Lembra de mim?: Desafios e caminhos para profissionais da Educação Infantil
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Lembra de mim? - Emilia Cipriano Sanches
© 2021 by Emilia Cipriano Sanches
© Direitos para esta publicação exclusiva
CORTEZ EDITORA
Rua Monte Alegre, 1074 – Perdizes
05014-001 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3864-0111 Fax: (11) 3864-4290
cortez@cortezeditora.com.br
www.cortezeditora.com.br
Direção
José Xavier Cortez
Projeto Editorial
Elaine Nunes
Edição para a autora
Paulo Jeballi
Editor
Amir Piedade
Preparação
Isabel Ferrazoli
Revisão
Alexandre Ricardo da Cunha
Gabriel Maretti
Rodrigo da Silva Lima
Edição de Arte
Mauricio Rindeika Seolin
Capa
Vivian Lobenwein
Obra em conformidade ao
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Sanches, Emilia Cipriano
Lembra de mim? [livro eletrônico] : desafios e caminhos para profissionais da Educação Infantil / Emilia Cipriano Sanches. – 1. ed. – São Paulo: Cortez, 2022.
ePub
Bibliografia.
ISBN 978-65-5555-303-1
1. Aprendizagem 2. Educação de crianças 3. Educação infantil 4. Educadores – Formação profissional 5. Ensino 6. Pedagogia I. Título.
22-118410
CDD-370.71
Índice para catálogo sistemático:
1. Educação infantil: Profissionais: Formação:
Educação 370.71
Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427
Publicado no Brasil – 2022
Lembra de mim?À minha mãe Francisca, que completa 90 anos ao nascer desta obra. Por sua luta como educadora e por sua coerência em sempre incentivar a autonomia e o protagonismo dos filhos, netos e bisneta.
Ao meu amado Claudio, que sempre ilumina minha trajetória e compartilha a esperança na construção de uma educação humanizadora.
Aos meus queridos filhos Claudio e Amanda, que me inspiram todos os dias a me reencantar com a vida.
Aos profissionais da educação infantil, pela coragem de lutar pelos direitos das crianças.
SUMÁRIO
Prefácio
Apresentação
I
Futuro em construção
II
Cultura infantil
III
Sinais captados
IV
Investigação do mundo
V
Educador construtor
VI
O que é aprender?
VII
Currículo emergente
VIII
A riqueza das trocas
IX
Escola da infância
X
Autônoma, sim. Autômata, jamais
XI
Formação do formador
XII
Espaço vivo
Referências
E ste é um livro marcado pelo compromisso, pela frontalidade, mas, sobretudo, pela esperança. Um livro corajoso num tempo em que, no Brasil, o debate público e a reflexão sobre a visão estratégica da Educação, os sentidos da Escola e os projetos de trabalho em sala de aula estão na ordem do dia. Um debate que está longe de ser entendido como algo fácil, dadas as tensões e interesses em jogo, as diferenças ao nível das crenças e das ideias dos atores sociais envolvidos e a própria diversidade de um país que obriga a pensar na implementação do projeto de Educação a partir de realidades e condições tão distintas.
O livro de Emilia Cipriano é um contributo para o debate sobre a construção do futuro e a impossibilidade de o projetar sem pensar na criança e sobre o sentido da vida. Um contributo informado que se constrói a partir de uma reflexão implicada e sustentada numa experiência em que a autora esteve envolvida durante toda a sua vida.
Esta obra é pertinente e bem-vinda, na medida em que contribui com um conjunto de possibilidades de ação que, de um modo geral, visa à democratização da escola pública brasileira. A autora propõe caminhos e soluções alternativas àqueles projetos e práticas educacionais meramente subordinados à instrução. Para ela, o trabalho dos educadores e das crianças deve ser entendido tanto como uma tarefa pessoal e culturalmente significativa quanto capaz de assumir um impacto formativo adequado às vivências e desafios do século XXI. Uma escola que, como se pode sentir no livro, se afirme pela sua atividade educacional, e não em função de um assistencialismo demagógico e inconsequente. Essa proposta contribui para que compreendamos a complexidade da educação face aos desafios contemporâneos de um mundo em constante e exigente transformação.
Neste sentido, creio que estamos perante uma obra com uma utilidade pedagógica indiscutível que se explica, em primeiro lugar, devido às preocupações conceituais que sustentam o conjunto dos textos que compõem este livro e, em segundo lugar, devido às suas preocupações praxiológicas – preocupações que têm a ver com a necessidade de inspirar outras práticas, e isso é, na minha perspectiva, uma outra dimensão que gostaria de valorizar.
Assim, numa visão panorâmica da obra, verificamos que essas preocupações atravessam, de forma diversa e transversalmente, os textos dos diferentes capítulos que, de um modo geral, nos confrontam tanto com a problemática do protagonismo das crianças, como com a problemática da organização cooperativa do trabalho de aprendizagem. Para isso, a autora se utiliza dos diferentes sentidos e imprime a eles uma outra visibilidade, com um olhar epistemológico, na relação entre os sujeitos e o saber que um novo paradigma de educação para a infância permite desvendar.
Creio que a obra que agora, e em boa hora, se publica pode constituir um instrumento fundamental quer para estimular uma reflexão consequente sobre o programa da educação infantil, quer para apoiar os projetos afins nos diferentes contextos deste país. Como os leitores poderão comprovar, este é um livro que discute, a partir de um enquadramento histórico, a importância da educação da infância e a compreensão do seu caminho já percorrido no mundo e no Brasil, como também o que ainda há para ser feito a fim de que esse caminho seja cada vez mais forte a serviço da democratização da escola brasileira.
Importa compreender que nesta obra há ainda uma outra preocupação que tem a ver com a proposta de um novo papel a assumir pelos educadores. É preciso que eles deixem de se definir como meros instrutores e se assumam como interlocutores qualificados (Cosme, 2009). Assim como os capítulos demonstram, os educadores necessitam perder a centralidade enquanto atores educativos para adquirir um papel educacionalmente mais influente na criação de dinâmicas pedagógicas e didáticas potencializadoras da aprendizagem das crianças. O trabalho dos educadores não poderá mais ser circunscrito a um trabalho de facilitação pedagógica, já que essa prática não permite revelar a complexidade de uma intervenção que exige, igualmente, desafios e confrontos dialógicos com as crianças. Interessante é que tal papel terá que ser compreendido em função da necessidade de possibilitar a afirmação das crianças como protagonistas, compreendendo-se que esse não é um dado adquirido, mas um objetivo a assumir, o qual passa, em larga medida, pela construção da relação entre crianças e adultos educadores, bem como pela relação das crianças entre si. Tal processo depende, todavia, da intencionalidade com que se organiza e gerencia o trabalho pedagógico promovido em cada sala de aula.
Nas