Alma De Vidro

De Serginho Almeida

Coletânia de poesias de Serginho Almeida. Poesias para encantar a sua alma!

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 13 de out. de 2016

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ALMA DE VIDRO

Serginho de Almeida

Dedicatória

Dedico aos meus pais, a toda minha família e a todos que fizeram parte de minha jornada e que de alguma forma ajudaram a me construir

ALMA DE VIDRO

Alma de vidro

Que o silêncio despedaça

Enseja o grito

Que sufoca

E não se basta

Miragem de pavor

Frente ao carrasco

Cacos daquilo

Que ousou querer

Simples abraço...

Alma de vidro

Transparente, mente força

Mas no fundo

Bem no fundo

É como louça

Ávido da mão

Que já se afasta

Fende-se em estrelas

Cacos de uma alma

Que o silêncio

Despedaça...

A SAUDADE NAS JANELAS

A saudade se debruça

Nas janelas das retinas

Assim, meio que escondida

Atrás de brancas cortinas

E eis que passagens idas

Ressurgem, fortalecidas,

E as lembranças cativas

Que deixam os olhos em brasa

Teimam em aguar a casa

Das minhas tristezas vivas...

As duas janelas negras

De onde verte a salmoura

- Que me veste as faces rijas

De uma paz impostora -

São faróis desacendidos

Que a tantos barcos perdidos

Já não mostram mais caminhos

Por que, muito mais que rosas,

As estradas tortuosas

Apresentaram espinhos...

Distraída, olhando a chuva,

Que ela mesma provoca,

A saudade, lá de dentro,

Onde a vida se retoca,

Se emponcha de solidão

E as coisas que já não são

É só o que a alma enxerga

Por que, pra dor da saudade

- E que dói, barbaridade! –

Até a alma se verga...

A VOZ DAS FLORES

Se alguma flor tivesse voz

Quem sabe então,

Entoaria o vento...

Em veludos de pétalas e agudos

Em timbres coloridos

Néctar sonoro, um alimento...

Se alguma flor cheirasse a som

Tanto quanto canta odores

Primavera em harmonia...

A alma desses