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Hoje nós precisamos falar de sentimentos
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E-book142 páginas2 horas

Hoje nós precisamos falar de sentimentos

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Sobre este e-book

Uma vida sem sentimentos, sem paixão, não vale a pena ser vivida. A vida é plena de emoções, mas precisamos aprender a conviver com elas. Nós somos o que sentimos. Vivemos, porém, na "ditadura da felicidade". Sentimentos considerados "bons" (alegria, felicidade, amor) são exaltados, enquanto os "ruins" (tristeza, raiva, ciúme, frustração, rejeição) são reprimidos, varridos para baixo do tapete.
Temos dificuldade em expressar nossos sentimentos, em aprender com eles. Na maioria das vezes, tentamos até ocultá-los ‒ e quem nunca mentiu, que atire a primeira pedra.
Todos os sentimentos têm valor, precisamos aprender a lidar com eles, estabelecer um equilíbrio entre o sentir e o reagir.
Como superar um momento de angústia, de depressão, de raiva? Como lidar com o amor, com a alegria? O que nos falta, na verdade, é educação emocional. E é disso que trata esse livro. São 19 histórias, narradas em uma linguagem direta, simples e divertida, cada uma explicando e comentando um sentimento. Uma obra para crianças, pré-adolescentes e adolescentes, que pode ‒ e deve ‒ ser lida junto com os pais.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento22 de ago. de 2022
ISBN9786525423746
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    Hoje nós precisamos falar de sentimentos - Cylene Fernandes Braz

    Agradecimentos

    Em especial, ao meu marido Júlio, que sempre me incentivou a fazer tudo o que viesse à minha cabeça, inclusive este livro.

    A minha terapeuta, Cristina, que me ajudou nessa grande aventura de ser quem eu sou.

    E finalmente ao meu psiquiatra, Dr. Marcelo Machado, que cuidou tão bem de mim por todos estes anos.

    Introdução

    Escrever este livro foi um dos resultados de um processo de desconstrução e reconstrução, no qual venho trabalhando nos últimos anos de minha vida.

    Aprender a expressar meus sentimentos, identificá-los, lidar com eles e reagir a partir deles foi um aprendizado difícil e doloroso, o qual só foi possível fazer na idade adulta.

    Quando criança, nunca fui ensinada a expressar ou lidar com sentimentos. Filha da geração engole o choro, assim eu cresci. Engolindo choros, sapos, palavras tortas, ordens absurdas, situações insustentáveis e pessoas erradas.

    Com o passar do tempo, todas essas emoções e sentimentos engolidos submergiram sob a forma de um diagnóstico de Depressão, Síndrome do Pânico e Transtorno de Ansiedade, o que me incapacitou completamente para a vida que eu levava.

    Com o tempo, o fato que ficou mais evidente é que minhas emoções, uma vez não expostas e trabalhadas, mascaravam a pessoa que eu sou. O que as pessoas estavam acostumadas a ver era uma pessoa completamente diferente da minha essência. Do meu verdadeiro eu. E quanto mais longe eu estava de mim mesma, mais longe eu chegava na minha incapacidade de reagir.

    Também ficou evidente que nós somos as nossas emoções... Nós somos o que sentimos e o que conseguimos expressar. A vida completamente racionalizada não passa de uma vida mecânica, ligada no automático, onde respiramos, comemos, dormimos e cumprimos obrigações.

    E isso tem tudo a ver com as crenças que temos sobre nós, sobre o mundo que nos cerca, sobre nossas aspirações e possibilidades, sobre o que aprendemos e não aprendemos em nossa família de origem. Que repertório é esse que aprendemos na infância, que nos torna tão incapacitados para a vida? O que faltou aprender para que possamos ser plenos em nossos relacionamentos, empregos, empreendimentos e, principalmente, plenos e satisfeitos com nós mesmos? Faltou educação emocional!

    As gerações de 60, 70, e até 90 aproximadamente, não tiveram muitas oportunidades de entrarem em contato com os conceitos da Inteligência Emocional, o que acarreta prejuízos diretos no desempenho destes indivíduos. Atualmente o Coeficiente de Inteligência Emocional chega a ser mais importante do que o Coeficiente de Inteligência Cognitiva em muitas empresas, nos seus processos seletivos.

    Ainda hoje existe uma dificuldade em falar sobre o que sentimos e como isso influencia em nossas vidas. Não temos o hábito de falar sobre nossas emoções, nem de aprender a observá-las, ou mesmo de validar isso, afirma Ricardo Milito, psicólogo membro do conselho de administração do Instituto Bem do Estar, em São Paulo (SP).

    E não entender o que se sente pode levar ao silenciamento dessas emoções, e a consequência disso é o sofrimento emocional. Sem nomear o que sentimos, fica difícil lidar com aquilo, e daí podem surgir doenças como a ansiedade e a depressão, avalia Milito.

    O mundo moderno tem agravantes ferozes que atuam diretamente nessas questões. O volume de informações que temos que processar atualmente é infinitamente superior ao de vinte anos atrás. De acordo com Eric Schmidt (ex-CEO do Google), estima-se que a cada dois dias nós geramos um volume de dados equivalente ao que criamos desde o início da civilização até o ano de 2003.

    Atualmente, estamos criando uma geração superprotegida que, apesar de ter muita informação, não consegue absorver uma ínfima parte dela. Mais do que isso: por estarem sob a superproteção dos pais, seja por culpa, seja por compensação ou por qualquer outro motivo, não conseguem administrar uma das emoções mais básicas da vida, que é a Frustração.

    A intenção deste livro não é estabelecer aqui um tratado sobre Inteligência Emocional, até porque este livro é direcionado a crianças e pré-adolescentes, mas, sim, tentar traduzir, de forma simples e na linguagem adequada, alguns dos principais sentimentos e suas características, bem como um olhar mais brando para todos os sentimentos, sejam eles confortáveis ou não.

    Sobretudo, deixar claro que todas as emoções têm sua função e significado. Que todas as emoções ou sentimentos são bons, desde que encontremos o equilíbrio entre o sentir e o reagir. Que precisamos falar e validar os nossos sentimentos, sejam eles quais forem. Que a nossa vida está abarrotada de emoção, e são justamente as emoções que fazem com que nos sintamos vivos de verdade.

    Para entender isso, basta verificar que suas melhores ou piores lembranças estão carregadas de emoção. Se não estivessem, você simplesmente não as teria. Você se lembra do dia em que ficou de castigo na escola porque estava colando na prova. Essa lembrança está carregada de emoção: de medo e de vergonha. Mas não se lembra de uma aula de química qualquer porque aquele momento não teve uma determinada emoção associada.

    Gabriel Garcia Márquez, Nobel de literatura pelo seu romance Cem anos de Solidão, diz que nós somos as nossas histórias, as histórias que lembramos e que temos para contar.

    É importante deixar claro, portanto, que está tudo bem sentir qualquer coisa, desde que se saiba identificar, e se saiba como reagir a isso. Não existem sentimentos ruins. Todos eles fazem parte de nossa essência.

    Colocar em palavras aquilo que se sente é uma forma de representação concreta daquela emoção, avalia Bárbara Santa, psicóloga e psicanalista na Holiste Psiquiatria, em Salvador (BA). Dessa forma, fica mais fácil identificar o motivo de angústia e ajudar a trabalhar isso de forma saudável.

    É um livro para se ler juntos. Pais e filhos. Isso é importante.

    A Frustração

    Luizinho se vestiu para ir ao mercado com os pais. Adorava acompanhá-los para fazer as compras do mês.

    Ele ia seguindo os pais pelo mercado e, quando passava nas seções de guloseimas, ia apenas escolhendo aquelas que gostava mais e as colocando dentro do carrinho.

    Só que, neste mês, a situação era diferente. O preço dos alimentos em geral havia aumentado muito e as contas do mês não permitiriam uma compra tão farta como a de outros meses.

    Mas Luizinho manteve sua expectativa de que tudo seria como sempre foi.

    Quando chegou finalmente em sua seção preferida, ele começou a pegar os produtos dos quais gostava, como sempre fez. No entanto seus pais não deixaram que ele pegasse tudo o que queria.

    Ele teve que optar por apenas algumas guloseimas. Aqui entra um conceito importante.

    Escolher: optar; renunciar a uma coisa para ficar com outra.

    Renunciar a algo que se quer, ou seja, abrir mão de algo que se quer resulta em frustração.

    Mesmo que, neste caso, Luizinho ainda pudesse escolher algumas coisas, a compensação não foi suficiente. Ele também queria as outras.

    Ou seja, o resultado da experiência foi menor do que a expectativa: Frustração.

    Experimentamos frustração durante toda a nossa vida. Durante quase todo o tempo, tomamos decisões que nos fazem renunciar a algo por outra coisa. Se essa outra coisa compensa a nossa frustração pelo que renunciamos, ficamos bem. Caso contrário, temos que lidar com a frustração.

    Nós vamos a um restaurante e pedimos o cardápio. Deparamo-nos com muitas opções, mas duas delas nos chamam mais a atenção. Nós temos que decidir entre uma e outra. Se decidirmos pela opção 1, ficaremos pensando como seria a opção 2. E vice-versa. Se a opção que escolhemos for satisfatória, então a compensação está feita. Se não... olha a frustração aí!

    Nós temos uma noite livre. Podemos ir ao cinema, ao restaurante, ao teatro, visitar um amigo, ou simplesmente ficar em casa comendo pipoca. Seja qual for a decisão que tomarmos, renunciaremos a outras tantas opções. Se a nossa opção valer a pena, terminaremos a noite felizes, caso contrário, lidaremos com a frustração.

    E lidar com a frustração nada mais é do que aceitar que não podemos ter aquilo que queremos no momento que queremos. E mais, não podemos ter TUDO o que queremos. E não há nada de errado com isso. Ficar um pouco tristes com isso faz parte de nossa história.

    Todos nós passamos por isso ao longo da vida. Não há nada que possamos fazer diante de algumas situações. Apenas aceitar que as coisas não podem ser diferentes naquele momento. Com o tempo, aprendemos a conviver com estas impossibilidades recorrendo a compensações sadias.

    E o que são compensações sadias? São aquelas que não nos prejudicam no emocional, no social, na saúde ou no financeiro.

    No caso do Luizinho, os pais poderiam oferecer a ele a possibilidade de, quando chegasse em casa, poder assistir ao seu programa favorito comendo uma das guloseimas que ele pôde levar. Assim como planejar os momentos ideais para aproveitar as guloseimas ao longo do mês. Planejamento também faz parte de um crescimento saudável.

    Na vida adulta, muitas pessoas se compensam de forma irresponsável, se endividando e comprando coisas das quais não precisam, a fim de preencher um vazio existencial como, por exemplo, a solidão.

    A esmagadora maioria das compulsões (comer demais, comprar demais, sair demais, beber demais etc.) são resultados de compensações por conta de sentimentos que, às vezes, nem identificamos em nossa história. E geralmente estão ligadas a questões afetivas.

    Daí a importância de sabermos identificar e administrar as nossas frustrações de maneira saudável e assertiva.

    Mas há algo importante a ser considerado. Há frustrações que estão sob nosso controle e há outras que não.

    Não poder comprar todas as

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