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Na Barca do Pensamento Vai a Poesia Vai o Vento
Na Barca do Pensamento Vai a Poesia Vai o Vento
Na Barca do Pensamento Vai a Poesia Vai o Vento
E-book179 páginas1 hora

Na Barca do Pensamento Vai a Poesia Vai o Vento

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Sobre este e-book

A cidade invicta do Porto, mais concretamente, as gentes que vivem em redor da sua cintura, é extremamente pródiga de contrastes e riquezas de humanidades sociais. Num momento e o acaso único, permite ao poeta vislumbrar certos modos e trejeitos caraterísticos desse povo de nobríssima humildade, como o modo brejeiro de falar, onde os calões populares lhes bailam na ponta da língua, como se o corpo e a boca sequiosa, mitigassem pingos de água dos fontanários de cada esquina que vai da Sé, Banharia à Ribeira... Assim nasceram as raízes da poesia do poeta, onde este aborda o lado real de todas as incidências da luta pela sobrevivência humana, com empenho de garra e brio, saltando entre todos, com a tradição que lhe vai na alma.
A velhíssima tradição desse povo vestiu-se nas carnes! Onde, do mesmo berço o poeta foi gerado.

"Obrigado meu povo, eu vos amo!".
 
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de dez. de 2021
ISBN9789899052062
Na Barca do Pensamento Vai a Poesia Vai o Vento

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    Pré-visualização do livro

    Na Barca do Pensamento Vai a Poesia Vai o Vento - David Pereira de Sousa

    Agradecimentos

    Os meus agradecimentos vão para a minha falecida cunhada, Maria da Conceição, conhecida entre nós como Suzi... Uma jovem visionária no seu tempo que, desde cedo, viu em mim, o potencial que mais tarde vim a conhecer!

    A ti, Suzi, um Obrigado!

    Dedico este livro a todos os meus leitores.

    Obrigado!

    Momento de exaltação da alma,

    e, da…

    Glória humana.

    CALÇADA DA CORTICEIRA

    Ai, senhor...!

    Que eu morro; à chuva, ao sol,

    Ao vento, e ao frio.

    O peito estala-se-me de tanto arfar,

    E o dia, ainda vai no começo do pavio.

    Senhor…

    Ajudai-me, ao cimo da calçada a chegar

    Raios parta a carqueja, mais o moliço,

    Que se me espeta nas carnes! E quebra-me

    O siso…e, mais esta vontade de caminhar.

    Aí, Jesus…

    Que vejo, meus pés a sangrar

    E ainda tanto falta, para ao cimo da calçada

    Chegar.

    Raios me partam, semelhante maldição.

    Que se me rompam os pés, que se me

    Estale o peito, mas, pelos dois mil reis

    Não devo parar.

    Em casa, tenho o meu rico menino,

    Que grita de fome! O pão, mais o leite,

    Para casa tenho de levar.

    Calçada da Corticeira…

    Pedras pontiagudas e desgastadas,

    Desencantai do sofrimento

    A miserável criatura.

    Desencantai do sofrimento carnal

    A pobre carquejeira, que moureja

    Na calçada, a sua míngua fatal.

    Há memória das mulheres carquejeiras, que na calçada da corticeira.

    Foram heroínas da luta, e do sofrimento humano.

    Um bem-haja, de gratidão espiritual.

                              P/lo Autor.

    David Sousa…….

    O BARQUEIRO…

    Figura esguia, de longos braços.

    Nas águas do rio, remando.

    Cabelos brancos espetados no ar.

    Lutando contra o vento.

    Na ponta da língua, a rima do calhar.

    Rosto engelhado, do tempo agreste.

    Olhos baços, no adianto da idade.

    Na ponta da língua, sem nada que preste

    Na rima, o recordar da mocidade.

    O barqueiro da fragilidade.

    No rio, vai remando o seu bote.

    Por entre a neblina matinal.

    Sem que preste a má sorte.

    Perde-se-lhe o olhar, da observação.

    Do corpo a recolher.

    O barqueiro da morte.

    Em chegando à margem, assobia.

    Na garganta, a secura da frase

    Que tem, para dizer.

    Nas escadas da padeira

    Mostra aos demais, o corpo envolto

    Em lençol de morte, nas pedras do cais

    Da ribeira, ouve-se murmurar a má sorte.

    Ao longe, escuta-se gritos de aflição.

    Gritos de loucura, gritos que vêm a correr

    Correndo na fúria, de cabelos a voar

    No coração, a desgraça de quem se vá encontrar

    Na fúria desordenada

    Os chinelos, e os tamancos,

    Ficam esquecidos, na calçada

    Chorando, por quem se tenha, que chorar.

    (dedicatória pessoal, ao duque da ribeira.)

    P`lo, autor: David Sousa

    A UTOPIA DA MENTE

    Um dia! sim… um dia.

    Talvez, me ofereça, a mim mesmo.

    Nem luz, nem escuridão.

    Olhei o lado animal.

    De todos, elegi o cão.

    Sentei-me, no topo da longa mesa.

    Avistei a distância real, ao longe,

    Escutei, o ladrar do descontentamento.

    No corpo, enrolei a mortalha,

    Vesti, a manha do canalha.

    Almocei na alvorada, do lado cardinal.

    Entre toalhas de florestas.

    Retalhei, o pensamento.

    Feri, a memória do passado.

    Fumei, e, bebi, as minhas utopias.

    Nada sobrou, que preste,

    Não restou, nenhum bocado.

    Fiquei inerte, fiquei vazio,

    Fiquei, sem conteúdo de vento.

    Quem devo apontar, pela má sorte,

    Como posso respirar, neste relento

    Cuspo, e urino veneno, cuspo para o ar.

    Caminho despido da condição,

    Nem sei onde o corpo lavar.

    Nem mais nem menos que um cão,

    Só não sei, como chorar.

    Quero ser águia, quero voar.

    Voar por entre nuvens,

    E, pairar, nas asas do céu

    Pico o voo, e rasgo o vento

    Mergulho na terra o olhar

    Avistando a presa, que devo filar

    Não tenho asas, nem sou avião

    Desmaio, estou só, adormeço no grito

    Da minha solidão.

    Toda a utopia… a minha utopia

    Colide na tela de tanta fantasia, e

    Penetra, na cortina do vácuo.

    O vácuo, é escuridão…

    Para lá do nada, nada existe

    Nada se vê, como nada tenho.

    De mim, nada mais resta, seja noite

    Ou dia.

    Depois de mim, nada mais fica, de igual.

    PENSAMENTOS, ILUSÕES.

    Sou mais rápido, que o vento de tua rua.

    Sou o teu próprio tempo, o tempo de quando

    Estás nua.

    Chora e grita desalmada…

    Destrói as barreiras de cada pensamento.

    Golpeia o grito sexual, abafa o grito

    Da tua loucura.

    Grita, grita contra o grito, o grito contido

    Na tua garganta.

    Grita por entre os lenções da farsa,

    E fantasia-te na masturbação.

    Mas não permitas, que a noite e o dia,

    Escutem os gritos, e os gemidos.

    Da falsa satisfação.

    Chora mulher, mal-amada

    Chora as lágrimas, da tua visão

    Da visão de um corpo de má geada.

    Cospe, contra a neblina do tempo.

    Cospe, nos lenções do tempo

    Desse tempo, da penetração vaginal

    SENHORA…

    Oh, senhora da pouca sorte!

    Arremessa ao rio, às águas do Douro.

    Todos os esconjuros da inveja.

    E que nas correntes do Norte,

    Se veja, o mal, talhado.

    Senhora…

    Senhora da minha vida,

    Senhora de triste fado.

    Em teu rosto

    Vejo lágrimas a rolar,

    Vejo lágrimas, que desfiam

    Por entre os sulcos da exaltação.

    São lágrimas salgadas e teimosas,

    Lágrimas que rolam, por entre caminhos

    De esperança perdida.

    Que toldam o olhar, de uma vida.

    Senhora, amada senhora.

    Vejo teus franzinos cabelos,

    Esvoaçando ao vento

    Do vento, que vem do mar,

    Que vento frio e incómodo.

    Que talha o teu lamento

    Que vento agreste, colhe o desvario

    E, nada mais se vê, que preste.

    Que olhar ferido! Que olhos observam,

    As margens do rio, observando

    As ondas, de tanta rebentação.

    Que olhos têm senhora! Esse olhar,

    De tanta perdição, quando em teu peito

    Bate, o irregular, desnorte!

    E, quem te vê, tão franzina,

    Tão, descuidada, logo ajuíza

    É uma mulher do povo, de um povo

    Que caminha despido, por entre pedras

    Irregulares da calçada, da pouca sorte

    Senhora, senhora do nada.

    Ergue tua voz, e que a tua

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