbrio, ou seja, na ausência de um campo magnético externo, o momento magnético dos prótons é orientado aleatoriamente. Essa orientação aleatória faz com que os momentos magnéticos macroscópicos no corpo do paciente sejam cancelados (M = 0).

    Os prótons são como pequenos imãs – eles se alinham espontaneamente ao longo das linhas de força em um campo magnético externo, assim como a agulha de uma bússola se posiciona no campo magnético da Terra. Mas há uma diferença fundamental: a direção da bússola é única. No entanto, os prótons podem orientar seus momentos magnéticos em duas direções: em direção ao campo magnético externo (paralelo) ou na direção oposta (centro antiparalelo); em cada uma dessas direções, eles têm diferentes valores de energia potencial. A orientação paralela é a orientação com a menor energia potencial e, portanto, representa a situação mais estável. Na orientação antiparalela, o próton está em um estado excitado com uma energia potencial mais alta do que no estado paralelo.

    Os prótons escolherão a orientação que exija menor energia potencial; assim uma maior quantidade de prótons ocupará o nível mais baixo de energia, isto é, terão seus momentos magnéticos orientados em direção ao campo magnético.

    Vamos dar uma olhada nesses prótons: em um campo magnético externo, os prótons não se alinham exatamente ao longo das linhas de força do campo; eles se movem de maneira semelhante a como um giroscópio se move na terra. O brinquedo não gira numa posição vertical exata, o extremo superior de seu eixo descreve uma circunferência.

    Este tipo de movimento realizado pelo próton num campo magnético externo é chamado de precessão. Durante a precessão, o vetor que representa o momento magnético do próton descreve uma figura cônica. A velocidade desse movimento pode ser caracterizada pela frequência de precessão do próton ω, que representa o número de vezes que o próton realiza o movimento de precessão em um segundo. A frequência não é constante, depende diretamente da intensidade do campo magnético B0 onde o próton está localizado. A equação de Larmor permite calcular com precisão a frequência de precessão. Por exemplo, em um campo magnético de 1 Tesla, a frequência de precessão do hidrogênio é de 42 MHz! (os átomos de hidrogênio são muito rápidos). A frequência de precessão é importante porque está relacionada ao fenômeno de ressonância, que será analisado posteriormente.

    Núcleos utilizados em RM

    Os princípios de RM estão baseados sobre os movimentos de átomos específicos que compõem o corpo humano. Nos átomos com o mesmo número de nêutrons e prótons, o núcleo não tem movimento resultante (spin) devido ao fato de um anular o movimento do outro. Porém em núcleos com número de nêutrons levemente maior do que o número de prótons, o núcleo em si possui o que é chamado de momento angular ou spin. São esses núcleos que são utilizados para RM pois apresentam a capacidade de alinhar seus eixos de rotação quando aplicado um campo magnético externo. Como exemplos têm os seguintes núcleos que são ativos para RM:

    Para o uso em RM clínica são utilizados os átomos de hidrogênio, pois aproximadamente 70% do corpo humano é composto por água.

    O núcleo do hidrogênio contém apenas uma carga positiva que se move, spin. De acordo com as leis do eletromagnetismo, um campo magnético é criado quando uma carga positiva se move. Esse núcleo de hidrogênio age como um pequeno imã, com polos sul e norte.

    Movimento dos Átomos

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