Penumbra

De Marcos Serafim Teixeira

Penumbra é o livro onde mais consegui libertar meu coração. Sem claridades que cegam, sem escuridões que tudo escondem. É um sutil ponto de equilíbrio e sobriedade, onde cada sentimento, mesmo e principalmente os mais simples, são tratados com importância e delicadeza. Estando distante do amor e do ódio, o que se encontrou foi a convergência de uma infinidade de outras sensações que até então eram reprimidas por essas duas forças. Chamaria de paz, por falta de melhor designação, mas não uma paz resignada, que tudo sofre e aceita, mas a paz de enfim enxergar nitidamente. Em uma visão simbólica e otimista, a alma é criada na escuridão e caminha em direção à luz; o que estas páginas retratam é a fase atravessada entre estes dois pontos.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 29 de ago. de 2016

Pré-visualização do livro

''Atrás da qual se estendem muralhas

Onde dormem trovões extintos

E relâmpagos partidos.

Só é meu

O mundo que trago dentro da alma."

Marc Chagall

Sumário

Penumbra, 11

Noturno, 12

Realidade, 13

Cárcere, 14

Tudo é escuro, 15

Selvagem, 16

Sina, 17

Aos ratos, 18

Na estrada, 19

Inumanos, 20

O ilusionista, 21

Lento luto, 22

Longe de casa, 23

O anjo, 24

Radioativo, 25

O iluminado, 26

Sonhei um sonho, 27

Ainda, 28

Já não corre, 29

Quase agosto, 30

Trégua, 31

Et lux in tenebris, 32

Conecto, 33

Não posso sentir meu Amor, 34

Talvez amanhã, 35

Outro sol, 36

Como um lar, 37

Superfície, 38

A besta interior, 39

Sim, 40

Minh’alma, 41

Não mais Eu amo!, 42

Engrenagem, 43

Mea culpa, 44

Luz vermelha, 45

Herói, 46

Viver e morrer deste jeito, 47

Sóbrio, 48

Só, 49

Intocável, 50

O tempo passa lento, 51

A morte, 52

Nenhum messias, 53

Formigas, 54

(in)Puro, 55

Velhas estrelas, 56

Templo, 57

Espelhos, 58

Vai, valente, 59

Liberdade, 60

Zero, 61

Braço forte, 62

Dupla solidão, 63

Ainda meninos, 64

Adeus, João, 65

Em outras paragens, 66

Os galhos do ipê, 67

Cosmos, 68

You ouhtha know 69

Parabéns, soldado!, 70

Ah, e sim:.?,71

Agridoce, 72

L'appel du vide, 73

Calor de inverno, 74

Vá com calma, 75

Sabe como é...,76

Inesquecível, 77

Ela não para, 78

SP, 79

Se caminho pela penumbra, 80

Posfácio, 81

Penumbra

Eis a alma: penumbra.

A dança provinda de eras remotas

Entre luz e escuridão,

Santidade e perversão.

O raro ponto de equilíbrio e verdade:

Distante das claridades que cegam,

Distante das trevas que escondem.

A realidade sem anjos ou demônios.

Sem sentimentos entorpecentes,

Monstros que se esgueiram,

Heróis que bradam.

Apenas eu...

Eu, seguindo com pés feridos,

Sanguinolentos,

Mas de peito em riste, vivo!

Em direção ao único sentido: Amor.

Noturno

Qual o destino das palavras;

Lágrimas vertidas por mãos cansadas,

Soltas, ásperas, pálidas?

Silêncio...

Silêncio absoluto no peito

Acostumado a sinfonias,

A voz dos anjos.

Que difere o mundo tido como real

Do chamado onírico?

Ambos desabam ao mais delicado toque.

Meus olhos insones não brilham,

A beleza, antes seu afago,

Já não reluz...

É noite. Sempre noite.

Mas sem a magia, a doçura,

Apenas a escuridão.

Realidade

O