Infinitah
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Infinitah - Thyago S.bacchin
...Olhando para seus dois irmãos ele percebe que naquele
momento está escrevendo um capitulo no livro da vida.
-Adamu, meu amado... Uriash, minha menina... Esse
será um novo começo ou um novo fim?
Adonai: ano um.
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-Como é possível uma mulher tão bonita ser tão
cruel? Zohar só conseguia pensar que a beleza era realmente um
produto caro... Mas que funcionava muito bem para esconder a
feiura dos Áureos.
- Que mulher detestável. Fazendo a cara nauseada de
quem comera um dunik estragado.
Mesmo com o frio congelante daquela noite Zohar só
pensava naquela Áurea, e em como havia sido humilhado por
ela há algumas horas. - Ah, mas amanhã mesmo vou falar com
Kingu Não aguento mais aquela pintura verde... Pensando no
longo ritual matutino, acordar as sete e quinze (logo após ter
jogado o despertador no chão as sete e sete) comer uns grãos e
tomar um coquetel de comprimidos, passar o spray com a logo
marca da Nibiru café, vestir seu uniforme verde e sair de casa.
A manhã daquele dia não havia sido diferente, as sete
e trinta e dois colocou o pé pra fora de casa parecendo uma
mancha verde com braços e pernas, seus olhos sonolentos
fitavam o céu cinza de Amásia.
Assim que saiam de suas casas todos os Novus deviam
usar o respiradouro, a qualidade do ar ficava muito pior no
inverno. Zohar nunca usava o seu. - Sempre mancha minha
maná
(pintura facial usada pelos Novus) e Kingu me dá
bronca por qualquer motivo, principalmente se meu rosto não
estiver completamente verde. Além do quê, ele não acreditava
que respirar vinte minutos do ar de Amasia pudesse lhe fazer
tanto mal. - Ainda tenho setenta e três anos e com certeza não
estou na idade de me preocupar com essas coisas. Claro que
não viveria tanto quanto um Áureo, mas esperava chegar à
mesma idade de seu tio, com saúde.
Seu macaquinho insolente. - Se ela não fosse tão alta
acho mesmo que eu poderia ter lhe dado uma boa surra. Ah se
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um Novus pudesse algum dia bater em um Áureo... Ah se
pudesse...
Zohar tomou um de seus comprimidos e foi pra cama.
Quando os marcadores digitais indicam oito horas em
ponto começa a tocar uma música que ele adora "As sete luas"
com Joan Filg cantando e dançando no seu despertador
holográfico
- Hora de acordar seu velho doente. Kingu levanta e
veste sua túnica verde, passa uma série de cremes para câncer de
pele. - Mas que cheiro horrível tem essa porcaria, preciso
juntar um pouco mais de dinheiro para comprar uma pele que
preste. Coloca sua barba. - Certa vez meu avô disse que os pelos
dos Novus machos eram como os dessa barba... Devia ser
engraçado.
-Hoje vai ser um daqueles dias. Pensa Kingu.
Ontem à noite recebera em seu Ciber Café um casal de Áureos.
– Coisa rara... Ultimamente os Áureos só vêm pra nossa cidade
quando não tem outra opção. Os roubos e sequestros são cada
vez mais frequentes... É incrível como todos os Novus sempre
tentam se aproveitar dos Áureos! Para eles deve ser muito
difícil ter que conviver conosco, sempre que estão aqui são
roubados e importunados pelos pedintes e na maioria das vezes
acabam se machucando ao tentar se defender dos Novus de
rua... Felizmente ontem tive o prazer de receber um casal... Se
todo dia fosse assim logo teria o suficiente para trocar de pele e
ainda me mudar para a cidade. Sair dessa vida dura... E talvez
me iniciar como Novus- Áureo
.
- O casal era mesmo magnífico, mas a Áurea... Que
mulher mais linda! Acho que devia ter 2.5 metros de altura,
olhos da cor lilás, cabelos grafite... Que perfume... Que voz...
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- Com certeza Zohar vai me dar problemas hoje. Esse
moleque ainda não aprendeu que o lugar de um Novus é sempre
abaixo de qualquer Áureo.
- Macaquinho insolente... Antigamente esse tratamento
também me ofendia. Claro que ela tinha razão, quem quer ver a
cara feia de Zohar? Os Áureos já fazem muito em suportar
nosso cheiro. Agora, pedir que convivam com a nossa feiura já
é demais. Por isso mesmo é que vou aplicar uma multa nesse
moleque.
-Ah sim! Hoje o senhor esta usando a maná, mas não
vejo nenhum Áureo aqui... Reclamou Ninmah, assim que
avistou Zohar no elevador.
- Não me enche Nih, hoje não tô pra brincadeira.
- Brincadeira vai ser a hora que Kingu chegar... Aí que eu
quero ver. Disse Ninmah entregando uma bandeja cheia de
espuma e fios sabor café e canela. - Entrega na mesa Dezesseis-
A.
A cor verde da maná de Zohar mudou para um tom
amarelado
-Xiii você já vai fazer essa cor de novo?
- Não consigo controlar... É o desanimo por começar o
trabalho
- Pede pro Kingu desativar o emoticon
. Disse Ninmah.
- Não! Exclamou Zohar. -E se eu quiser jogar meu
charme em alguma cliente? Pergunta com um ar galanteador e
erguendo as sobrancelhas. O detalhe é que não havia
sobrancelha para erguer, há muito tempo nenhum Novus tinha
sobrancelha ou qualquer outro pelo, aquilo era mais um
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espasmo na testa de Zohar do que uma expressão facial, ou seja,
era só mais uma das coisas inúteis que ainda persistiam nos
humanos não melhorados geneticamente.
- Só você mesmo. Ninmah balançou a cabeça para os
lados, rindo.
Zohar pegou a Bio bandeja e levou à mesa Dezesseis -
A.
Kingu chegou ao sexagésimo nono andar do Empire
Park, um edifício antigo onde ele tinha uma pequena Franquia
da Nibiru café
-Zohar! Venha aqui, precisamos conversar. Kingu
aperta um circulo verde na parede e a cortina de luz se desliga. -
Entre rapaz. - É a última vez que vou te avisar, se desrespeitar
mais um cliente você está fora... Eu juro que vou me esquecer
do favor que devo à seu tio e pode apostar que jogo seu CBN
(Código de Barramento Novus) no lixo... Sem isso você sabe
que não vai mais trabalhar em Amásia. Batendo a mão na mesa
com força.
-Desculpe senhor, mas eu não desrespeitei ninguém. -
Retrucou Zohar.
-Não? E quanto a Áurea que veio aqui ontem?
A cor da maná de Zohar ficou avermelhada - Eu não
falei nada e também não fiz nada além de levar a comida dela.
-Mas é mesmo muito insolente... Você acha que algum
Áureo pode ver a sua cara no meu Ciber Café? Eles vêm até
aqui para momentos agradáveis não pra ver um macaco sem
pelos.
Kingu se sentou e perguntou. - Por que você não estava
com sua pintura facial?
-Porque eu já estava indo embora quando a Ninmah me
deu mais uma Bio - bandeja e disse que era pra eu levar na mesa
dos Áureos e... Kingu interrompe. -Bom... Isso não me interessa,
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você devia ter usado seu spray de novo ou sei lá... Só não quero
nenhum Áureo falando mal do meu restaurante, ok? Você está
dispensado e pode subtrair cinco por cento da sua comissão...
Agora volte ao trabalho.
Em outra parte de Amásia, Cassandra está tentando se
controlar, mas é impossível conter a emoção. –Sexta feira é o
grande dia. Finalmente... Ai! Você está me machucando... Dá
pra ser mais delicado? Disse com a voz grave característica do
povo Áureo. O limpador de plugues abaixou a cabeça e
continuou o trabalho de sucção nos plugues da Áurea.
- Como é difícil depender de vocês. Ontem na Nibiru Café
um dos seus teve a ousadia de me encarar sem a sua maná.- O
limpador assentiu com a cabeça - Ele deve ser um desses
terroristas que a gente vê na TV. Eu nunca saio sem a minha
maná, tenho essa vermelha que é da empresa e também mais
outra azul e .... -Tá, tá. Interrompe Cassandra. -Não precisa me
contar esses pormenores da sua vida... Viu... Você já terminou
aí? Quando Elizabette vai trazer os dados pra eu escolher?
Enrugou a testa com certa irritação. - Ah, olha aí... Estávamos
falando de você.
- Já cheguei querida! E trouxe muita coisa boa.
Elizabette se senta ao lado de Cassandra abrindo uma pequena
caixa com hologramas de muitos tipos de cabelos e várias cores
e formas de olhos.
O limpador se sente minúsculo perto daquelas Áureas
enormes. Recolhe suas ferramentas e diz - Prontinho... Tudo
limpo.
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-Estava contando para o seu ajudante que sexta feira é o
grande dia.
- É mesmo! Eu vi na TV hoje pela manhã... Tangram
não é?
- Isso mesmo, vai ser a primeira colônia Áurea fora de
Amasia. O projeto finalmente vai ser colocado em prática.
Abrindo um sorriso - Tô super empolgada! Quero um cabelo
liso e bem azulado, até a cintura e mais ou menos com volume
três... Os olhos... Hum... Os olhos... Cassandra bate os seis
dedos da mão direita sequenciadamente sobre a mesa. –
Triangulares!...Não, não... Pra uma solenidade... Redondos
mesmo... Mais elegantes... Você pode colocar o olho esquerdo
azul escuro e o direito rosa?
- Claro querida! Elizabette fecha a caixa e pega dois
injetores pequenos ligados a uma mesa controladora. –Liso até
a cintura né? E começa a digitar os dados na máquina. - Que
aromas vai usar essa semana?
-Melancia e Mel... Mas você precisa esvaziar minhas
glândulas.
-Pode deixar... Você vai ficar lindíssima meu bem.
Conectando os injetores nos plugues dorsais de Cassandra.
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Amasia chegara ao ano de três mil e sessenta e três numa
situação insustentável, a população era tão grande quanto nunca
fora antes, apesar das novas leis proibindo o nascimento de
pessoas geneticamente não aperfeiçoadas o planeta literalmente
estava a ponto de explodir.
A maior conquista Áurea era também sua maior falha, a
expectativa de vida de um Áureo do sexo masculino comum era
de trezentos anos, a ciência estava em seu ápice e a medicina
permitia a compra de órgãos de todo tipo desde reparos
(membros amputados ou defeituosos) como também os de
habilidades especificas. Porém todo esse avanço de nada
adiantava, não existia espaço físico suficiente no planeta para
tanta gente.
No ano de três mil e trinta e nove, o conselho Áureo
aprovou o projeto A2785-3 batizado de Missão Êxodo
cujo
objetivo era dar continuidade ao Tangram o maior fiasco da
história da engenharia planetária.
O nome Tangram vem de um brinquedo antigo que
consiste em sete peças de diferentes tamanhos e formas que
reunidas formam uma figura geométrica, um quadrado, porém
se agrupas de outra forma os tans
(como são chamados)
podem formar outras figuras. Essa filosofia de que um inteiro
pode ser desconstruído e depois reconstruído novamente,
formando um novo inteiro era exatamente o que os idealizadores
do projeto queriam passar para o mundo, a humanidade não
precisaria mais viver em um planeta que não podia se sustentar
devido a falta de espaço e as marcas de uma silenciosa guerra
entre Novus e Áureos, pelo menos não toda a humanidade, eles
defendiam que uma sociedade dividida e separada em raças
sucumbiria iminentemente, a menos que os pedaços
da mesma
fossem novamente reagrupados em um novo inteiro, um novo
planeta, o Tangram.
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O planeta Marte e a lua de Júpiter Europa sempre foram
as mais prováveis opções para a colonização humana (graças à
presença de água em ambos os corpos celestes), porém,
colonizar a lua joviana era uma utopia, pois oferecia obstáculos
praticamente intransponíveis.
Europa era muitas vezes mais distante da terra do que
marte, o que dificultaria e muito as inúmeras viagens
necessárias para a instalação de bases e da infraestrutura
fundamental na fase pré-colonial, além do que, a vida abaixo
dos oceanos congelados de Europa seria muito custosa aos
investidores, tudo seria muito mais caro embaixo d'água, e
também existia a questão ética, a presença dos humanos iria
prejudicar e talvez até extinguir a vida microbiana já presente na
lua congelada do gigante gasoso, por isso, Marte era a melhor e
mais barata alternativa.
- Continuaremos o que já foi começado, a eco gênese
iniciada em dois mil seiscentos e noventa já foi concluída e
agora seguiremos com a segunda fase, a terraformação
logo
poderemos colonizar o nosso mais próximo vizinho telúrico.
Disse o ancião do conselho Áureo aos repórteres do noticiário
da rede Pangeia.
Terraformar marte seria realmente possível, pois criar
atmosfera
num
planeta
rochoso,
levar
bactérias
e
microrganismos criadores de gases de efeito estufa a um planeta
que possuísse água mesmo que congelada não seria problema
para a atual engenharia Áurea.
- A conquista e colonização de um planeta do nosso
sistema solar ira elevar o nosso povo a um novo nível de
civilização. Diziam os noticiários, supostamente juntando a
espécie humana aos povos que conseguiram utilizar os recursos
de sua estrela (fosse branca, amarela, vermelha ou azul) ou dos
planetas de seu sistema solar.
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O projeto é muito antigo e já fora iniciado várias vezes,
mas sempre esbarra no problema da inviabilidade econômica.
Terraformar um planeta é um projeto audacioso e de custo
elevadíssimo, é muito complicado conseguir patrocínio mesmo
que governamental para um projeto dessa magnitude, visto que
o investimento inicial poderia levar décadas ou até séculos pra
ser revertido em lucro... Os danos fisiológicos causados pela
diferença de gravidade e a duração da viagem (longa demais
para missões tripuladas em massa) também contribuíram para
que o projeto fosse abandonado por muitos anos.
Após a divisão das raças, terraformar tornou-se
prioridade e o conselho Áureo não poupou esforços para
encontrar soluções para sanar todo e qualquer problema
relacionado à colonização de um novo planeta. Sendo assim o
processo de ecogênese teve inicio à cerca de seiscentos anos
com o impacto do primeiro asteroides na superfície do planeta
marte. Graças às grandes quantidades de calor e energia geradas
no impacto, bombardear
o planeta não só levou os elementos
químicos necessários para enriquecer a pobre atmosfera
existente como garantiu também o derretimento da água
congelada em seu subsolo, daí, deu-se uma sequência de longos
procedimentos que consumiram a maior parte do tempo e do
dinheiro investido em marte, sendo o principal deles.
O aquecimento planetário.
Marte é e sempre foi muitas vezes mais gelado do que a
terra, devido ao seu maior distanciamento da estrela mãe, o Sol.
O planeta congelado saiu de sua longa hibernação após o
impacto dos asteroides, mas o aquecimento foi muito aquém das
expectativas, e então, fez-se necessário muito mais esforço e
anos de espera das equipes relacionadas ao Tangram para que o
planeta atingisse uma temperatura adequada e para que a
segunda parte do projeto, a terraformação, tivesse início.
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Processos da fase pré-colonização:
-Pressurização.
-Criação de Ozônio.
. -Ativação da hidrosfera.
-Cultivo de anaeróbicos.
-Oxigenação do planeta.
Os imprevistos e problemas dessa fase pré-colonização
fizeram do Tangram motivo de piada na mídia especializada, era
citado como a maior e mais cara geladeira
fora de Amásia.
A retomada do projeto e o investimento pesado de
algumas entidades não governamentais fizeram da piada pronta
uma realidade que, agora sim, superava qualquer expectativa por
mais otimista que fosse, já que a segunda fase rapidamente foi
finalizada e a maioria dos procedimentos foi concluída de forma
satisfatória.
Todo o exaustivo processo teve fim a cerca de cinquenta
e seis anos, quando foi instalada a primeira base humana
permanente em solo extraterrestre e desde então a vida humana
no planeta vermelho finalmente tornou-se realidade. Graças à
coragem e sacrifício destas pessoas, hoje temos um ambiente
pronto para a colonização e com condições de sustentar a vida.
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INFINITAH
Sexta feira dia vinte e dois de janeiro do ano três mil e
sessenta e três será inaugurada a primeira plataforma de
lançamento para aeronaves de transporte em massa (A.T.E.M) e
a primeira viagem está prevista para o dia vinte e nove do
mesmo mês, a data foi escolhida exclusivamente pelas
facilidades que proporcionará, devido ao alinhamento planetário
poderemos executar algumas manobras gravitacionais que irão
garantir o sucesso da missão.
Cassandra Duquette a engenheira chefe do programa de
lançamento esclarece. - A aeronave tem capacidade máxima de
dois mil passageiros que partirão a cada sete dias da estação
Nuit, em duzentos e oitenta dias nossa primeira colônia
extraterrestre concluirá a faze um.
-Hei Zohar! Aquela Áurea ali não é a mesma que veio
aqui ontem? Disse Oannes apontando para um feixe de luz
próximo a parede da Nibiru café onde se via imagens
tridimensionais da programação local.
-Acho que é sim, o cabelo está diferente... Então é ela
que está por traz do projeto da colônia Áurea.- Passando a mão
no queixo, pensativo.
-Pode apostar que isso não vai dar em nada. Disse Zohar
retirando os talheres e alguns restos da Bio bandeja
-Ah, eu vou me recrutar pra Tangram. Diz Ninmah,
entrando no meio da conversa masculina. - Lá tenho certeza que
a coisa vai ser muito melhor... Você não tem visto a
propaganda? Ar limpo Zohar... Limpo. Com um sorriso
enorme. – Quem sabe os Áureos não dividem os planetas ou sei
lá... Amasia pra eles e Tangram pra nós.
-Até parece... Disse Oannes. – E eles ficam com esse ar
podre?
13
INFINITAH
- Mas eles têm pulmões específicos para filtragem.
Retrucou Ninmah. - Pra eles dá no mesmo. Lá me parece que a
lei de natalidade vai ser um pouco mais tranquila.
- De que adianta? Disse Zohar você não foi esterilizada
assim que fez sete anos como todo Novus?
- Claro que fui... Mas fiquei sabendo que lá vamos ter
crianças... Não vai ser legal ver crianças Novus novamente?
Com brilho nos olhos, sorri mais uma vez Ninmah. - Aqui é
horrível, você só vê uma criança se for aos campos onde moram
as mulheres-ventre (mulheres com algum tipo de deficiência
física e/ou mental, que são inúteis à sociedade. Elas são
inseminadas artificialmente para a criação controlada de Novus).
- Chega de conversa, Kingu está de olho.
A ideia de mudar completamente de vida já atormentava
Zohar há muito tempo, porém, hoje após aquela conversa com
Ninmah, Zohar começou a pensar seriamente em ir pra
Tangram. O problema maior seria o dinheiro, alistar-se para a
colônia era caríssimo e ainda sim não era garantia que se
pudesse fazer a viagem, porém, tudo valeria a pena para ter uma
chance de mudar seu futuro, que provavelmente não seria muito
diferente de seu presente se continuasse ali.
-Nossa... Eu nem me lembro à última vez que vi uma
criança Novus... Pensou.
Naquela noite Zohar teve um sonho estranho. Viu uma
cena que parecia de um passado remoto onde não existiam
raças, somente o homem e a mulher. Nesse sonho ele talvez
tenha revivido alguma experiência de infância, uma brincadeira
comum de sua época ou alguma lembrança dos museus de
historia natural que visitou com seu tio Aiwass.
14
INFINITAH
-Árvores... Nossa... Lembro-me de ver elas espalhadas
por todas as ruas
-Muitas crianças... Que bonitas... Não são Áureas... Mas
também não são Novus.
Cinco dedos nas mãos, provavelmente de descendência Novus...
Lindas, com cabelos dos Áureos e sobrancelhas.
Ele ouve um assobio que parece muito distante, uma
canção, provavelmente uma canção de ninar.
Um homem vestido elegantemente de branco, meio
Áureo meio Novus diz à Zohar.
- Olá Zohar! Meu Nome é Enki e estava lhe esperando...
Você se lembra deste dia?
- Não.
- Você é uma destas crianças.
- Não pode ser. Nós nem somos da mesma espécie.
- Quem lhe disse que não? O homem continua. - Isso
tudo já aconteceu... E não existe nada do que você conheça que
já não tenha acontecido.
- Como assim? Eu nunca vi nada disso.
- O universo é