Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A Vereda Entre Eucaliptos
A Vereda Entre Eucaliptos
A Vereda Entre Eucaliptos
E-book133 páginas1 hora

A Vereda Entre Eucaliptos

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

O livro A VEREDA ENTRE EUCALIPTOS é uma narrativa que toma forma de romance/fantasia/ficção científica e conta a história de misterioso desaparecimento acontecido diante dos olhos incrédulos das pessoas ao redor. Ao ler as primeiras linhas deste romance, o leitor pode pensar de imediato, que a estória se encaminha para o ambiente de trama policial, para em seguida, descobrir sua realidade bem diversa. Pode ainda, ter a impressão de que tudo não passa de um sonho. A verdade, porém, se desponta com outra roupagem. Para essa percepção, os parâmetros emergem de uma análise filosófica/psicológica precisa e sutil através das palavras dos personagens. Entre algumas peculiaridades na concepção de vida onde se desenrola a estória, o amor se destaca, numa perspectiva curiosa: lá, ele se mostra – mais amplo, mais forte, mais profundo e paradoxalmente, suave. Apesar da perfeita harmonia existente na dimensão vivida pela personagem, havia escolhas a serem feitas e decisões vitais a serem tomadas. Esse seu conflito interno traz muita reflexão – dela e do próprio leitor. Com a largueza da percepção adquirida, sua visão se expande ao ponto de quase alcançar o que parece ser um verdadeiro conceito universal de Vida e Amor; uma alternativa de esperança para nosso mundo distópico e materialista de hoje. A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará pela vida sem ver nada. Albert Einstein A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção. Jacques Lacan
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de out. de 2020
A Vereda Entre Eucaliptos

Relacionado a A Vereda Entre Eucaliptos

Ebooks relacionados

Artes Cênicas para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de A Vereda Entre Eucaliptos

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A Vereda Entre Eucaliptos - Neuza Costa Leite De Almeida

    A Vereda entre Eucaliptos: Somos capazes de compreender e aceitar as dimensões de existência no vasto Cosmos?

    Neuza Costa Leite de Almeida

    A Vereda entre Eucaliptos

    Somos capazes de compreender e aceitar as dimensões de existência no vasto Cosmos?

    São Paulo

    Edição de Autor

    2020

    A Câmara Brasileira do Livro certifica que esta obra intelectual, encontra­-se registrada, nos termos e normas legais da Lei nº 9.610/1998 dos Direitos Autorais do Brasil:

    CERTIFICADO DE REGISTRO: DA-2020-003812

    Conforme determinação legal, esta obra registrada não pode ser plagiada, utilizada, reproduzida ou divulgada sem a autorização de seu(s) autor(es).

    São Paulo, 23 de outubro de 2020

    Capa: Detalhe da foto "Forest Floor, The Redwoods, California", fonte Internet, montagem de Neuza C. L. de Almeida e Geraldo Spacassassi

    Editoração, Projeto Gráfico: Geraldo Spacassassi

    Não há qualquer dúvida de que a ficção faz um trabalho melhor da verdade.

    Doris Lessing

    Dedicatória

    Para meu filho Wilson - meu eterno amor incondicional.

    (in memoriam)

    Agradecimento

    Com muito amor, quero expressar minha profunda gratidão ao Wilson, meu marido, pelas leituras críticas e sábias sugestões, sobre o texto deste romance.

    (in memoriam)

    SINOPSE

    Além, muito além, está a sabedoria. Inidentificada. Situações permanecem soltas do outro lado, até que uma porta seja aberta. Para isso, a vontade consciente não interfere.

    Foi o que aconteceu com Laís. Sua existência foi profundamente alterada, impelindo-a a evoluir seu poder de percepção para realcançar a própria vida. Ela viveu uma nova Laís, em um novo lugar. Pôde conhecer a grandiosidade e a beleza de outra vida, guardada algures dentro da amplidão do universo.

    Prólogo

    "Pois bem, André, eu estava lá! Deslumbrada com a extraordi­nária percepção do visual, pouco a pouco mais nítida, à seme­lhança de uma aurora radiante que chega para banir pesadelos. Sabia não estar sonhando porque sentia meu corpo em con­tato com a relva e a brisa acariciando mi­nha nudez. Mesmo assim, temi que tudo se dissipasse em segundos se eu me movesse muito ou até mesmo se pensasse forte."

    Momentos antes dessa agradável situação, Laís viveu instantes de extrema angústia. Em sua inusitada jornada, dificuldades outras a aguardavam, numa alternância desiquilibrada em busca do supremo equilíbrio.

    Capítulo I

    "André, tenho a impressão forte de que algo vai me acontecer um dia e me ajudará a enten­der melhor o signifi­cado da vida."

    Foi o que ouvi de Laís há muitos anos. Éramos bem jo­vens. Hoje, após os sessenta, sou condu­zido a relembrar essa afirmação e a meditar sobre ela.

    Laís foi minha amiga de infância. A palavra amiga é pobre para definir o sentimento de bem-querer e a grande afinidade de ideias que compartilhá­vamos. Havia amor recíproco. Em nossos bate-papos, soltos, falávamos de tudo. Coisas que cresciam em importância no decorrer da conversa e se perdiam. Os pensamentos pousavam distantes, borboleteando no finito, infinito, nos possíveis, impossíveis, prováveis, improváveis, nas nuvens, no nada... Os ques­tionamentos exis­tenciais e sociais acirravam-se em nossas longas divagações. Nessas divagações, a utopia de consertar o mundo. Nenhuma origina­lidade nisso, claro, mas al­gumas ideias de Laís sobre a existência e desenvolvimento do ser humano, erros e acertos, concepção de pro­gresso... soavam como inquieto devaneio.

    Afinidades à parte, nunca pensei que viria a escrever sobre Laís. Agora, ao documentar a fantástica experiência por ela outrora pressentida, posso constatar a grande diferença entre a realidade e a ficção. Os personagens e enredos de meus livros eram maleáveis, como deviam ser, claro. Neles acrescentei e deles retirei detalhes para adequá-los à estória que criara, conforme minha conveniência. A história de Laís, porém, representa a realidade que envolve não somente a sua como minha própria vida. São fatos que vou narrar. Devo confessar que para mim não é fácil trabalhar com uma realidade tão inusitada.

    Foram trinta e cinco anos desde a nossa sú­bita separação pelo seu desa­parecimento. Naquela ocasião, senti muita dor. E por um longo período. Com o tempo, sobraram as reminiscências. Estas tam­bém nem sempre são indolores, ainda mais se provoca­das por ines­perado es­tímulo. Foi o que ocorreu: o telefone tocou. A identificação de quem estava do outro lado da linha me estremeceu:

    — Olá, André, aqui é a Laís.

    Nos eternos segundos em que aquela voz, familiar aos meus ouvidos, perma­neceu ecoando, procurei re­compor-me:

    — É outra Laís, claro – pensei.

    Só após ouvir dela episó­dios de que só ambos sabíamos, é que me curvei à aceitação de com quem de fato es­tava falando.

    — Onde terá estado? Me perguntei. Fiquei confuso e angustiado. Queria vê-la, de ver­dade. Mas, como recebê-la? Que si­tuação esquisita! Mesmo sabendo que poderia ser um acontecimento agradável, provocou em mim uma estranha expectativa. E a urgên­cia do encon­tro que queria ter comigo, qual o signifi­cado? Por que a pressa, depois de tantos anos? Por que nunca foi encontrada? Será que ela não quis ser encontrada?

    Ao telefone tentei obter dela alguma infor­mação antecipada. Habilmente, porém, inver­teu a situação e acabei respondendo sobre seus familiares. Estranhamente, ela nada sabia sobre eles, desde o dia em que desapareceu. Lamentei não ter podido dar-lhe boas notícias. E por sua insistência, tive de dizer-lhe que sua mãe e seu irmão haviam falecido. Isso a fez sofrer. Chorou copiosamente ao telefone. Foi constrangedor. Não pude evitar. Ela não esperava ou não desejava saber sobre seu pai – presumi. E eu nada disse. Falaria num melhor momento. Ela ainda soluçando justificou:

    — Não bati direto à sua porta para que não se assustasse. E acrescentou:

    — Você é a única pessoa com quem falo neste meu retorno e talvez a única com quem falarei. Estou feliz por tê-lo encontrado em casa.

    — Retorno...? Onde você esteve, Laís? Minha curiosidade obrigava-me a antecipar perguntas.

    — Não se preocupe, logo estarei aí. Quero narrar a você a experiência extraordinária por que passei durante esse período de ausência.

    Desligamos o telefone. Fui até o quarto pro­curar nos meus guardados as fotos de Laís. Separei algumas e as colo­quei na cama. Com o olhar trans­fixado em uma das fotos, comecei a pensar: esta moça deve hoje estar com ses­senta e dois anos... Eu a co­nheci por muitos anos e não a conheci nos últimos trinta e cinco anos. Como estaria hoje? Gorda? Feia? Magra? Enrugada?... Será que seus cabelos estão grisalhos como os meus? Afinal, sessenta e dois anos não é propriamente a idade de melhor beleza física da mulher. Não consigo construir-lhe nova (ou velha) imagem, pois me desa­costumei a pensar nela, certo estava de que há muito não mais perten­cia a este mundo. Desses pensamentos, foi inevitável a re­flexão: pode ser amargo encarar o que a existência na Terra nos re­serva. Na juven­tude, a beleza de mãos dadas com ambição, dão im­pulsos em nossa vida, exibindo-nos o que o mundo tem de me­lhor. A felici­dade nos instiga, mostrando-nos todo seu potencial. Afoitos, corremos ao seu encontro e tropeçamos, porque está ausente a sabedoria. Quando a sabedoria começa a nos mostrar sua face, surpresos constatamos terem-nos abandonado alguns atributos da juventude. E, nesse abandono, a felicidade que alcançamos não passa de uma pálida amostra do todo que poderia ter sido.

    Por outo lado, conforme envelhecemos constatamos que, neste mundo, não vivemos uma única vida. Vivemos os estágios anteriores dessa mesma vida – da infância, da adolescência, da juventude... Por essa razão, ninguém se vê somente como velho, porque o velho não existe sem todas os estágios anteriores combinados. E Laís, qual dádiva a vida lhe reser­vou? Que teria conse­guido armazenar? Sabedoria? Felicidade? Ao tele­fone, ela se referiu a uma experiência extraordinária. O que queria dizer com isso?

    Essa reflexão trouxe-me à lembrança o jeiti­nho de Laís. Irradiava be­leza e vivacidade. A in­trospecção não lhe re­tirava a capaci­dade de expor seus pensamentos. De fala calma, envolvia em terna cadência o interlocutor, suscitava ideias, descortinava, sem querer, alguns de seus dotes: pensativa e pen­sa­dora, forte e sensível, analítica, atual e graciosa, não con­tagiada de extravagâncias e modismos. A forma leve­mente triangular de seu rosto, em perfeita harmonia com sua cabeça bem desenhada – sempre exibida num corte de cabelo bem curto – conferia-lhe um ar futurista. Seu íntimo, muitas vezes se revelava através do azul quase violeta de seus olhos.

    Mergulhado nessas recordações, sem me aperce­ber, comecei ler um texto que encontrei no meio das fotos, esbo­çado por Laís:

    (...) O progresso humano intimamente ligado à tecnologia representa a de­ses­perada ten­tativa do ser humano em se adaptar a um meio que a ele rejeita, agride,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1