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A menina do narizinho arrebitado
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A menina do narizinho arrebitado
E-book50 páginas27 minutos

A menina do narizinho arrebitado

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Sobre este e-book

O livro "A Menina do Narizinho Arrebitado" foi publicado em 1921 pelo escritor Monteiro Lobato. A história obteve grande sucesso na época e posteriormente, impulsionou o autor a criar a série de histórias do "Sítio do Picapau Amarelo".

Narizinho vai brincar na beira de um rio, localizado no sítio em que mora com a avó e a Tia Nastácia, Entretanto, a menina adormece e quando acorda se depara com um peixe elegante, o conhecido Príncipe Escamoso do Reino das Águas Claras, conversando com o Doutor Caramujo. O Príncipe resolve convidar a menina para conhecer o seu Reino.

Narizinho resolve aceitar o convite e segue com ele, levando sua boneca Emília. Ao chegar ao Reino, a menina é recebida como uma verdadeira princesa. Diversas aventuras acontecem com Narizinho e a sua boneca, desde um grande baile até a descoberta de traições e intrigas.
A beleza e a criatividade do texto de Lobato nos proporcionam um grande prazer ao ler e nos impulsionam a uma reflexão de cunho social.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de mar. de 2022
ISBN9786589902034
A menina do narizinho arrebitado

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    A menina do narizinho arrebitado - Monteiro Lobato

    (O Sono à beira do rio)

    NAQUELA CASINHA BRANCA, — lá muito longe, mora uma triste velha, de mais de setenta anos. Coitada! Bem no fim da vida ela está, trêmula e catacega, sem um só dente na boca — jururu... Todo mundo tem dó dela: — Que tristeza viver sozinha no meio do mato...

    Pois estão enganados. A velha vive feliz e bem contente da vida, graças a uma netinha órfã de pai e mãe, que lá mora desde que nasceu. Menina morena, de olhos pretos como duas jabuticabas — e reinadeira até ali!... Chama-se Lucia, mas ninguém a trata assim. Tem apelido. Yayá? Nenê? Maricota? Nada disso. Seu apelido é Narizinho Arrebitado, — não é preciso dizer por quê. Além de Lucia, existe na casa a tia Anastácia, por quem todos têm grande estima e mais a Excelentíssima Senhora Dona Emília, uma boneca de pano, fabricada pela tia Anastácia, muito feiosa a pobre, com os olhos de retrós preto e as sobrancelhas tão lá em cima que parece a cara de uma bruxa.

    Mas, apesar disso, Narizinho quer muito bem a Sra. Dona Emília, vive a conversar com ela e nunca se deita sem primeiro acomodá-la numa redinha armada entre dois pés de cadeira. Fora esta bruxa de pano, o outro encanto de Narizinho é um ribeirão que passa no fundo do pomar, de águas tão claras que se veem as pedras do fundo e toda a peixaria miúda.

    Não se passa um dia sem que Lucia vá sentar-se à beira d’água, na raiz de um velho ingazeiro, ali ficando horas, a ouvir o barulhinho da corrente e a dar comida aos peixes. E eles bem que a conhecem! É vir chegando a menina e todos lá vêm correndo, de longe, com as cabacinhas erguidas, numa grande faminteza. Chegam primeiro os piquiras, os guarus barrigudinhos, de olhos saltados; vêm, depois, os lambaris ariscos de rabo vermelho; e, finalmente, uma ou outra pirapitinga desconfiada. E, nesse divertimento, fica a menina até que a tia Anastácia apareça no portãozinho do pomar e grite com a sua voz sossegada: — Narizinho! Vovó está chamando!

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