Memória Da Pele

De Hélio Bacelar

A poesia é, antes de tudo, uma atitude! ... ..., “é a vida, e só a vida, com tudo o que ela tem de sórdido e sublime”, tal como bem expressou Vinicius. Um sentido figurado, onde é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos, que inspira e encanta, que é sublime, e belo..., e expressa, amor, amizade, tristeza, saudade... Está em todas, outras, muitas coisas..., se insere, mesmo nos mais corriqueiros dos gestos, nas mais despretensiosas atitudes, e perpassa as distintas manifestações artísticas – não apenas na literatura: a música, a dança, o teatro, as artes visuais, a fotografia... ..., é tudo aquilo em que o ser humano investe emoção e criatividade; uma demanda íntima e individual: o que soa poético para um uns, pode não ser poético para outros.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 27 de jul. de 2017

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Série Poesia

farpa

Hélio Bacelar

Memória da Pele

Poesia

farpa

Diagramação e capa: Hélio Bacelar

Fotografia: Hélio Bacelar

Acessoria: Mainara Costa

A primeira vez!

A primeira vista!

A primeira luz...

A primeira...

Sempre um começo.

Pode ser derradeiro...

Pode ser sem fim...

A primeira não se perde.

Nunca!

Sumário

Escrito na pele

9

Entre o vinho e o batom

11

Memória

13

O Silêncio e a Dúvida

15

Perfume

18

Baianismo?

19

Dervixe

21

Escapulário

23

Amor em tempos de Capitalismo

25

Vozes D'África

29

Poucas palavras

31

Sublimação

33

Caça/caçador

33

Memória

33

Insano

34

In-finito

34

Astrocídio

35

Renúncia

36

Arrodeio do tempo

38

Confiança de corpo e alma! 40

Hélio Bacelar

Ridículo! Quero defesa.

43

Quando tudo acaba

46

Incelença

48

Sob medida

50

Empíreo

52

Foro íntimo (5º ato)

54

Self-induction

64

Niilismo

66

Tua presença

67

O fogo apagou

70

Clichê

71

Sua consciência é! ...

73

O que eu faço com a saudade

75

Quinta-essência

78

Tatuagem

79

O que posso mais dizer?

81

Carnal

83

8

Memória da Pele

Escrito na pele

O carmim da sua boca

insinua o que não mais me é,

alusão! ...

Sugere o que não me é,

sugestão! ...

Seus lábios

– que os meu lábios sugam,

e o molhado dos meus lábios,

borram seu batom

e os meus lábios sorvem o vermelho,

que da tua boca exala –

escrevem na minha pele,

na forma de cicatriz,

o que não mais me é,

menção, só, vaga ou direta!

Sugestão que não me sugere!

Tem parecença com o óbvio!

Teu corpo,

tem a cor do apego!

tem o cheiro do afeto,

tem os escritos,

que o carmim da sua boca

transcreve na minha pele!

9

Hélio Bacelar

Seus lábios escrevem na minha pele,

os escritos que me entorpece!

As falas mudas que dizem muito,

quando nada querem dizer! ...

As palavras...,

Os códigos, as sentenças, as juras,

as senhas, as sendas, as marcas,

as cicatrizes, os arranhões,

os dentes...,

O que tenho escrito na pele,

tem a primorosa nuança,

do afogueado do seu batom!

10

Memória da Pele

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