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Clássicos Bíblicos Recontados
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Clássicos Bíblicos Recontados
E-book155 páginas2 horas

Clássicos Bíblicos Recontados

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Sobre este e-book

Como seriam as histórias dos personagens bíblicos mais famosos se eles vivessem nos dias atuais? Com essa premissa a série de Clássicos Bíblicos Recontados tenta reescrever as histórias de personagens como Jonas, Jó, Daniel e outros, traduzindo seus desafios de fé em situações cotidianas do século XXI. As histórias são contadas com o objetivo de entreter as pessoas baseadas em temáticas e princípios cristãos, sem exigir rigor extremo da relação das histórias com as passagens da Bíblia sem, contanto contradizê-la ou aos seus princípios. Esse primeiro volume conta a história de Jó, um dedicado empregado de uma multinacional que, graças ao seu esforço e talento, cresceu profissionalmente e hierarquicamente dentro da empresa. Um profissional bem-sucedido, um pai amoroso, um esposo atencioso e um cristão exemplar, Jó se sente fazendo aquém do que poderia, principalmente na su vida espiritual. Logo encontra uma oportunidade para poder fazer mais e envolver sua família na Obra de Deus. Num determinado ponto de sua jornada, Jó se vê inexplicavelmente afligido por todo tipo de provação: é acusado de cometer um crime, afastado da igreja e seus filhos desaparecem em um acidente aéreo. Ele vai preso e é acometido por uma misteriosa doença, que pode estar relacionada a uma aventura extra-conjugal que teria acontecido em uma viagem recente a trabalho. Doente, preso e sem poder fazer nada que prove sua inocência, Jó conta apenas com Roberto, seu amigo não-cristão de longa data que acredita firmemente que tudo o que está acontecendo é parte de uma armação, e faz de tudo para provar a inocência de Jó nesse caso.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de out. de 2010
Clássicos Bíblicos Recontados

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    Clássicos Bíblicos Recontados - Anderson A. Barcelos

    Capítulo 2 - No princípio

    A Henry & Todd Chemicals é uma empresa multinacional de destaque no seu meio. Está entre as primeiras empresas do seu segmento, fornecendo matéria-prima e insumos a grandes indústrias. Possui indústrias espalhadas por todo país, e sua sede administrativa regional fica no centro de São Paulo, num prédio não muito grande em relação aos outros, mas imponente em sua beleza e infra-estrutura tecnológica.

    Jó é um dos funcionários da H&T, empregado há cerca de 22 anos. Entrou na empresa como vendedor júnior e, com o apoio que recebeu, estudou e progrediu na carreira, cursando até a pós-graduação. Na H&T conheceu Roberto, com quem cursara Administração em uma das mais conceituadas faculdades da região. Desde então se tornaram grandes amigos.

    Ele é um exemplo de vida para todos que o cercam. Incapaz de sequer jogar um papel no chão, por vezes é até tido como estúpido por não dar uma de esperto ou obter pequenas vantagens como furar filas ou ficar com troco errado. Admirado por muitos, invejado por outros tantos, é destaque por onde passa: na empresa, na sua comunidade e na sua igreja.

    ***

         - Fernando, já terminou a sua lição? - Grita Marta ao seu filho.

    - Ainda não mãe, já tô indo terminar!

    - Ah! Garoto, eu já não disse para você que só pode assistir televisão após terminar o dever?

    - Mas, mãe, olha só... - Explica-se Fernando.

    - Nada de mas nem de olha. - Fala Marta desligando a TV e interrompendo Fernando - Já pro seu quarto terminar a sua atividade. E antes de ligar a TV de novo eu quero conferir!

    Marta volta a fazer suas atividades matinais rotineiras, juntamente com Cida, sua empregada doméstica que trabalha para eles desde quando eram apenas 2 filhos. A relação entre eles sempre foi como de uma família. Todas as vezes que Cida precisou de alguma ajuda, pôde encontrar suporte emocional e, por vezes, até financeiro da família de Jó. Num desses episódios Cida se converteu e, num encontro das famílias, seu marido e filhos puderam conhecer a Cristo. Num dado momento do dia estão Marta e Cida na sala, limpando e organizando.

         - Puxa dona Marta, só de lembrar o quanto a gente já passou juntos meus olhos se enchem de lágrimas. Não dá prá esquecer daquela vez que o seu Jó saiu correndo do escritório até aqui para ajudar meu filho com aquela crise de bronquite, como se fosse filho dele...

    Cida respira fundo para não sucumbir às lágrimas. Marta a conforta:

    - Que é isso, Cida? Você já está a tanto tempo com a gente que faz parte da família e, como tal, espero que consiga ver em nós o quanto amamos demonstrar atitudes que demonstrem que não vamos a igreja apenas por ir, ou para um evento social. Buscamos sempre ter um conhecimento de Deus cada vez mais profundo e como Ele age nas nossas vidas. Uma vida cristã verdadeira não se contenta em apenas absorver conhecimento, mas busca um relacionamento com Ele que seja evidenciado através da forma como amamos as pessoas e as ajudamos na mesma medida que Deus se desprendeu, mandando Jesus para nos salvar. Esta atitude do Jó, por melhor que seja, não chega aos pés do que Jesus fez por nós.

    - É verdade dona Marta - Responde Cida se recompondo - graças a Deus, tanto eu como o Paulo podemos ver que Jesus faz realmente a diferença na vida de vocês. É diferente do que nós vemos nas outras pessoas, que se dizem crentes. Você acredita que outro dia mesmo a Jussara minha vizinha falou...

         - Opa! Pode parar por aí! - Interrompe Marta - Se a gente vai falar de outra pessoa sem se dispor a ajudar é melhor nem tocar no assunto. 

         - Ops! Desculpe dona Marta - redime-se Cida - eu nem percebi que estava fazendo isso. Mas pode deixar que eu vou tomar mais cuidado com o que falo.

    ***

    A dedicação de Jó nas suas atividades alçou-o ao cargo de Gerência de Contas do setor Sudeste. Sempre foi visto com seriedade pelos seus subordinados, mas sempre deu abertura para que todos se sentissem à vontade para falar de quaisquer problemas, até mesmo pessoais, que pudessem comprometer o desempenho de cada um deles.

    O segredo do sucesso não apenas da carreira de Jó, mas do desempenho que o seu setor apresentava estava intimamente ligado à forma como ele tratava as pessoas. Sempre demonstrou real interesse a tudo que lhe era dirigido e, com a devida atenção, procurava dar respostas a todos. Também fazia questão de transparecer sua fé nessas e em todas as suas atitudes, procurando perceber os momentos certos de falar sobre Deus, sempre deixando o canal de comunicação aberto a todos que se interessassem em conhecê-Lo como ele O conhecia.

    Sentado à mesa analisando o desempenho dos seus funcionários, Jó escuta uma notificação de mensagem no seu celular, um burburinho de risadas seguido de um silêncio incomum. Ao levantar a cabeça e olhar ao redor pelo setor, percebe que quase todos fingiam que não estavam olhando e esperando uma reação da sua parte.

    Sem entender do que se trata, Jó olha do que se trata a notificação no celular.

    Dava para sentir a tensão no ar enquanto o aplicativo de mensagens exibia Jó está digitando.... Alguém havia postado algo não relacionado ao trabalho no grupo de trabalho do aplicativo de mensagens. Jó, quando criou o grupo, pediu que se mantivesse o profissionalismo dentro dele, tratando apenas de assuntos relacionados ao setor.

    Toda a tensão se foi quando a mensagem de Jó foi um emoticon de risada, seguido da mensagem: Sei que foi por engano... A piada foi muito boa, mas vamos ficar atentos para o grupo ter seu foco principal nos assuntos relacionados ao nosso setor. Eventualmente, piadas e vídeos sem ofensas ajudam a descontrair o clima, mas vamos tomar cuidado para não transformar esse grupo em mais outro grupo engraçadinho do aplicativo.

    Enquanto todos ficam aliviados, o ramal na mesa de Jó toca. É seu chefe, o senhor Alberto, chamando-o em sua sala.

    ***

     - Me chamou, Senhor Alberto? - Fala Jó com o seu chefe.

    - Chamei sim. Faça-me um favor, sente-se aqui. - Alberto fala apontando para uma cadeira em frente à sua mesa enquanto termina de ler alguma coisa na tela do seu computador.

    - Pois bem, Jó - continua, ajeitando os óculos e conferindo uma informação na tela do computador - Como andam as coisas no seu setor... Gerência de Contas setor Sudeste, certo?

     - Vão muito bem, senhor. Hoje mesmo estou terminando o relatório mensal no qual poderá ver que, pelo 6o mês consecutivo ultrapassamos a nossa meta em mais de 100%.

     - Muito bem, apesar de não ter visto ainda o relatório, já previa isto. Desde que você assumiu essa gerência dessas contas, elas só tem me dado alegria. - Alberto, de repente, começa a dar um tom de segredo na sua fala, olhando para os lados - Mas preciso saber se você não anda vendo nada de suspeito acontecendo entre os seus subordinados. Parece que algumas informações confidenciais da Direção de Contas andam vazando pros nossos concorrentes e estamos começando a ter perdas pontuais nos últimos meses. Não dá prá reduzir muito a lista de suspeitos porque é um tipo de informação que todo o setor precisa saber, porém, se esse vazamento não for estancado, pode trazer prejuízos consideráveis futuramente.

    - Olha, senhor Alberto, eu realmente não tenho notado nenhum comportamento estranho da minha equipe. Na verdade eu tenho os visto até bastante motivados mas, diante disso, posso passar a observá-los com mais rigor.

    - Agradeço muito, e gostaria de te pedir outro favor...

    - Claro, senhor Alberto...

     - Mantenha esse assunto em sigilo. - Alberto fala inclinando-se na mesa em direção a onde Jó está sentado - Confidenciei isto com você porque você é o que tem demonstrado ser mais digno de confiança dentre os meus gerentes e nenhum deles sabe desse assunto. Também confio nas suas habilidades para poder esclarecer isso de uma forma, digamos, menos dolorosa. Você sabe que estamos indo muito bem no mercado e qualquer desconfiança deste tipo pode trazer algum desconforto entre nossos clientes, investidores e empregados.

      - Tudo bem, senhor Alberto. Pode deixar que, da minha parte, não haverá qualquer comentário sobre este assunto que não seja diretamente e unicamente ao senhor.

    - Certo, Jó. Sabia que podia contar com você. E, por favor, tome cuidado com este assunto principalmente com o Roberto, estou quase certo de que tudo isso está saindo da conta dele, se não for dele próprio.

    Jó faz uma feição de estar confuso com o que acaba de ouvir e responde também em tom de segredo.

     - Senhor Alberto, posso dizer que conheço muito bem o Roberto, somos amigos de longa data, entramos e crescemos juntos nesta companhia, poucos anos antes de o senhor vir para cá. Confio plenamente no julgamento do senhor até porque deve ter suas razões para tal desconfiança, mas não é escondido de ninguém que vocês dois tem pensamentos diferentes sobre alguns rumos que as contas dele deveriam tomar, e que a conta do Roberto, de forma semelhante à minha, tem tido destaque nas últimas apresentações corporativas. Se isso realmente estiver sendo feito a partir das contas dele, eu duvido muito que seja ele e se for por alguém da equipe dele, deve ser de total desconhecimento dele.

    - Olha, Jó - responde Alberto - sei da relação de vocês e das nossas diferenças de pensamento. Mas como você mesmo disse, tenho motivos concretos para desconfiar da equipe do senhor Roberto e até mesmo dele. Tanto esse assunto quanto as divergências que tenho com o senhor Roberto são estritamente profissionais, respeito-o bastante como profissional e como pessoa, mas não estaria falando isso com você se não tivesse razão de fazê-lo e se não tivesse plena confiança de que o senhor tem a capacidade necessária para averiguar os fatos. Portanto, me ajude a saber a verdade, a preservar a nossa condição de líder de mercado no setor.

     - Tudo bem, senhor Alberto - responde Jó - pode contar comigo para a resolução deste problema. Só gostaria de pedir ao senhor que me mantivesse informado sobre essa suspeita do Roberto, e de participar de eventuais conversas ou esclarecimentos que se possa fazer, para poder me certificar que que essa suspeita realmente procede.

     - Com certeza. Sei que você terá uma postura totalmente imparcial quanto à este assunto sem afetar sua amizade com o Roberto. E te manterei informado do que me for possível compartilhar com você para resolvermos essa situação.

    - Tudo bem, senhor, pode contar comigo.

    Apertam as mãos e se despedem. Jó se dirige a sua mesa ainda engolindo a conversa que acabara de ouvir.

    ***

     - E aí chefe, o que eu faço? - Pergunta Célio a um Jó com olhar distante, após comentar sobre uma decisão de oportunidade de venda de insumos.

    - Desculpe, não estava prestando atenção, Célio. A gente pode conversar mais tarde sobre isso? Eu estou meio ocupado agora e dificilmente vou conseguir ajudar você nisso. Faça o que você acha que deve fazer e me faça um relatório antes de fechar efetivamente a transação.

    - Posso te ajudar de alguma forma? - pergunta Célio curioso sobre o que o deixaria daquele jeito, pois não se lembra de o ter visto assim há algum tempo.

    - Não, Célio, muito obrigado, é um assunto exclusivo da gerência. Mas pode deixar que

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