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Morta, Viva & Desaparecida: O Paradoxo 99: Episódio 2
Morta, Viva & Desaparecida: O Paradoxo 99: Episódio 2
Morta, Viva & Desaparecida: O Paradoxo 99: Episódio 2
E-book397 páginas4 horas

Morta, Viva & Desaparecida: O Paradoxo 99: Episódio 2

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Sobre este e-book

O Paradoxo 99: Morta, Viva e Desaparecida.

Paradoxos, um complexo e instigante tema que sempre despertou nossa curiosidade e promete dar nó no nosso cérebro...

Usando como premissa, os aparentemente inevitáveis efeitos paradoxais de uma hipotética ingerência humana no fluxo temporal, a série 'O Paradoxo 99' se desenrolará através dos resultados esperados, e adversos, da empolgante possibilidade de se deslocar entre Realidades Alternativas — e no Espaço-tempo.

Também abordará as implicações éticas, existenciais e filosóficas desse recurso na vida dos personagens: tendo como pano de fundo uma complicada, imprevisível e perigosa busca no Recôncavo, nos icônicos anos 90.

 

“Algo de Errado Não Está Muito Certo...”

Na sequência de O Paradoxo 99', continue acompanhando a trajetória do jovem Denny, e seu Alter ego, em busca da verdade esquecida, logo após se dar conta que não era o único que parecia lembrar-se de como as coisas supostamente foram — ou o único a achar que se recordava de como de fato eram.

Enquanto ele e sua insuspeita Contraparte procuram respostas para as incógnitas que repentinamente invadiram sua bucólica e previsível rotina, se vêm em face de inesperadas revelações que colocam à prova sua sanidade e percepção da realidade — estabelecidas na sua, até então, confiável memória.

Ademais, muitas revelações ainda aguardam o Denison em busca da alegada realidade perdida — e Emmanuelle —, além de enfrentar mais uma reveladora descoberta que conectará sua realidade ao passado que ele reluta em reconhecer...

E para descobrir a respostas à essas e muitas outras intrigantes situações, é só continuar acompanhando a série: 'O Paradoxo 99”.

K.S.Z OLIVER


TENHA UMA BOA LEITURA

IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jun. de 2022
ISBN9781526026187
Morta, Viva & Desaparecida: O Paradoxo 99: Episódio 2

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    Morta, Viva & Desaparecida - KSZ OLIVER

    Capítulo

    I

    Parte 1/I:

    O Outdoor – 2ª Parte

    A

    pós Denny ter saído da casa da professora Rita e se achar no que parecia ser o centro de uma Murity, com cenários e elementos bastante destoantes daqueles que ele conhecia, tentava sem sucesso entrar em contato com seu amigo, o Minhoca...

    Enquanto aguardava ele atender a ligação, notou logo adiante o que lembrava um grande outdoor em cima de um telhado, estrategicamente à vista de todos. Muito curioso, diminuiu a velocidade para observá-lo melhor... Novamente, parecia tratar-se das mesmas orientações dos cartazes dos muros. Denny nunca o tinha visto ali antes...

    — Mas afinal o que é esse Corona Vírus?!... — ele se perguntou, observando que o outdoor continha mapas de áreas da cidade e de outros municípios da região tracilhada em vermelho, e marcadas com ‘X', como se estivessem em  algum tipo de quarentena ou isolamento. — 2020?!... Essa data não tá errada, não?!... — mencionou Denny enquanto o telefone tocava do outro lado da linha.

    Só a data?... — quis apontar seu Alter ego para algum detalhe que o Denison conscientemente pareceu não enxergar, como a cidade chamar-se Muritiba, ao invés de Murity.

    O já confuso rapaz tinha observado que havia também uma data para término daquela espécie de quarentena — Setembro de 2020 —, aparentemente errada, já que mostrava um ano à frente daquele em que ele sabia que estava.

    Assim que alguém atendeu a chamada, ele foi direto ao assunto antes que a bateria acabasse:

    — Alô, Minhoca? E aí, tá na Assistência?

    — O quê?! — ouviu ele o que parecia ser a voz do amigo perguntando do outro lado da linha.

    — Quero saber se você está na Assistência? — Repetiu ele.

    Quem tá falando?

    — Como assim quem está falando?! — não entendeu ele o que o amigo quis dizer.

    Denny ainda tentava se situar, quando de repente avistou logo à frente mais um dos outdoors contendo aquelas mesmas recomendação médicas — e algo mais...

    República Democrática do Brasil?!.... Mas que diabo é que tá...?! — ele se espantou com a imagem da bandeira brasileira, ainda azul no centro, mas tendo uma foice e um martelo entrelaçados, mais 9 estrelas vermelhas espalhadas em conjuntos de 3. — Isso é algum tipo de piada de mau gosto?!... — reagiu em pensamento, enquanto via que o mapa do Nordeste naquele outdoor, em vermelho, se encontrava destacado do restante do Brasil, com a bandeira chinesa ao lado.

    O quê?! Quem é que tá falando? — não entendeu o interlocutor que ainda se encontrava do outro lado da linha

    — O que é isso? A semana das pegadinhas com o Denny?... — perguntou ele sarcasticamente, achando estar falando com o amigo.

    Naquele momento, reparou que a placa, ou outdoor também estava pichada em vermelho com as frases: Fora comunismo e fora China. Antes da placa sair do seu campo de visão, ainda conseguiu ver que havia o slogan "Juntos somos mais fortes, no lugar de Ordem e progresso", naquela versão da bandeira brasileira...

    Alô?!... Mas quem é que tá ligando, hein?! — Denny escutou mais uma vez aquela voz que ainda se encontrava na linha, quando...

    Bip, Bip! Bip Biiip!...

    Antes que pudesse se comunicar mais a contento com o colega ou compreender o que significavam as perturbadoras imagens daquele outdoor, ele ouviu o sinal sonoro de bateria fraca e sentiu o aparelho vibrando na mão...

    Daquela vez, porém, Denison pôde perceber o ambiente se distendendo — como se ele estivesse vendo tudo desfocado através do para-brisas. Então diminuiu a velocidade instintivamente, achando que suas lentes de contatos pudessem estar embaçadas ou sujas. Após a paisagem externa voltar ao normal, sentiu um tranco no carro, como se algo tivesse batido na traseira e o empurrado um pouco.

    Screeeech! Riééé! — freou ele imediatamente, mas sem parar o veículo.

    — Mas que merda que foi...?!... — reagiu a mais àquela surpresa, não vendo nada de anormal ou nenhum objeto tendo se chocado atrás do carro.

    Slurp-Lamb! Slurp-Lamb!... — o limpador de para-brisas religou-se repentinamente.

    Parte 2/I:

    Truques da mente?

    L

    ogo depois de perceber o fenômeno estranho que ocorreu após o smartphone ter se desligado, Denison também notou que, de súbito, parecia estar chovendo muito de novo, como se tivesse retornado ao mesmo lugar e tempo d'antes.

    Com o choque daquela série de eventos inesperados na estrada, Denny havia simultaneamente removido os pés do acelerador e da embreagem. Isso fez o Golf morrer na estrada, forçando-o a frear repentinamente, por reflexo, mais uma vez parando lenta e completamente no meio da pista...

    Vussssh! Vrummm! Fommmm! Fom, foooooom! Aquilo tudo acabou causando mais uma confusão, com os veículos freando atrás dele e outros passando muito próximo ao dele, buzinando longamente como protesto.

    Mais uma vez assustado e segurando firme o volante, Denny tentava compreender o que tinha novamente acontecido ali. Confuso, ele sentia o coração bater forte e a respiração ofegar...

    — Só pode tá de sacanagem!... — reagiu, sem saber o que aconteceu, ou a quem culpar por mais aquele episódio na estrada.

    Apesar de perceber parte dos fenômenos, Denny não compreendeu o que de fato ocorreu lá fora. Nem podia: ele ainda não fazia a menor ideia de quem, ou o que os provocou. Mas observou que, de repente, foi como se seu veículo tivesse sido transportado de volta para a mesma forte chuva onde se encontrava, há alguns minutos atrás.

    Enquanto isso, alguns motoristas buzinavam irritados e outros o xingavam, como ocorreu instantes antes. Ele não escutava. Ainda se encontrava numa espécie de choque ou torpor, absorvido por aquele novo episódio, sem compreender absolutamente nada do que estava se passando. Após alguns segundos, muitos condutores simplesmente começaram a contornar seu carro parado na pista e prosseguirem viagem, ignorando-o, ao contrário dos outros motoristas de momentos atrás.

    Toc! Toc! Toc! — Denny escutou alguém vestindo uma capa de chuva batendo na lateral do veículo: era um guarda municipal de trânsito. Denison rapidamente abaixou o vidro.

    — Ei, tudo bem aí?!... — perguntou o guarda, pedindo também sua carteira.

    Ele mostrou seu ID e crachá do DP, explicando que, por defeito, o carro tinha ‘morrido’ de repente.... Em seguida, religou o veículo e prosseguiu...

    — Cacetada!... Quase quase eu causo um baita de um engavetamento!... — reconheceu, procurando se afastar daquele lugar o mais rápido possível. Olhando pro celular, viu que ele apagou, totalmente descarregado. — Droga de bateria viciada!... — falou, jogando o celular de volta no painel, notando também que não via mais o outdoor nem cartazes nos muros e paredes. — "Mas o que foi que aconteceu lá atrás?!...", não soube ele como se responder.

    Após voltar a se dirigir à loja do amigo, chamada de A Assistência do Celular — ou simplesmente Assistência —, Denny considerava todos aqueles eventos de minutos atrás. Notou que a torre de celular que também tinha visto antes, voltou a ter o tamanho que viu pela manhã. Para ele, tudo tinha sido como se tivesse estado, momentaneamente, numa outra versão de Murity.

    Depois de todos aqueles nada insólitos eventos, onde ele não conseguia mais dizer quais daquelas coisas eram reais e quais não eram, ficou extremamente preocupado com sua mente. Achava que ela poderia estar lhe pregando algum tipo de ‘peça’. Ou que estivesse sofrendo alguma espécie de distúrbio psicológico por conta do stress...

    Provavelmente, até aquele semáforo estava no lugar pela manhã, e ele não o viu, — suspeitou. "— Será que deveria me preocupar com minha sanidade?..." — ponderou. "— Não... Acho que isso tudo é apenas cansaço mesmo..." — aceitou ele mais uma vez aquela explicação rasa.

    Porém, a real natureza e causa daqueles misteriosos e recorrentes fenômenos, ele só conheceria e compreenderia quando a experimentasse novamente em circunstâncias irrefutáveis.

    De fato, o que Denison havia acabado de passar tinha sido uma experiência tão fantástica e surreal que, como ele não pôde explicar racionalmente, preferiu considerá-la um fenômeno apenas psíquico — proveniente do estado de estafa que sua mente se encontrava. Por aquela razão, convenientemente, queria logo chegar à Assistência e enterrar aquilo tudo.

    Denny gostava de conversar, ou jogar conversa fora com aquele seu amigo de infância. Dizia que era para desestressar, espairecer as ideias. Contudo, por motivos óbvios, decidiu que deixaria de fora aqueles inusitados ‘acontecimentos e experiências’ do caminho...

    Gilson, ou Minhoca — como era comumente chamado —, era seu amigo desde que chegou na cidade de Murity, no início de 2000. Era meio escroto às vezes: principalmente com — ou em relação às mulheres. Não acreditava muito no amor ou em relacionamentos. Apesar de não admitir, era viciado em pornografia — ou como ele gostava de se autoproclamar: um "Escravoceta. Via a figura feminina mais como um objeto de prazer" do que como seres dotadas de sentimentos, de fato. Fora isso, era completamente confiável e inofensivo. Denison o considerava como o irmão mais velho que ele nunca teve.

    Minhoca era uns 16 anos mais velho que ele. Mas parecia entendê-lo bem. Mesmo não tendo bons conselhos — principalmente como se comportar ou lidar com mulheres — era sempre um bom ouvinte — ou quase...

    Por volta das 10:30

    Já bem próximo da Assistência e voltando a se recordar da conversa que teve com a professora Rita, Denny concluiu que: Apesar da sua constante fuga da realidade, aparentemente, ela parecia ser uma mulher agradável...

    Todavia, contrariando a direção para onde lhe enviaram seus sentimentos até ali, ele procurava esquecer tudo que tinha ouvido ou vislumbrado enquanto esteve com ela. Preferiu acreditar que, apesar de boa gente, a mãe de Emmanuelle era realmente meio maluca. E tudo que sentiu ou ouviu lá, foi apenas fruto da sua imaginação.

    Sendo assim, preferiu também crer que todos os estranhos fenômenos que experienciou na estrada também não passaram de coisas da sua cabeça...: "Talvez, quem sabe, aquelas coisas que achou ter visto, não foram exatamente por conta das sandices que escutou na casa dela?..." — voltou ele a presumir, arranjando mais uma possível explicação para aqueles pseudo-acontecimentos na estrada.

    Entretanto, ele descobriria, vivenciando na prática, que aquela situação toda já era sua nova dinâmica de vida. E não haveria mais para onde fugir dela. Denny perceberia que, não importava o quanto achasse que estava se distanciando daquilo tudo. Como num roteiro pré-estabelecido, por mais longe que fosse, apenas estaria se aproximando mais ainda daquilo do qual fugia: "Que ele só precisaria aceitar aquela nova realidade e buscar descobrir  o porquê dela."

    Parte 3/I:

    A Assistência

    D

    epois daquele estranho episódio na estrada, Denison se dirigiu ao trabalho do amigo. O celular estava apagado mas presumiu ser algo em torno das 10:30 da manhã.

    Lá, ele esperava respirar um ar de normalidade em meio àquela loucura toda que ameaçava se estabelecer em sua vida desde que percebeu a adulteração nos seus arquivos. No entanto, evitaria mencionar sua recente e esquisita experiência na estrada — ou mesmo a visita que acabou de fazer à professora.

    A Assistência do Celular, ou A Assistência Técnica do Minhoca, nada mais era que a frente da sua casa transformada em um estabelecimento comercial. Tinha uns 3,3 metros de largura por, mais ou menos, 6 de cumprimento e uma porta única de enrolar vertical. Funcionava numa rua próxima ao centro da cidade. Por essa razão, era bastante movimentada em certos horários de pico. Possuía também uma entrada e corredor lateral, que dava acesso aos fundos da residência.

    Após estacionar, Denny estranhamente escutou uma conhecida melodia vindo do interior da loja... Parecia uma das músicas de um famoso cantor da região...

    "…Não Esperava Que Um Dia Viesse

    Ser Feliz Assim...

    E Nem Sonhava Que Um Dia Você Viesse

    Me Querer Assim...

    Pois Não Havia Chance Alguma De Você

    Ser Minha

    Ah, Malandrinha..."

    Curioso… Não sabia que o Minhoca gostava de Reggae..., surpreendeu-se Denison.

    Ao entrar, logo avistou seu amigo, o Minhoca, trabalhando em sua bancada. Consertava um tablet de um velho conhecido e cliente que aguardava o serviço ali mesmo. O cliente segurava um celular, de onde vinha o som.

    — E aí, Gilson, quais as novidades novas?!...

    — E existe novidades velhas? — brincou Gilson de volta.

    Ambos riram.

    — Hoje, com a internet, qualquer novidade de agora, já é jornal velho uma hora depois. — disse Denny

    — Pior que é verdade. Mas e aí, Denison, colé de mermo’?!... — o cumprimentou Minhoca com uma gíria, dessa vez sem tirar os olhos da soldagem que estava dando numa placa.

    Imediatamente, Denny notou que ele observava todo o processo de soldagem por um monitor de vídeo conectado ao microscópio digital que estava apontado para placa eletrônica do dispositivo. Parecia que, finalmente, seu amigo tinha seguido seu conselho e adquirido um microscópio USB!, observou.

    — Tá de férias ou desempregado?...

    — Como é que é?! — reagiu Denny, rindo àquela pergunta.

    — Bem, no Brasil, atualmente, um cara tá perambulando por aí uma hora dessas, só pode tá folgando, aposentado — como é o caso do Luiz ali — ou é mais um funcionário público, sem o que fazer... — alfinetou Gilson.

    Ou então é rico!, acrescentou o Luiz, o cliente e conhecido do Minhoca, entrando na conversa, após desligar a música. (Risos)

    — Tá mais fácil ele tá é de bobeira, mesmo. Gente rica é quem mais tem o que fazer: precisa manter o dinheiro que ganhou! — apontou Minhoca, os fazendo rir e concordar com aquela afirmação.

    Após aquele providencial momento de descontração entre eles, Denny mencionou um daqueles intrigantes fatos vivenciados na estrada, querendo esclarecer se eram reais:

    — Escuta, Minhoca... Já ouviu falar em Corona vírus?

    — Não... O que é? É algum novo tipo de vírus de computador ou malware pra celular?

    — Não, acho que não.

    — Como é que é: coronga vírus?... — o cliente do Minhoca achou interessante o termo, confundindo o nome.

    Corona. — retificou Denny.

    — Corona não era o nome de uma cantora dos anos 80, assassinada recentemente?...

    — Acho que o Luiz tem razão. É ela mesmo. — concordou Minhoca.

    — É, quer dizer, não. Não nesse caso. — tentou explicar Denison.

    — Então nunca ouvi falar... — aquele homem admitiu, também não fazendo a menor ideia do que Denny estava falando.

    — Quer saber? Deixa pra lá. — desistiu Denison daquela questão, achando que tudo podia ter sido realmente apenas coisa da sua mente. — Rapaz, naquela hora, a ligação caiu porque a bateria tinha se esgotado. — Denny mudou de assunto. — Eu só liguei mesmo pra avisar que tava vindo pra cá.

    Denison pegando uma cadeira, sentou-se ao lado do Luiz.

    — Você me ligou? Que hora? — indagou Minhoca, também sem fazer a menor ideia do que o amigo estava falando.

    — Como assim que hora? Agora há pouco, quando eu tava dirigindo pra cá.

    Minhoca pegou o celular e checou as ligações.

    — Não... Não tem nenhuma ligação tua aqui, não. — revelou.

    — Não?!... Então não foi você que me atendeu? — estranhou Denny.

    — Noup! — confirmou Minhoca, ainda com os olhos no monitor — Tem certeza que ligou pro número certo? — ainda quis ele ter certeza.

    Denison não soube explicar: Talvez, enquanto dirigia, devia ter digitado um número errado e alguém atendeu por engano, sugeriu a si mesmo.

    — Devo ter discado outro número no celular e pensei que estava falando contigo. — declarou ele, mas tendo a certeza que discou o número correto, pois havia escutado a voz do Minhoca falando com ele.

    Porém, Denny não estava com cabeça para fazer conversa cumprida naquele assunto. Então deixou para lá — inclusive a intrigante imagem da bandeira brasileira com a foice e o martelo no centro, assim como os panfletos nos muros.

    ROOT

    — Falando nisso... Trouxe meu celular, o que tu instalou aquele Sistema Beta. Queria que desse uma olhada nele.

    — Qu'é que tem ele agora?... — quis saber Minhoca, olhando pro amigo por baixo do óculos de proteção, enquanto já encaixava a placa na carcaça do aparelho do cliente.

    — Cara, deu pau em quase todas as funções do Sistema. Alguns Apps não abrem nem funcionam mais, como é o caso da Playstore. — relatou Denny.

    — Ainda esse problema? — se surpreendeu Minhoca. — Não já dei uma olhada nele e fiz um diagnóstico?

    — Não, eu ainda não te mostrei ele. — esclareceu Denny.

    — Ah, já sim... Os aplicativos nativos desapareceram; a tela travando; a Logo mudou..." — citou Minhoca, como se já conhecesse aqueles problemas técnicos.

    — Como sabe disso?! — Denny ficou curioso.

    — Como assim: como eu sei disso? Foi você que me disse — se lembra?

    — Que dia?

    — Quando teve aqui, naquela sexta, criatura. Não se recorda que chegou aqui me dizendo que achava que podia ter sido o root que fez nele? — o lembrou Minhoca. — Se lembra que depois disso, tu disse que o sistema ficou sem querer iniciar? — relembrou, enquanto parafusava o Tablet.

    — Te disse, foi?... Quando foi isso, mesmo?!... — ainda tentou Denny se situar em mais aquela inesperada situação.

    — Há umas duas semanas, eu acho. Tá comendo muito queijo, viu?! — brincou Minhoca. — Tá ficando meio esquecido, é?

    — Eu não me lembro disso, não!... — respondeu Denison coçando a cabeça, meio confuso, não se recordando de ter levado aquele aparelho ao colega anteriormente — Mas, como eu ia dizendo: a bateria já não dura mais nada. É como se algum programa ou...

    — ...Uma função oculta consumisse toda a energia... — completou Minhoca a fala do Denny. — É: já me disse isso também. — revelou.

    — Bem, sinceramente... Eu não me lembro de ter te dito isso, mas... Você acha mesmo que pode ter sido o problema com o root mal feito?... — Denny se ateve àquela questão.

    — Acho. — confirmou Minhoca. — Como já te disse naquele dia, tem certas marcas de aparelhos que não aceitam muito bem o rooteamento.

    — Mas sempre fiz em aparelhos da Samsung. Nunca deu problema. — Denny argumentou. — An-hã!... Já te disse isso, também?!... — brincou, querendo surpreender o colega.

    — Já — já disse. — informou Minhoca, sem emoção.

    — Qual é, sério?!... — esperou Denny que aquela resposta fosse brincadeira, o que não ocorreu.

    — Bateu com o coco e ficou com amnésia, foi? — brincou Gilson.

    Denny estava pasmo com aquele quadro, onde parecia repetir o mesmo padrão vivido durante a visita que fez à professora Rita. No entanto, sem querer se alarmar, optou por acreditar que o amigo estivesse se confundindo com as datas.

    — Cara, não tem como baixar a ROM original novamente e regravar no aparelho, não? — sugeriu Denison, voltando ao assunto da ROM e do Root.

    — Eu não sei o que é que te deu, mas tu já não me perguntou isso?!...

    — Hammm... Já, é?!... Isso também?! Cacete!... — não soube Denny o que dizer diante de mais aquela afirmação. — Você não tá confundindo as bolas, não?... — insinuou.

    — Bem, nesse caso eu devia te perguntar o mesmo. — Eu te avisei que a nova ROM ocuparia toda a memória interna do aparelho, não avisei? — acrescentou Gilson. — Você que quis instalar por sua própria conta e risco. — quis o amigo se eximir de alguma responsabilidade.

    — E quanto à essa firmware, será que não dá pra reinstalar novamente, não? Talvez tenha sido um erro no processo de gravação. — Denison considerou.

    — Não é tão simples, assim.

    — Por que não?

    — Porque o site, ou fórum de onde eu baixei o Sistema, sumiu do mapa.

    — Como assim: Sumiu?!...

    Sumiu, escafedeu-se. Desapareceu da web como se nunca tivesse existido — e sem deixar rastros digitais. — informou o Minhoca.

    — Mas você tem um Backup dela, certo?

    — Aí é que está outro mistério: quando fui procurar o arquivo baixado no computador, ele simplesmente tinha sumido também: como se tivesse se auto-deletado do HD, ou coisa assim. — revelou o colega, de certa forma um pouco impressionado com o fato. — Talvez possa ter sido algum vírus no PC, sei lá... —

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