Lembranças
De Chris Santos
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Lembranças - Chris Santos
1
Chris Santos
1 Edição - 2016
2
Ficha Catalográfica
Chris Santos
Lembranças / Chris Santos, 2016
Revisão: Cibele Camilla
Capa: Chris Santos, em imagem de domínio público
p. ; 14x21 cm
1. Literatura brasileira. 2. Conto
Todos os direitos reservados pelo autor. É expressamente proibida a reprodução parcial ou total sem a permissão
escrita do autor.
3
A todos que acreditam na força do
amor. Aos que fazem parte das minhas
lembranças e que apostam nos meus sonhos.
4
Lembro-me que nos momentos de
transição Laura é meu caminho. É o que me
acalma. Sinto que minhas lembranças, um
dia, também a trouxera de volta.
Ela não se lembra do que aconteceu
no dia em que quase morreu, sua mente
criou um subterfúgio para bloquear tamanha
dor, e é bom que seja assim.
Gostaria de esquecer também, mas
minha mente não é tão generosa, e aquele
momento trágico mudou-me por completo.
Lembranças é sempre um caminho
que te leva a seguir em frente. Pode
derrubar
alguém
em
um
abismo
inegavelmente profundo ou levá-la a
transpor barreiras alcançando, como um
pote de ouro no fim do arco íris, a
verdadeira felicidade.
Serviram de cura para minha amada
esposa e de degrau onde avanço e retrocedo
neste caminho tortuoso que a vida me
impôs.
Se eu sou feliz?
5
Tenho sim, uma porção generosa de
felicidade em todas as horas dos meus dias,
todas em que Laura está presente.
6
Sumário
Agradecimentos..............................04
Prólogo............................................08
Capítulo I.........................................11
Capítulo II.......................................23
Capítulo III......................................33
Capítulo IV......................................43
Capítulo V.......................................51
Capítulo VI......................................59
Capítulo VII....................................65
Capítulo VIII...................................71
Epílogo............................................78
7
Prólogo
Sentado ali no vestiário ainda sinto
que sou eu, meus últimos instantes dentro
de mim.
Alguém se aproxima e diz que
chegou a minha hora. Levanto-me e o sigo.
Percorro
o
imenso
corredor
ovacionado pelas centenas de pessoas que
esgotaram os ingressos, suas vozes ecoam
forte em meus ouvidos, buscam me
incentivar, torcem por mim. Aos poucos
vou me desligando delas.
A cada passo desligo-me de mim
mesmo e quando subo as escadas o meu eu
é completamente deixado para trás. Não
preciso de meses de preparação como os
outros, apenas mantenho o meu peso, e eles,
que fazem fila para me enfrentar, se
enquadram
forçadamente
às
minhas
medidas.
Atravesso o octógono e me encolho
em um canto, não poso para fotógrafos, nem
8
cumprimento o público, este é o meu jeito e
creio que eles aprenderam a gostar.
Quando me levanto não há nada do
homem sereno e tranqüilo que sempre fora,
nada do empresário e marido amoroso.
Liberto a fera dentro de mim e só vejo à
frente o fantasma que me persegue há anos.
Como se fosse um verdadeiro