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Destino Fatal
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E-book341 páginas3 horas

Destino Fatal

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Sobre este e-book

Angélica é uma menina que se vê diante de mudanças radicais em sua vida. Sem escolha ela precisa deixar sua vida para trás e começar tudo novamente. O que acontecerá em sua vida e o que o destino lhe reserva nessa nova cidade?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de set. de 2016
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    Destino Fatal - Alessandra S. Gordo

    destino fatal capa 2

    (Obra agraciada no Prêmio Literário Línguas&Amigos

    – Projeto de Incentivo à Leitura 2016 - Categoria Romance.)

    Sobre a Digitalização desta Obra:

    falandocomobrasil01

    Este livro integra a coleção de obras selecionadas no 1º Prêmio Literário Línguas&Amigos 2016.

    O Concurso Literário Prêmio Línguas&amigos é uma iniciativa do projeto Línguas&Amigos de Incentivo à Leitura e o site Brasil+Terra Querida, com o objetivo de revelar novos talentos da literatura brasileira e ainda incentivar a leitura consciente.

    A finalidade maior do Prêmio Literário Línguas&Amigos é possibilitar a produção de novas obras literárias especialmente em formato digital (Ebook), contribuindo para a promoção do conhecimento e a proteção da natureza.

    A Comissão organizadora agradece a todos os inscritos, parceiros, divulgadores, julgadores e colaboradores.

    Sem tão importantes participações, a iniciativa não teria razão de existir.

    Apoie a Literatura! Proteja a Natureza!

    Incentive o autor e a publicação de novas obras digitais!

    Conheça o Línguas&Amigos: linguaseamigos.blogspot.com

    Edição e produção desta obra para EPUB:

    goyamaru4

    Goya Maru: http://goyamaru.blogspot.com/

    epub_logo

    Alessandra S. Gordo

    Contato: asgordo@uol.com.br

    .‡.

    © O conteúdo desta obra, inclusive revisão ortográfica, é de responsabilidade exclusiva de seu autor.

    A meu filho André Luiz por estar sempre ao meu lado como um grande amigo. Minha mãe Yara por ter sido a primeira a ler e elogiar meu trabalho. Aos meus amigos por sempre torcerem por meus sonhos e em especial ao Osvaldo Junior, por ser um amigo e irmão na minha vida.

    Capítulo 1

    Nunca imaginei que minha vida pudesse mudar de uma hora para outra, mas aconteceu.

    Eu tinha uma vida feliz com minha mãe na cidade de Barcelona, muitos amigos, uma escola legal e um futuro planejado. E acontece essa reviravolta.

    Minha mãe se chama Beatriz Rodriguez, ela é uma advogada de sucesso na nossa cidade e agora ela recebeu uma proposta para gerenciar o escritório central nos Estados Unidos. Ela adivinhe qual a resposta?

    Na noite que ela me deu a notícia eu fiquei de boca aberta, sem acreditar.

    — Fale alguma coisa Angélica!

    — Eu não acredito que você aceitou!

    Será que ela não consegue ver como é difícil para mim?

    Estamos sentadas na sala da nossa casa e olho para todos os lados pensando o que espera por mim nesta outra cidade.

    — Mãe eu não quero ir! Já tenho 19 anos e posso me virar sozinha. Me deixa aqui? Por favor?

    Ela me olha e balança a cabeça num sinal de negação. Nem espero ela falar mais nada e corro para o meu quarto.

    Chorar é pouco, eu me descabelo em desespero. Acabo mandando mensagem para minhas amigas contando o que aconteceu, elas ficam tristes e choramos juntas.

    Será difícil me adaptar depois de tanto tempo morando aqui. Tentamos achar uma forma de resolver esta situação para que eu fique e no final concordando que não existe nada para se fazer.

    Desligo e fico olhando o teto do meu quarto imaginando o que farei da minha vida nesse novo lugar.

    .‡.

    Na manhã seguinte levanto cedo, tomo banho e vou tomar café da manhã. Minha mãe está esperando por mim na cozinha.

    — Filha, precisamos conversar. Já acertei tudo para viajarmos no próximo final de semana. Precisamos separar o que vamos levar, pois na sexta-feira a empresa de transportes vem buscar as caixas.

    — O que tenho que levar?

    — Tudo que você quiser. A casa será alugada depois que formos. Os móveis e o que sobrar serão levados para um depósito. Meu contrato na sede em Nova York será de 24 meses, depois disso, eles vão me falar se continuo lá ou se volto.

    — Tudo bem.

    — Olhe Angélica sei que é difícil para você também estou sentida por ter que ir embora daqui, mas preciso. Este trabalho paga muito bem e tenho condições de cuidar de nós duas sem você precisar se sacrificar tendo que trabalhar. E lá será da mesma forma que aqui, você vai continuar seus estudos. O que acha?

    — Tudo bem.

    — Filha, por favor, tente ficar mais feliz.

    Neste momento eu realmente olho para ela.

    — Feliz? Com o que? Com o fato de que vou ter que fazer novos amigos? Estudar num local que não conheço? Com pessoas que não conheço? Começar do zero tudo de novo? Gostaria de poder dizer que estou feliz, mas não estou. Vou com você, mãe, mas isso não significa que estou feliz com isso. Não pense que será um paraíso, pois não será.

    Ela me olha com tristeza e concorda.

    — Tudo bem. Eu te entendo. Agora vamos ver o que levaremos conosco?

    Levanto da mesa e vou para meu quarto. Começo a separar as roupas que levarei.

    No final tenho várias caixas fechadas e devidamente etiquetadas e duas malas que vou levar no dia da minha viagem.

    Passo a semana com meus amigos passeando no shopping e indo a festas, sinto que eles estão diferentes comigo como se eu não fizesse mais parte do grupo.

    Lá no fundo percebo que a viagem apenas antecipou a quebra desses laços, fico um pouco resignada por estar indo embora.

    No meu último dia em Barcelona faço um passeio de bicicleta e revejo todos os lugares que amo nesta cidade. Suas praças, edifícios históricos e monumentos. Sempre me encontrei aqui e espero ter um lugar assim na nova cidade. Chego à minha casa e minha mãe está terminando de empacotar as últimas coisas. Vamos deixar tudo numa empresa especializada e eles irão retirar tudo na manhã do próximo dia.

    Esta é minha última noite no meu quarto, na minha cama e fico pensando o que será da minha vida. Estou deixando para trás um grande nada e indo para um maior ainda.

    Sem esperanças é assim que me sinto. Pego meu celular e olho a tela. Vazia. Nenhuma mensagem ou ligação. Ninguém. Fico imaginando ficar assim nesta nova cidade. Esses 24 meses vão demorar a passar.

    Minha última noite está cheia de lamentações, tristezas, desilusões e auto piedade. Levanto e vou até a cozinha e faço pipoca e como não consigo dormir, fico na sala assistindo um filme. Comédia para alegrar um pouco.

    Acabo adormecendo com a televisão ligada.

    Acordo com minha mãe me tocando do sofá, pois os carregadores já estão aguardando para começar a retirar os móveis.

    Vou para meu quarto. Tomo banho, escovo os dentes e faço um coque bem apertado. Coloco uma calça jeans, tênis e camiseta branca. Vou viajar assim mesmo. Só vou levar o casaco e a mala de mão comigo.

    Vou para a sala e ajudo minha mãe a entregar as caixas que irão para a transportadora e o que irá ser guardado no depósito. Está uma confusão de homens desmontando móveis e arrumando as coisas por aqui.

    Minha mãe encosta no balcão da cozinha e vejo que ela está triste com tudo que está acontecendo.

    — Mãe você está bem?

    — Sabe estou triste também. Estava acostumada com tudo por aqui e sei que nossa vida vai mudar radicalmente. Vou pegar um escritório num verdadeiro caos e ter que arrumar tudo para poder voltar.

    Ela está com uma expressão desolada e percebo o quanto está sendo difícil para ela esta situação. Ela sempre teve esperanças de que meu pai voltasse agora ele não saberá onde nos encontrar.

    Não sinto a falta dele. Nem lembro como é seu rosto. Ele nos abandonou quando eu era pequena e nunca voltou nem para uma visita.

    — Ficaremos bem mãe. Vamos ver no que vai dar essa passagem por Nova York.

    — Suas amigas não vão vir se despedir de você?

    — Vamos dizer que elas não sentirão tanto assim a minha falta.

    — Ah filha lamento por isso. Algum dia você terá amigos de verdade e eles vão sentir sua falta.

    — Tomara mãe, tomara.

    Ficamos observando os homens carregando nossas coisas até que algo cai e faz um barulho enorme fazendo minha mãe sair correndo para ver o que aconteceu.

    Aos poucos nossa casa fica completamente vazia e só restam nossas malas, bolsas e casacos.

    Minha mãe caminha pela casa vazia e quando me vê parada na porta me direciona um sorriso.

    — Vamos almoçar? Depois voltamos e pegamos nossas malas, passo rapidamente na imobiliária para deixar as chaves e vamos para o aeroporto.

    .‡.

    Chega a hora de partir. Não haverá despedidas no aeroporto. Não quero chorar o caminho todo.

    Como minha mãe vendeu seu carro na semana que se passou vamos de táxi.

    O processo é rápido e quando percebo já estou vendo a minha cidade do alto ficando cada vez menor.

    Não lembro quanto tempo dormi, mas acordo com minha mãe falando que já estamos aterrissando. Observo a cidade do alto e ela parece um tanto cinza aos meus olhos. Cinza e sombria dou um suspiro, penso que de agora em diante aqui será nosso novo lar.

    Sair do aeroporto não é fácil. Quanta gente!

    Conseguimos um táxi depois de uma hora de espera e enquanto estamos colocando as malas no porta-malas do táxi o condutor nos diz que até que foi rápido.

    Minha mãe vai apontando alguns lugares que reconhece. Ela nasceu e cresceu aqui e só foi para Barcelona quando casou com meu pai. Como ela estudou e cresceu profissionalmente lá nunca precisou voltar.

    E é por ter crescido aqui que ela sempre me fez aprender inglês e ser fluente nesta língua.

    — Mãe onde vamos morar?

    — Espere e verá. Você vai adorar o local, filha.

    Fico olhando pela janela do carro quando entramos em ruas com vários tipos de construções. E me encontro numa avenida que tem um dos lados tomado por árvores. Estamos no famoso Central Park.

    Paramos na frente de um prédio que fica exatamente do outro lado do parque.

    — Eu exigi que fosse aqui. Sei o quanto gosta de locais verdes para se distrair e como não vou poder ficar muito com você nessas primeiras semanas será ótimo ter um local como esse para passear.

    Desço do táxi e respiro fundo. O lugar é lindo tenho que admitir, só é necessário andar duas quadras e já se tem uma entrada de acesso ao Central Park.

    — E ai filha o que achou? Só terá um problema, você precisa tomar cuidado, pois aqui o transito é infernal e sua escola fica a alguma quadras daqui, tem como ir a pé só que é uma caminhada razoável.

    — Sem problemas mãe.

    — Amanhã vamos dar uma volta e te levo até lá pelo caminho mais fácil, ok? Agora vamos entrar e ver como é o nosso novo apartamento?

    Minha mãe vai até a recepção se identificar, o porteiro lhe entrega um envelope pardo que ela abre e dentro estão dois conjuntos de chaves. Ela me entrega um e depois de agradecer nos dirigimos ao elevador.

    — Nosso apartamento é no oitavo andar número 806. Eu pedi com dois quartos.

    Vamos em direção ao elevador, ao chegarmos ao nosso andar minha mãe caminha até a porta e consigo reparar que ela está nervosa. Tem medo de não ser como ela espera. Fico rindo dela. Parece uma criança recebendo um presente de Natal.

    — Vamos mãe! Abre logo!

    A sala tem carpete chumbo, sofá escuro em L, uma televisão estrategicamente colocada. Sinto que o lugar tem um aconchego. Ela vai até o corredor e coloca suas malas no primeiro quarto.

    — Angel, você fica com o quarto dos fundos. Coloque as malas lá, ok?

    Quando abro a porta dou de cara com uma cama de casal, dou risada e vejo que tem um armário embutido e uma janela que dá vista para o Central Park.

    Desfaço minhas malas e deito na cama observando o teto e nem sinto como estou cansada.

    .‡.

    Ainda estou dormindo quando minha mãe me chama para sairmos. Visto uma saia jeans, camiseta amarela e sapatilha da mesma cor, faço um rabo de cavalo.

    Me olho no espelho da parede e avalio minhas roupas e vejo apenas uma garota de pele clara, não muito alta, cabelo bem comprido ruivo e olhos azuis. Como minha mãe diz pareço uma bonequinha.

    Saímos do apartamento e seguimos para o saguão do elevador. Estou conversando com minha mãe sobre conhecer a faculdade, ela fala algo sobre ser surpresa quando o elevador abre as portas e damos de cara com um casal que está se beijando. Minha mãe entra e dá uma leve tossida e cumprimenta.

    — Boa tarde.

    Eles cumprimentam de volta

    — Boa tarde.

    O rapaz me olha muito e fico sem graça com seu olhar insistente. Dou um sorriso sem graça e me viro para perguntar algo a minha mãe. Sinto uma sensação estranha e um arrepio sobe pela minha espinha. Dou uma olhada de rabo de olho e eles estão se beijando novamente, desvio o olhar.

    Quando as portas se abrem saímos e minha mãe me abraça. A rua está cheia de pessoas passeando com seus cachorros, crianças correndo e seus pais desesperados atrás.

    Sinto que alguém me observa e olho por cima dos ombros, vejo que o casal está logo atrás e o rapaz ainda está me olhando, viro para frente e sigo minha mãe que caminha em direção ao Central Park.

    Posso afirmar que amo a natureza e aqui é muito bonito. Eu respiro fundo algumas vezes e meu sorriso se alarga. Minha mãe percebe e me olha.

    — Sabia que ia gostar daqui. Lindo, não?

    — Muito, vou vir aqui todo dia para ler, caminhar ou sentar debaixo de alguma árvore para relaxar.

    — Ah, mas tem que vir paquerar também. Pensa que não percebi aquele rapaz te olhando no elevador? Até aqui ele não para de te olhar.

    — Você está brincando, não é?

    Ela olha para algum ponto atrás de mim e dá um sorriso.

    — Se você olhar para trás agora vai ver ele te olhando.

    Tento disfarçar mas não consigo, me viro localizando o rapaz a alguns metros olhando na minha direção. Fico indignada. Como a namorada dele não percebe que ele está olhando para outra? Encaro de volta e não desvio os olhos até que ele desiste e desvia seu olhar. Olho para minha mãe e ela levanta as sobrancelhas numa pergunta silenciosa.

    — Nossa como pode ser tão cara de pau!

    Minha mãe ri muito.

    — Mudei de idéia. Vamos ver onde você vai estudar hoje?

    — Vamos.

    Saímos do parque e pegamos um táxi, vejo que não é tão longe, mas fico de boca aberta e sem acreditar que vou estudar aqui. Dou um grito.

    — Julliard? Mãe você conseguiu me colocar aqui? Não acredito!

    — Eu não consegui nada foi você quem conquistou a vaga, a única coisa que fiz foi enviar a papelada necessária para você poder estudar aqui. Demorou mas quando eles confirmaram fiquei feliz. Você ficou tão chateada pela mudança que resolvi fazer uma surpresa.

    — Mãe eu te amo!

    Abraço minha mãe e fico olhando aquele prédio. Na semana seguinte estarei aqui estudando com os professores mais conceituados no mundo da dança.

    Depois do jantar fico assistindo um filme com minha mãe, mas é na hora de dormir que recordo do rapaz do elevador. Percebo que aquele simples olhar me marcou muito e recordo de seus olhos castanhos esverdeados me olhando intensamente. Acabo sonhando com seus olhos.

    .‡.

    Acordo cedo na segunda-feira e me arrumo para meu primeiro dia de aula. Tomo um banho e coloco uma calça jeans, camiseta preta, sapatilhas pretas, uma blusinha por cima vermelha e cabelo num rabo-de-cavalo.

    Minha mãe me avisou que tenho que chegar antes para poder pegar meu horário e as matérias que irei fazer nesse ano. Como estou muito nervosa resolvo ir de ônibus mesmo.

    Chegando à secretaria, recebo meu material e fico olhando para o papel do horário das minhas aulas feito besta. Vou fazer dança, a secretária fica me observando e quando vê que me sinto um pouco perdida pede para um aluno me mostrar às dependências.

    Ele é bonito. Alto, ombros largos, sua pele levemente bronzeada, cabelos castanhos escuros, olhos castanhos. Ele estende a mão e aperta a minha com muita força. Dou risada. Seu sorriso é contagiante.

    — Oi, meu nome é Carl e você?

    — Oi sou Angélica. Muito prazer.

    — Ei o prazer é meu e posso te chamar de Angel?

    — Claro, não tem problema algum.

    Ele me mostra tudo. Fico encantada com o que vejo. Ele me leva até minha sala para a primeira aula e se despede.

    — Nos vemos no intervalo, ok? Ah faço teatro, nossas salas ficam do outro lado do prédio se precisar de alguma coisa.

    — Tudo bem, eu me viro por enquanto. Até lá.

    Ele é um rapaz super alto astral. Sem olhar para trás entro na sala e entrego um papel ao professor e ele me indica um lugar perto da janela para sentar. Percebo que várias pessoas estão me olhando e me sinto um alienígena, mas isso só dura até o professor falar quem sou e de onde venho.

    Não tenho problemas com as aulas, já cursava isso na minha antiga cidade, mas aqui os professores são muito exigentes principalmente nas aulas de dança. Tenho aulas teóricas, mas as aulas práticas são o forte aqui.

    Passo por todas as aulas tranquilamente e quando chego ao final do quarto período vou para a cantina almoçar.

    Não sou de comer horrores e acabo me servindo de purê de batata e almôndegas, suco e uma maçã. Estou procurando uma mesa para sentar quando ouço meu nome.

    — Angel! Angel!

    Localizo o Carl e vou em sua direção. Vejo que ele está sentado com mais três pessoas. Quando estou alcançando a mesa diminuo os passos. Um dos rapazes que está na mesa é justamente o garoto que ficou me olhando no elevador. Ao chegar à mesa ele me encara, desvio o olhar totalmente sem graça.

    O Carl me apresenta aos outros ocupantes.

    — Angel estes são Elizabeth, Ryan e Luke. Pessoal esta é a Angel, ela veio de Barcelona para estudar aqui.

    — Oi, pode me chamar de Beth.

    Já os outros dois me cumprimentam com um oi básico.

    — Oi, prazer em conhecê-los. – digo

    Sinto como se um buraco se abrisse na minha frente. O garoto do meu flat é Ryan Russell? Como não o reconheci antes? Acho que deve ter sido pelo cansaço da viagem ou por estar distraída com tudo que estava ocorrendo. Desperto com o Carl falando comigo.

    — E ai como foi?

    — Tranqüilo. Como se eu estivesse em casa.

    — Você pretende ficar muito tempo por aqui?

    — Tenho intenção de me formar aqui. Minha mãe está a serviço aqui por uns dois anos então vou ficar por um tempo.

    Quando ouço sua voz sinto um calafrio subir pela espinha.

    — Você faz qual curso? – que voz é essa! Sinto como se algo no meu estômago não estive muito bem.

    — Dança e vocês?

    Estou olhando meu prato há muito tempo. Não consigo encarar seus olhos.

    — Teatro e dramatização.

    — Hum legal. E você Luke?

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