As Crônicas De Tonico
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As Crônicas De Tonico - Joseane Fortunato
AS CRÔNICAS DE TONICO
JOSEANE FORTUNATO
— 1 —
Quem conta um conto, aumenta um ponto, já dizia aquele ditado popular.
Então, se acomode, aperte o cinto e
se benza porque que vai começar a
viagem mais maluca e assombrada a
bordo do poizé; o fuscão envenenado
do cabra mais macho e mais sortudo
que já pisou nessa terra, porque aqui,
é aonde o filho chora e a mãe dá
risada... Não... pera...
— 2 —
Índice
1. O bordel da cumakanga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
2. Tonico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
3. Do outro lado da vida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
4. Rosinha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
5. A musa do carnaval. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
6. Homem de preto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40
7. Até que o dia amanheça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
8. Verônica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
9. Aldeia de água limpa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67
10. O jogo da vida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
— 3 —
CAPÍTULO 01
O BORDEL DA CUMACANGA
Em uma noite enluarada no fiofó do Brasil, eu chegava no Pia cobra, uma comunidade pacata no meio do nada aonde tudo era possível. Caixeiro viajante, eu vivia solitário nas estradas vendendo minhas bugigangas em meu fusca ano 78 que com um alicate e dois arames, eu consertava qualquer problema e nunca ficava na mão.
Cheguei na pensão da tia Maroca uma senhora sinistra que me olhava como se fosse sugar minha alma e desvendar todos os meus segredos. A velha era corcunda, tinha cabelos brancos desgrenhados, dentes podres e uma verruga na testa que parecia ter vida própria, mas sua aparência não era pior do que a do seu cachorro tilanga; um vira-lata sarnento que assim como sua dona, me olhava com julgamento. A pensão era sombria, curiosamente eu era seu único hóspede e não pretendia ficar ali por muito tempo a fim de descobrir o motivo. Só precisava de um banho, algo para forrar o bucho e umas cachaça para limpar a garganta e conseguir dormir com as pulgas que me atacaram logo que entrei naquele quarto assombrado.
— Se for sair não volte muito tarde, é noite de lua cheia e não vai querer topar por aí com um lobisomem — disse a velha sumindo por aquele corredor escuro, vestida com uma camisola branca mostrando sua calçola de estampas de borboleta, meia e chinelo. A própria visão do inferno.
— Não pretendo demorar — falei para ninguém em especial, já que ela simplesmente tomou chá de sumiço seguida por aquele projeto de cachorro que eu não sabia se ainda estava vivo, ou era só uma alma penada presa no mundo.
Talvez a companhia do lobisomem fosse mais segura do que daquela velha bizarra e seu cachorro trevoso que me causava arrepios, então, saí a procura de um local aonde pudesse distrair a
— 4 —
cabeça e fui parar no único estabelecimento aberto, que por sinal, era uma casa de diversão para adultos e afins.
Bordel da Cumacanga, satisfação garantida ou seu casamento de volta
Eu ri ao ler aquela placa já imaginando o que encontraria ao cruzar aquela porta de onde vinha uma música tão antiga, que deve ter sido tema da vitória quando a pomba da paz retornou para a arca de Noé com aquele ramo verde no bico.
Cruzei a porta e me deparei com um local simples, porém acolhedor, havia algumas mesas ocupadas por clientes que bebiam e assistiam uma jovem se apresentar no palco pendurada em um cano de cabeça para baixo vestindo quase nada, mas que é capaz de te arrancar quase tudo. No canto oposto, avistei uma mesa de sinuca com uns caras estranhos que ignoraram a minha presença, e ao fundo, o bar aonde uma bela mulher atendia atrás do balcão com um sorriso contagiante no rosto ao lado de um homem de cabelo vermelho que parecia uma estátua carrancuda sentada vigiando o lugar.
— Seja bem vindo — disse uma voz doce que entrou pelos meus ouvidos quando me sentei em uma mesa.
A dona daquela voz me olhava confusa enquanto eu sorria com cara de bobo porque passar vergonha era meu passatempo favorito. .
— O senhor vai beber alguma coisa?
— Linda — murmurei. — Digo, uma caipirinha, você tem?
— Tenho sim — disse ela com um sorriso exibindo dentes brancos que se destacavam naquela boca vermelha de batom que desejei muito tirar o excesso, e não era com guardanapo.
— Para comer temos porções, o senhor vai querer? — Ela me olhou de baixo encima, e logo vi que tirei a sorte grande, fazia tanto tempo que não sabia o que era um chamego que fiquei até emocionado.
— 5 —
— Vou deixar a sua escolha, mas só se a moça me acompanhar, é que não curto comer sozinho.
— Talvez eu possa fazer uma pausa — ela sorriu se afastando, e meus olhos acompanharam cada movimento daquela garota pequena de curvas acentuadas em um vestido vermelho e cabelos negros como a noite.
No jukebox tocava outra música velha de alguém que com certeza já fez a passagem enquanto uma índia pequena dançava e fumava sozinha em um canto isolado.
— Sua caipirinha, espero que goste — disse a morena se sentando a minha frente enquanto depositava sobre a mesa uma porção de batatas com uma carne praticamente crua que tive medo de perguntar do que era, ou de quem.
—